25
Pov Brunna Gonçalves
Desço as escadas e já consigo ter a visão completa da sala de estar. Em um sofá, Philipe está deitando assistindo seu desenho, enquanto meu pai observa, e nas poltronas está minha mãe e Brunno.
- Boa noite. - digo chamando a atenção deles.
Meu pai rapidamente se levanta e caminha até mim, me dando um abraço apertado e um simples beijo na testa.
- Bru, eu estava com tanta saudade. - ele acaricia meu rosto com seu polegar.
- Eu também estava, pai. - sorrio simples - O senhor não atendeu minha última ligação, fiquei preocupada.
- Ah minha filha, eu estava muito ocupado nesses últimos dias. - ele volta a se assentar - A empresa está uma loucura.
- Entendi. - me assento de frente para Brunno e coloco as pernas de Philipe em meu colo.
- Sua mãe me disse que você está participando da novela das nove, ainda não tive oportunidade de ver.
- É, o senhor sabe que eu nunca consegui ficar atoa dentro de casa, então quando me ofereceram a personagem, não pensei duas vezes antes de aceitar. - comento.
Ficamos alguns longos minutos em silêncio e minha mãe rapidamente se levanta dizendo que a pizza já estava pronta e que éramos para ir assentar na mesa.
Desligo a televisão e encaro Philipe que estava com uma pequena marca de arranhão no ombro direito.
- O que foi isso, príncipe? - passo meus dedos sobre o lugar.
- Foi na praia, mamãe. - ele fala simples - Eu cocei e ardeu.
- Tudo bem, depois a mamãe passa uma pomada, mas não fica mexendo.
Quando todos nós já estamos na mesa, Andreia serve cada um de nós com um pedaço de pizza e um pequeno copo de refrigerante.
- Então, filha. Amanhã é o desfile da Marina, não é? - minha mãe questiona.
- Sim, levarei Philipe comigo. Ele vai tirar algumas fotos. - dou um gole no refrigerante - E provavelmente o pai dele irá chegar em cima da hora, pra participar também.
- O papai vai vim amanhã? - meu filho pergunta animado.
- Ele disse que sim. - o olho - Mas vai ficar pouco tempo, menos que dá última vez.
- Faz muito tempo que não vejo meu cunhado. - Brunno fala depois de escutar nosso diálogo.
- Seu ex cunhado, Brunno. Para de ficar forçando as coisas. - digo começando a me estressar - E você sabe muito bem que assim como eu, ele não gosta de você.
- Ele não gosta de mim, porque você inventou as coisas pra ele, Brunninha. Não seja falsa. - ele sorri irônico.
- Eu não inventei porra nenhuma, Brunno. Você sabe muito bem o que você fez. - me exalto.
- Crianças, não vamos atrapalhar o jantar com esse clima ruim. - meu pai comenta.
- Não sou mais uma criança, Jorge. - suspiro.
- Mas para mim, continua sendo. - ele sorri.
- Talvez seja porque é a única lembrança que você tem de mim. - o encaro.
Um silêncio totalmente desconfortável se faz presente naquele lugar. Minha mãe que antes estava comendo tranquilamente, agora está com o prato afastado de si. Brunno continua comendo sua pizza enquanto meu pai observa suas mãos com a cabe baixa.
Eu não estou muito diferente, já que estava apenas esperando Philipe terminar de comer. Ele era o único de nós que ainda estava contente ao comer sua pizza.
- Terminou, filho ? - pergunto assim que ele coloca o último gargo na boca.
- Sim! Vamos ter sobremesa? - ele pergunta animado.
- Hoje não. - me levanto - Vamos subir, estamos cansados.
- Boa noite, filha. - minha mãe diz simples beijando minha testa e fazendo o mesmo com João.
- Boa noite, mãe. - sorrio - Ah, e eu quero ver vocês fora da minha casa em até trinta minutos, se virem, procurem um hotel. - me refiro aos dois homens.
Antes que eles pudessem argumentar, apenas subo as escadas junto com Philipe que fazia uma brincadeira qualquer com seus pés enquanto pulava os degraus.
Passo primeiro em seu quarto, onde escovo seus dentes e o coloco sobre a cama, ligando o pequeno abajur que fica ao lado de sua cama.
Fico por ali longos segundos, até ter certeza de que ele já havia dormido e só então me levanto fechando as janelas e as cortinas.
Me despeço dele com um beijo na testa e caminho para fora de seu quarto, deixando a preta apenas encostada, para caso ele acorde.
Caminho até meu quarto e suspiro pesadamente com a dor de cabeça que me atingiu naquele momento, o dia estava bom demais para ser verdade.
Puxo boa parte do edredom que cobria minha cama e me jogo sobre ela, sentindo aquele conforto em minhas costas.
Procuro meu celular e só então vejo que Ludmilla havia me ligado por três vezes seguidas, com uma certa preocupação retorno a ligação que em poucos segundos é atendida.
📞
- Oi, Lud ? Aconteceu alguma coisa ?
- Oi Bru, não aconteceu nada, eu só vi suas mensagens e fiquei com vontade de escutar sua voz. - ela fica alguns segundos em silêncio - Eu te acordei ?
- Não, eu estava no andar de baixo, participando de um jantar horrível. - suspiro.
- Entendi, você quer falar sobre ? - ela pergunta.
- Não é nada demais, meu pai e meu irmão chegaram de viajem e como sempre são totalmente desnecessários. - comento - Faz muito tempo que você chegou ?
- Sim, já jantei também, mas agora vi suas mensagens e resolvi ligar. - sinto em sua voz que ela estava sorrindo - Amanhã tenho que ir na gravadora e depois viajo para Sergipe. Minha turnê está quase acabando.
- E o que você vai fazer depois dela ? - pergunto curiosa.
- Também não sei, eu sempre tenho ideias em cima da hora. - ela gargalha - Eu não poderei ir no evento da sua amiga, amanhã.
- Está tudo bem. - suspiro - Philipe está feliz porque irá ver o pai amanhã.
- Ele é uma criança encantadora.
- Eu estava inspirada o dia que fiz ele. - brinco - Mas eu tenho muita sorte de ter ele como filho.
- Realmente. - a escuto bocejar.
- Acho melhor você ir descansar. - sugiro - Obrigada pelo dia de hoje.
- Já disse que não precisa agradecer, Bru.
- Boa noite, dorme bem.
- Você também, Bru.
📞
Desligo a ligação e jogo meu celular em cima da parte desocupada da cama. Fecho meus olhos e suspiro sentindo o sono me atingir.
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