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18

Pov Ludmilla

Me assusto ao ver a presença da atriz refletir no espelho e franzo minhas sobrancelhas, tentando entender como ela havia encontrado meu camarim e quem havia lhe permitido entrar.

- Eu disse com Marcos que queria falar com você e ele me entregou esse crachá e me mostrou o caminho. - explica, parecendo ler meus pensamentos, confirmo com a cabeça e ela se aproxima.

- O que você quer falar comigo? - pergunto curiosa.

- Queria agradecer pelo convite. - fala simples.

- Não poderia fazer isso quando o show acabasse ? - dou um gole no copo de água.

- Não sei se ficarei até o final. - fala se sentando no pequeno sofá de couro, cruzando as pernas, deixando um pouco de sua coxa a mostra.

Ela usava uma pequena saia também de couro, na cor preta e uma camisa de cetim que me daria a total visão de seus seios, caso não fosse as mexas de seu cabelo os tampando.

- E porque não vai ficar ?

- Ver você cantando me excita. - fala naturalmente, cruzando ainda mais as pernas propositalmente.

- E onde está a mulher hétero que você disse que era ? - gargalho.

- Morreu assim que vi você cantando e rebolando encima daquele palco. - fala ainda me encarando fixamente.

- Sabe o que se chama isso ? - a escuto pronunciar um "hum" - Curiosidade. Eu sei que você anda pensando em mim, desde o dia da balada. - me levanto caminhando em sua direção.

- E o que te faz pensar isso ? Seu enorme ego ? - ela me desafia.

- Não, Brunna. A sua cara de "me beija agora, por favor" naquele dia, me fez pensar isso. - me abaixo, me aproximando de seu ouvido - Mas se você pensa que serei apenas um aprovador, está muito enganada.

- Não acho. - ela se aproxima de minha boca e eu rapidamente me afasto, após escutar a porta sendo aberta.

- É... Eu não queria atrapalhar, mas é que Lud você está atrasada. - Marcos encara o chão.

- Já estou indo, irmão. - arrumo meu cabelo, me olhando no espelho.

- Se você pensa que isso terminou aqui, está muito enganada. - Brunna sussurra em meu ouvido e aperta levemente minha cintura - Se você não subir naquele camarote e me beijar até o fim do show, considerasse morta para mim.

Pelo espelho a vejo se afastar e sorrir gentilmente para Marcos, o entregando o crachá que antes estava em seu pescoço.

Marcos me encara sem entender e eu apenas sorrio negando com a cabeça enquanto tomava meu último gole de água.

Volto para o palco, onde canto mais sete músicas e encerro o show agradecendo pela presença de cada um ali naquela noite.

Entrego meu microfone para primeira pessoa da produção que encontrei pelo corredor e caminho a passos largos para chegar no camarote.

Assim que chego no último degrau, tenho a visão de Brunna sentada afastada de sua mãe e seu filho mexendo concentrada em seu celular.

Me verifico de que ninguém havia visto que eu havia subido até ali e caminho até ela, me sentando na cadeira vazia ao seu lado.

- Você tinha que deixar esse celular e curtir sua família. - a mesma se assustar com minha presença.

- Não venha com suas lições de moral. - ela bloqueia o celular, o colocando sobre a mesa - Pensei que não viria.

- Foi uma proposta, digamos que tentadora. - peço ao barman uma pequena dose de vodka com água de coco.

- Eu tenho muitos talentos, além de ser atriz. - ela pisca um de seus olhos.

Vejo seu filho se aproximar enquanto me olha curiosamente, mantendo em seu rosto, um sorriso tímido.

- Mamãe, vovó guntou quando iremos casa. - ele encara sua mãe.

- Eu já estou indo. - ela abre sua bola o entregando a chave do carro - Fala com ela que vocês já podem ir se acomodando e eu menos de vinte minutos estou lá.

- Tudo bem.

- Você deu oi pra Ludmilla? - a atriz pergunta e o menino nega com a cabeça.

- Oi lumila. - ele acena com as mãozinhas.

- Oi, carinha. Como você tá ? - o pego no colo.

- Bem.

- Sabia que eu tô muito feliz de você ter vindo ? - beijo sua bochecha - Eu amo crianças.

- Mamain falou que era mim vim e compotá porque amanhã ela vai me levar pra jogar bola. - me explica concentrado.

- Ah é, Brunna Gonçalves? - a encaro - Você é uma ótima chantagista.

O menino se cansa de ficar ali e rapidamente se afasta acenando com as mãozinhas e entregando as chaves para avó que apenas nos dá um tchau e desce as escadas provavelmente a caminho do estacionamento.

- O que te fez mudar seus pensamentos sobre mim ? - viro a pequena doce que o homem tinha me entregado.

- Não mudei minha opinião. - ela suspira - Mas não vou negar que você não sai na minha cabeça desde aquele dia.

- Tá vendo, eu estava totalmente certa. - ela revira os olhos.

- Ficar com você, não me faria menos hétero. - ela apoia sua mão em minha coxa, coberta apenas pela meia calça preta.

- Eu já disse que não serei seu provador, Brunna. - passo meu nariz pelo seu pescoço.

- Não seja injusta comigo. - ela suspira se afastando - Quebrei meu ego, por um beijo.

- Um beijo que... - sou interrompida por um funcionário da minha equipe.

- Patroa, não sabia que a senhora estava aqui, e acompanhada. - ele encara Brunna ao meu lado - Mas é que quase todos já foram embora e Marcos está a sua procura.

- Obrigada por avisar. - me levanto e Brunna faz o mesmo.

- Você vai se considerar morta para mim ? - Brunna rodeia minha cintura com seus braços.

- Hoje sim. Eu preciso descansar para a continuação da turnê. - a dou um leve selinho - Mas você sabe onde me encontrar.



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