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Pov Brunna Gonçalves

Me aproximo novamente de minha mãe que insistia para Philipe comer os poucos ovos mexido que ela tinha comprado para ele, já que me neguei a o dar mamar.

Todos os dias em que Neymar esteve com ele, eu não precisei amamenta-lo, então descobri que é manha, então decidi tirar sua primeira amamentação e substituir por café da manhã.

Retiro meu celular do bolso e encaro as diversas mensagem, decido arquiva-las e desligo o aplicativo de mensagem, indo até a câmera para tirar uma foto.

- Pode vim fazer seu papel de mãe? - Miriam, minha mãe, chama minha atenção. Assinto com a cabeça e me direciono até Philipe.

- João Philipe! - o chamo pelo nome completo e ele me encara confuso - A vovó comprou esses ovos com muito amor e você está fazendo gracinha.

- Gracinha não. - ele nega com as testas franzidas.

- Então come, porque você sabe que a mamãe não vai te dar mamar hoje, então se você não comer, vai ficar com vontade. - afirmo séria.

O vejo revirar os ovos por mais uma vez e só então enfia a colher na boca, mastigando poucos pedaços, enquanto me encara fixamente.

Depois de longos minutos ele finalmente termina sua refeição e só então o desço da cadeira o deixando brincar por entre as cadeiras do aeroporto.

Minha mãe se levanta a caminho do caixa onde paga a conta e compra algumas besteiras pra comer durante a viagem. Nego com a cabeça e saio do pequeno restaurante indo até Philipe.

O procuro por aquele espaço e não o acho, fazendo meu coração por alguns instantes errar as batidas. Caminho a passos longos pelo aeroporto procuro por ele.

Quando finalmente o encontro, ele está gargalhando enquanto brinca com o boné de um dos amigos da Ludmilla. - maldita mulher que só trás problema - Pensei.

- Philipe. - o chamo em voz alta e o mesmo rapidamente me olha - O que eu já te disse sobre se afastar de mim em lugares assim ?

- Patrick. - ele mostra o boné que havia um personagem de desenho animado estampado.

- Eu não quero saber, você fez uma coisa muito errada e eu estou brava com você. - falo séria.

- Brunna, ele só... - Ludmilla toca meu ombro.

- Você não encosta em mim e não se mete na educação que dou pro meu filho. Você tá me causando problema desde o dia que te conheci, então se coloca no seu lugar. - falo entre dentes e ela rapidamente se afasta.

- Devolve o boné para o moço e vamos, Philipe. - seguro sua mão.

- Mas mamain, neném quer. - ele faz um bico com a boca.

- Não é seu, João Philipe. Devolve por favor. - o vejo encarar o boné - Eu prometo que compro um pra você, mas devolve.

Depois de alguns segundos ele se dá por vencido e devolve o boné ao rosto que está sorrindo ternamente.

- Pode ficar para você, carinha. - ele devolve o boné para meu filho que me olha pedindo a confirmação para pegar.

- Não precisa, muito obrigada. - pego a criança no colo e o escuto oferecer novamente, mas em seguida é cortado por Ludmilla.

Caminho até minha mãe que encarava a cena com a testa franzida, provavelmente não entendendo o ocorrido.

Me sento ao seu lado e coloco Philipe a minha frente que ainda encarava o dono do boné.

- Olha para mim. - peço e ele obedece - Eu não quero você saindo de perto de mim, ok?

- ok, mamain. - ele fala triste.

- Imagina se alguém tivesse sequestrado você. - penso na hipótese.

- Não é pra tanto, Brunna. - minha mãe fala baixo.

- Não é pra tanto, Mirian? - elevo minha voz - Você não tem noção das coisas, você realmente não tem.

- Abaixa o seu tom para falar comigo. - ela me encara séria - O menino só estava vendo o boné do moço. Se você não fosse tão ignorante perceberia isso.

- Eu entendi a situação, mas e se fosse um moço ruim? Não dá pra saber. - respiro fundo - Pior decisão foi trazer ele.

Após minha fala, minha mãe permanece em silêncio e apenas pega Philipe no colo que agora voltava a brincar com seu capitão América e hora ou outra sorria pro brinquedo.

Passo minhas mãos pelos meus cabelos ondulados e respiro fundo fechando os olhos, tentando reorganizar meus pensamentos.

Me assusto com o alto falante do avião anunciando que em breve nosso vôo partiria rumo ao Rio Grande do Sul. Retiro meu celular do bolso e aviso no grupo de serviço que eu já estava entrando no avião.

Pov Ludmilla

Essa mulher deve ter problemas psicológicos, é a única explicação cabível. Uma hora me trata bem, elogia minhas músicas e faz brincadeiras, outra hora me xinga apenas com o olhar e é extremamente grossa comigo.

Eu pressentia que ela me enviaria uma mensagem pedindo desculpas, então rapidamente bloqueei seu contato em meu aplicativo de mensagem e apaguei seu contato.

- Lud, vamos ? - Luane me chama - O vôo já foi anunciado três vezes, mas você parece perdida no mundo da lua.

- É só cansaço. - minto e me levanto.

Pego todas as minhas bagagens e sigo em direção ao pequeno túnel que nos guiava até o interior do avião. Entrego minha passagem para a aeromoça e sigo até a numeração do meu assento.

- Odeio sentar na frente do avião. - Renatinho reclama enquanto se assenta.

- Porque, viado ? - pergunto sem entender.

- Se cair, a probabilidade da gente ser os primeiros a morrer, é enorme. - fala e minha mãe arregala os olhos.

- Vira essa bola pra lá. - o repreendo.

- Minha querida, pode não ser o seu dia de morrer, mas se for o do piloto, já era.

Marcos gargalha com sua fala e só então se assenta ao meu lado, ligando a pequena tv a nossa frente.

- Você tá confiante pra turnê ? - ele pergunta me encarando enquanto procurava por algum filme.

- Você não tem noção do quanto, sempre foi meu sonho e essa sensação de sonho realizado é incrível. - sorrio.


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   ( João Philipe Gonçalves dos Santos )

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