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dois

Boa leitura!





Woo Jian


Dentro do carro, um jazz suave nos mantinha entretidos entre o silêncio e luzes piscantes do trânsito. Estava estranhamente calmo, confortável como uma cidade sendo destruída por um tsunami. O som, o vento, a noite, a música; eu, talvez não tanto como queria. Bem, não costumo gostar do que vem depois.

Minhas mãos pousadas em meu colo não se contorciam em nervoso, mesmo que meu coração desse saltos de causar inveja na atleta mais habilidosa. Era estranho ter a noção do que deveria ser feito e não querer fazer por puro egoísmo. Eu era, potencialmente, egoísta, ouvia esse adjetivo desde bem pequena e nunca me orgulhei desse fato. Porém, eu sentia que a hora fatídica chegaria e eu não saberia lidar com isso, eu não queria perdê-lo.

— Jian, aconteceu algo? — ouvi sua voz preocupada. Jin ainda mantinha seu olhar fixado à estrada pouco movimentada, porém eu sabia que a última coisa que ele realmente prestava atenção era nisso.

— Não, só estava pensando. — suspirei. — Eu tenho pensado muito ultimamente.

— Em quê?

Em nós. Em você. Em nossas mais lindas lembranças que logo estariam despedaçadas. Tsunamis podem destruir também os corações.

— Nada demais.

— Bom, pense tudo o que tiver que pensar aqui no carro, eu tenho algo pra te mostrar e vou precisar da sua atenção em casa. — falou. Seus olhos ainda fitavam o asfalto e seu semblante tinha um falso ar de seriedade. Jin não era bom em ser sério. Desarmei-o apenas observando seus atos, foi quando uma lufada de ar escapou por seu nariz em uma tentativa de segurar o riso.

— Sua tentativa de me deixar curiosa foi totalmente falha.

— Pelo menos eu tentei. — sorriu. Ah, ali estava ele. — Mas, de qualquer forma, eu tenho uma surpresa pra você. Acho que vai ser muito legal!

Vê-lo animado acabava me deixando feliz também, como uma anestesia para meus dias chuvosos. Eu não sabia vê-lo sorrir sem sorrir também.

Ah, seu sorriso... Lembro-me da primeira vez que meu coração se aqueceu com tal demonstração. Éramos opostos, dois mundos diferentes que colidiram de forma desastrosa e resultaram em uma dupla esquisita, dois adolescentes inexperientes que aprenderiam com o tempo como era gostar de alguém. Sim, meu primeiro namorado no último ano do ensino médio.

Nos acostumamos com a distância, não era ruim. Apesar de apreciar muito o calor que Jin emanava, precisávamos de espaço. Tínhamos sonhos distintos, crescemos sozinhos e nossos planos eram, talvez, individualistas, mas aos poucos estávamos inclusos em cada um deles também. Fluiu, da melhor forma que poderia, esperamos um pelo outro pacientemente, esperamos pelo tempo em que não seriam eu's, mas sim, nós. Foram longos cinco anos ansiando pelo dia em que poderia dizer que quebraria minha barreira de toques e iria abraçá-lo como nunca antes. Talvez eu quisesse ser tocada apenas por ele.

Eu não sabia amar, eu nunca estive pronta. Nunca alguém havia me tocado como ele, chegado perto de minh'alma como um anjo disposto a me proteger dos piores males, despertado em mim o desejo de conhecê-lo também. Era assustador alguém que desbravasse tanto precisando de tão pouco como ele. Jin sempre esteve pronto, mas eu não sabia amar.

Eu queria ser pisoteada. Doeria muito menos do que dizer o que precisava. Eu nunca poderia ser pra ele tudo o que ele era pra mim, eu não poderia ser seu anjo pois provavelmente meu coração amargo me levaria ao mais fundo poço, de onde não veria sua luz. Eu morreria sem saber amá-lo como merecia. Minha tão preciosa rosa precisaria de uma música mais linda que a minha para desabrochar ao nascer do sol.

Meu peito de repente se apertou em lágrimas incessantes, eu não pude conter toda a dor que acumulei durante os meses em que tentava prolongar inutilmente minha vida, na esperança de que acordaria um dia curada de meus males sem que ninguém soubesse. Jin precisou parar o carro para tentar acalmar meu corpo esguio e trêmulo, fraco pela tontura iminente a ponto de nem mesmo se manter em pé sozinho, uma catástrofe tão natural. Mais uma vez, ele cuidava de mim, como se eu fosse seu maior bem. Saber que eu realmente era me afundava ainda mais.

— Ji, eu estou aqui, amor...

Não, eu não quero, saia enquanto pode. Eu não quero que fique aqui, não quero que veja, não quero que saiba. Não quero que sofra. Eu também não quero mais sofrer.

— Por favor, me diz o que está acontecendo... Eu falei algo de errado?

Eu não posso, eu não quero... Eu vou perder você e isso me machuca tanto, você precisa ser amado de verdade. Precisa de alguém que possa ficar e cuidar de você, que possa garantir bons momentos, bons sonhos, realizações... Eu não posso, não mais.

— Amor, eu estou com você. Sempre.

E esse é o problema... O sempre irá terminar... Muito em breve.

Um pouco mais calma e novamente em movimento, não vi o tempo passar, nem quando as floridas árvores tão conhecidas de nossa rua anunciaram silenciosas nossa chegada. Meu cérebro falho estava nublado com uma camada espessa de pensamentos confusos e dolorosos, meu peito ardia em medo, mas seus braços me acolheram mesmo assim, em meio a espinhos. Talvez eu fosse uma intocada roseira, e você, o Rouxinol que se sacrificaria por mim, por uma Rosa, pelo amor de um estudante, em puro vão. Teríamos que inverter os papéis.

— Estamos em casa agora. — deixou um beijo juntamente à um afago em meus cabelos. — Vamos ficar bem, Jian... Vamos ficar bem.

Eu não respondi. Carecia de respostas, de palavras. Somente entrei, eu precisava me sentar ou teria o risco de cair.

Era a minha casa, mas que por costume também era a dele. Jin sempre dizia que se sentia melhor aqui, na minha companhia, que na verdade seu verdadeiro lar era em mim. Antes eu achava banal que ele quisesse construir um lar em mim, eu que sou areia levada pelas ondas, mas talvez agora eu entenda, pois expulsá-lo não será uma tarefa fácil. Basta uma onda para que um castelo de areia desmorone.

Jin sentou-se comigo no sofá, acolhendo não somente meu corpo como também minha turbulenta alma. Um monstro enjaulado que apenas ao notar sua presença se deitava e pedia carinho como os mais dóceis cãezinhos de um parque. Seus longos dedos, tua delicada pele que me acariciava acalmava meu coração, tua melodiosa voz que era presente dos anjos podia ser agraciada por mim e eu agradecia muito por isso. Por ser ele.

Chorar era uma praga, me deixava com ainda mais dor de cabeça, e consequentemente, com sono. Sentir seu abraço facilmente me faria dormir, como já havia acontecido tantas e tantas vezes. Eu odiava contato, mas ansiava pelos seus, ansiava pela sua calma, seu riso, seu jeito, sua luz... Eu não queria me despedir, mas o destino fez questão que eu não tivesse opção alguma. A qualquer momento eu poderia partir e nada do que eu fizesse impediria. Eu teria pouco tempo para resolver as coisas.

— Amor... — ouvi seu chamado baixo, bem perto de meu ouvido. Sua respiração também estava naquele ponto, e percebi que por algum motivo estava nervoso. Abri os olhos. — Pode me esperar aqui?

— Sim.

Depois de me acomodar novamente, meu namorado se levantou e sumiu em direção ao quarto. Algo no meu peito dizia que, de alguma forma, ele já estava sofrendo e não queria que eu soubesse. Talvez o tumor esteja me fazendo imaginar coisas sem sentido.

Seokjin voltou com uma pasta e uma rosa em mãos, como se tivesse lido alguns de meus pensamentos anteriores. Uma linda rosa vermelha tingida com o sangue de seu coração. Entregou-a a mim e selou meus lábios, com carinho. Seu olhar se prendeu a mim como em mil anos por um segundo, como se eu fosse única no mundo, única pra ele. Meu coração se apertou novamente.

Andou até o outro lado da sala e abriu o piano velho de madeira, meu companheiro de noites frias. Sentou-se no banquinho estofado de couro e arrumou algumas folhas com rabiscos que não decifrei estando tão longe, um curto período de tempo se passou até que seus olhos pousassem em mim novamente. Ele sorria e eu tinha medo do que viria a seguir.

— Bem, Jian, eu não sou pianista ou tenho coordenação suficiente pra isso, mas... — por mais que seu jeito fosse alegre e espontâneo ao falar, sentia que sua voz estava embargada de sentimentos tristes. — Eu quero tocar uma música pra você, amor. Por todas as músicas que você tocou por mim.




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Nessa shortfic teremos muitas menções ao conto O Rouxinol e a Rosa, de Oscar Wilde. Aconselho que leiam, é lindo.

Espero que estejam gostando, nos vemos depois de amanhã :)

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