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Capítulo 6| Enigmático






O sol já estava começando a se pôr no horizonte quando eu finalmente terminei minha aula e saí da faculdade. O peso da responsabilidade do dia ainda me acompanhava, como sempre, mas algo dentro de mim sabia que eu precisava de um momento sozinha. Algo em mim clamava por esse espaço, esse silêncio, e eu sabia exatamente onde encontrá-lo: na praia.

A caminhada até lá era longa, e o cansaço físico pesava em meus ombros, mas o desejo de ficar sozinha e ter tempo para pensar me impulsionava. A cada passo que dava, me afastava um pouco mais do mundo da faculdade, das obrigações, e me aproximava de um lugar onde eu sentia que poderia respirar de verdade. O som da cidade, com seu trânsito e agitação, ia se tornando mais distante, até ser substituído pela tranquilidade que o som das ondas quebrando na areia trazia.

Cinquenta minutos de caminhada. Um longo percurso, mas que de alguma forma me fazia sentir que estava indo em direção a algo maior, algo que eu ainda não conseguia compreender completamente. Não era apenas o mar que eu procurava, mas também o silêncio que ele me oferecia. A paz que vinha com o simples ato de me afastar do caos e estar em um lugar onde as preocupações do mundo pareciam desaparecer, se dissolver como as ondas na praia.

Quando finalmente cheguei, o cenário diante de mim era tudo o que eu imaginava. A praia estava quase vazia, exceto por alguns pescadores ao longe e algumas pessoas caminhando pela orla. O som das ondas se misturava com o suave vento que balançava as palmeiras e o cheiro salgado do mar preenchia meus pulmões. Eu me aproximei da água, deixando as ondas tocarem minhas pernas, e fechei os olhos por um momento, apenas ouvindo o som do mar.

Era o lugar perfeito para o que eu precisava fazer. O lugar onde eu poderia pensar, refletir e, finalmente, compor a música que vinha me atormentando por semanas. O concurso de violoncelo "Por Todas As Cores" ainda ecoava em minha mente, mas havia algo mais: o peso da expectativa que eu havia colocado sobre mim mesma. A música precisava ser algo significativo, algo que falasse não apenas com os jurados, mas comigo mesma. Algo que refletisse todas as emoções e pensamentos que eu não conseguia expressar com palavras.

Sentei-me na areia, fechando os olhos e respirando fundo. O som das ondas continuava, agora mais próximo, como uma batida suave que acompanhava meu ritmo de respiração. Eu tinha que encontrar algo dentro de mim, algo que fosse autêntico e verdadeiro. A música que eu criaria precisava vir de um lugar profundo, de um espaço onde eu pudesse entender o que estava acontecendo comigo. E eu sabia que esse lugar era aqui, na solidão da praia, onde eu podia ser apenas eu mesma, sem pressões, sem expectativas de mais ninguém.

Tirei meu violoncelo da capa com cuidado, já que o transporte até ali não havia sido fácil. Fiquei algum tempo admirando o instrumento, tocando as cordas com os dedos para sentir a suavidade da madeira. O violoncelo sempre foi meu refúgio, o lugar onde eu me sentia mais conectada ao mundo. Quando tocava, era como se as palavras que eu não conseguia encontrar em minha mente saíssem através do som, em uma dança de notas que fluíam sem esforço.

Respirei fundo novamente e toquei as primeiras notas. O som ecoou pelo espaço vazio da praia, e eu me deixei levar pela melodia que surgia espontaneamente. Não era nada estruturado ainda, apenas uma sucessão de notas que iam se misturando, se moldando, como se o mar estivesse me guiando. Eu precisava dessa liberdade. Eu precisava dessa sensação de ser levada pela música, sem pensar nas regras, sem me preocupar com o que os outros esperariam.

Mas, logo, a realidade começou a invadir meus pensamentos novamente. A competição. O desafio. A pressão para criar algo único. Eu sabia que precisava de algo mais, algo que transcendesse. Algo que mostrasse quem eu era de verdade, algo que fosse genuíno. A cada nota, o medo de não conseguir a perfeição crescia, e o som que antes parecia livre agora estava se tornando mais pesado. Eu não conseguia tirar a expectativa de minha mente.

Suspirei, deixando o violoncelo de lado por um momento. Caminhei até a beira da água e molhei os pés, sentindo a brisa salgada no rosto. A sensação de estar em sintonia com a natureza era indescritível. O som das ondas quebrando na areia, o vento suave acariciando minha pele, tudo parecia ter um propósito, como se o mar estivesse me dizendo para seguir em frente, para não desistir. Eu precisava acreditar em mim mesma, como a música do violoncelo precisava de espaço para ser moldada.

Voltei para onde o violoncelo estava, sentando-me novamente na areia com ele nos braços. Eu sabia que deveria deixar de lado as dúvidas, deixar de lado as expectativas e simplesmente tocar. Se a música fosse boa ou não, ela teria que ser minha. Eu não poderia mais me preocupar com a perfeição.

As primeiras notas saíram de forma hesitante, mas logo minha mão encontrou a posição certa, e o som fluiu novamente. Eu estava finalmente começando a me entregar ao processo criativo. A música que estava criando era uma mistura de sentimentos, uma combinação de melancolia e esperança. As notas que tocavam sozinhas pareciam agora se entrelaçar em algo mais profundo. Como uma conversa com a própria alma. Algo que não precisava de explicações, algo que simplesmente existia, como as ondas do mar que quebravam suavemente na areia.

O tempo parecia desacelerar enquanto eu tocava, e eu não sabia dizer se eram minutos ou horas. Tudo o que eu sabia era que a música estava acontecendo, que eu estava criando algo autêntico, e isso era tudo o que importava. Cada movimento do arco sobre as cordas trazia à tona uma nova ideia, um novo som, uma nova sensação. Eu sentia a energia da natureza fluindo por mim, e a música se tornava uma expressão daquilo que eu não conseguia verbalizar, uma representação de todo o caos e a beleza que existiam dentro de mim.

A praia estava vazia agora, exceto por mim e o som do violoncelo. O mundo parecia ter desaparecido, deixando apenas a música como companhia. E, pela primeira vez em muito tempo, eu me senti em paz.

Quando finalmente parei de tocar, o silêncio que se seguiu foi reconfortante. O violoncelo ainda estava nos meus braços, e eu estava exausta, mas satisfeita. Eu sabia que ainda havia muito a fazer, que ainda precisaria trabalhar na peça antes de entregá-la, mas naquela noite, naquele momento, eu havia encontrado algo importante. Eu havia encontrado uma parte de mim mesma. E isso, por enquanto, era o suficiente.

A lua já estava alta no céu, refletindo sua luz sobre o mar, e o vento continuava suave. Eu ainda estava ali, na praia, sentindo a brisa fria da noite, mas agora com uma sensação diferente. Eu não estava mais perdida. Eu sabia o que precisava fazer. E, pela primeira vez, eu estava pronta para enfrentar o que quer que viesse.





_________


O vento fresco da tarde agia como um toque suave na minha pele, enquanto eu tentava focar em algo que me tirasse da minha cabeça. As ondas quebravam ritmicamente na areia e o som era suave, mas, por dentro, eu ainda sentia o eco de uma melodia que não se completava. A praia estava quase deserta, o céu começava a mudar de tom, tingido pelo dourado da luz do fim de tarde. O lugar me trazia certa paz, mas ainda assim, minha mente não conseguia encontrar o ponto de equilíbrio necessário para continuar a compor a música.

Olhei para o violoncelo e então olhei para a folha de papel que estava em minhas mãos. As palavras ali escritas não faziam sentido. O que eu queria passar ainda estava ali, na ponta dos meus dedos, mas algo me faltava. Algo que nem o mar ou o vento conseguiriam trazer de volta.

Foi quando ouvi passos atrás de mim. Olhei por cima do ombro e vi Adam se aproximando. Ele estava tão inesperado quanto a brisa que chegava, sem avisar. Eu deveria estar acostumada com as surpresas que ele sempre trazia, mas mesmo assim, a visão dele parecia ser uma interrupção no meu fluxo de pensamento.

— Não sabia que ainda frequentava esse lugar. — Ele disse, com aquele tom que misturava surpresa e leve sarcasmo. Fiquei parada por um momento, sem saber como reagir.

— Só quando preciso de um tempo sozinha. — Respondi, tentando dar uma explicação simples, como se aquilo fosse o suficiente para ele entender. Mas sabia que Adam nunca precisava de muitas palavras para entender o que eu queria dizer. Ele parecia já saber demais, como se entendesse os recantos mais íntimos da minha mente.

Ele se aproximou ainda mais e se sentou ao meu lado, sem perguntar, como se tivesse todo o direito de estar ali. Olhou para minha folha de papel e depois para o violoncelo.

— Isso aí está péssimo. — Ele disse, apontando para a letra da música. Eu olhei para ele e não consegui evitar um sorriso. Era claro que Adam sempre falaria a verdade, não importava se fosse dolorosa ou não. Mas, no fundo, eu sabia que ele só queria me ajudar.

— Eu sei. — Eu disse, tentando disfarçar o cansaço em minha voz. — Não estou conseguindo fazer a música funcionar.

Ele deu de ombros, como se aquilo fosse algo normal. Adam nunca se abalava com as dificuldades, sempre parecia ter um olhar pragmático sobre as coisas.

— Vai ficar boa. Só precisa de mais tempo e mais trabalho. — Ele disse com uma confiança que, de alguma forma, me confortou, mesmo que a forma como ele falava fosse direta e sem rodeios.

Ficamos em silêncio por um momento, ambos absorvidos pelo som do mar e pelo som baixo do violoncelo que ainda ecoava pela areia. Eu não sabia o que pensar ou como continuar a compor. O que eu queria criar ainda estava escondido dentro de mim, como uma palavra que não saía da ponta da língua.

Então, Adam quebrou o silêncio novamente, e sua voz parecia mais séria dessa vez.

— Eu preciso falar com você sobre algo. — Ele disse, olhando para mim com um olhar mais focado. Eu o encarei, um pouco surpreso, tentando entender o que ele queria dizer.

Eu já sabia que Adam não era de falar muito sobre seus sentimentos ou intenções. Ele era o tipo de pessoa que guardava tudo para si, mas, naquele momento, parecia querer se abrir de alguma maneira.

— O que aconteceu? — Perguntei, um pouco apreensiva. Sabia que a última coisa que ele diria seria algo trivial. Algo em seu tom me fazia pensar que ele estava prestes a falar de algo importante.

Adam respirou fundo, como se estivesse se preparando para dar uma notícia que sabia que eu não esperaria.

— Vai ter a inauguração da nova livraria da cidade daqui a duas semanas. Liz... minha irmã, pediu para eu convidar você.

Eu franzi a testa, tentando entender o que ele queria dizer. Liz, sua irmã, era uma garota adorável, mas por que ela pediria para ele me convidar? Eu pensei por um momento, tentando juntar as peças.

— Liz? — Eu repeti, sem saber o que pensar. Não fazia sentido. Se ele realmente queria que eu fosse, ele poderia ter dito diretamente, sem inventar uma história sobre a irmã.

Ele deu de ombros, com aquele sorriso de sempre. Era como se ele soubesse que eu não acreditaria totalmente em sua justificativa, mas mesmo assim, ele a usava.

— Sim, ela acha que você iria gostar. Ela sabe como você aprecia esse tipo de coisa. — Adam deu um sorriso, mais genuíno agora, como se estivesse tentando me convencer de que o convite realmente tinha algo a ver com Liz. Eu fiquei quieta por um momento, observando-o. Ele não estava tentando me enganar, eu sabia disso. Mas por que ele tinha que inventar algo tão improvável?

Eu respirei fundo, ainda processando a informação. Por um momento, eu pensei em recusar. Não por conta de Adam ou Liz, mas porque o evento parecia mais uma oportunidade para ele me arranjar algum tipo de distração. Mas algo dentro de mim me dizia que eu deveria ir.

— Está bem, eu vou. — Eu disse, sem saber se estava tomando a decisão certa ou não, mas algo no fundo me fez aceitar. Eu sabia que o que quer que acontecesse, esse convite mudaria as coisas entre nós, de alguma forma.

Ele sorriu com mais força dessa vez, como se o alívio tivesse chegado. Ele se levantou da areia, fazendo um gesto para se despedir.

— Ótimo. Vai ser bom ter você lá. — Ele disse, e eu fiquei observando enquanto ele se afastava. Eu sabia que ele não estava apenas me convidando para um evento; havia algo mais por trás daquele convite, algo que eu não conseguia entender. Mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim sabia que eu precisaria descobrir.

Eu fiquei sozinha na praia por mais alguns minutos, refletindo sobre tudo o que havia acontecido. A brisa me envolvia, e eu senti o som das ondas me chamar de volta para o que eu estava tentando criar. Mas, no fundo, eu sabia que a música que eu estava buscando não era apenas uma melodia. Era algo mais profundo, algo que eu só poderia entender quando estivesse pronta para enfrentar as verdades que Adam me convidava a ver.

Talvez, esse convite fosse apenas o começo de algo que estava prestes a acontecer entre nós. E, de alguma forma, eu estava pronta para ver até onde isso me levaria.

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