Gabriela não encontrou sua mãe em casa, então, subiu com Emelina. Elas trocaram suas roupas por biquínis e foram para a piscina. Quando o clima entre elas começava a esquentar, Gabriela percebeu que sua mãe e seu irmão já haviam voltado.

— Droga! Disfarça? — Gabriela disse antes de se afundar, mergulhando para longe de Emelina.

Emelina suspirou e se virou, vendo Adelmo se aproximar. Qual não foi sua surpresa ao se dar conta que aquele garoto magro e espinhento se tornara um deus grego. Ela ficou sem jeito por um instante e desviou o olhar, desejando afundar da mesma forma que Gisele, mas sabendo que pegaria muito mal se o fizesse, uma vez que Adelmo já a vira e sorrira para ela.

— Emelina? Oi? Ainda se lembra de mim? — Ele se agachou a beira da piscina e estendeu a mão a ela.

Emelina sorriu, nervosa, e apertou a mão dele.

— Claro. Você… Lembro. — Ela disse, sentindo sua voz falhar.

Adelmo riu e soltou a mão dela, tocando a água.

— Hmm… Que delícia. Talvez, eu dê um mergulho depois.

Gabriela veio à superfície e encarou seu irmão, sem esconder a surpresa por ele ter mudado tanto.

— Ainda sou eu, Gabriela, eu juro. — Adelmo disse, rindo sem graça.

— Acho que também quero passar uma temporada em Paris. — Falou Gabriela se aproximando e deixando a piscina para cumprimentar seu irmão com um beijo.

— Continua engraçadinha como sempre. — Adelmo disse, balançando a cabeça.

— Me desculpe por não ter ido te buscar com a mamãe, mas eu tinha um assunto para resolver. — Gabriela disse.

— Não faz mal. Eu entendo. — Falou Adelmo ajeitando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

Ele virou o rosto e percebeu que Emelina não parava de encará-lo e ele se sentiu atraído por aqueles olhos. Emelina se virou, quebrando o encanto e mergulhou como se para fugir dele, pelo menos, foi a impressão que ele teve.

— Eu vou trocar de roupa e já volto. — Adelmo disse a Gabriela. — Tenho muitas coisas para te contar, e aposto que você também.

— Tudo bem. — Gabriela disse.

Adelmo se foi, e Gabriela voltou para a piscina, indo ao encontro de Emelina e a beijando embaixo da água como se fossem duas sereias.

Adelmo voltou pouco tempo depois, acompanhado por sua mãe, e enquanto ele foi direto para a piscina, Roberta foi para a espreguiçadeira, tomar um pouco de sol. Era sua folga e ela queria aproveitar, passando um tempo com seus filhos.

— Gabriela, venha aqui? — Roberta a chamou e lhe pediu para passar o bronzeador em suas costas. — Está tudo bem entre a Emelina e você?

— Sim, mãe. Por que não estaria? — Disse Gabriela esfregando as costas de sua mãe.

— Que bom. — Falou Roberta. — Soube que Demétrio também está no mesmo curso que você.

— Sim, é verdade. — Gabriela sentiu raiva só de lembrar que Emelina e ele estiveram a sós.

— E ele está solteiro? — Roberta perguntou.

— Não sei, e não me importo. Ele não é o meu tipo. — Falou Gabriela.

— E quem é seu tipo, então? Um príncipe encantado que só existe em contos de fadas? — Falou Roberta.

— Não. — Falou Gabriela encarando Emelina que estava sentada à borda da piscina, tomando suco de laranja. — Alguém forte e ao mesmo tempo doce, que me prenda com um único olhar, e que quando me toque, me deixe arrepiada.

Roberta riu.

— Vai encontrar alguém assim… Um dia.

— Talvez, eu já tenha encontrado. — Gabriela abaixou a cabeça, sorrindo.

— Quem é ele? Eu conheço? — Roberta perguntou, animada.

— Na hora certa, eu te conto, mãe. Quero ter certeza que é real. — Gabriela disse.

Após um mergulho, Adelmo foi até onde Emelina estava e disse-lhe:

— Não prefere um pouco de álcool?

— Há um preço a se pagar pela boa forma. — Emelina disse.

— A minha irmã está bem? — Adelmo olhou para trás por um instante e sorriu ao ver Gabriela sorrindo.

— Sim. Eu cuido dela. — Falou Emelina.

— Obrigado. — Adelmo tocou a mão de Emelina. Ela gostou do toque quente da mão dele sobre a sua e se sentiu mal por isso.