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1. Mal entendido

Cidade Do México – México. 2018

Gabriela Zavala encarava o relógio, ansiosa, enquanto esperava por alguém. Faltava um minuto para a aula começar e ela não queria se atrasar, mas também, não queria ir para a sala sozinha. Ela passou a mão por seu longo cabelo loiro e olhou mais uma vez para a roupa que usava, uma saia azul de pregas com listra branca na barra, e uma blusa preta de mangas que iam até seus cotovelos e deixavam seus ombros à mostra. Nos pés, sapatilhas pretas em vez de scarpin porque ela tropeçaria se usasse salto porque tinha problema com coordenação motora – não era tão grave, mas ela tropeçava vez ou outra, e graças a isso, já torcera o tornozelo três vezes –. Talvez fosse um pouco ousado para uma universitária aquele look, mas ela prometera que tentaria se vestir de forma mais sexy, ainda que não se sentisse muito à vontade.

— Olhe só? Cansou de se vestir como uma freira?

Gabriela se virou e encarou Beatriz Rodrigues, que vinha sendo uma pedra em seu sapato desde o colegial. Gabriela a odiava, mas fazia o que podia para evitá-la porque confrontá-la não era uma escolha, uma vez que Beatriz poderia tornar a vida de qualquer pessoa, um inferno.

— Aposto que está tentando desencalhar, mas não será fácil porque, ainda que se pinte de ouro, você continua sem graça. — Beatriz disse, enrolando uma mecha de seu cabelo loiro entre os dedos médio e indicador.

Gabriela riu e balançou a cabeça antes de responder:

— Como você continua sendo um maldito clichê em minha vida? Chega a ser engraçado.

Beatriz arqueou uma sobrancelha sem entender, e Gabriela disse-lhe:

— Ah, você sabe? Eu sou a garota boa e você é a garota má. Eu sou a nerd e você é a patricinha estúpida. Isso era divertido no colegial, mas estamos na faculdade e... Sério? Se você for agir como uma garotinha, acho que vou me transferir para outra universidade porque não tenho mais saco para isso.

Beatriz suspirou com raiva. Abriu a boca para dizer algo, mas como não conseguiu pensar em uma resposta à altura, bufou, balançou a cabeça e saiu, furiosa. Gabriela riu, orgulhosa de si mesma por finalmente ter enfrentado sua velha inimiga, e confiante de que aquele ano, as coisas seriam diferentes.

A alguns metros, uma jovem que chamava a atenção de todos por sua beleza e sensualidade, desfilava imponente pelo corredor, atraindo olhares maliciosos.

Seus olhos castanhos brilhavam como estrelas, seu sorriso irradiava carisma, mas, sem dúvida, o que mais atraía os homens, eram suas curvas voptsuosas e a forma como ela caminhava com a mesma graciosidade de um modelo na passarela.

Ciente de seu poder de sedução, Emelina Viteri jogou uma mecha de seu cabelo castanho escuro por cima do ombro e riu.

Gabriela prendeu a respiração e se levantou. Engoliu a seco e esperou que Emelina se aproximasse. Emelina veio e parou diante dela, a olhando de cima a baixo antes de sussurrar no ouvido dela:

— Você está linda!

Gabriela não pode evitar sorrir como uma boba quando Emelina recuou e mais uma vez, olhou para seu corpo.

— Então, vamos? — Emelina entrelaçou o seu braço ao de Gabriela. — Ou chegaremos atrasadas.

— Acho que já estamos. — Gabriela disse.

— Besteira. Rainhas nunca se atrasam. — Falou Emelina.

As duas foram para a sala e se sentaram no fundo. Beatriz se virou e as encarou, antes de sussurrar para uma colega:

— As malditas lésbicas finalmente vieram.

— Será que você não cansa de destilar veneno? — Mariana Villaverde disse ao ouvir Beatriz.

Beatriz se virou e a encarou antes de responder:

— Não me admira que alguém como você as defenda, afinal, são farinha do mesmo saco?

— É mesmo, Bia? Porque acho que você só se importa tanto porque no fundo sente inveja porque, diferente de você, eu não escondo o que eu sou.

— Ai, essa doeu! — Demétrio Gomez disse, se metendo na discussão.

— Você está louca se pensa que sou como você, garota? — Beatriz disse. — Eu gosto de homens e ponto!

— Está certo. São os homens que não gostam de você. — Mariana sorriu sarcástica e piscou.

Beatriz virou o rosto, ignorando Mariana.

Gabriela se chateou com os comentários de Beatriz e sussurrou a Emelina:

— Eu acho que os outros suspeitam de algo.

Emelina riu e disse:

— Você acha, é? Diria que eles tem certeza e que não deveríamos mais esconder quem somos.

— Não. — Gabriela apertou a mão de Emelina, mas a soltou quando percebeu que Beatriz a estava encarando. — O que foi? Perdeu alguma coisa aqui? — Gisela disse com raiva.

Beatriz disfarçou rápido.

— Ainda não. Por favor? — Gabriela sussurrou para Emelina, antes de recuar e abrir seu caderno.

Emelina a encarou, decepcionada, e se levantou, indo sentar atrás de Guadalupe Villar.

— Está tudo bem? — Guadalupe perguntou ao se virar.

— Sim, tudo. Enxergo melhor daqui. — Falou Emelina, disfarçando, mas era evidente em seu rosto, sua decepção.

Guadalupe sorriu e se virou, voltando a copiar o conteúdo da lousa.

Após as aulas, Emelina evitou Gabriela, preferindo aceitar carona de Demétrio. Gabriela não gostou quando soube por Guadalupe que os dois haviam ido embora juntos, e parou em frente a universidade, muito nervosa, roendo as unhas enquanto esperava por sua mãe. Como se não pudesse piorar, Beatriz fez questão de provocá-la, vindo lhe dizer o que ela não precisava ouvir naquele momento.

— Parece que sua namorada lhe trocou por um homem. Eu disse que você era sem graça... Ainda mais para alguém como ela. — Beatriz riu e se afastou.

Gabriela se virou, chorando. Tudo o que Beatriz dissera era verdade. Ela era sem graça, estúpida, medrosa, inútil... Não servia mesmo para alguém como Emelina, mas doía admitir aquilo.

O som da buzina, seguido pela voz de sua mãe a chamando, a fez tremer. Droga. Sua mãe não podia vê-la naquele estado. Gabriela enxugou suas lágrimas e abaixou a cabeça, antes de se virar e caminhar até o carro.

— E a Emelina? — Roberta perguntou. Ela era uma mulher jovem ainda, com cabelos tingidos de loiro que sempre estavam presos em um perfeito rabo de cavalo. Era uma mulher elegante e, independente da circunstância, ela sempre estaria bem vestida, quer fosse em um funeral ou mesmo em casa. Gabriela nunca vira a mãe despenteada ou mal vestida. Ela parecia uma Barbie, sempre perfeita... O oposto de Gabriela, que sempre se sentia insignificante.

— Foi para casa com Guadalupe para ajudá-la em um trabalho. — Mentiu Gabriela enviando uma mensagem para Emelina.

— Sei... — Roberta disse, vendo Guadalupe parada do outro lado da calçada, conversando com Mariana. — Seu irmão volta para a cidade hoje e enquanto o apartamento dele está sendo decorado, ele ficará conosco.

— Tá bom. — Gabriela disse sem dar importância.

As duas não trocaram mais nenhuma palavra no caminho de volta, e Gabriela foi direto para o quarto quando chegaram em casa.

† † †

Justina viu que sua sobrinha encarava o celular, revoltada, enquanto o via vibrar, e cansada daquilo, disse-lhe:

— É melhor desligar se não pretende atender.

— E qual seria a graça então? — Emelina sorriu, antes de deixar a sala e ir para o quarto.

† † †

Já cansada de ser ignorada, e beirando o desespero, Gisela se trocou e chamou um táxi, indo até a casa de Emelina. Ao contrário dela, Emelina não vivia em uma mansão luxuosa, mas em uma casa simples em um bairro pobre. Gabriela não se importava com o lugar de onde Emelina vinha, apenas com ela.

Bateu à porta com insistência até ser recebida por Justina e não esperou um convite, irrompendo na sala e já chamando por Emelina.

— Ela está no quarto. Aconteceu alguma coisa? Você está bem? — Justina disse, preocupada.

— Só preciso falar com ela. — Gabriela foi até o quarto de Emelina e a encontrou enrolada em uma toalha, enxugando o cabelo com outra. Gabriela fechou a porta atrás de si na chave para que Justina não a atrapalhasse. Justina veio e bateu à porta, pedindo para entrar.

— Está tudo bem, tia. Eu cuido disso. — Emelina disse e ligou o rádio para abafar as vozes do quarto.

Gabriela se aproximou, já com as lágrimas rolando por suas faces, e se esforçou para manter a voz baixa enquanto falava, mesmo que sua vontade fosse gritar porque todo o seu corpo tremia de ódio e ciúme.

— Por que não atendeu as minhas ligações? E por que saiu com o Demétrio? Você o beijou? Está com ele, agora? Se esqueceu que é MINHA namorada? Porque se esqueceu, eu não esqueci, e juro que mato aquele infeliz.

Emelina riu.

— Sua... Não ideia do quanto odeio você! — Falou Gabriela e tentou esbofetear a face de Emelina, mas Emelina foi mais rápida e conseguiu agarrar o pulso dela e a agarrou, a jogando na cama e subindo em cima dela.

— De que adianta você me amar com toda essa intensidade se não tem coragem de admitir a mais ninguém? — Emelina disse, magoada. — É pedir demais, uma namorada que eu possa andar de mãos dadas ou beijar em público? Ou você sente vergonha de mim? É por que sou mulher ou por que sou pobre? Fico pensando... Se fosse a Mariana que você amasse e não eu... Você a assumiria ou também a enrolaria?

— Como você pode dizer isso se sabe que só não assumi ainda por causa da minha mãe, porque você sabe que ela deseja que eu me case com um homem rico para aumentar nossa fortuna? Ela me deserdaria se soubesse que sou lésbica. — Falou Gabriela.

— E, depois sou eu, a maldita interesseira... — Emelina revirou os olhos. — Sua hipócrita.

— Não. Eu não ligo para o dinheiro, mas preciso que minha mãe continue pagando meus estudos. Eu quero que tenhamos um futuro. Por que você não entende isso, amor? — Falou Gabriela. — Sou eu que te darei tudo o que você sonha e merece.

Emelina suspirou e virou o rosto, absorta em seus pensamentos.

— Um dia, com muito orgulho, direi a todos que somos apaixonadas e nos casaremos, mas até lá... Precisamos manter isso em segredo, por favor? Eu juro que não estou te enrolando.— Gabriela soltou um de seus braços. Emelina se voltou a ela, e Gisela aproveitou a oportunidade para se curvar e tocar seus lábios nos dela. Emelina a beijou.

Gabriela puxou a toalha dela, despindo-a.

† † †

Adelmo Zavala encontrou sua mãe esperando por ele no aeroporto e ficou feliz e revê-la.

— Parece que Paris lhe fez bem. — Roberta sorriu, impressionada com a mudança do filho.

— A senhora também não está nada mal. — Falou Adelmo a abraçando. — E a Gabriela?

— É a primeira semana dela na faculdade, então, está sendo difícil. Parece que ela brigou com a melhor amiga. — Falou Roberta recuando, chateada.

— Melhor amiga? Ela já tem uma nova melhor amiga? Até que começou bem. — Falou Adelmo, ingênuo.

— Não, querido. A amiga dela ainda é a Emelina, e é a única amiga que ela tem. Sua irmã tem problemas em socializar. Já tentei levá-la a uma psicóloga, mas não deu certo.— Falou Roberta.  — Eu fico preocupada porque, embora Emelina seja uma boa moça, sei que um dia, ela vai se cansar de ter a Gisela em sua sombra, e Gisela vai se machucar.

— Parece que eu voltei há tempo de salvar minha irmãzinha. — Brincou Adelmo.

† † †

Emelina abriu a porta do banheiro e espiou os corredores antes de dar sinal a Gabriela. Gisela deixou o banheiro correndo e foi para o quarto de Emelina. Emelina veio logo em seguida e encostou a porta. Gabriela riu e a beijou.

— Essa foi por pouco. — Gabriela disse, recuando.

O celular de Gisela tocou e ela o pegou no criado-mudo.

— Mãe? Ah, sim. Tudo bem, então. Até mais. Tchau.

Gabriela desligou e colocou o celular de volta no criado-mudo, antes de pegar tirar sua toalha e pegar suas roupas que estavam espalhadas no chão.

— Problemas? — Emelina mordeu o lábio.

— Meu irmão voltou, e minha mãe está me enchendo o saco para ir recebê-lo, como se eu me importasse... — Gabriela disse, colocando seu sutiã.

— Aposto que ele continua tão esquisito quanto antes. — Emelina riu e foi até o guarda-roupas.

— Ah, eu não sei. Não falo muito com ele. Não que não nos demos mais bem, mas... Não sei. — Gabriela deu de ombros e pegou sua calcinha. — Eu senti muita falta dele, e quando passou... Preferi deixar as coisas como estavam.

— Acho que te entendo. — Falou Emelina ao escolher um vestido vermelho, simples. — Se quiser, posso ir com você? Assim, não precisa encará-lo sozinha.

— Faria isso por mim? Eu gostaria, sim. — Gabriela disse colocando sua saia longa.

— E podemos nos pegar na piscina quando ninguém estiver olhando. — Falou Emelina, sorrindo com malícia.

— Fico molhada só de imaginar. — Falou Gabriela rindo.

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