Apenas colegas de classe
Ficamos trabalhando a tarde toda, e só notamos que já era noite quando minha mãe chegou da rua com várias sacolas de feira.
- Oi filha, tá melhor? - Perguntou ela, assim que me viu ma cozinha.
- Tô sim mãe. Seu chá é milagroso.
- E seu amigo, quem é? - Disse ela, vindo cumprimentar Eduardo.
- Esse é Eduardo, mãe. Ele é da minha turma; estamos terminando o trabalho de geografia. É para entregar amanhã. - Respondi.
- Amigo da escola... - Disse ela, naquele tom desconfiado de mãe que adora fazer a filha passar vergonha. - Legal. Nunca conheci nenhum de seus amigos.
- Na verdade somos só colegas de classe, senhora. - Disse Eduardo.
- Senhora? - Disse mamãe, rindo. - Sem formalidades, meu jovem. Não deixo nem Luana me chamar de senhora.
- Tudo bem, desculpe. - Respondeu ele, encabulado. - É o hábito do restaurante.
- Ah.. É verdade! Sabia que te conhecia de algum lugar! - Disse minha mãe. - Vou fazer um lanche pra nós. Tô morrendo de fome!
E enquanto os dois conversavam eu só pensava na frase "apenas colegas de classe"! Um punhal cravado bem no meio do meu peito! [Drama queen!]
Tudo bem que nossa relação não é das melhores; aliás, nem chega a ser uma relação, mas... "APENAS COLEGAS DE CLASSE"?
- Luana, vai querer queijo no pão? - mamãe perguntou.
- Pode ser! - respondi.
- Tá tudo bem, filha? Você tá meio aérea! - alertou mamãe.
- Eu tô bem. Deve ser a gripe. -Não consegui pensar em nada melhor pra dizer. - Acho que vou precisar de outro chá milagroso daquele.
Após o lanche, Eduardo foi embora e eu fiquei lutando com meus pensamentos. "Apenas colegas de classe". Então, de fato eu não tenho nenhuma chance. Bom saber!
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