viela maldita
não me prive a liberdade de ser
estúpida
- doída
irreverente
e hesitante
essa é a minha deformidade
um direito concedido pela minha idade
ontem mesmo começou a primavera
e eu ainda presa naquela viela
não me cobre a maturidade
de quem já viveu em mil cidades
semana passada aprendi a caminhar
como poderia eu navegar?
nunca pus os pés no oceano
vi as mesmas paredes ano após ano
das casas que me cercam
adoecendo pelo chão úmido de pedra
com a vida boêmia à minha frente
sem poder dar um passo rumo àquela gente
e todos que passaram por aqui me assaltaram
toda a minha sanidade eles me levaram
foi necessário um ano para aprender a respirar
mais um outro para conseguir me levantar
então, me deixe ser infantil só por um momento
preciso saber como é esse sentimento
prometo que ano que vem eu volto a mim
à minha seriedade e sobriedade sem fim
mas hoje eu quero me embebedar
de toda a futilidade que o mundo pode ofertar
me permita ser desnecessária
terei o resto da vida para ser revolucionária
e fazer meu nome virar lenda
dedicar minha vida ao meu poema
mas, hoje não
hoje eu escapei da minha escuridão
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