Sofia 🌌💜

Porra, fiquei desesperada e não sabia como me acalmar, peguei o raidinho implorando pra alguém me ajudar e o tio Th que me escutou. Um tiro tinha sido na coxa e outro na barriga, eu tirei a blusa dele e a minha, colocando uma amarrada na coxa e outra em cima do ferimento da barriga.

Sofia: Paulo, pelo amor de Deus.- Coloquei a cabeça dele no meu colo, enquanto segurava a blusa, vendo ele mexer os olhos.- Se você morrer vai ser culpa minha, eu nunca vou me perdoar por isso, eu não quero perder você.

Paulinho: Tô no crime, Sofia. Posso morrer a qualquer hora por isso.- Falou puxando o ar.

Sofia: Me desculpa, é sério...- Falei chorando.- Por favor, não me deixa sozinha aqui.

Ele mexeu a cabeça beijando minha coxa e eu deitei a cabeça no ombro dele, chorando igual uma criancinha, até o Th chegar.

Th: Tá conseguindo diminuir o fluxo de sangue? - Me assustei com ele, Perigo e outros homens ali.

Sofia: Tá menos que antes mas ele precisa de um hospital.- Falei com a voz toda embriagada.

- A invasão tá livre, eles desceram tem uns 5 minutos.- Olhei pro Th.

Th: Pega o carro, pega um carro.- Olhei pro Paulinho, que me olhava com um sorriso de canto.

Sofia: Eu te amo muito.- Sussurei no ouvido dele.- Você tem que ficar aqui, prometo namorar com você.

Paulinho: Puta, me fodi.- Sussurou e eu sorri, deixando as lágrimas caírem.- Relaxa, o santo é forte.

Apertei a mão dele sorrindo e ele tossiu, chegou um carro na entrada do beco e Th pegou ele no colo com a ajuda de um homem, Perigo tava parado me olhando e eu me encolhi no chão, colocando a cabeça entre o joelho.

Perigo: Se o moleque morrer, a culpa é toda tua! Tu colocou o moleque em risco por pura irresponsabilidade tua.- A vontade de chorar só bateu mais.

Continuei ali quietinha na minha e escutei ele indo embora, coloquei as mãos no rosto e logo senti elas sujas de sangue e respirei fundo. Me levantei devagar sentindo meu corpo doer e fui caminhando pra casa do Th, bati na porta e a tia Nayara atendeu com cara de choro, mas me olhou preocupada.

Nay: Por que você tá assim, Sofia? - Falou com voz de choro.

Sofia: Foi tudo culpa minha, eu não deveria ter chamado ele pra me ajudar, mas eu precisava de alguém e fui infantil, me desculpa tia...- Ela me abraçou.

Nay: Ele ia tá lá fora com ou sem você.- Falou chorando.- Tá tudo bem, ele vai ficar bem! - Eu continuei chorando nos braços dela igual uma criança.

Sofia: Você sabia que eu não sou filha da Júlia e do Perigo? - Olhei pros olhos dela e ela fez cara de assustada.

Nay: De onde você tirou isso? Claro que não sabia, Sofia.- Falou olhando pra mim.- Você tem certeza?

Sofia: Eu escutei uma conversa deles, eu não sou filha de sangue deles.- Ela passou a mão no meu rosto.

Nay: Olha, eu juro que não sabia disso! - Respirou fundo.- Vai, sobe lá, toma um banho, pega as coisas do Paulinho como sempre e se veste, depois você desce e a gente conversa.

Eu concordei com a cabeça soluçando e fui pro quarto dele, entrei no banheiro e tranquei a porta, mas eu só sabia chorar enquanto a água caía, porra Sofia, tu só fodeu tudo.