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Aí está você

"Tudo que posso dizer é que foi
Encantador te conhecer."

── Enchanted ── Taylor Swift

Rafe era pai solteiro e bissexual com preferências em homens (por quê? Ele se perguntava, as mulheres eram muito melhores) e estava perfeitamente bem com isso (definitivamente não no começo, ele surtou, mas era compreensível)

Ele não tinha um sonho idiota de se casar para dividir as tarefas domésticas, ter alguém para abraçar na cama, ajudar no dever de casa de seus filhos e conversar sobre o dia a dia.

Não. Ele tinha três crianças adoráveis, (Luka estava melhorando com sua impaciência, a última vez que Sam arrumou briga na escola foram a uns seis meses atrás e Nolan parou de deslizar pelo corrimão depois da décima segunda vez que Rafe ameaçou tirar sua chupeta lilás favorita) e por mais que sua vida fosse corrida e exaustiva algumas vezes, tudo valia a pena se seus filhos estivessem felizes.

"Quando você vai namorar, papai?" então, imagine sua surpresa quando, em uma manhã de segunda feira, no meio do café da manhã, seu filho mais novo perguntou, fazendo-o se engasgar com a maçã.

Sam bateu em suas costas, embora tentasse disfarçar o riso, algo que Luka não se deu ao trabalho de fazer.

"Mas que pergunta é essa, Nolan. De onde você tirou isso?" perguntou, uma vez que se recuperou da crise de tosse.

"Titio Alex tem o titio Henry. Titia Lisbon tem o titio Jane. Titia América tem o titio Maxon. Titio Cardan tem a titia Jude. Só você não tem ninguém." olhando para o seu filho em choque, Rafe bebeu um pouco de água para recuperar o dom da fala.

"Eu tenho vocês." essa era a sua resposta automática, e a mais verdadeira.

Ele não queria mais ninguém (ok, ele tinha seus momentos de carência, mas quem é que não tinha? Além do mais, Rafe nunca colocaria alguém novo na vida de seus filhos se não fosse pra ficar, e quem, em Nova York, aceitaria um pai solteiro com três filhos que não tinha muito tempo livre por ser policial)

Ser pai não foi uma escolha, e Rafe nunca ficou tão feliz em toda sua vida pelo universo simplesmente cagar para o que ele queria.

"Não é a mesma coisa." os três disseram ao mesmo tempo e Rafe quase se sentiu como o bandido em vez do policial.

"Vocês são a minha felicidade." Sam sorriu, colocando a mão em seu ombro daquele jeito que fazia quando seu pai dizia algo estúpido, automaticamente recebendo uma palestra.

"Não duvidamos disso, pai, mas você merece alguém, alguém para fazer seu coração acelerar e sorrir das coisas mais bobas." Rafe levantou uma sobrancelha. Quando foi que sua filha parou de pedir carrinhos elétricos para lhe dar conselhos amorosos?

"Esse papo tá muito sério pra essa hora da manhã." suspirou, passando as mãos pelos cabelos. Era diferente ouvir isso de seus filhos ao invés de seus amigos.

"Já está na hora." Luka falou e Rafe entendeu o que ele realmente queria dizer.

Sam o olhou, Luka o olhou, e até Nolan, que tinha os lábios manchados de torta de chocolate, o olhou, fazendo-o se dar por vencido.

"Se." começou, observando enquanto os três comemoravam euforicamente, o que o fez sorrir de lado. "E isso é um grande se, eu começar a procurar alguém e ninguém me interessar, eu vou desistir."

"Não vai." Sam afirmou e Rafe a olhou.

"Com licença, eu sou o adulto aqui." sua filha sorriu inocentemente, deixando sua covinha à mostra.

"Então, o que vai fazer?" Luka roubou sua atenção, bebendo seu achocolatado. "Encontro online? Bar? Balada? Algum conhecido de um amigo?" Rafe piscou, meio tonto com o fato de que isso daria trabalho.

Se ele já estava cansado agora, imagina quando tivesse que conhecer novas pessoas?

"Porr..." evitou xingar. "Não quero mais, desisto." como os diabinhos que eram, seus filhos apenas riram.

"Se eu soubesse que tudo que eu precisava fazer pra você desencalhar era falar com seus filhos, eu já teria conversado com eles há anos." Rafe não queria saber como Cardan sabia disso no instante em que entrou no Departamento de Polícia de Nova York.

"É um alívio que você não tenha todo esse raciocínio." como se ouvisse de longe o assunto, Jude brotou do outro lado de Rafe, que seguia para sua mesa. "Vou apenas ignorar que vocês não combinaram isso." Jude revirou os olhos, ignorando-o.

Toda a cafeína que tinha tomado desde aquela conversa perturbadora sobre encontros não parecia mais suficiente agora.

"Então, eu tenho esse cara que..." Rafe interrompeu Cardan.

"Não." se jogou em sua cadeira, deixando o celular em cima da papelada que tinha que terminar de preencher. Ele estava começando a entender seriamente porque alguns homicídios eram cometidos.

"Você nem me deixou terminar de falar!" Cardan puxou uma cadeira para perto e Jude ficou ao seu lado.

"Não vou sair com nenhum amigo seu." cruzou os braços.

Cardan e Jude eram loucos, seus amigos seriam ainda mais, o que dizia muito sobre si mesmo.

"Quanto preconceito." fingiu estar ofendido.

"Ele tem um ponto, baby." Cardan encarou a esposa como se não pudesse acreditar que ela o traiu, dando de ombros em seguida.

"Tudo bem, eu estava relutante em te apresentar meu melhor amigo mesmo."

"Por que?" a pergunta escapou. Ele tinha ouvido falar do melhor amigo de Cardan a alguns anos, mas nunca tinha o conhecido.

"Não é óbvio? Eu teria que quebrar sua cara se você o magoasse, e eu gosto demais dos seus filhos pra ficar sem ver eles."

"Oh, quanta consideração." ironizou, revirando os olhos quando eles deram um high five.

Uma semana tinha se passado desde que Rafe decidiu procurar alguém e ele solenemente queria matar quase todos com quem saiu até agora.

Por que ele tinha achado uma boa ideia ir a encontros com desconhecidos pela internet? Ele era policial, deveria saber que isso era uma loucura, mas quem disse que isso impediu Jude de criar um perfil para ele em cinco aplicativos diferentes?

Fazia muito tempo, muito mesmo, desde que Rafe tinha ido a um encontro, entretanto, teve casos de uma noite que nunca evoluiram para algo a mais, cortando logo quando algum deles sugeria alguma segunda vez ou um café.

Na terça feira anterior, descobriu que não estava perdendo nada.

Lizzie, a Bartender de 33 anos com quem saiu para uma cafeteria, não sabia falar de outra coisa a não ser do ex namorado.

O engenheiro civil, Mark, de 35 anos, com quem saiu no dia seguinte para um restaurante era um completo idiota. Bonito? Sim, mas um machista que usava frases com duplo sentido o tempo todo.

Rafe pode ou não ter jogado água em suas calças e insinuado altamente que ele tinha se mijado.

"Cria vergonha, Rafe. Foram só dois encontros até agora. Nosso trabalho é lidar com gente muito pior." foi a resposta de Jude quando ele insinuou desistir, marcando um encontro com uma colega sua.

Ela tinha 28 anos, era tatuadora e se chamava Cora, era divertida, bonita, esperta e adorava sorvete de pêssego, pelo que Rafe percebeu quando saíram para tomar sorvete na quinta, entretanto, não houve nenhuma química ou desejo de ambas as partes.

Ele descartou Jason no momento em que ele abriu a boca na doceria.

Era fofo quando seus filhos não paravam de falar, no entanto, em um homem adulto de vinte e sete anos, era insuportável, não importava o quão bem seus músculos ficassem em uma camisa polo apertada.

Rafe deveria saber que uma professora de matemática era ruim, sendo aluno ou não.

Ele tinha que confessar que nunca gostou de ruivas e suas sardas, mas resolveu dar uma chance a Scottie, encontrando-a no parque na sexta.

Ela tinha um sorriso bonito, dentes alinhados e os mais brancos que Rafe já viu. Sua voz calma combinava com sua personalidade e ele a tinha como uma pessoa legal, porém isso mudou rapidamente quando ela descobriu sobre Luka, Sam e Nolan.

Rafe aprendeu duas categorias que as pessoas sem filhos normalmente se enquadravam quando o assunto paternidade surgia na conversa.

Ou eles ignoravam totalmente, mudando de assunto, ou diziam a ele exatamente o que ele deveria fazer como se estivessem proferindo verdades profundas.

Scottie se encaixava na segunda categoria.

Era raro que alguém estivesse disposto a se envolver.

Não que Rafe quisesse isso. Deus. Não. Ele não queria e não deixaria, se isso estivesse em suas mãos, pessoas como essas com quem saiu fazerem parte da vida de seus filhos.

O fim de semana pareceu passar em um piscar de olhos. Rafe aproveitou para ficar em casa, cozinhar com seus filhos, lavar a roupa suja acumulada, maratonar filmes, limpar a casa, comer comidas nada saudáveis e dormir até mais tarde.

A segunda feira chegou em sua porta as sete da manhã, vestida com um pijama do Patolino, cabelos rebeldes e implorando por ovos mexidos com bacon e suco de maracujá.

"Depois o macaco disse: Não, o balão é azul, Julie. Você concorda com ele, Rafe?" Cardan perguntou, ao seu lado no banco de passageiro da viatura.

Eles tinham estacionado depois da última ligação no qual foram chamados, vinte minutos atrás.

Abuso infantil.

Em ligações como essa, (que, infelizmente, aconteciam com mais frequência do que qualquer um poderia imaginar) Cardan sabia que Rafe se perdia em pensamentos sombrios, querendo abraçar seus filhos.

"O que?" Rafe virou a cabeça para ele, a testa fortemente franzida, o maxilar rígido e o olhar duro.

Cardan suspirou. Ele nunca gostou de climas sérios, tentando distrair as desgraças que via com humor, mas agora não era hora pra isso.

"Você quer ver como ela está?"

Dafne, a garota de cinco anos que eles salvaram das mãos do padrasto, tinha agarrado o uniforme de Rafe e não soltado desde que ele a pegou, parando de se afastar depois que ele apontou para o seu uniforme e falou que era igual ao Chase de Patrulha Canina.

"Cão susperior, Rafe, para o resgate." a menina pareceu se acalmar com sua identificação, deixando-o levar para a ambulância.

"Estamos trabalhando." mordeu a língua.

"E é por isso que eu vou ficar no carro, vai dar tudo certo." Rafe bufou, Cardan tentando tranquilizá-lo o aterrorizava mais ainda, mas isso não o impediu de ligar o carro.

O hospital que Dafne foi levada era o mais prestigiado e popular, não apenas na cidade de Nova York. Ele descartou ir na recepção no instante em que notou a fila.

Rafe caminhou pelos corredores, sentindo o nariz coçar com o cheiro químico e a cabeça girar com os corredores idênticos, as paredes brancas, os ladrilhos combinando e um bif, bif, bif constante que estava começando a irritá-lo.

"Ryder, eu te ajudo a não voar mais alto." Chase, Rafe reconheceria seu filhote favorito (com licença, ele é pai) de qualquer distância, latiu. "Rede!"

Ele avançou, virando outro corredor atrás do som quando esbarrou em alguém.

"Foi mal." murmurou, desejando que a pessoa dissesse que não foi nada e seguisse em frente para que ele pudesse...

A linha de raciocínio de Rafe foi cortada, tornando sua mente um espaço em branco no momento em que seus olhos se cruzaram com um homem ridiculamente lindo, que para piorar a situação de Rafe, sorria para ele sem parecer ter noção do efeito que causava.

O homem tinha os cabelos loiros completamente despenteados, não parecendo ver uma escova a dias.

Rafe queria correr os dedos entre os fios e arrumá-los, sentir se eram macios.

Seus olhos eram azuis, pintados de uma inocência quase infantil, o que combinava com as leves sardas que você tinha que olhar bem de perto para ver.

Rafe era cético, mas esse médico (a última coisa que ele notou foi o jaleco) parecia a própria personificação do sol, (sério, era como se alguma luz que não fosse elétrica iluminasse suas mechas loiras) sorrindo docemente para ele.

"Não foi nada." Rafe sentiu sua boca seca, (como? ele estava babando) o redemoinho em seu estômago combinando com os saltos que seu coração resolveu dar.

Mas que porra estava acontecendo com ele?

"Então." Rafe se xingou mentalmente. Por que era mais fácil flertar quando queria apenas sexo? "Você é médico?" perguntou, se sentindo estúpido.

Ele desistiu da ideia de fingir um desmaio pelos motivos óbvios, embora desmaiar de humilhação e vergonha talvez fosse possível.

"Sou." seu sorriso aumentou ao invés de rir de sua pergunta e Rafe nunca quis antes beijar um sorriso quanto agora. "No que posso ajudá-lo, oficial Cameron?" leu o sobrenome em seu uniforme, desde quando ele era tão sexy?

Rafe lambeu os lábios. Tantas coisas.

"Eu e outros policiais fomos chamados para uma ocorrência de abuso infantil e a menina que encontramos foi transferida para cá, pode me ajudar a achar seu quarto?" um reconhecimento passou pelos olhos do médico.

"Ah, você é o Cão Rafe!" ele riu e Rafe ficou sem fôlego.

"Você conheceu Dafne." um sorriso caloroso dominou seus lábios.

"Sim. Ela não parou de falar sobre você desde que chegou. Todas as enfermeiras devem saber quem você é agora." Rafe não sabia se era possível que seu coração pudesse apertar e multiplicar de tamanho ao mesmo tempo, mas foi o que tinha acabado de acontecer.

"Posso vê-la?" por mais que ele quisesse saber mais sobre o aparente Golden Retriever a sua frente, (coisas como: seu número, seu nome, seu status de relacionamento e outras milhões de coisas) precisava ver se Dafne estava bem com seus próprios olhos.

"É claro." Rafe acharia irritante em qualquer outra pessoa ela não parar de sorrir, entretanto, nesse médico, que tinha uma covinha adorável que ele queria beijar, nunca pareceu tão certo. "Acabei de perceber que ainda não me apresentei." ele ergueu a mão. "JJ Maybank." indicou o nome gravado em seu jaleco com a cabeça, como se fosse algo óbvio.

A bolha de nervosismo, adrenalina e paixão no qual Rafe foi puxado não o fez notar.

"Rafe Cameron." foi como entrar em combustão tocar a mão de JJ. Firme e quente.

"Vem, vamos." ele indicou o corredor e Rafe o seguiu, ele o seguiria para qualquer lugar naquele momento.

Rafe voltou para o carro cerca de trinta minutos depois, o lábio inferior entre os dentes enquanto sorria, os pensamentos em um determinado cirurgião pediátrico, (ele tinha descoberto algumas coisas, embora não as coisas que queria) e infectado por algum tipo de calor.

Surpreendentemente, eles não receberam nenhum ligação.

"Você está bem?" Cardan perguntou no instante em que ele se sentou, claramente não esperando ver Rafe assim, se sua sobrancelha levantada fosse alguma indicação.

"Conheci o homem com quem vou me casar." os olhos de Cardan se arregalaram tanto quanto sua boca, sorrindo meio segundo depois e erguendo os braços para o teto do carro como se fosse o céu.

"Finalmente, porra!" gritou.

Então, uma vez que Rafe se tranquilizou por saber que Dafne iria morar com os avós e não para um lar adotivo, abraçou seus filhos, ajudou com o dever de casa de Luka, preparou o jantar, tentou acompanhar as fofocas da escola através de Sam, leu uma história para Nolan e tinha os três dormindo em sua cama, ele se permitiu sonhar com olhos azuis, cachos loiros caóticos e sorriso doce.

Nos últimos dias, Rafe não tinha vergonha em admitir que aparecia no hospital que JJ trabalhava mais do que o necessário.

"Você vai para aquele hospital de novo?" Tereza Lisbon, sua sargento, perguntou quando o viu entrar na ambulância.

"Precisamos pegar o depoimento dele." apontou para o homem desacordado na cama.

O prédio estava cercado de luzes, sirenes, outros oficiais e imprensa.

Alguém avisou sobre tiros e uma mulher foi encontrada morta no décimo quarto andar na sala de estar enquanto o outro estava desmaiado no banheiro, sem ferimentos além de uma concussão na cabeça.

Quem quer que tenha feito isso fez outras vítimas na hora que saiu, provavelmente por impulso.

"Sim, sargento, e isso não tem nada a ver com ele querendo ver aquele médico bonitão de novo." Jude cruzou os braços, sorrindo maliciosamente.

O olhar de Rafe a teria matado se isso fosse possível.

"Por que você só não chama ele pra sair?" Lisbon tinha aquela famosa expressão de quando alguém estava sendo idiota dirigida a Rafe e ele sabia muito bem disso.

"Não é tão fácil. Nossas pequenas interações não mostraram muita coisa. E se ele for um babaca? Vou me matar antes de ter que aguentar outro daqueles encontros."

"Isso e o fato de que, se ele disser não, toda a sua fantasia de contos de fadas vai ser destruida." Cardan apareceu de algum lugar e Rafe odiava que ele estivesse certo.

Os paramédicos do 228 terminaram de examinar os outros feridos, que foram colocados nas ambulâncias que chegaram, e subiram, partindo para o hospital.

Rafe estava do outro lado do corredor quando encontrou JJ, a fresta das persianas de um dos quartos da ala pediátrica o permitiu ver nitidamente.

JJ estava lindo, como sempre.

Rafe o observou por mais um tempo antes de se aproximar, notando o quarto vazio.

Ele bateu na porta e JJ murmurou para ele entrar.

"Oi." os olhos de JJ se desviaram do prontuário médico em suas mãos, o vínculo entre suas sobrancelhas desaparecendo.

"Ei, Rafe." sorriu e Rafe retribuiu, como ele não poderia? "Tudo bem? Você está bem, certo?" examinou Rafe, procurando por algum machucado que pudesse indicar sua vinda.

"Sim, sim, eu estou bem. Não precisa se preocupar." JJ suspirou aliviado e uma sensação calorosa passou por Rafe.

Ele precisava se lembrar que JJ era médico e esse era o seu papel, se preocupar com estranhos, porém uma parte dele, uma parte egoísta e mesquinha queria acreditar que JJ estava preocupado com ele.

"Eu sempre fico preocupado quando vejo você aqui." isso atingiu Rafe como um soco.

É claro. Eles estavam em um hospital. Rafe tinha que parar com isso, parar de agir como a porra de um adolescente com sua primeira paixão e jogar tudo na mesa.

Ele deveria parar de arranjar qualquer desculpa para aparecer e ver JJ. Isso era ridículo. E, porra, ele já tinha idade suficiente para isso.

Embora, em sua defesa, ele não sabia que poderia se apaixonar (ele ainda não tinha coragem de falar isso em voz alta) por alguém que ele nunca conseguiu levar para um encontro.

"Me desculpe." ele aceitaria um soco de verdade agora. Estava surpreso consigo mesmo, essas palavras não faziam parte do seu vocabulário.

JJ balançou a cabeça. "Não, eu gosto." seus olhos se arregalaram, como se não pudesse acreditar no que disse. "C-C-Claro, eu gosto que você esteja aqui porque não está machucado. Eu odiaria te ver como paciente. Prefiro quando você aparece e alegra meu dia."

"Eu alegro seu dia?" JJ balançou a cabeça, parecendo não confiar que diria apenas isso se confirmasse em voz alta.

Rafe, que se sentia nas nuvens com a confissão, achou adorável. Ele notou isso, JJ falava sem parar quando se sentia nervoso, depois se desculpava e encarava o chão como se quisesse que ele o engolisse.

"O sentimento é mútuo." JJ piscou, arriscando um olhar entre os cílios e Rafe foi inundando pela inocência e esperança naqueles grandes olhos azuis.

Rafe não poderia contar nos dedos com quantas pessoas já tinha dormido, e em todos esses anos, nenhum delas conseguiu mexer com ele como JJ fazia.

Essa era a hora. Ele estava mais do que atrasado. Nenhum deles podia continuar fazendo isso (o que quer que isso seja) no hospital. Rafe queria mais.

Ele precisava de mais.

"Você está livre hoje a noite?" apertou os punhos com força, relaxando um pouco ao ver um brilho dominar as orbes de JJ.

"Sim. Sim." balançou a cabeça, parecendo não conter a euforia.

Rafe sorriu, confiante para dar o próximo passo, porém as palavras ficaram presas em sua boca, uma vez que encontrou um anel dourado no dedo anelar esquerdo de JJ.

"Você é casado?!" saiu mais raivoso, decepcionado e triste do que pretendia.

"O que?" JJ inclinou a cabeça para o lado, e Rafe teria achado a visão fofa em outro momento. Ele seguiu os olhos de Rafe para suas mãos. "Porra, não!" um sorriso deslizou por seus lábios, passando a mão no pescoço timidamente. "Eu e minha melhor amiga fizemos uma aposta em um bar ontem de que mais homens iam dar em cima da gente se fossemos casados."

Os ombros de Rafe relaxaram, embora ele tenha erguido uma sobrancelha.

"É surpreende o quanto todos vêem isso como um farol. Fizeram um estudo, sabia? De que uma pessoa de aliança se torna mais atraente para o mesmo sexo ou o sexo oposto. Um dos fatores seria que, se um cara está de aliança, por exemplo, para outras mulheres, inconscientemente, ele presta. Logo, ele se torna atraente."

Rafe piscou, absorvendo tudo com um calor familiar. JJ falava de um jeito que ele realmente queria ouvir, e ele não queria ouvir muitos adultos.

"Por favor, não é como se as pessoas casadas estivessem desesperadas." bufou. "Não que eu possa dizer algo, eu nunca fui casado." se apressou em completar. "Eu quero! Eu quero muito me casar algum dia, mas ainda não tinha encontrado a pessoa certa e... Porra, desculpe, estou falando muito. Normalmente as pessoas me cortam antes. Todo mundo diz que eu falo muito e que as vezes é cansativo." seus olhos não deixaram o chão com o pedido de desculpas.

O sangue de Rafe ferveu, ele queria pegar cada pessoa que reclamou sobre ser cansativo ouvir JJ falar e jogar na cadeia para nunca mais soltar.

JJ merecia que alguém o ouvisse sobre tudo e nada, ele merecia toda a atenção do mundo na opinião de Rafe e ele queria ser esse alguém.

"Não acho." JJ o olhou, esperançoso, surpreso e brilhante. "Eu gosto." era meio mentira e meio verdade.

Ele nunca gostou de pessoas falantes. Era irritante. Exaustivo. Cansativo. Fofo quando eram seus filhos, mas Rafe não queria que JJ calasse a boca igual foi com Jason. Ele queria ouvir tudo o que ele queria falar e mais.

"Todos dizem isso no começo." murmurou baixinho e Rafe não teria escutado se não estivesse tão perto.

No entanto, ele não se importava com a distância entre eles agora (ou a falta dela) , tudo que importava era tirar a expressão amoada do rosto de JJ.

Era estranho, errado, vê-lo assim quando ele sempre estava sorrindo. JJ deveria sorrir sempre.

"Eu tenho três filhos de diferentes idades. Pode apostar, eu sei lidar com tagarelice."

"Você tem três filhos?!" Rafe não era o perfil que JJ considerasse ser pai.

"Eu tenho." sorriu carinhosamente, mostrando seu papel de bloqueio. O posicionamento da câmera mostrava a roda gigante brilhante no fundo, Luka tinha Nolan nas costas e Sam estava aos seus pés.

JJ sentiu seu coração errar uma batida de emoção. "Eles são lindos. Parecem com você, principalmente o mais velho."

Rafe guardou o celular, sentindo-se orgulhoso. "Ouço muito isso, mal sabem todos que a Sabrina e o Nolan aprontam tanto quanto eu quando era criança."

"Como se chama o mais velho?"

"Luka. A mãe disse que significava iluminado, não que eu acredite nisso." JJ assentiu, parecendo desanimado e Rafe rapidamente acrescentou. "Foi uma relação adolescente, inconsequente. Amigos com benefícios. Nenhum deles foi planejado, mas aconteceu, e eu estaria perdido sem eles."

"Ela..." deixou subentendido.

"Sim. Câncer de pulmão." ele não perdeu uma namorada ou uma esposa, ele perdeu sua melhor amiga e ainda tinha cicatrizes por causa disso.

"Sinto muito." JJ o abraçou, se encaixando nos braços de Rafe de como se pertencesse ali.

Rafe envolveu seu pescoço, passando os dedos entre os cabelos da nuca de JJ enquanto se sentia seguro (cuidado) com os braços dele ao redor de sua cintura.

Todos em sua vida sabiam que falar sobre a mãe de seus filhos era um tópico sensível, por isso não tocavam, mas de alguma forma, JJ era capaz de obliterar as paredes que ele construiu, deixando Rafe vulnerável e aberto de uma maneira que ele nunca se sentiu antes.

Com o rosto escondido no pescoço de JJ, Rafe notou que ele não tinha cheiro de hospital, ou o que quer que isso implicasse.

Era levemente doce, não muito enjoativo, lembrava-o de um dia quente no parque, as folhas caindo porque a primavera estava chegando.

Rafe nunca queria parar de sentir esse cheiro.

E, bom, se ele roçou o nariz contra o pescoço de JJ, ninguém precisava saber.

"Pai, você sabia que o sol dá ao oceano a cor azul?" era sábado, por volta do meio dia e eles estavam no carro, indo para um churrasco na casa dos Jane-Lisbon.

"Não, como assim?" Rafe se acostumou com Sam sabendo mais coisas do que se era esperado de uma garotinha de quase oito anos (Deus, Rafe se sentia velho) sobre o mundo aquático.

Ela fazia surf, ele podia imaginar a cara de seu professor com sua quantidade infinita de fatos.

"É óbvio, papai, o mar só reflete a cor azul porque é o resultado do comprimento das ondas da cor do sol, laranja e vermelho, sendo sugado pela superfície, fazendo o comprimento das ondas de cores azuis penetrarem mais fundo, dando lugar a uma tonalidade azul. E porque esses comprimentos de onda podem viajar mais para baixo, o oceano tenderá a parecer mais azul quanto mais baixo você for. Você deve se perguntar, então por que a água em um copo não é azul quando você está sentado ao ar livre? Não existem moléculas suficientes para absorver a luz." ela finalizou com um sorriso, como se não precisasse recuperar o fôlego.

Rafe sorriu orgulhosamente, guardando essa curiosidade entre a "Os ursos-polares são, praticamente, invisíveis pelas câmeras de calor em virtude da eficiente camada de gordura isolante que os protege do frio." de Luka e "Papai, você sabia que a galáxia mais velha tem entre 10 e 13, 6 bilhões de anos?!" de Nolan e a mensagem de "Eu nunca poderia ser uma girafa, elas não têm cordas vocais." de JJ.

Depois do abraço, ele tinha conseguido o número de JJ, perdendo a oportunidade de convidá-lo para um encontro quando o mesmo foi chamado para sala de trauma.

"Ele sabe de nós?" Luka perguntou, tirando seus fones, e, oh, talvez Rafe tivesse mandado uma mensagem a JJ, perguntando se ele queria ir no churrasco na casa de sua chefe. (seus amigos comemoraram)

"Claro que sim, querido."

"E ele não fugiu? Esse é pra casar, pai." Rafe riu, embora tivesse pensado nisso seriamente quando disse para Cardan.

Talvez isso. Um encontro com seus amigos, sua família, fosse demais. Talvez ele estivesse emocionado, (Rafe odiava pessoas assim) mas Alex disse que soube depois do primeiro encontro que era Henry.

June ainda falava sobre a ligação que ele fez para a mãe deles, dizendo: "Conheci o homem com quem vou me casar" Dez anos depois e eles ainda se olhavam como se outro perdurasse as estrelas, então era possível.

Se não desse certo, ele ainda teria três filhos lindos, inteligentes e curiosos com quem aprendia mais do que seu tempo no colegial.

Essas mesmas crianças que, ao pararem na casa de Tereza e Patrick, pularam do carro como se tivessem sido sequestradas.

"Ei." Lisbon os cumprimentou no instante em que entraram, já íntimos para que Rafe precisasse bater na porta. "Oi, crianças." os três a saudaram.

"Oi, Lisbon." ele beijou sua bochecha antes de abraçá-la.

"Meus convidados mais esperados." Alex saiu da área da cozinha, (novidade) ignorando Rafe propositalmente e se abaixando na frente das crianças.

"A casa não é sua, Alex." June e Lisbon falaram ao mesmo tempo e ele as ignorou.

"Estão com fome? Henry está preparando cada delícia."

"Sempre, titio Alex." Nolan respondeu, erguendo os braços como se esperasse ser pego, assim foi feito.

"Esse é o meu garoto." eles deram um high five e Rafe revirou os olhos, abraçando June.

"Jane e Bea estão brincando com as crianças e Max no quintal." ela começou, em sua voz de jornalista e entrelaçando seu braço com o dele enquanto as crianças se espalhavam pela casa (todos seguiram Alex para a cozinha) "Lisbon, Flora, Millie e eu estávamos na churrasqueira, fofocando sobre o barraco de ontem à noite."

"Eu não estava fofocando! Era uma checagem de fatos e troca de informações importantes." Lisbon se defendeu e Rafe riu, parando quando recebeu aquele olhar de sua chefe.

"Continuando, América e Maxon estão na mesa, roubando comida. Nora está tomando sol e se embebedando. Jude e Alex estão mais atrapalhando do que ajudando Henry na cozinha, tadinho."

"Cardan está aqui desde as nove e meia, não sei como ainda não demiti esse garoto." ela disse, audivelmente.

"Por que você me ama!" Cardan gritou, saindo da piscina.

"Menino sonhador."

Rafe foi saudado pela correria de sempre, conversas em cima de conversas, risadas, gritaria, pratos sendo colocados. O cheiro foi o que mais o agradou.

"Charlotte e Davi ainda estão dormindo. Provas." June disse a segunda parte como se fizesse sentido, e, de fato, fez.

Nem um minuto inteiro depois, seus pensamentos caminharam para JJ.

"Seu médico ainda não chegou." Flora se aproximou, entregando-o um copo de Sprite, ele tinha parado com a bebida desde as crianças. "Inclusive, precisamos te contar algo que vai ser muito en..."

Cardan, que tinha ido para a espreguiçadeira, gritou ao olhar para a porta.

E lá, vestindo uma camiseta branca lisa, bermuda moletom preta, boné vermelho para trás e vans, estava JJ, o motivo pelo qual Millie comentou baixinho ao seu lado "Fecha a boca, Cameron, a baba pode escorrer.

Ele nunca o tinha visto em roupas casuais, entretanto, não era uma surpresa que ele ficasse deslumbrante.

"O que você tá fazendo aqui, cara?" Cardan se aproximou e Rafe sentiu a bomba vindo.

"Acho que posso te perguntar a mesma coisa."

"Me diz que vocês não se conhecem, por favor." Rafe se aproximou, tentando disfarçar o sorriso quando JJ o olhou com uma adoração que atingiu todos os neurônios do seu cérebro.

"Isso está divertido." Jane falou, um sorriso travesso em seus lábios. Ele abraçou JJ e Rafe se sentiu tonto com o quanto parecia paternal. "Praticamente todos nós conhecemos o JJ, Rafe. Ele é o melhor amigo de Cardan. E, Cardan, creio eu que você só percebeu agora que é dele que o Rafe tanto fala."

Rafe encarou a grama, achando-a muito interessante enquanto JJ o olhava.

"Puta merda!" Cardan ergueu os braços atrás da cabeça, parecendo atordoado.

"Olha o palavrão." Lisbon o repreendeu. "Você é um agente do caos." Patrick sorriu para a esposa.

As crianças tinham parado de brincar e estavam na mesa, comendo com os adultos enquanto assistiam a cena, até Max, o Golden Retriever, estava sentado.

"Então." Jude surgiu de repente. "Tenho a impressão de que ganhei uma aposta."

Depois de superar o choque inicial com o fato de que todos eles apostaram que seria JJ o médico que Rafe estava interessado, (eles compararam muitas coincidências) tudo voltou ao normal. (ou o normal deles)

Luka, Sam e Nolan apareceram eventualmente, Henry e Alex com eles.

Enquanto a maioria estava em volta da mesa, Rafe e JJ estavam no sofá da área externa.

Os três encararam JJ e Rafe percebeu o sorriso verdadeiro que se estendeu em seu rosto, não perdendo tempo em se aproximar.

"Oi. Eu sou o JJ."

"Sam, Luka, Nolan." a garota apontou para cada um deles, ainda parecendo cautelosa.

Ela não era a única.

"Prazer em conhecê-los. Ouvi muitas coisas incríveis sobre vocês."

"Por exemplo?" Luka ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços, claramente não esperando por uma resposta.

"Ouvi que você, Sam, adora surfar e é muito boa nisso, sabe mais do que todos sobre o oceano e impressionou seus professores com um trabalho sobre orcas."

"Você, Luka, tem uma boa pontaria e detona no arco e flecha. É ótimo com cálculos, mas odeia matemática e poderia falar sobre um livro o dia inteiro."

"E você, Nolan, gosta de aprender sobre cada animal do zoológico, seu favorito sendo as raposas. É muito bom com as tintas e um profissional em cantar as músicas dos filmes da Disney.

Os três se mantiveram em um curto silêncio de três segundos antes de dispararem:

"Você surfa?"

"Você gosta de ler?"

"Qual é o seu animal favorito?"

Rafe não foi o único impressionado.

"Sim, eu amo surfar. Tenho várias fotos das praias que já visitei, você quer ver?" Sam assentiu animadamente. "Luka, por favor, não curse medicina, sua paixão pelos livros irá morrer na primeira aula da faculdade."

"Foi o que aconteceu com você?" JJ sorriu inocentemente.

"Nah. Eu nunca gostei de ler." Luka ficou boquiaberto.

"O meu animal favorito é o golfinho, Nolan. Eles tem sua própria língua, que somente os membros do seu grupo são capazes de entender."

"Sério?! Uau, eu não sabia disso!" ele se virou para Rafe. "Papai, você precisa comprar um livro sobre golfinhos para mim."

"Espera, como você odeia ler e fez medicina, cara?!" Luka se recuperou de seu choque.

"Um antigo amigo me disse que eu nunca passaria. Bom, eu quis testar." ele deu de ombros com naturalidade.

"Eu quero ver as fotos, JJ!" Sam se aproximou, Luka e Nolan fizeram a mesma coisa.

"Eu quero entender essa história."

"Eu quero saber mais sobre os golfinhos!"

JJ sorriu para eles, encontrando Rafe o olhando como se não fosse uma surpresa ele ter se dado bem com seus filhos.

Não era, na verdade, e não por ele ser pediatra, embora isso possa ter facilitado, JJ brilhava naturalmente com as crianças, sorria para elas, instigava sua curiosidade, fazia perguntas e suas respostas faziam as crianças ficarem fascinadas, hipnotizadas.

Ele não era um adulto para elas, ele era um amigo no qual dividiam o mesmo universo na mente.

"Acho que você nunca ficou tão feliz por ter perdido seus filhos." América comentou ao seu lado e Rafe não pôde discordar.

"Obrigado pela carona."

"Não foi nada."

O carro de Rafe tinha dado algum problema no motor e JJ se ofereceu para levá-los em casa.

Eles foram deixados sozinhos depois de alguns choramingos da parte das crianças, nenhum deles querendo se despedir de JJ. (Rafe não estava entre eles, ele não!)

"Eu gostei do churrasco, você precisa vir mais vezes. Meus filhos amaram você." Como não? Rafe se perguntava.

"Você acha mesmo?" JJ perguntou, inocente quanto ao que provocou em Rafe toda vez que o via conversando com um dos três.

"Luka nunca se impressiona com ninguém, ele odeia todos igualmente." JJ riu. "As pessoas não dão muito interesse aos fatos da Sam." disse, a raiva evidente em seu tom de voz. "E eu sei que o Nolan é só uma criança, mas aquele garoto sabe mais do que qualquer um de nós sobre animais."

JJ sorriu calorosamente. "Eles são incríveis, Rafe. Você fez um ótimo trabalho, nunca duvide disso." Rafe mordeu o lábio inferior, assentindo.

Ele tinha suas dúvidas, mas não queria discutir isso com JJ e fazê-lo fugir, percebendo o quão problemático ele era.

"Obrigado." Rafe olhou para o chão antes de fixar seu olhar nos céus dentro das orbes de JJ. "Eu ainda quero te levar em um encontro, só nós desta vez."

"Quando?" perguntou, afobado.

"Quando a sua agenda estiver livre."

"Acho que tenho folga na terça."

"Terça então."

"Terça então." JJ tinha o mesmo sorriso brilhante que Rafe em seus lábios.

"Amanhã é domingo. A Sam nos obriga a ir na praia domingo e ela perguntou se você não gostaria de ir, sabe, pra surfar com ela." Rafe não saberia dizer se JJ sabia que era mentira.

Ele não usava seus filhos assim, (quando usava era pra negar qualquer convite) mas não conseguiu evitar desta vez.

"Eu adoraria, a gente combina tudo pelo celular?" Rafe concordou, se aproximando para se despedir. (embora quisesse permanecer assim por mais um tempo)

Era pra ser um beijo na bochecha, mas JJ acabou virando a cabeça na hora e seus lábios se tocaram.

Rafe não hesitou em aprofundar o beijo, colocando sua língua na boca de JJ e estremecendo com o som que escapou dele.

Em seus sonhos, Rafe imaginou muitas vezes passar a mão por seus cabelos loiros, e ele podia agora, então, em um impulso ritmado, ele tinha suas mãos na nuca de JJ. (seu boné tinha desaparecido)

JJ correspondeu meio segundo depois da surpresa inicial, parecendo ter desejado isso tanto quanto Rafe.

Não era um beijo calmo, eles eram desespero, paixão, paz, alívio, euforia, alegria e adrenalina, tudo em uma mistura de sentimentos.

Os braços de JJ permaneciam na cintura de Rafe, parecendo esperar que ele fosse fugir a qualquer momento e quisesse garantir que isso não aconteceria.

Rafe, que tinha sonhado com isso milhões de vezes, descobriu que era muito melhor do que qualquer sonho. Ele descobriu outra coisa também, que estava tão apaixonado por JJ que chegava a ser ridículo.

Ele chupou a língua de JJ e recebeu uma mordida no lábio de volta, ambos provocando um ao outro com gemidos obscenos e contidos, nenhuma lentidão presente.

Suas bocas estavam vermelhas quando se separaram, (maldito estúpido ar oxigênio necessário) suas testas se uniram e nenhum deles ousou abrir os olhos e quebrar a névoa de magia que tinha se instaurado.

"Isso foi..." Rafe lambeu os lábios.

Esse foi um dos melhores beijos de sua vida, diferente de qualquer outro. Ele não queria apenas isso, beijos e sexo, ele queria programas domésticos, ir no cinema de mãos dadas, dormir e acordar juntos, fazer piquenique, passear no aquário com as crianças. (ok, talvez ele precisasse se conter por alguns dias antes de sugerir tudo isso)

"Sim." JJ ofegou, roçando seus narizes. "Você me deixa louco, Rafe." sussurrou, a testa levemente franzida enquanto olhava para Rafe, que tinha uma das mãos em seu rosto, acariciando sua bochecha.

"Eu? Você não tem noção do que fez comigo."

Não. Rafe não entendia. Talvez um dia ele pudesse. Talvez um dia ele pudesse entender que estava preenchendo o vazio que JJ sempre achou que permaneceria oco.

Desde que foi abandonado em um orfanato, ele queria uma família. (diferente com o passar dos anos)

Uma casa grande com um quintal maior ainda para que seus filhos pudessem correr e brincar com os cachorros, ele queria ensiná-los a andar de skate, a pegar suas primeiras ondas, a se fantasiar para o Halloween e ser chamado de pai todos os dias.

Não sexo com pessoas diferentes que nunca veria de novo, mas algo simples, caseiro e verdadeiro.

E quando ele olhou para Rafe, foi como se uma vozinha no fundo da sua cabeça sussurrasse: Aí está você.

Tudo multiplicou ao descobrir de seus filhos, a quem ele se encantou no momento em que os viu.

Seu coração doeu de uma maneira diferente. Ele quase deixou seu lado médico falar, mas ele sabia, ele sabia que a dor que sentia não era física, era emocional.

Rafe o estava dando a família que ele sempre quis.

Ele não se importava se ainda era muito cedo, ele o esteve procurando por tanto tempo.

Por mais que não quisessem, eles precisavam parar de se beijar para que o outro pudesse ir embora (talvez um dia não mais)

Então, uma vez que Rafe entrou, JJ partiu para casa com o sabor de Rafe nos lábios, um sorriso apaixonado e um sonho.

"Eu gostei dele." Luka disse no momento em que Rafe entrou. (ele não estava suspirando!)

"Ele é incrível!" Nolan continuou, o boné de JJ em sua cabeça.

"Quando vai ser o casamento?" Sam questionou, parecendo muito séria.

"Crianças!" Rafe sorria.


NOTAS DA AUTORA: Me avisem de qualquer erro.

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