Capítulo 1
Olá, querida leitora!
Olá, querido leitor!
Essa é minha primeira fanfic de HP, então por favor comentem bastante e deixem uma ⭐ ao final dos capítulos!
Obrigada e boa leitura!
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PARTE I - PONTO FRACO
28 de maio de 1999
Sirius Black se serviu de uma dose de Firewhisky naquela noite quente. Dois cubos de gelo tilintando na sala silenciosa enquanto levava o copo aos lábios, saboreando a bebida que tanto apreciava. Era uma sexta feira qualquer para o mundo, bruxo e trouxa, mas para o último remanescente masculino da Casa Black, era um dia especial.
Seu primeiro aniversário de liberdade.
Virou o restante da bebida num gole e encheu o copo até a metade novamente. Depositou a garrafa quase vazia de volta no aparador e olhou os outros dois copos diante de si com pesar. Mesmo tendo sobrevivido a toda aquela merda, contra todas as expectativas e probabilidades, Sirius não poderia jamais deixar de desejar que seu melhor amigo e sua melhor amiga estivessem vivos celebrando com ele. A morte de James e Lilian abriu um buraco em sua alma que não cicatrizaria nunca.
- Saúde, amigos. - brindou nos dois copos servidos em homenagem ao casal Potter, virando o seu próprio logo em seguida - Lupin estaria aqui se pudesse, vocês sabem... Mas ter um filhote de um ano de idade não é tarefa fácil. Teddy deixa Remo e Dora de cabelos brancos, literalmente.
Ele riu alegremente, lembrando-se do enérgico bebê filho de seu amigo e de como adorava vê-lo mudar a cor de seus cabelos conforme seu humor. Quando vermelho, Sirius tapava os ouvidos pois certamente o moleque abriria o berreiro em breve. Isso geralmente acontecia quando algum adulto o impedia de fazer coisas estúpidas como comer pedra. Manter um bebê vivo era exasperante para os pais, mas bem divertido para os tios. E Sirius era um tio babão, obviamente.
- De volta ao que interessa. - o bruxo alongou os braços acima da cabeça, sentindo os músculos puxando e esticando - Esses pesos não vão se levantar sozinhos.
Ele retornou ao seu hobby, girando os ombros para relaxar a coluna. Se abaixou sobre seus Kettlebells, apoiando-se e iniciando uma série de flexões contando mentalmente e focando em manter a respiração suave e equilibrada. Não alcançou a vigésima contagem antes de se perder em pensamentos, nostálgico como estava. Continuando seu exercício, Sirius permitiu que sua mente vagasse livremente.
O dia da emboscada no Departamento de Mistérios surgiu num flash de lembrança. Black quase encontrou seu fim ali. Ao verbalizar a última palavra da maldição da morte, sua maldita prima recebeu uma azaração de perna presa de ninguém menos que Hermione Granger. Quando a luz verde cegante começou a sair da varinha de Belatriz, ela foi puxada de cabeça para baixo, e fez com que o raio mortal mudasse sua direção e explodisse aquele estranho e misterioso objeto que o Ministério guardava. Havia escapado por um triz.
Uma gota de suor escorreu de sua nuca , desceu pelo ombro, peitoral e pingou no chão. Sirius franziu a testa e bufou, incomodado. Ele não gostava de pensar naquele maldito dia, pois foi ali que seu tormento começou. E era vergonhoso demais admitir isso. Decidiu trocar de movimento, se levantou e seguiu ao colchonete deitando-se e iniciando sua longa e habitual sequência de abdominais. Sua mente vagou de novo, inadvertidamente de volta nela.
Imediatamente ao final da guerra, Sirius Black foi preso pelo Ministério e ali ficou, nas celas do subsolo, por vinte e seis dias esperando seu julgamento. Ele aguardou pacientemente e com alegria, pois seu amado afilhado Harry estava vivo e lutaria para inocentá-lo. O bastardo das Trevas estava finalmente morto de vez e o mundo seria um lugar melhor agora. Era sua segunda chance, e ele estava grato por isso. Além do mais ele não havia sido enviado para Askaban enquanto aguardava seu julgamento, como fora feito com os Comensais da Morte, então ele supunha que seu tratamento privilegiado era uma boa indicação de que tudo daria certo.
No dia 28 de maio de 1998, suas lembranças foram colhidas e analisadas. Sirius Black foi inocentado de todas as acusações e recebeu um pedido de desculpas publicamente, acompanhado de uma indenização de vinte mil galeões. No mesmo dia ele foi restituído de todos os seus direitos e heranças dos cofres da família e regressou a sua casa ancestral, Grimmauld Place, onde Harry já estava residindo há algum tempo. Ele foi recebido com abraços e tapas nas costas de seu afilhado, e estava prestes a chamá-lo para jantar fora quando sentiu aquele cheiro tão familiar. Morangos silvestres recém colhidos. Baunilha. Jasmim. Oh, totalmente inebriante... Ele podia praticamente sentir suas pupilas se dilatando.
- Bem vindo de volta, Sirius. - uma doce voz feminina anunciou alegremente - É tão bom te ver como um homem livre.
O bruxo soltou Harry e se virou para cumprimentá-la. Hermione Granger estava linda, usando um vestido amarelo que não chegava nem a cobrir seus joelhos, os cabelos soltos e volumosos emoldurando seu rosto delicado e atraente. Oh, duras bolas de Merlim... aquela diaba estava a cada dia mais e mais linda.
- Olá, Hermione. - ele murmurou, mais baixo e grave do que planejou.
Seu timbre a fez arregalar os olhos ligeiramente e Sirius chutou a própria bunda mentalmente por isso. Aquilo já estava passando de todos os limites. Desde que aquela garota havia salvado sua vida, um interesse genuíno brotou em Black, que passou a realmente observar mais atentamente a melhor amiga de seu afilhado. Ele passou de curioso para absolutamente deslumbrado nos poucos anos que vieram em seguida. E parecia estar a beira de fazer papel de ridículo.
Antes ele estava ocupado demais focando em sobrevivência e em salvar Harry e todos o mundo bruxo, então sua atenção em Hermione era um detalhe secundário. Agora... Bem, ele poderia perceber que tinha ido longe demais, se o incômodo apertado em suas calças fosse de algum indicativo.
- Nós já pedimos uma refeição, será entregue pelo Flu em breve. Todos queriam estar aqui para recebê-lo, mas Hermione insistiu que você preferiria uma recepção menor. - ele podia ouvir Harry falando, mas sua atenção permanecia na garota com olhos brilhantes de corça a sua frente - Todos concordaram com isso hoje, mas devo avisá-lo que haverá uma festa amanhã e...
- Harry! - a castanha guinchou - Era surpresa!
- Oh, jura? - seu afilhado passou uma mão nervosa nos cabelos bagunçados - Bem, eu... Não disse que era uma festa para o Sirius, disse?
Hermione revirou os olhos, corada pela gafe de seu amigo. Sirius queria rosnar. Rosnar e cheirar a curva tentadora do pescoço dela. Ele desviou os olhos, decidindo que analisar as teias de aranha nos cantos fosse um comportamento muito mais seguro.
- Você poderia apenas fingir surpresa amanhã, por favor? - ela pediu docemente - Molly fez um inferno para conseguir um cordeiro a tempo de prepará-lo adequadamente para você, já que é seu preferido.
- Sim, desde que Hermione conseguiu antecipar seu julgamento, Molly está maluca preparando essa festa. Estávamos apenas te esperando para celebrar. - anunciou Harry tristemente - Nossas vidas e nossos mortos.
Foi um belo discurso e tal. Ele realmente apreciou a consideração de todos. Mas apenas uma coisa havia chamado sua atenção.
- Antecipar meu julgamento? - teimosamente seus olhos voltaram para ela, vendo-a torcer os dedos em ansiedade.
- Oh, bem... Eles queriam esperar julgar pelo menos metade dos Comensais capturados para então lidar com você. O que era um completo absurdo, já que o seu caso estava praticamente pronto e tudo o que precisavam fazer era analisar suas memórias. Eu apenas sugeri ao ministro Shacklebolt que você foi tão vital para a guerra quanto todos nós e que o lugar de um herói não era na prisão. - os olhos da garota vagaram entre ele e Harry ao seu lado, e ela deu de ombros - Não foi nada de mais.
O que ele poderia, pelo amor de Merlim, sequer pensar em dizer agora? Porra, foda-se! Sirius nunca foi de conter seus instintos em sua juventude. Principalmente agora depois de tantos anos enjaulado, seguido de anos escondendo-se a maior parte do tempo em sua forma animago, e sobreviver a uma segunda guerra sangrenta. Sirius Black era puramente instinto animal selvagem, mas não poderia jamais ceder perto dela.
- Eu... - tossiu levemente para tirar a luxúria de seu tom de voz - Não sei como posso agradecer, Hermione. Obrigado.
- Você pode me agradecer permitindo que eu more aqui por algum tempo. - ela cruzou os braços e lhe lançou um sorriso maroto.
Ele perdeu o fôlego, deitando-se de vez no colchonete. Oh, a época em que eles dividiram o teto foi uma doce tortura para Sirius. Um sorriso curvou seus lábios sem que ele percebesse, enquanto recordava os detalhes proibidos. Vê-la de manhã preparar o café, vestindo apenas a camiseta daquele namorado idiota dela. Ler com ela na biblioteca era uma de suas maneiras preferidas de passar o tempo, também. Hermione sempre trazia dois volumes de ótimos livros de mistério para eles, que faziam apostas sobre quem descobriria o culpado primeiro. Hermione sempre ganhava, mas Sirius só permitia isso porque o sorriso que ela lhe dava ao vencer era esplêndido e iluminava cada cantinho obscuro de seu coração.
- Você está me deixando ganhar, não é? - ela perguntou uma vez.
Sirius a encarou da poltrona, observando-a esparramada no sofá a sua frente. Ela vestia uma calça jeans trouxa e camiseta de gatinhos azul claro. Os cachos domados num rabo de cavalo. Tudo nela gritava pureza, juventude e inexperiência. Ela era água fresca e ele um bruxo sedento. As vezes se sentia sujo por ter tantos pensamentos pecaminosos e pervertidos com a melhor amiga de seu afilhado, mas Sirius realmente não sabia como fazê-los parar. Já tentara expurgar seu desejo com punhetas violentas e sexo com estranhas, mas nada fazia desejá-la menos.
- Talvez quem esteja ganhando seja eu. - respondeu baixo e lentamente, e lhe lançou uma piscada.
Os olhos de corça dela se arregalaram deliciosamente, e aquele tom rosado que ele adorava tingiu as bochechas macias. Quando envergonhada, Hermione era ainda mais apetitosa.
- Mas que bosta de dragão! - ele uivou, saindo do colchonete ensopado de seu suor.
Sirius caminhou de volta ao aparador, pegou sua varinha e encheu um novo copo com água fresca, que tomou em rápidos goles.
- James, eu me envergonho. - confessou ao amigo - Como não poderia? A garota tem metade da minha idade! Mas você deve admitir que tenho sido extremamente forte. Conviver com meu ponto fraco aqueles três meses quase me deixou insano.
Sirius pegou uma toalha branca no armário ao lado e secou o rosto, o pescoço e o peitoral. Respirou fundo e deitou a cabeça para trás, concentrando-se. Ele estava duro. Pronto para foder alguém, mas só havia uma boceta que ele queria entrar. Uma bocetinha linda, de ouro, que pertencia a outra pessoa. Ele não ofereceria mais suas punhetas a Hermione. Estava farto disso, humilhado. O bruxo havia se recuperado dos maus tratos de Azkaban. Em menos de seis meses Sirius Black comemoraria seu aniversário de quarenta anos, e jamais antes ele esteve em tão boa forma. Ele se exercitava diariamente, então estava esculpindo seu corpo já magro com algum resquício do porte atlético que teve na juventude. Seus cabelos negros estavam hidratados e brilhantes, alcançando os ombros, agora contidos num rabo de cavalo baixo. Uma dieta adequada e nutritiva havia melhorado sua pele, e não parecia mais tão sugado e maltrapilho. Ele até havia saído numa das edições recentes daquela revista ridícula, Witch Weekly, sendo citado como um solteiro cobiçado.
- Acho que finalmente está na hora, James. - ele pegou a garrafa e bebeu direto no bico - Vou arrumar um encontro e namorar sério. É isso, eu vou. Uma bruxa loira, de cabelos lisos. Curtos. Sim. Que odeie ler e que seja burra como uma porta. Esse é o meu novo tipo.
Guardou a garrafa novamente e seguiu até a barra pendurada no teto. Deu um pulo e a alcançou, iniciando mais uma onda de exercícios vigorosos. Mas agora com o pensamento dominado, sob curtas rédeas. Hermione Granger estava namorando Ronald Wesley desde o fim da guerra. O relacionamento deles já tinha completado seu primeiro ano. Claro que aquele ruivo cabeça oca não a merecia, mas ele duvidava que existisse alguém que de fato se equipararia a ela. Porra, talvez Harry? Mas Sirius preferiria arrancar seus olhos do que ver o dia em que seu afilhado e a mulher que mais desejava estivessem juntos como um casal. Isso seria demais para ele suportar.
Desde que ela se mudou, alguns dias antes de regressar a Hogwarts para cursar o sétimo ano adequadamente, ele se sentia mais no controle de si. Aprendera a conviver com a constante excitação e os pensamentos se virando para ela. Mas agora estava decidido a se esforçar realmente para superar essa atração de mão única. Assim, quando chegasse o dia em que fosse obrigado a comparecer no casamento de Hermione e Ronald, ele poderia ir sem desconforto e ranger de dentes. Talvez até levasse uma acompanhante. Com sorte ele poderia encontrar uma bruxa legal e ser feliz com alguma mulher mais acessível para alguém de sua idade. Talvez...
Um barulho alto no andar de cima lhe puxou de suas divagações. Um caquético de fato, aos trinta e nove anos. Ele soltou a barra e caiu no chão num baque surdo. Será que o que ouviu era o Flu acionando, trazendo o jantar que havia encomendado? Sirius subiu as escadas, saindo do porão em direção ao térreo e logo percebeu que o barulho que ouvira não havia sido o Flu, mas sim a porta da frente que estava sendo esmurrada por uma pessoa claramente impaciente. Uma espiada no relógio lhe mostrou que era tarde demais para visitas sociais. Já passava das dez da noite, e seu coração acelerou com a iminência de uma notícia ruim chegando.
Sem cerimônias, pois Sirius não era conhecido por sua paciência, o bruxo abriu a porta principal de Grimmauld Place, número 12. E congelou imediatamente. Apenas duas explicações plausíveis para a cena diante dele circulavam em sua mente: ou havia dormido no colchonete, ou tomado Firewhisky demais.
Em sua experiência pessoal, o segundo tinha uma chance maior.
- Boa noite, Sirius. - Hermione Granger cumprimentou. Ele permaneceu em silêncio, os olhos cinzentos atentos passeando por todo seu rosto - Posso entrar?
Isso era um sonho, porra? Deveria ser. Mas então por que diabos ela estava chorando em sua porta e não quicando no seu pau?
- Harry não está. - anunciou abruptamente.
Hermione franziu as sobrancelhas e fungou, limpando uma lágrima perdida em sua face.
- Eu pensei que ele iria retornar amanhã. Me enganei quanto as datas?
Droga, droga, droga, maldição... Ele estava duro, ela estava chorando, aqueles olhos redondos de corça brilhando. Sirius era um homem mal, muito mal. Mas não a ponto de mandá-la embora assim.
- Não, na verdade. Uma coruja chegou mais cedo, convocando Harry para um caso ou algo assim. - deu de ombros e colocou as mãos nos bolsos da calça de moletom - Suponho que ser um estagiário Auror implica em estar disponível conforme as necessidades se apresentem, independentemente de seus dias de folga.
Ele notou que Hermione observou o movimento das mãos dele. Depois ela observou seus pés descalços e em seguida o abdomem nu. Então num movimento rápido colou seus olhos nos dele. Com uma pontada no peito ele percebeu que os castanhos dela estavam envoltos em vermelho. Aparentemente algo a havia feito chorar por algumas horas.
- Você vai me deixar entrar ou não? - ela bateu a varinha na perna, fazendo o tecido fino do vestido vermelho balançar.
- Você não deveria estar em Hogwarts?
- A diretora Macgonagall me permite passar os finais de semana fora da escola, e você sabe disso. - as lágrimas estavam secando, ele percebeu, pois a expressão dela estava rapidamente mudando de em prantos para bem irritada. Até que, num segundo, ela arregalou os olhos e deu um passo para trás - Oh, Merlim! Me desculpe, Sirius!
- O quê? - ele franziu as sobrancelhas grossas, absolutamente confuso com essa noite estranha.
- Eu não pensei que você estaria acompanhado. - seu rosto alcançou um tom tão rubro quanto do vestido que usava - Mas é claro que está, é noite de sexta feira. Me desculpe, eu... Vou embora. Sinto muito.
Ah, mas não vai mesmo. Sirius estava a cada maldito e tortuoso segundo mais intrigado com a presença de Hermione em sua casa. Uma Hermione tão bem vestida e chorosa. Ela havia se virado, rapidamente fugindo dele. Sirius deu um passo largo para fora de sua casa e se esticou para alcancá-la. Pegou seu pulso com firmeza e a trouxe de volta para perto de si.
- Eu não estou acompanhando. Apenas surpreso. - lhe ofereceu um meio sorriso - Você é sempre bem vinda para entrar.
Hermione piscou atordoada, arfando, e foi apenas então que Sirius percebeu que a proximidade entre eles não estava nos padrões amigáveis, mais sim bem mais íntimos. Os seios pequenos e redondos dela quase tocavam a pele de seu peitoral nu. Como se levasse um choque, o bruxo a soltou abruptamente e se afastou, retornando para seu lugar no batente da porta. Ele tossiu, sem saber direito o que fazer. Respirou fundo e buscou o bom anfitrião adormecido dentro de si. Essa noite não se tratava dele ou de seus sonhos secretos e pervertidos. A melhor amiga de Harry, a mulher que salvou sua vida tantos anos atrás, apareceu em sua porta buscando um amigo, e dessa vez era o que Black seria para ela diante de seu momento de necessidade. Ele iria ajudá-la no que quer que fosse, seria o que ela precisasse. Era o mínimo que poderia fazer por Hermione. Sirius deu um passo para dentro do hall de entrada, segurando a porta aberta para ela, e a convidou silenciosamente apontando com a mão livre. Hermione ainda segurava o pulso que Sirius havia pego momentos antes, as sobrancelhas franzidas, o rosto corado. Ela olhou para o corredor aberto analisando o convite e depois para o bruxo alto e semi nu que a aguardava.
- Você vem? - ele chamou mais uma vez.
Ela respirou fundo, acenou a cabeça levemente, e abaixou os braços de volta aos lados de seu corpo. Sirius percebeu que ela firmou a mão no cabo da varinha e endireitou a postura, ficando ereta. Ele havia visto Hermione Granger tão tensa como estava agora, apenas algumas vezes em sua vida. Sempre antes de uma batalha. Quando ela passou por ele ao entrar em sua casa, o aroma inconfundível que o fazia perder a compostura o invadiu. Sirius fechou os olhos e suspirou, deliciado. Morangos silvestres, baunilha e jasmim. Ele quase podia sentir o sabor em sua língua, sobrepujando o ardor do Firewhisky. Os passos delicados dos saltos que a bruxa usava cessaram. Ela o aguardava no corredor. Ainda de olhos fechados, Sirius sentiu um gelo invadir seu peito com uma percepção alarmante. Harry não chegaria nas próximas horas, nem sequer nos próximos dias. Black apertou ainda mais os olhos e soltou um gemido resignado, enquanto considerava se deveria mudar de cidade. De continente, talvez?
- Você vem? - ela devolveu a pergunta, chamando-o como o canto de uma sereia.
Oh, merda. Apenas coloque uma coleira em mim de uma vez e me leve para onde você quiser, baby. Entre suas pernas é um bom lugar para começar.
Sirius balançou a cabeça, espantando seus pensamentos já descontrolados. Se soubesse que passaria por tamanha provação nesse noite anteriormente tão agradável, ele certamente não teria se permitido beber quase uma garrafa de Firewhisky. Ele abriu os olhos, se virou para encarar aquela bruxa de frente e entrou. Sem usar varinha e sem dizer os feitiços em voz alta, Sirius fechou as portas e lançou algumas proteções extras. Silenciador, repelente de visitas. E ele também selou o Flu.
Era uma armadilha, ele percebeu tardiamente enquanto se encaravam num silêncio pesado e carregado quando se viram pela primeira vez total e irrevogavelmente sozinhos. Era uma armadilha, entretanto ele não saberia dizer qual deles a montou.
Enfim sós, boneca... Ele pensou. Agora era só ele e seu ponto fraco. Seu ponto fraco num lindo vestido vermelho grifinória. Vestida como um presente de valor inestimável, que ele estava louco para desembrulhar.
Com os dentes. Com sua língua. Com seu pau que permanecia alerta, pulsando em antecipação pela promessa que sonhou vislumbrar no fundo daqueles olhos castanhos.
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