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Capítulo 2

Era como emergir de um local calmo, onde tudo era calado e calor emanava por todas as partes, um calor tépido, agradável. Estava sobre um colchão que poderia dizer que eram nuvens fofinhas ou milhões de pétalas de dente-de-leão, como descritas nos livros de fantasia. O corpo pesado demais, mal conseguia abrir os olhos, mas sua barriga dizia que já havia passado da hora do almoço, um conflito de interesse surgiu no mesmo instante. Continuar no momento mais confortável que tivera em em tempo ou atender ao chamado de seu estômago vazio?

Um longo respirar saiu, tirando todo ar de seus pulmões. Do que adiantaria se manter ali e não conseguir se concentrar por conta da fome?

Seus olhos se abriram naturalmente, visualizando um teto branco como folha de papel limpa, com detalhes de gesso nas bordas. Aquela não era sua casa, mas também não era um hospital. Onde estava e como foi parar ali? As questões começaram a girar em sua mente tão rápido que sua cabeça começou a doer. A última coisa que se lembrava era de sair do parque e seguir para o jardim comunitário, no caminho de sua casa, mas não se lembrava de nada depois do vermelho borrado do semáforo.

Qual era a probabilidade de ter desmaiado no meio da rua e sido atropelado? Poderia estar desacordado em alguma maca de um hospital qualquer ou ainda sobre o asfalto, ou, quem sabe, poderia estar morto. O paraíso poderia se parecer com uma casa bonita. Mas de todos os dias do ano precisava ser logo aquele?

À medida que pensava, a frustração dentro de si crescia, cada história que surgia em sua mente o deixava mais cabisbaixo e preocupado. Se ele se considerava uma pessoa de azar, aquilo lhe dera certeza.

- Você parece confuso. - a voz conhecida soou a alguns metros. - Não você não está em um hospital, muito menos em casa. Mas acho que já chegou a essa conclusão.

Antes que o garoto Price pudesse continuar, Jamie chegou atrás dele e apenas tocou o braço dele, o fazendo ficar calado com a cara amarrada. Jack olhou curioso. O homem tinha muito poder sobre ele, era impressionante como conseguia fazer aquela língua afiada ficar guardada na boca, longe de ferir alguém.

- Como está se sentindo? - perguntou Jamie se aproximando com uma bandeja. O cheiro era magnífico e estava com um vapor chamativo, como pratos de comerciais. Seu estômago reclamou baixinho.

- Bem, obrigado. Como vim parar aqui?

- Depois. - disse calmo. - Primeiro você deveria comer, está muito fraco e os remédios que lhe dei são fortes para o estômago vazio.

Ele não conseguia recusar, seu estômago falaria por si mesmo se não enfiasse algo nele logo. Assentindo, ele se sentou para conseguir apoiar a bandeja em uma almofada e agradeceu aos deuses por estar ali, o caldo espesso era divino. Os temperos faziam sua boca produzir saliva e o efeito da comida em seu corpo era revigorante. Batata, frango, tomate e algumas verduras, pensou enquanto comia. O tipo de comida que davam para os doentes.

Ele não estava morto, longe disso. Mas o olhar de Price do outro lado do quarto sugeria que ele poderia mudar aquilo mais rápido do que ele imaginava. Numa tentativa falha de amizade, ele meneou a cabeça e apontou para a grande xícara de caldo, perguntando silenciosamente se ele queria; em resposta teve o revirar de olhos e a saída enfurecida dele. Um total fracasso. Estava frustrado pela segunda vez naquele dia.

Por outro lado, Jamie parecia se divertir, estava com um sorriso brincando em seu rosto com uma expressão leve. Os cabelos castanhos claros e os olhos na mesma tonalidade pareciam passar algo calmo, uma plenitude estranhamente confortável. Formal demais para ser algum tipo de babá - além do fato do garoto ser velho demais para algo assim - e fazia coisas demais para ser chefe ou mesmo dono do local. O que ele era afinal?

Jack preferiu terminar de comer a solucionar o mistério, a comida era sua prioridade no momento.

- Não fique retraído com Andrew - então seu nome era Andrew e ele poderia chamá-lo livremente pele primeiro nome. -, ele ficou preocupado com você. Foi ele quem o encontrou desacordado no chão. Você estava muito pálido.

O que o chocava mais ele não sabia. O fato do garoto ter o encontrado lá ou o fato dele se preocupar, qual poderia ser mais improvável? Seu cenho franziu e ele olhou diretamente para o homem à sua frente.

- E como exatamente ele chegou lá?

- Ele não é o tipo de pessoa que aceita um não como resposta e deixa por isso mesmo. Apesar de jovem, o jovem patrão tem um gênio bem forte e pode ser irredutível. Ele saiu correndo te procurando para lhe entregar o que não aceitou.

Jovem mestre. Correu te procurando. Sua mente estava com um nó, não conseguia processar tanta coisa de uma vez. Se ele pedisse para voltar a dormir seria algum abuso de boa vontade? Porque era exatamente o que sua mente e seu corpo pediam - imploravam. Limitou-se apenas a terminar a refeição em silêncio, enquanto tentava fugir dos pensamentos que brotavam em sua mente em uma velocidade maior do que conseguia lidar.

Não era surpresa que em poucos minutos não restava rastro algum do caldo, e ele não se preocupou muito com isso pois não conseguia deixar de reparar nos detalhes que não havia reparado no quarto. Jamie havia saído para levar a louça suja e lhe trazer uma muda de roupas novas, para que ele pudesse tomar um banho. Outra coisa que não havia reparado em si: estava imundo depois de tudo aquilo. Ele esperava do fundo da alma que não tivesse manchado os lençóis finos com a sujeira grossa da rua, com a terra escura do parque ou pior, sangue - dele ou dos garotos.

Foi instintivo afundar a cabeça no travesseiro macio e se encolher na cama enorme. Caberia quantos dele ali?

Após pegar a muda de roupas - com muita relutância - ele foi direcionado até o banheiro do quarto, tão grande e limpo, muito maior que o projeto de sala de seu pequeno apartamento. Seus pensamentos fugiram de sua mente quando a água quente tocou sua pele clara, deixando vermelhos visíveis. A ideia de ser masoquista não passou longe, com a irritação dolorosa da água sendo tão reconfortante. Nunca havia tomado um banho de banheira, nunca havia tomado um banho tão quente e perfumado quanto aquele e provavelmente nunca mais tomaria novamente. Ele aproveitaria cada segundo, mesmo que lhe doesse um pouco.

Devidamente vestido com vestes finas, negras com detalhes púrpura, ele sai com suas roupas velhas nas mãos, carregando-as com o cuidado que teria com as mesmas que estava vestindo. Seu olhar pousou no espelho grande, refletindo a imagem de um garoto que parecia com ele, mas ao mesmo tempo não se parecia - não com aquelas roupas. Sua mão acariciou o tecido gasto e bufento do moletom que era tão seu que chegava a carregar parte de sua alma.

- Você deveria jogá-lo fora. - a voz de Andrew soou atrás dele. - Está menor do que deveria e muito gasto, não me surpreende que esteja doente, aquilo não aquecia nada.

Desta vez não conseguiu controlar o olhar levemente irritadiço e a pressão exagerada na mandíbula. Seus dedos pressionaram o blusão com força, chamando a atenção do Price para o garoto.

- Não vou jogar nada fora. - sua voz soou dura, surpreendendo ele mesmo. - Ele... é especial. Não posso e não vou me desfazer dele.

A sobrancelha dele arqueou no mesmo momento em que se apoiou no canto da porta, cruzando os braços com aquele olhar de superioridade. Olhos nublados, como se estivesse perdido em algum lugar longe o bastante para não retornar.

- Você quem sabe. - dá os ombros. - Jamie está preparando o carro, disse para te chamar. Vamos te levar para casa.

Seus olhos piscaram com a surpresa e então percebeu que o sol já estava baixo, havia passado mais tempo do que imaginou ali.O tempo em que estava inconsciente, a comida, o banho, o tempo em que passou perdido em seus devaneios sobre tudo. O local, Jamie, Andrew, o dia. Sua mãe estaria em casa mais cedo hoje, deve estar preocupada a esta altura.

Poderia ir embora sozinho, ele sabia, mas os outros dois também sabiam disso, isso não significa que eles deixariam. Não precisava de muito para entender que o garoto a sua frente não aceitava um não como resposta, e de qualquer forma, o homem também não aceitaria, não nas circunstâncias atuais. Dessa vez ele não tinha a opção de recusar, era uma beco sem saída.

Sua cabeça fez um leve movimento afirmativo e seguiu os passos do garoto Price, que andava sem dificuldade no labirinto enorme que era aquela casa. Não, não era uma casa. Grande demais, cômodos demais. Uma mansão. Seus olhos arregalaram quando chegou a conclusão óbvia. O sobrenome familiar vinha da maior indústria farmacêutica do país, criada por um casal jovem há anos atrás: Um médico e uma biomédica.

Price.

Chocado demais, guardou para si mesmo o que passava por sua mente, aproveitando o passeio de carro depois de informar o endereço de onde morava. A paisagem estava pintada com o negro dos prédios e arvores contra a luz vermelho-alaranajdo do pôr do sol, as ruas estavam cheias de crianças e adultos fantasiados com diversos temas. As risadas ecoavam por toda parte, pareciam estar felizes, se divertindo. Jack sentiu inveja, mas não admitiria isso, então apenas sorriu e deixou seu coração afundar no peito como chumbo no afunda no mar.

Andy parecia compartilhar do mesmo sentimento, mas diferente do loiro a seu lado, o sentimento vem de uma maneira diferente: o olhar de tédio e desprezo para o que via através do vidro, a língua afiada que não conhecia o pudor.

- Idiotas desocupados. - disse baixo, deixando as palavras pairarem entre ele e Jack.

Os minutos seguintes foram resumidos ao silêncio no carro e a comemoração na rua. Para a sorte de todos ali, a casa não era tão longe, não passando de trinta minutos de carro. Ao entrarem no bairro pobre, escuro, sujo, Andrew encolheu-se um pouco no banco de couro, com uma expressão estranha o suficiente para perceber que ele mesmo não sabia o que estava sentindo. Nojo, medo, descrença, dúvidas, pena, talvez.

O veículo parou na frente de um dos diversos prédios de blocos laranjas que compunham a vizinhança. Andy o olhou, Jack soltou um suspiro e se virou para o garoto e depois para Jamie, ao volante.

- Obrigado. - disse com facilidade. Estava realmente grato, seus olhos não mentiam. - Como faço para devolver a roupa que me emprestou?

A pergunta pegou Price de surpresa, o fazendo recuar um pouco. O homem via a cena pelo retrovisor achando graça, como se esperasse o questionamento e a reação imediata do garoto que não estava acostumado. Andy balançou a cabeça negativamente com os olhos fechados, evitando olhar para os olhos verdes brilhantes. Era uma criança, só elas eram capazes de possuir tal brilho e ainda assim algumas os tinham arrancados de si.

- Não é preciso, ela é sua.

- Mas...

- Apenas aceite, Cooper.

Sem mais palavras, o loiro apenas sorri com as bochechas coradas em gratidão e acena para o carro enquanto ele vai se distanciando na rua, indo para a avenida movimentada.

Os becos banhados pelo vermelho-laranja chamavam a atenção de Andy conforme pensava em cada coisa que poderia ter acontecido ali, em cada possível crime, cada gota de sangue inocente ou sujo que poderia ter sido derramado, cada corpo que passou ali desacordado por conta de drogas; cada casal de amantes que usaram as paredes ásperas como apoio. Muitas possibilidades.

O ranger dos degraus de madeira velha do prédio significava que estava em casa, isso trazia certo acalento para o coração de Jack, estar em algum lugar que conhecia e se reconhecia nele. Aquele lugar, a mansão Price, ela o fazia se sentir tão longe de sua realidade que o incomodava.

O molho de chave tilintou em suas mãos antes de chegar a porta, atraindo a atenção de outra pessoa, sua vizinha mais antiga, a avó que nunca havia tido. Zuzu era uma senhora baixa, robusta que aparentava ter dez anos a menos que realmente tinha, sempre usando estampas e cores chamativas, sempre trazendo o cheiro de especiarias consigo. Seu sorriso branco brilhava como a pele negra sob a luz sépia, isso sempre chamava sua atenção, a beleza nos detalhes pequenos.

- Onde estava, menino? - sua mão na cintura e outra com uma tigela eram as coisas mais características que poderia associar a ela, coisas que fazia desde que ele era uma criança pequena.

- Aconteceu imprevistos e cheguei mais tarde do que esperava.

Seu olhar analítico não deixava nada passar, nenhuma mentira ou brincadeira. Zuzu sempre sabia de tudo o que acontecia na vida dele, era uma das únicas e continuaria assim.

- Pra dentro, agora.

O suspiro saia involuntariamente enquanto entravam no pequeno apartamento, confortável o bastante para duas pessoas. O cheiro de mofo não incomodava tanto, mas a bagunça de objetos e roupas de sua mãe, sim. Aquilo indicava que ela passou por ali, mas não estava mais. Rápida e destruidora, o furacão Kate.

Havia um bilhete grudado com imã na geladeira, a letra grossa e arredondada não falhava em mostrar a que pertencia.

Desculpe, docinho, precisei sair para trabalhar. Volto no final do fim de semana.
Não se irrite ou se preocupe comigo, está bem?
Aproveite seu dia, só se faz 13 anos uma vez na vida!

Com amor,
Mamãe.

Algo havia quebrado naquele momento, mas nada visíveis os olhos, apenas se olhasse com a sensibilidade necessária e dirigisse sua atenção diretamente para os olhos verdes, agora escurecidos pela dor. Ela havia prometido que passaria com ele. As promessas que saiam da boca de Katherine pareciam mais vazias a cada ano, dando lugar ao frio da solidão. Mas não era hora de desabar, não com Zuzu ali o observando com cuidado.

Seu olhar passou para a mesa, onde um embrulho desajeitado estava lhe esperando e pelo formato ele já sabia o que era. Agora a culpa lhe tomava. O frio da solidão foi lavado pela sensação ardente e densa como lava, descendo quente por sua garganta e caindo como pedra no fundo do seu estômago. A vida era mar e ele estava afundando.

A revista em quadrinhos rara estava plastificada e ele sabia que não poderia abri-la agora, não queria molha-la, não poderia estragá-la. Havia muito sacrifício envolvido.

- Como ela pode pensar que eu preferiria ganhar isso ao em vez dela aqui comigo? - sua voz saiu esganiçada conforme tentava conter o às lágrimas. - Eu a queria aqui, em segurança. Eu só queria minha mãe comigo!

A senhora o olhava com a feição severa partida, não conseguia a manter naquelas circunstâncias. Ele era uma criança, afinal. Uma criança forte, mas ainda uma criança e queria mais do que tudo a mãe a seu lado. Tudo o que ela poderia fazer no momento era abraçá-lo e lhe dar o máximo de conforto que poderia lhe proporcionar. Ela o vira crescer e se tornar a criança que ela imaginou que ele se tornaria, até melhor; o coração bom e as atitudes condizentes com ele.

- Apenas fique grato, menino. Ela fez o que fez para ver um sorriso no seu rosto e não lágrimas.

Não era mentira, mas não significava que a dor dele não devesse ser menor por isso, seus motivos e preocupações eram genuínos e isso era o que mais a preocupava. Não havia pessoas erradas naquela situação, apenas um grande conflito complexo demais com muita culpa envolvida.

- Eu sou grato, Zuzu. Eu sou... todos os dias. - disse entre os soluços.

- Então demonstre isso. Enxugue essas lágrimas, sopre a vela e faça um pedido, Jack. O universo escuta aqueles de coração bom, de certo lhe dará um presente.

O cupcake de chocolate com glacê amarelo brilhava sob a luz da pequena vela, uma cena muito bonita vista pelo filtro dos últimos raios de luz do crepúsculo, agora num vermelho intenso. Seus olhos se fecharam com força e de todo coração ele desejou que tudo melhorasse, que sua mãe vivesse feliz até o fim e ele tivesse o mesmo, mesmo que por um tempo - só queria sentir como se sentia no passado. A vela se apagou com um sopro e seu corpo todo se arrepiou.

Jack imaginava se aquilo poderia acontecer de verdade, se de alguma forma algo ou alguém escutasse sua pequena súplica, algo tão insignificante a tantas outras espalhadas por aí. Zuzu apenas sorriu lhe desejando um feliz aniversário antes de se virar para a porta e ver que não estavam sozinhos ali.

- Quem é você e o que quer aqui? - a voz soava dura e afiada como uma lâmina de prata.

Com um sorriso desconcertado, Jamie dá um passo à frente, colocando a mão perto do peito e fazendo uma pequena reverência. Atrás dele, com um olhar desconfiado, estava Andrew agarrado com uma coisa desbotada - o moletom, ele devia tê-lo deixado no carro sem querer. Sem saber o que fazer, Jack apenas sorri para os dois, torcendo para que as lágrimas não tivessem deixado marcas em seu rosto.

Essa foi a primeira vez em que Andy o viu sorrir daquela maneira, pois mesmo com um sorriso largo esboçado com facilidade, seus olhos estavam tristes e escurecidos por algo que ele conhecia tão bem. Seu sorriso não chegava a seus olhos, não, tudo estava envolto em sombras.

- Perdão pela intromissão, Jack...

- Você esqueceu isso no carro. - interrompeu Price, passando por Jamie e adentrando a casa. - Ia jogá-lo fora, mas Jamie insistiu em devolvê-lo.

Seus dedos estavam trêmulos, mas não hesitou em pegar o que o pertencia e se culpou por tê-lo esquecido e sequer notou sua falta até vê-lo nas mãos do garoto. Mesmo assim estava aliviado por estar tocando-o novamente.

- Obrigado. - disse com sinceridade.

- Quem são eles, Jack? - Zuzu não parecia feliz, seus braços cruzados e o pé inquieto indicavam isso e aquilo poderia ser preocupante dependendo do rumo que tudo tomaria. Talvez ele morreria ali mesmo se ela soubesse que ele havia desmaiado na rua por estar doente.

- A-ah! Ele é um amigo que fiz no parque hoje, Zuzu! Acabou que eu caí e Jamie cuidou dos meus ferimentos, nada com que se preocupar.

- Você foi para casa de estranhos, Jackson Cooper!?

Seria de certo seu fim.

- Café! - exclamou correndo para os armários. - Vamos todos tomar café. Está um ótimo clima para café, não acham?

Seu corpo estava agindo sozinho, não conseguia pensar em algo aconselhável para fazer naquela situação, se não soubesse, diria que era um programa de televisão ou um sonho muito louco - antes fosse. Café, era isso que ele tinha que fazer, capuccino também era ótimo com os biscoitos de gengibre Zuzu havia feito e lhe dado no dia anterior, maquinava. Enquanto fazia as coisas, ouvia o silêncio que se instalou na mesa e pensava se havia resolvido algo ou só adiado sua morte.

Enquanto Jack ia de um lado para outro na pequena cozinha, Jamie o observava enquanto Zuzu e Andy se encaravam com cara amarrada, ambos julgando um ao outro descaradamente. Os dedos gorduchos da mulher tamborilavam na madeira gasta e riscada da pequena mesa redonda, o barulho apenas deixava Jack mais atento a possível guerra que começaria a qualquer instante.

- Você cheira a canela. - Andy disse sério.

- E você, garoto, cheira a arrogância. - replicou. - Não é boa influência para meu menino.

Aquilo atingiu o garoto mais do que ele esperava. Quem era ela para julgá-lo? Seu olhar a fulminava de uma maneira que não conseguia conter a raiva que borbulhava em seu interior, pois ele estava ali e não sabia o motivo, mas sabia o porquê de ter ficado, mesmo não gostando. Estava pronto para abrir suas asas quando as mão de Jamie pousou em seu ombro passando um calor que o acalmava, o toque mais familiar que conhecia e se lembrava com clareza. Não valia a pena entrar em discussão, não agora.

- Desculpe a intromissão, mas a senhora é a avó dele? - Jamie perguntou.

- Eu pareço ser avó dele, garoto? - não esperou resposta. - Sou o mais próximo que ele tem de uma avó, isso é verdade.

Uma bandeja foi colocada com cuidado sobre a mesa, tudo era modesto, nenhuma xícara era igual, mas nenhum dos dois convidados disse palavra alguma sobre isso. Jack havia se sentado à mesa com eles e começou a bebericar o capuccino singelo com desconfiança, sempre olhando para os lados procurando algo, mas ninguém disse nada enquanto estavam comendo.

Zuzu não havia mudado sua opinião sobre o garoto Price e o encarou a cada gole e mordida que dava, contando os segundo para aquilo terminar e ter uma boa conversa com seu menino sobre as pessoas com quem ele andava e como deveria ser cuidadoso e não baixar a guarda, especialmente para pessoas como eles. Pessoas com dinheiro. Não levou mais de um minuto para ela questionar o garoto após terminar o café.

- E então garoto, por que ainda está aqui?

- Zuzu... - começou Jack, tentando interferir.

Era normal sua atitude, ele sabia, mas eles o haviam ajudado e ela não podia saber das circunstâncias exatas, pois tudo pioraria. Era um beco sem saída e tudo o que conseguiu foi olhar para Andy com o mais puro receio.

- Estou na casa do meu amigo no aniversário dele.

Amigo. Aquilo foi inesperado para os quatro, mas não impediu que os olhos de Jack brilhassem com a fala do garoto e simplesmente o puxasse para seu quarto com toda euforia de uma criança que acabou de ganhar um brinquedo novo.

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