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CAPÍTULO ÚNICO

— A Marina terminou comigo. — Revelo, enquanto Gustavo me encara, desacreditado, afinal, ninguém esperava pelo fim de um namoro de quase três anos, que aparentemente era tão sólido e inabalável.
— Cara, eu não sei o que te dizer... — Ele diz, por fim, eu apenas jogo o celular ao meu lado no sofá e ele senta do meu lado, cruzando as pernas sobre o mesmo, de forma que fica de frente pra mim. — Você tá bem?

Quando ele me faz essa pergunta, eu paro realmente para pensar nela. Quando eu conheci a Marina, realmente pensei que ela seria a garota com quem eu me casaria algum dia, assim como meus pais sempre almejavam, já que são amigos dos pais dela. Estudamos o terceiro ano juntos e iniciamos o mesmo curso em uma universidade, fomos aprovados e passamos a dividir um pequeno apartamento, junto ao meu melhor amigo desde sempre, o Gustavo. Eu me acostumei com a presença marcante e alegre de Marina pela casa, mas quando ela resolveu voltar para a casa dos pais quando o mundo começou a desabar sobre as nossas cabeças — graças a esse bendito vírus —,  eu não insisti para que ficasse. No início, sentia a falta dela, mas aos poucos, nossas conversas pelo telefone começaram a tornar-se cada vez mais raras e vazias. E eu confesso que nunca pensei que isso pudesse acontecer um dia, mas agora que aconteceu, eu não sinto tanto quanto pensei que sentiria. Sabe quando você pensa amar tanto alguém que não suportaria perder essa pessoa? Era o que eu pensava que aconteceria. Mas, de alguma forma, nossa convivência foi tornando-se pouco a pouco, vazia. E eu acho que não foi só eu que notei isso. 
— Na verdade, eu estou melhor do que pensava que ficaria, sabe? — Digo e vejo que Gustavo franze o cenho, com uma cara de quem não está entendendo nada. — É que eu não senti tanto quanto imaginei que sentiria se um dia ela terminasse comigo, sabe?  Ela deixou claro que nós sempre seremos amigos e pra mim, está muito bem dessa forma.
— Ok, eu estou realmente chocado. — Diz Gustavo, boquiaberto. — Tem certeza de que tá realmente bem com tudo isso?
— Sim. — Eu digo, o que claramente surpreende Gustavo, que abre um sorriso de canto. 
— Então tá. Já que a gente não tem nada pra fazer, sugiro maratonar alguma série. E aí, topa?
— Eu faço a pipoca! — Digo e me levanto, Gustavo concorda, sorridente. 

Gustavo é meu melhor amigo desde o Ensino Fundamental e compartilha tudo comigo, desde os mesmos gostos, até os sonhos. Quando conheci a Marina, ele apoiou e me ajudou a conquistá-la, assim como eu o apoiei quando ele resolveu se assumir sua sexualidade para sua família, quando ainda tinha catorze anos e tinha muito medo do que seus pais pudessem pensar. Nós temos uma relação intrínseca e forte e para meu amigo, o fato de ver nosso término é chocante. Como ele costumava dizer, nós éramos o casal perfeito. Marina, uma garota dotada de beleza, além de uma mente brilhante e eu, que sempre fui popular no Ensino Médio, fazíamos o par perfeito aos olhos de todos. Principalmente dos nossos pais. 

Mas com o meu melhor amigo e uma série ruim qualquer para maratonar qualquer cobrança dos meus pais parece irrelevante. Assim que desligo o fogão e trago um balde cheio de pipoca para o sofá, Gustavo abre um sorriso enorme — ele ama pipoca — e eu dou play na serie "os trezes porquês", estamos a fim de passar raiva com essa quarta temporada que foi tão criticada. 

Antes do quarto episódio acabar, já estamos quase dormindo no sofá, jogados. O sono começa a tomar conta do meu corpo e eu acordo com Gustavo me pedindo para ir para a cama.
— Não, relaxa. Eu posso assistir mais um episódio. 

Ele me encara com cara de quem sabe que eu vou dormir o episódio inteiro mais concorda, curvando seus lábios em um sorriso de canto, o qual eu tanto admiro. 
— Você não vai embora também, né? — Ele fala e eu fico sem entender do que se trata, mas depois caio em si. 
— Claro que não, Gus. Por que tá pensando isso?
— Sei lá, a Mari foi embora e você... pode querer ficar ao lado da sua família também, em um momento como esse, sabe. E bem, eu entenderia… — Ele diz, mas baixa o olhar, de repente. — E eu ficaria aqui sozinho até não sei quando. Porque, você sabe… eu não tenho pra onde ir. 

Quando ele diz isso eu o abraço, com força. Eu sei que Gustavo não teve e não tem o apoio da família em relação a sua sexualidade, como também suas escolhas de vida e entendo perfeitamente como ele se sente. E sei que de forma alguma, o deixaria sozinho. Gustavo se desfaz em lágrimas em meus braços e eu acaricio suas costas, fazendo com que pouco a pouco, o choro fique mais ameno.
— Que ironia, você acabou um namoro de anos e eu que estou aqui chorando. Sou muito bobo, né? — Ele diz, limpando suas lágrimas com a palma das mãos de forma desajeitada. 
— Claro que não! — Digo, levantando seu queixo para que olhe em meus olhos. — Você sabe que sempre estarei aqui pra você e que pode chorar quantas vezes quiser que eu vou te ouvir. 

Gustavo abre um sorriso largo, que faz meu coração ser aquecido por uma onda de sentimentos novos, os quais eu nunca havia experimentado antes. 

♡♡♡♡

Levantei cedo, antes das sete da manhã e percebo que Gustavo está dormindo em um sono profundo. Lembro que se eu quiser ter algo para comer pelos próximos quinze dias preciso levantar e correr para o supermercado, já que depois das sete e meia as pessoas começam a chegar e a aglomeração está feita. Não quero morrer de uma gripe porque fui fazer a feira no supermercado, pelo amor de Deus. Percebo que Gustavo parece cansado e dessa vez resolvo dar essa trégua para ele e ir sozinho.  Ele parece profundamente tranquilo e bem dormindo, nem parece que o mundo está acabando lá fora. Sorrio de nervoso ao pensar nisso.

Saio de casa  com meu pijama, ninguém precisa se importar com look quando se usa uma máscara na cara. Dane-se, ninguém precisa me reconhecer. Quando chego ao mercado, solto um suspiro longo ao vê-lo vazio e me apressou a pegar o necessário, na volta, pego um Uber para levar todas as compras. Assim que chego em casa e abro a porta, Gustavo corre em minha direção com as duas mãos na cabeça. 

— A minha mãe, Edu… minha mãe... 

Ele não continua, apenas desaba em lágrimas e eu já tenho uma vaga ideia do que ele está falando. Coloco as sacolas na entrada e entro para tirar minha roupa, voltando apenas de calção até a sala, onde Gustavo encontra-se sentado, desolado. 
— A minha mãe está doente… — Ele diz, suas lágrimas são incessantes e eu começo a me perguntar como alguém pode ser tão bom quanto ele. Ele ama a mãe mais do que tudo, mesmo que dela, só tenha a indiferença. 
— Ela está  a UTI e está muito mal e eu só estou sabendo disso agora porque meu primo me contou sem querer, acredita nisso?
Eu apenas toco sua mão, o que faz com que ele me olhe, atento. Passamos longos minutos em silêncio, esperava que pudesse amenizar pelo menos um pouco de tudo que ele sentia, mesmo que não fosse assim tão fácil. Gustavo não tem uma vida e uma família fácil. Eles nunca aceitaram suas escolhas.

— Por mais que ela não queria mais me ver, ela é minha mãe, Edu.... — disse, com lágrimas nos olhos.
— Você não merece passar por tudo isso. Sabe, você é a pessoa mais especial que eu já conheci na vida. Eu gosto muito de você, Gus. — Digo com sinceridade, então percebo que Gustavo se aproxima do meu rosto aos poucos e à princípio, eu não percebo o que ele está prestes a fazer.
É quando ele cela seus lábios nos meus de forma suave e doce que eu entendo. Compreendo, ao sentir o doce gosto daquele beijo, o qual eu retribuo, o quanto estive errado em relação a todas as minhas escolhas durante todo esse tempo. Aquele sentimento que eu ignorei no momento em que o conheci, reascendeu de forma inimaginável dentro de mim, como se ele sempre esperasse para ser liberto. 

Em meio a todo aquele caos, o mundo desabando sobre nós, pessoas morrendo e um término inesperado, um sentimento novo começava a surgir de forma totalmente inesperada e ao mesmo tempo, esperada. É incrivelmente louco e ao mesmo tempo, mágico, o quanto as piores situações podem nos revelar as melhores e maiores conclusões de nossas vidas. Isto realmente me leva a crer que em meio ao caos desse mundo, há um ponto de luz.

Gustavo é o meu.

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