Capítulo 4
Capítulo 04
O olhar que Milena lançou aos dois deveria ter sido fotografado. Em menos de dez segundos, ela abriu e fechou a boca e voltou a abrir. Thierry a fitava com um olhar zombeteiro e... desejoso. Milena conhecia o desejo. Mas depois resolveria aquilo. Se voltou para Lucynda, indignada. Ou ao menos fingindo indignação.
- Tu é uma filha da puta de primeira linha, Lucynda. Você sabia, não? Tem seu dedo aí, eu sei que tem.
- Acertou e errou. Bem, eu sabia que o Thierry faria aquilo, mas não o incentivei. Na realidade falei tanto de você para ele, dos seus fãs enlouquecidos, que ele ficou curioso.
- De fato - ele sorriu para Milena.
- Eu não acredito. Pago o mico do ano, e você nem para me dizer, Lucynda. Vem cá, ao menos a história era verdadeira?
- Mas claro que não - ela disse. - Minha filha, Blanc dando duas por semana? Ele rende mais do que isso numa noite.
Lucynda se calou. Não ficou vermelha nem nada do gênero, mas era óbvio que entendera tudo.
- E ainda por cima dormiram juntos?
Thierry apenas riu.
- Nem ouse me culpar. Foi logo depois daquele incidente horroroso, e eu estava carente. Tá, fiquei carente por uns meses - Lucy disse sorrindo para Thierry.
- Mas depois de alguns meses cansamos apenas de sexo casual e resolvemos procurar nossos amores. Lucynda conheceu Douglas, e eu ainda estava procurando.
- Aí eu vivia falando de você, de como você era interessante, dos seus conselhos... e ele resolveu te testar.
- Então a história do namorado...
- Era verdadeira - disse Thierry. - Mas meu amigo é quem passou por tal problema. Eu e ele estávamos ouvindo seu programa quando a namorada dele ligou. Tive que me segurar para não rir do que você falou, porque era 100% verdadeiro. Meu amigo está em tratamento psiquiátrico, pois ainda não consegue se aceitar. Triste, mas... ele tem preconceito consigo mesmo.
- Meu ex-namorado também tinha, mas meu irmão o ajudou a superar a crise - ela disse dando um sorriso irônico, mas um pouco amargo.
- Bem que dizem que ser trocada é uma merda, mas que ser trocada por um homem faz do suicídio um dever. Como analisou seu caso?
- Má escolha.
- Estou vendo que é humilde.
- Apresento minha ficha de relacionamento, se quiser. Muitos homens aprenderam o conhecimento da palavra sexo depois que dormiram comigo.
- E você ia ser o próximo - Lucy disse dando uma risada.
Milena fuzilou Lucynda.
- Vai rindo, pode rir. Bom, eu realmente estava querendo ver se você era gay ou caso de calamidade pública. Mas, como dormiu com Lucy, infelizmente terei que dispensá-lo. Não sou do tipo que gosta de ouvir "você deveria aprender com a sua melhor amiga."
- Eu sou. E Margareth também é. Se é que ela já deu para ele - disse Lucy.
- Há, eu aposto que não - disse Thierry. - Quando falei das minhas funções para o casal no dia que contrataram o salão, ela ficou vermelha como um tomate e disse que não iria requisitar esse tipo de serviço.
Milena riu e disse:
- Otária.
- Quanto a mim, não sou do tipo que compara - ele continuou. - Cada caso é um caso, e cada mulher é uma mulher. Acho que você deveria me testar, Milena... afinal, você passou no meu teste. Quem sabe eu não passo no seu?
Milena deu um sorrisinho irônico.
- Você comeu a recalcada da Lucynda, consegue pegar qualquer mulher, e não sou do tipo que se chama de desafio. Mas vamos mudar de assunto. Lucy foi uma filha da puta, você foi esperto e Margareth é uma otária. E agora você deve começar seu plano, Lucy.
Viu Lucy sorrindo e pegando o celular.
- Já comecei. Farei o casal me agradecer de joelhos. E quanto a vocês dois, nem se conhecem, e a tensão sexual já está grande. Não dou uma semana para estarem numa cama.
- Se você me olhar dançar - ele se dirigiu a Milena - eu não daria nem uma hora.
- E se você se olhasse no espelho, saberia que é um idiota - ela disse dando uma risada alta e observando Lucynda conversar no celular.
Os dois se calaram e ouviram Lucynda conversar brevemente com alguém ao telefone, rindo, gargalhando e contando as novidades. Depois de uns 10 minutos, ela desligou o celular.
- Tudo certo. Amanhã mesmo começamos a parte "aproximação do Sr. e da Sra. Hernandéz. E Milena...
- Já sei, Lucy. "Não se esqueça da sua parte" - ela imitou a amiga.
- Que bom que sabe. Agora, pessoas, eu vou trabalhar. Fiquei o dia inteiro na rua e, se quero preservar aquilo que eu chamo de emprego, tenho que mostrar serviço.
- Bom, acredito que eu já deva ir, então - disse Milena.
- Vou soletrar para ver se você entende, santa Milena. Estou saindo de cena para ver se essa tensão sexual diminui e vocês vão logo para a cama ou se você pretende se fazer de difícil. O papinho de "não pego ex de amigas" foi uma bela tentativa, mas ainda assim não colou. Esqueceu que nos recomendávamos os caras com o melhor beijo no segundo grau?
- Eu não me esqueci. Mas tinha esperança de que você tivesse se esquecido, sua filha da puta. Se está tentando me empurrar para o seu ex-affair...
- Que está amando a situação... - Thierry disse.
- ...então tente com mais vontade para ver se dá certo - ela continuou como se ele não tivesse falado.
- Thierry, recomendo a dança da tequila. Ela não vai resistir. Apenas estou lhe fazendo um favor, Milena. E você irá me agradecer por isso.
- Chego a chorar de emoção... deveria te delatar para o Fernando e arruinar sua vingança. Mas não farei isso porque sou sua amiga.
- Você não fará isso porque está quase me agradecendo neste momento. Divirtam-se, crianças. E limpem a sujeira. Agora realmente tenho que ir. Minha contabilidade me espera.
Lucynda saiu rindo da sala, ainda se divertindo com os amigos. Milena e Thierry se encararam. Tensão sexual? Evidente. Vontade de satisfazê-la? Aquilo era óbvio. Milena tentava aparentar indiferença, mas se perguntava o que raios era a dança da tequila. Ficou encarando Thierry, a tensão sexual que Lucynda mencionara ainda pairando entre os dois. Thierry ficou imóvel. Tentando quebrar a tensão e saciar a curiosidade, ela olhou para ele:
- Que dança da tequila é essa que a Lucy falou?
- Ah, isso? Bom, digamos que essa dança garantiu a minha contratação para trabalhar no hotel.
- E garantiu Lucynda em sua cama.
- Está com ciúmes, querida? Não precisa ter. Lucynda foi apenas um affair, Deus sabe que eu e ela precisávamos do famoso ATT - amigos também transam.
- Thierry, nem o conheço para ter ciúmes. Aliás, estou é puta da vida porque você brincou com a minha cara.
- Você também faz isso. Lucy me contou.
- Por acaso os dois conversavam sobre mim no papo pós-sexo?
- Pior é que sim. Lucy vivia me dizendo que você era a mulher perfeita para mim. Eu sempre a achei louca, dormindo comigo e recomendando outra, mas quem é normal nesse mundo? O fato é que eu acho que ela tem razão. Ao menos em parte.
- Em parte? Ela não tem razão em nada.
- Em parte ela tem, e só o tempo mostrará se ela está certa totalmente ou não. Mas você dizia...
- Eu perguntava que raios era a dança da tequila.
- Ah, sim, isso. Bem, explicar a dança é complicado - ele se dirigiu para trás do balcão e começou a separar algumas coisas. - Acredito que demonstrar seja mais eficiente.
Milena ergueu uma sobrancelha enquanto via Thierry arrumar as coisas. Demonstração? Havia sem dúvida se queimado. Se a dança da tequila fosse tão sensual quanto aquele homem, ela iria cair na cama dele em bem menos tempo que uma hora. Era bom ela saber daquilo. Mas seria melhor ainda se ele não soubesse, o quê, pelo olhar dele, ela sabia ser impossível.
Milena ficou parada, observando Thierry arrumar três copos em cima do balcão e pegar uma garrafa de tequila. O viu ligar o som em um volume baixo, colocando uma música agitada. Thierry ofereceu um banco alto para ela se sentar, e quando viu que Milena estava acomodada, subiu no balcão.
Milena imaginava de tudo para aquela dança. Mas não estava preparada para o que viu. Ao ritmo da música, viu Thierry sensualmente tirar a camisa, um ar profissional no rosto. Dançando, ele manobrou diversas garrafas de tequila, enchendo as taças no balcão, enquanto requebrava e rebolava. Estendeu uma das taças para ela. Milena nem tocou na bebida, observando aquele corpo que dançava sensualmente. Thierry fez um giro em cima do balcão. Enquanto girava, pegou as garrafas de tequila e jogou o líquido quente em cima do peito nu.
O "uau" de Milena pôde ser ouvido claramente por ele. Ele abriu o cinto e rapidamente, ainda dançando, retirou a calça. Milena podia ver as gotas de tequila escorrendo pelo corpo. Podia ver o corpo despido, usando agora apenas uma cueca branca. Ainda o observava quando Thierry estendeu a mão para ela e a fez subir no balcão. Colou seu corpo no de Milena, e ela pôde sentir o cheiro masculino misturado com a tequila que ele derramara.
- Essa parte do show é para todas as clientes?
- Até aqui, sim - ele sussurrou no ouvido dela. - O que vem a seguir, é exclusivo, querida.
E ele a beijou. Milena pôde sentir o corpo reagir ao beijo, a roupa umedecendo devido à tequila e ao próprio desejo. Não teve dúvidas: vinte e cinco minutos. Thierry sabia que ia acabar daquele jeito. Dançara, e ela não caíra em sua cama em menos de uma hora, e sim em cima do seu balcão. Mas dava no mesmo.
Que beijo longo, era tudo o que Milena conseguia pensar enquanto o beijo aprofundava e os lábios ficavam cada vez mais selados. Parecia que aquele beijo nunca iria terminar. Contudo ele terminou com os dois ofegando. Milena lambeu o peito de Thierry, sentindo o gosto masculino mesclado com a tequila que ele havia derrubado. Ele já estava praticamente nu, então tratou de puxar a blusa dela, detendo seus beijos a fim de tirar completamente a peça.
A blusa era apertada e possuía bojo, então Milena não usava sutiã. Ele se inclinou e abocanhou um dos seios, enquanto ela passava as mãos pelo corpo dele. Os dois ainda estavam de pé, mas nem pareciam se dar conta disso. Rápido, Thierry livrou Milena do jeans, jogando-o em algum canto do salão.
Os dois transpiravam. Se agacharam lentamente e, por fim, Milena deitou-se no balcão, enquanto Thierry se acomodava em cima dela. Ela ainda usava as sandálias de amarrar, que lhe davam um aspecto sensual. Ela sentiu os beijos que ele lhe dava no corpo, sentiu-o lamber o umbigo antes de descer cada vez mais... sentiu as mãos dele passearem pelas suas pernas e sentiu quando os dedos atingiram sua intimidade, causando um grande prazer.
Thierry retirou a calcinha dela e, em seguida, retirou a cueca. Os dois estavam nus, e seus corpos já suplicavam pela conclusão. Contudo não queriam ser rápidos. Thierry conhecia Milena um pouco e não queria desapontá-la. Sabia que ela seria uma mulher difícil de agradar. Milena sentiu a tensão no corpo dele e suspirou exasperada. Sabia o que ele estava pensando.
- Isto não é um exame no qual lhe darei uma nota no fim. Se pensa isso, sugiro que pare agora. Mesmo que isso acabe me matando.
O tom de voz dela o trouxe de volta à realidade. Ele estava se comportando como um idiota, como se fosse um virgem tendo sua primeira mulher. Se Milena pretendia protestar, seu protesto foi calado com um beijo enquanto a carícia ficava cada vez mais ousada e sensual.
Ela sentiu os lábios dele percorrendo o seu corpo, até chegar onde seus dedos a haviam tocado anteriormente. Milena gritou quando sentiu os lábios de Thierry em sua intimidade, gritou com a movimentação. Os beijos eram sensuais e ousados, o prazer era indescritível. O orgasmo chegou e, aos poucos, os gritos se calaram e Milena ficou silenciosa. Como aquele homem poderia ter se sentido inseguro? Era burrice demais. Ousada, ela o acariciou lentamente, enquanto puxava a cueca dele para baixo.
Thierry gemeu ao sentir as mãos dela acariciando-o e provocando. Milena tinha razão em se sentir uma gata selvagem na cama, pois era realmente uma. Os dois não tinham como trocar de posição, então Milena não poderia colocar à prova a sua ousadia, mas a carícia dela, combinada com os beijos no pescoço e no peito dele, eram afrodisíacos o suficiente. Outras mulheres haviam feito bem mais que aquilo, mas nenhuma com tanta perícia. Ele sentiu o desejo crescer a cada toque dela. Se perguntou como seria sentir os lábios dela em seu membro e sorriu, jurando que não iriam faltar oportunidades para descobrir.
O desejo finalmente atingiu seu auge. Milena afastou sua mão e se acomodou, para facilitar a penetração. E ela veio, seguida de um beijo caloroso e quente. Os movimentos se intensificavam, as carícias aumentavam... e finalmente veio o clímax final, a prova viva do desejo. Milena gritou, bem como Thierry, e os dois se acalmaram aos poucos. Não estavam inteiramente satisfeitos, mas... havia tempo.
- Você é fenomenal, Milena Raven.
- Eu sei.
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