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Outra pessoa viveu meus tempos legais
Outra pessoa viveu aquilo que não pude lembrar
Sentindo o escuro em minha garganta
Me possibilitando de viver
Me vendo olhando no espelho sem rosto
Reconhecendo a vilã que fui
Que insiste me assombrar todas as manhãs brilhantes
E em alguns tempos essa carne
Esse rosto
Eram a paz de tudo bonito
Uma semente de esperança
Designada ao ódio em um amor que se foi
Uma orda de assassinos em busca de dor
Algo desfigurado que o universo lhe concedeu como presente
Se sentindo no escuro todos os dias
Uma alma que grita afogada em lágrimas
Esse corpo em tempos pesa em sua existência
Esse corpo em muitos tempos entrou em decomposição
E a outra viveu seus tempos felizes
Esquecidos no agora
Não conseguindo ver o outro lado
Em tempos esse corpo entra em um tipo de escuridão sem saída
Em tempos ele fica dormente sem se reconhecer
Mas já faz séculos que a alma desse corpo sangra nas folhas e na neve de dezembro
Isso também é sobre o amor
Mas esse corpo ainda não sabe muito bem o que é isso.