Máscaras caricatas, pensamentos pequenos...
Panos abstratos, sentimentos ingênuos,
Vento que bate e revela a beleza,
A verdadeira natureza,
Dessa brincadeira de vida,
Fatalmente mecanizada!

Chuva que vem, chuva que vai,
Não molha ninguém e molha demais,
Limpa o chão, o ar e o céu,
Purifica quem não tem gosto de mel...

Sussurros abalados, olhos cansados,
Rostos sem expressão...
Qual a poesia debaixo da tua máscara?
Mostre-me teu coração!

E esse tempo tão sem tempo,
Que rouba o alento,
E crava a saudade de algo nunca vivido...

Sorrisos tortos, sem humor
De seres vazios, sem vigor...
Qual a melodia debaixo do teu pano?
Mostre-me teu corpo, sua cicatriz!

Qual a matriz?
Tua raiz?
Que envolve a essência?
Tua maleficência...

Brutal, colossal, imperial...
Show de horrores, sensacional!
Vamos sair desse baile de máscaras,
Dessa festa sem graça,
Isso não é viver!

Sussurros, sorrisos,
Alertas, avisos,
Qual a essência da tua alma?
Feridas sofridas, lembranças amigas,
Sonhos perdidos, luzes sem vida...
Qual o valor do teu olhar?

Vamos sair desse circo caricato,
Desse mundo barato...
Isso não é viver,
É atuar!

2016.