Prólogo
O cômodo estava em silêncio absoluto, nenhum som era ouvido e James preferia assim. Nunca gostou de barulho, sempre o deixava irritado. Um, dóis, três, contou enquanto respirava profundamente, enchendo seus pulmões de ar. Já estava na hora de conversar com a filha.
De imediato, James pegou seu telefone em cima da mesa é ligou para o empregado, requisitava a presença da filha naquele momento e precisava que ele a chamasse para James. Claro que o outro do outro lado da linha não podia recusar, até porque ele era seu patrão é corria sérios riscos de perder a vida caso contrariasse o chefe.
Após desligar o telefone James suspirou cansado e olhou em sua volta. Seu escritório não era tão grande como esperado e até se passaria por algo simples em comparação a sua alta classe social. Mas não se importava com isso, tudo ali lhe passava confiança e as vezes até dava-lhe mais inspiração para seu plano central. A cor vermelho vinho que cobria todas as paredes o lembrava de quem era, a estante que ocupava toda uma parede o mostrava novos caminhos a seguir e sua mesa de madeira envernizada cheia de papéis dentro das gavetas, lhe dava mais clareza para lidar com os fatos. Muitos o tachavam de louco por ter esses pensamentos tão estranhos, mas não se importava tanto com isso, talvez fosse mesmo.
A porta da sala se abriu revelando sua filha com uma carranca estampada no rosto. Ela fechou a porta com o maior cuidado e sentou em uma cadeira na frente a seu pai. A garota não exibia emoção alguma, seu rosto estava impassível e James gostava disso. A treinará para ser fria e calculista. Ele foi o primeiro a se pronunciar.
– Logo suas aulas na faculdade começarão e já providenciei o lugar em que irá morar. – revelou sério, quanto menos demonstrasse sentimentos por sua filha, melhor.
– Onde irei morar? – perguntou curiosa, seria a primeira vez que viveria no mundo real e essa ideia a estava deixando eufórica por dentro.
– Em um apartamento com a filha dos Riverside e dos Russel. Amanhã o motorista ira leva-la. – finalizou tentando cortar o assunto. – Quanto os trabalhos começarem a aparecer, a secretaria irá começar a te ligar para que possa te passar todas as informações. De você não espero nada além da perfeição.
Morar com a Riverside? Essa ideia não á agradou muito, a loira tinha uma fama horrível sobre ser cruel e Karina pressentia que iria sofrer na mão da filha dos Riverside. Ainda com a cabeça rodando a mil, Karina se levantou devagar e se retirou da sala deixando o pai sozinho.
James agradeceu mentalmente por Karina ter ido embora tão rápido, não podia ter um laço afetivo tão forte com ela, só assim conseguiria ter seu plano concretizado. Não era prudente ficar pensando na filha, tinha que repensar a situação da máfia. Esse ano era a família Russel que governava a organização e no próximo ano seria a Sandez. Tudo funcionava do mesmo jeito desde 1810 quando as 4 famílias fundadoras fundaram a Irmandade, uma organização na qual as famílias cresceriam economicamente e se apoiariam uma na outra. Com o passar do tempo outras duas família entraram, assim tornando a organização no que é hoje em dia.
Desde 1810 os princípios eram os mesmos, a cada ano uma das família governava e tomava todas as decisões da organização por um ano, assim todas teriam seu ano governando e não haveria desavenças. Desde o começo o filho homem mais velho de cada família, quando completasse dezoito anos tomaria o lugar de chefe do pai é continuaria seu legado. Com o tempo a Irmandade se tornou uma das maiores máfias do país, não medindo esforços para alcançar seus objetivos. E em pouco tempo se tornaram uma das família mais ricas e poderosas de toda região, conseguindo tal prestígio juntos. O ciclo nunca acabava, a organização era composta pelas mesmas famílias a décadas.
James perdeu a noção do tempo pensando em toda a história da máfia. Até hoje se lembrava de quando completou dezoito anos e assumiu como chefe da família Evans. Era jovem e inexperiente, mas em pouco tempo conseguiu mais poder e prestígio para a organização do que seu pai. Isso com certeza surpreenderá a todos e era seu maior orgulho, ter feito algo que ninguém conseguirá fazer.
Não podia perder mais tempo, teria uma reunião com toda a Irmandade em trinta minutos, algumas medidas seriam tomadas e ele tinha que estar perto para ver todo o desenrolar da história. Logo Karina teria seus trabalhos e ele lucraria muito em cima disso, muitos estão dispostos a vender um rim só para ver alguém morto. A humanidade o surpreendia a cada dia.
Quase todos os chefes das famílias estavam presentes, menos uma. Era compreensível a falta da outra família, o chefe era novo e estava cuidando de assuntos atrasados. Havia uma mesa circular no meio da sala para demonstrar que não havia melhor ou pior entre eles, cinco cadeiras estavam em volta da mesma sendo que uma estava vazia. Christian Russel se levantou fitando todos ali presente, precisava ter uma visão melhor sobre os integrantes.
– Precisamos conversar sobre alguns assuntos, principalmente sobre o início de Karina como assassina de aluguel. – Christian começou a reunião, seu rosto carregava uma expressão séria, suas mãos estavam inquietas.
– Ainda não me disse onde minha filha irá ficar. – James Evans questionou com os braços cruzados. — Como as outras já estão no ramo de assassinas de aluguel, já tem um lugar fixo para morarem.
– Karina irá morar com Ariane Riverside e Maya Russel, as duas residem em um apartamento perto do campus.
Christian começou a conversando com os outros e só James permaneceu calado pelo restante da discussão, observando tudo. Por dentro ele dava risada, todos se preocupando em decidir um futuro para a organização se nem ao menos sabiam se teriam um. James sabia muito antes de anunciarem que Karina ficaria com as outras meninas, mas se fez de desentendido, como vinha fazendo a algum tempo.
A foto dos chefes das família fundadoras estavam pregados na parede. Fotos não, pinturas. Algo um pouco rústico e todos expressavam seriedade e soberania. A moldura dos quadros eram trabalhados com pequenos detalhes, alguns cristais finos enfeitavam as bordas. James admirava a postura deles, pessoas que esbanjavam poder. Ele não queria ficar para trás, a cada dia iria lutar mais para enriquecer o máximo possível. Agora com sua filha trabalhando como assassina de aluguel, James atingiria o ápice do poder. Karina era sua salvação.
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