Capítulo 50.
📌 Barra da Tijuca|RJ
20 de outubro/2022
⚽🏃🏽 |Ludmilla Oliveira|
Ganhamos a Copa do Brasil, PORRA!
Pô fazia mó tempão que isso não acontecia, e só nos dava gás pra liberta, que vai ser daqui 9 dias!
Eu pedi pra ir na consulta da Elisa com a médica e a Brunna estava nervosa pra cacete.
Elisa ainda fazia umas birras normais, agora ela quer TUDO na hora que ela pedir e se não dermos ela surta, chora ou se isola e não quer falar com ninguém.
— Prontas? — Estacionei o carro no estacionamento do consultório.
— Sim.
— Bom dia, pessoal! — A doutora falou assim que entramos na sala.
— Bom dia, amiga, quanto tempo em? — Brunna falou. — Essa é a Ludmilla.
— Eu sei, é minha rival! — Soltei uma risada. Elisa estava brincando com meus colares, o de cruz e o que elas têm um igual.
— Qual é, cê é vascaína? — Ela assentiu e eu segurei mais uma risada.
— Sinto muito! — Brunna olhou pra mim com uma cara de: Pode ir parando!
— Okay, vamos ao que interessa! Como você cresceu, titia! — Minha Titi não queria ideia com ninguém hoje.
— Ela tá chorando pra quase tudo, tem momentos que não quer falar com ninguém e quer tudo na hora dela. — Brunna explicou pra doutora.
A mulher disse que iria fazer uns testes e pediu pra gente se afastar um pouco.
— Tô com medo! — Brunna sussurou enquanto a doutora conversava com a Elisa.
— Relaxa, amor! — Entrelacei nossas mãos e beijei a testa dela.
**
— Então, é muito provável que a Elisa tenha superdotação. — Eu arquei a sobrancelha, porra é essa?
— Você tem certeza? — Brunna estava nervosa.
— O que é isso, mano? — A mulher sorriu e continuou.
— Superdotação é a criança ter o QI ou a inteligência muito avançada pra idade dela, entende?
— Ué, mas toda criança não tem essa parada não? — Ela negou.
— Elisa com um ano consegue falar o que uma criança de três confunde. — Isso a gente já sabia.
— Qual o QI dela? — Ela estava quase chorando, PORRA!
— 134!
— O QUE? O normal de um adulto não é 110? — Brunna perguntou.
— Sim, ela é MUITO avançada e isso só vai aumentar.
— Cê tá me dizendo que ela agir desse jeito não é birra? — Perguntei.
— Não é! Isso é alguns sintomas das crianças superdotadas. Elas têm dificuldade em esperar o momento certo de algumas coisas. As vezes vão querer ficar isoladas sem falar com ninguém e vão ter pequenos surtos nervosos, que podem ser controlados. — Eu estava nervosa e põe nervosa nisso.
— Como isso aconteceu? Que eu saiba ninguém da família tem superdotação. — Brunna falou.
— Não é hereditário, é natural, pode acontecer com qualquer um.
— Como vamos cuidar dela, porque ultimamente eu não sei o que fazer! — Desabafou e eu só queria abraçar ela.
— São poucos os cuidados.
Aconselho que coloque ela em uma creche, ela vai desenvolver e perder mais energia ao longo do dia. Elisa não ficará parada um segundo, ela vai estar sempre querendo absorver coisas novas. Então vocês procurem estar sempre estimulando ela.
— Natação ajuda? — Perguntei.
— Sim é mais que essencial! Na hora dos surtos, não percam a calma, ela só conseguirá com o estímulo de quem está ao redor. Uma boa ideia é a contagem de números, não importa até quanto, mas tentem acalmar ela.
— Elisa vai aprender falar outras línguas sozinha, ela vai se adaptar na que gostar mais, vocês só precisarão estimular nesse aprendizado.
"Só tomem cuidado com a cobrança, ela é apenas uma criança, claro que a iniciativa de aprender coisas novas vai vir dela, mas vocês precisam tomar cuidado. Algumas crianças desenvolvem ansiedade porque os pais não sabem como agir"
Eu estava prestando atenção em cada vírgula que ela falava.
— E Brunna, eu sei que você está assustada e tudo bem se sentir assim, porque querendo ou não, a Elisa é uma criança especial. Você só precisa ter calma, okay? — A doutora segurou nas mãos dela.
— E Ludmilla, tenho certeza que você é importante para as duas e será essencial nesse crescimento, e por favor, para de fazer gol no meu time! — Eu dei risada da última parte.
— Pô, doutora, só não vou cumprir a parte dos gols! — Ela fez uma careta.
— Obrigada, amiga! — Elas se abraçaram.
— recomendo levarem ela em um psicólogo, mas continuem trazendo ela aqui também! — Assentimos e ela passou mais algumas instruções.
**
— Viajar, tá doida? — Ela levantou a cabeça do meu peito.
Quando chegamos a Elisa quis ir pro quarto de brinquedos e a Brunna chorou no meu peito um tempão.
Eu entendia ela, pô, agora teremos que ter o máximo de cuidado com a Titi.
— Pra Búzios, amor!
— Lud, você não tem que viajar no dia 26 pro Equador? — Ela levantou e amarrou o cabelo.
— Temos! Já falei que vocês vão comigo!
— Ludmilla...
— É sério, pô! Tá maluca se você acha que vou deixar vocês aqui! E a gente volta de Búzios dia 23, são só 3 dias, vamos, por favor! — Fiz um bico e ela sorriu.
— Tá bom, sua chata! — Agarrei a cintura dela e dei um beijo na curva de seu pescoço.
— Vamos arrumar as malas então! Vou falar com a Elisa. — Levantei e ela fez o mesmo.
Daqui pra Búzios era umas 3 horas de relógio, íamos chegar lá a noite.
— Viajar? Pra onde? — Elisa falou brincando na mini cozinha dela.
— Pra Búzios, é aqui no Rio mesmo! — Ela sorriu.
— Tem Plaia?
— Tem sim, amor!
— Então vamoos! — Falou pulando.
Nunca vou me acostumar com uma criança deste tamanho falando desse jeito.
A doutora falou que a Elisa poderia começar ler e escrever com menos de três anos, eu quase cair pra trás!
Eu com 10 não sabia nem conjugar verbos, acho que nunca aprendi essas merdas.
— It's interesting, but it's boring! (É interessante, mas está chato!) — Eu arregalei os olhos e viramos de súbito pro banco de trás.
Já estávamos na estrada há um tempo e a Elisa estava assistindo no iPad da Brunna.
Caraca, ainda bem que o trânsito estava parado!
— Que foi? — Elisa tirou a atenção do desenho.
— Filha, você sabe o que falou?
— Falei que o desenho estava chato. — Sacudiu os ombros.
— Mas você falou em inglês, princesa! — Falei.
— Sério? — Porra nem ela percebeu.
— Eu pesquisei e vi que as crianças as vezes nem percebem que falaram em outra língua. — Olhei pra Brunna e ela assentiu.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro