📌 Barra da Tijuca|RJ

Madrugada do dia 15/16 de maio

⚽🏃🏽|Ludmilla Oliveira|

Eu abri meus olhos e franzi a testa ao reconhecer o lugar.

Quarto da Elisa?

— Eae, Ludgol! — Eu levantei a cabeça e reconheci a pessoa.

— Renan? — Ele abriu um sorriso e eu me arrepiei todo.

Ele tava morto, como assim, mano?!

— Você deve ter me reconhecido por causa das fotos, não é?! — Eu concordei com a cabeça.

— O que está acontecendo? — Perguntei.

— Relaxa, eu só entrei no seu sonho! — Deu uma risadinha.

Renan deveria ter quase dois metros de altura, não era possível!

Ele era negro e tinha os cabelos cortados baixos, mas deveriam ser cacheados ou crespos.

Agora eu sei porque Elisa não parecia nada com a mãe, ela era uma cópia do pai.

— Como você entrou no meu sonho, mano? — Eu estou com medo, na moral!

— Entrando ué! — Deu risada.

— Olha, essa é a mina que é apaixonada por ti! — Apontou pro berço e eu me aproximei.

Tinha um bebê lá, que deveria ter pouco tempo de vida.

— É a Elisa? — Perguntei.

— Ela mesmo, aqui só tinha 1 mês de vida, foi uma das últimas vezes que vi minha pequena. — Eu vi os olhos dele lacrimejarem.

— Caraca! — Exclamei.

— Olha Ludmilla, como cê deve saber, eu era muito seu fã, na moral mermo. Infelizmente aconteceu o que provavelmente a Brunna vai te contar, que me fez perder minha família. — Suspirou. — Não é um bagulho fácil e a Brunna ainda sofre muito por isso, e eu apareci aqui hoje, pra te pedir uma parada.

Eu estava sem reação.

— O que?

— Que você cuide delas pra mim. Eu sabia que eu ter morrido, tinha algum propósito. E você não foi predestinada apenas pro futebol, mas também para as vidas dos meus maiores amores e eu tô ligado que você saberá fazer esse papel.

Eu senti um nó na minha garganta.

Isso era real mesmo?

— Renan, você tem certeza?

— Coé Ludmilla, tu num é a monstra que todo mundo fala, eu sei o jeito que você cuidou da Brunna e principalmente, da Lilisa. Você será uma ótima mulher na vida delas.

— Eu não sei o que responder, na moral!

— Não precisa me responder com palavras e sim com atitudes. — Sorriu de lado. — Elisa amou que você cantou pra ela — Deu outra risada.

Eu abri um sorriso e senti meu coração aumentar as batidas.

"Você pode está recebendo a missão de cuidar delas"

As palavras da Patty rodaram na minha cabeça.

— Eu aceito! — Exclamei.

— Isso aí, é assim que se fala e vê se aprende trocar fralda! — Eu dei risada. — Ah e traz o tri da liberta pra Elisa, ela é flamenguista desde do ventre.

— Seu pedido é uma ordem!

— Pega ela! — Ele tinha pegado a neném do berço e ela estava com os olhinhos abertos.

— Eu não sei segurar criança desse tamanho! — Tremi na base!

— Quê isso irmã, sabe sim! — Chegou mais perto com os braços estendidos e eu aceitei.

— Tá vendo, nem morreu.

— Ela é tão levinha. — Nem parece que essa bebê é a mesma que eu coloquei pra dormir.

— Acho que não está mais tão levinha assim, ela já fez 8 meses não é?!

— Sim, eu tinha acabado de conhecer ela!

— Boa sorte nessa nova etapa, Lud! — Ele deu uma batidinha no meu ombro.

— Obrigado, Renan!

Eu abri meus olhos novamente e reconheci meu quarto.

Alguém abriu a porta e eu me assustei.

— Bom dia meu filho, levanta logo, senão vai se atrasar! — Tia Nete falou abrindo as cortinas.

— Bom dia, tia! — Pela primeira vez na vida, eu tinha acordado de bom humor.