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A Outra Versão

Caíque

Os últimos dias têm sido, de longe, os piores de toda a minha vida. As poucas horas de sono que consigo ter são sempre atormentadas pela imagem de Helena naquele quarto de hotel.

Nunca pensei que uma mulher pudesse mexer dessa forma comigo, com meu coração. Que pudesse desfazê-lo em mil pedaços.

Apesar de tudo, sou grato à ela. Helena me fez homem.
Ela me ensinou a ser uma pessoa melhor, me ensinou a amar. Mas também me ensinou a sofrer. E, no fundo, acho que mereço.

Flash

Após uma longa e frustrante procura por um programa de TV interessante, subo até a estufa para admirar as rosas de Helena. Ao examiná-las mais de perto, noto que algumas precisam de poda e rega. Pego, então, a tesoura e faço exatamente como ela me ensinou.

— Prontinho. — Analiso meu trabalho, orgulhoso. — Agora sim.

Vou até o lavabo lavar minhas mãos e pouco depois, ouço meu celular tocando. Saio à sua procura e o encontro caído no sofá.

— Número desconhecido. — Olho a tela de chamada. — Só pode ser o Chang. Alô.
Caíque Gama? Uma voz masculina e desconhecida pergunta.
Sim, sou eu. Quem está falando?
Escute com atenção. Sua esposa acaba de entrar em um hotel, acompanhada.
Como é? Minha esposa... Com outro homem?
Se quiser ver com seus próprios olhos, anote o endereço que lhe passarei.

Pego com urgência um pedaço de papel e uma caneta e anoto o suposto endereço de onde Helena está.

Ela está lhe enganando há muito tempo. Vá e veja.
— E quem é você?
— Eu? Sou um grande amigo.

— Desligou! Merda! — Jogo meu celular para longe.

Me sento no sofá e apoio a cabeça nas mãos.

É mentira! Helena jamais faria uma coisa dessas comigo. Deve ser algum desocupado passando um trote.

Leio algumas vezes o endereço que anotei no papel, tentando me convencer de que talvez ele nem exista, que tudo não passe de uma brincadeira de extremo mau gosto ou até mesmo alguma armadilha de Otávio. Porém, a curiosidade acaba falando mais alto do que a razão. Pego a chave de meu carro, coloco o endereço no GPS e sigo até o tal hotel.

Cerca de uma hora depois, chego ao endereço. O hotel, a julgar pela fachada, parece ser de péssima qualidade.

Estaciono meu carro na porta e vou até a recepção, onde uma senhora fuma tranquilamente seu cigarro, até notar minha presença. Rapidamente, ela o apaga em um cinzeiro de alumínio e me recebe com um sorriso.

— Boa tarde, meu jovem. Em que posso ajudá-lo?
— Gostaria de uma informação. Preciso saber se uma moça está hospedada aqui.
— Uma moça?
— Sim... Uma amiga. Seu nome é Helena.
— Helena Medeiros? — A senhora pergunta, enquanto analisa um livro de assinaturas.

Meu coração acelera.

Ela assinou com seu nome de solteira.

— Exato.
— Sim, ela deu entrada a pouco mais de uma hora. E ainda não saiu.
— Qual o quarto?
— Ora, isso infelizmente não posso lhe dizer. Vai contra as normas do hotel. — A velha sorri, maliciosamente.

Respiro fundo e enfio a mão no bolso, de onde tiro minha carteira. Em seguida, jogo quinhentos reais em cima do balcão.

— Quarto oito, segundo andar, à esquerda. — Ela me entrega uma pequena chave, depois de contar e analisar cada nota.

Subo as escadas correndo e logo encontro o quarto. Me aproximo da porta e ouço um barulho de água, provavelmente de um chuveiro, vindo de dentro dele. Pego a chave, destranco a porta e giro a maçaneta.

A cena que presencio quando a porta se abre me golpeia como uma faca, diretamente no coração.

Helena me olha em um misto de surpresa e susto, da cama, apenas de lingerie. Não bastasse isso, um cara sai do banheiro só de toalha, zombando de minha presença ali.

Não consigo pensar em mais nada, que não o ódio. Em como eu a odeio por ter feito isso comigo. Em como eu me odeio por amá-la.

Após recusar suas explicações e sua declaração de amor, saio atrás do cara que estava com ela no quarto. Não demoro muito para alcançá-lo, ainda próximo ao hotel.

— O que você estava fazendo com a minha mulher? — Seguro-o pela camisa.
— Eu não sabia que ela era casada, ok? Foi mal!
— "Foi mal"? É tudo o que você tem para me dizer? Foi mal? — Rosno entre os dentes.
— O que você quer que eu diga? Sou tão vítima quanto você nessa história! — Ele gesticula. — Nós estávamos trocando mensagens já havia algum tempo. E ela nunca me disse que era casada.
— Trocando mensagens? — Solto-o, com um tranco.
— É. Estão todas aqui, posso te provar. — O cara ajeita a blusa e pega o celular do bolso, me mostrando várias mensagens trocadas por eles. Algumas contém até fotos sensuais. — Se quiser ler, fique à vontade.
— Não. — Engulo em seco. — Já vi o bastante.
— Então... Será que posso ir agora?
— Vai deixar "sua linda" sozinha nesse hotel imundo, no meio do nada? — Ironizo, citando a forma como ele se referia à Helena nas mensagens.
— Ela não é minha. É sua. — O cara dá dois passos para trás, faz um gesto de despedida e se vai.

Mordo meu lábio com extrema força para evitar o choro, mas é um esforço em vão. Me sento na sarjeta e choro como nunca havia chorado em toda minha vida.

Quando consigo me recuperar, tempos depois, entro no carro, ligo para Nathan e peço que ele a busque.
Eu não consigo encará-la e sinceramente, não sei quando ou se conseguirei um dia.

Após rodar sem rumo pela cidade por quase duas horas, chego em casa e me deparo com nossas fotos em porta retratos espalhados por toda a sala. Aquilo me dói. Dói muito.

Atiro todos os retratos que consigo encontrar contra a parede, mas, diferente do que eu imaginava, essa atitude não alivia minha dor.

Ignoro a pergunta de Lúcia e subo até nosso quarto. Posso sentir o cheiro dela por toda minha volta.

Ouço suas palavras ecoando em minha cabeça, de forma quase agonizante:

"Olha para mim. Eu te amo, te amo muito!"

Desabo. Meus joelhos cedem, fazendo com que eu caia ajoelhado no chão, chorando compulsivamente.
Não sei por quanto tempo permaneço ali, mas só volto a mim quando uma mensagem de Nathan chega em meu celular:

"Estou com Helena. E cara, ela está arrasada. Você precisa ouví-la."

Levanto e olho à minha volta. Absolutamente tudo me lembra ela. Por esse motivo, tomo a decisão mais dolorosa de minha vida: fazer minhas malas e ir para longe de tudo que me lembre Helena.

Gramado, Rio Grande do Sul.
Hotel Saint Andrews, 10:00 A.M.

Após uma péssima noite de sono, reúno forças para me levantar da cama. As lembranças do dia anterior ainda me assombram.

Vou arrastando os pés até o banheiro e, após um bom banho, ligo para o restaurante e peço por um café da manhã no quarto. Em menos de quinze minutos, ele chega. Enquanto como, o telefone do quarto toca.

Alô.
— Bom dia, senhor Caíque. Há uma moça aqui na recepção, querendo vê-lo.

Ao ouvir isso, meu coração dispara a ponto de quase sair pela boca.

Seu nome é Laila... Laila Albuquerque.

Suspiro, desapontado.

Ah, certo. Já estou descendo. Peça à ela para me esperar, por favor.
— Pedirei.

Suspiro, passando a mão por meu rosto.

— O que Laila veio fazer aqui?

Coloco uma roupa rapidamente e desço para encontrá-la.

— Oi. — Laila sorri, logo que me vê.
— O que você veio fazer aqui, Laila? — Enfio as mãos nos bolsos.
— Nossa, quanta grosseria, Caíque! Eu vim te ver, prestar minha solidariedade.
— Certo. E por que eu precisaria da sua "solidariedade"? — Faço aspas no ar.
— Eu soube do que houve ontem... Aliás, a cidade inteira soube. Só se fala disso. — Ela baixa os olhos.
— Eu estou bem. — Abro os braços para me mostrar. — Viu? Agora você já pode ir, sossegada. — Termino com um sorriso forçado.
— Para de me tratar assim, poxa! Deu um trabalhão para te achar aqui!
— Eu não pedi para você me achar.
— Mas eu vim mesmo assim, pois me importo com você. Imagino como deve estar sendo difícil, como deve estar doendo.
— E você deve estar adorando, não é mesmo? — Dou um sorriso amargo.
— Aí é que você se engana. — Laila se aproxima, acariciando meu rosto. —Eu amo você, Caíque. Sua dor é minha dor.
— Ok. — Afasto sua mão. — Você não vai embora tão cedo, estou certo?
— Certíssimo.
— Quer tomar café da manhã comigo, então?
— É claro que sim. — Ela sorri.

Dou um rápido sorriso e começo a caminhar em direção ao elevador. Laila corre e entrelaça seu braço ao meu e, antes de subirmos, dá uma ordem para o Bellboy do hotel:

— Leve minha mala até a suíte.
— Sim, senhora. Em qual das suítes?
— Suíte Diamante, por favor.
— É claro, senhor.

— Desde quando Caíque Gama pede "por favor"? Ainda mais para um empregadinho de hotel? — Laila questiona, logo que as portas do elevador se fecham.
— Desde que aprendi a ter respeito pelas pessoas. Você deveria tentar também.

Laila faz cara de poucos amigos e fica em silêncio até o elevador chegar ao andar.

Quando destranco a porta da suíte, porém, ela abre um enorme sorriso.

— Essa suíte é incrível! — Laila se joga na cama.
— É sim. Bem, o café está na mesa. Fique à vontade para se servir.
— Na verdade, prefiro fazer uma coisa bem melhor.
— É? — Olho-a, desinteressado. — O que?
— Isso! — Laila avança sobre mim, me beijando com desejo.
— Ei! — Afasto-a. — Está maluca, garota?
— Estou. Eu sou completamente maluca — me olha profundamente — por você. Sempre fui.
— Vá comer. — Dou-lhe as costas.

Ouço Laila suspirar e se afastar.

Me sento em uma poltrona e reflito sobre o que ela disse.

Helena, além de me trair, ainda me ridicularizou perante a cidade toda.

Isso é o que se ganha ao se entregar de corpo e alma à uma mulher.

Em um impulso causado pela raiva, levanto e vou até Laila, que brinca com uma uva no prato.

— Não te ensinaram que não é de bom tom brincar com a comida?
— Ensinaram. — Ela sorri, me olhando. — Mas você sabe, eu adoro contrariar.

Dou um meio sorriso e a levanto, puxando-a para meu colo. Nos beijamos com urgência e pouco depois, já estamos na cama.

— Uau. Você está cada vez melhor. — Laila corre os dedos por meu abdômen descoberto. — Eu estava com tanta saudades desse corpo.
— Agora que já matou sua saudade, com licença. — Me levanto, desviando de seu beijo. — Vou tomar um banho.
— Posso ir com você? — Laila sorri, maliciosamente.
— Tem outro banheiro logo ali. — Aponto. — Fique à vontade.
— Estraga prazeres.

Após o banho, passo o resto do dia tentando me livrar de Laila, sem muito sucesso.

Ao anoitecer, vou até o bar na intenção de me distrair, mas, logo que peço um drink, ela aparece.

— Posso me sentar aqui? — Laila para ao meu lado, com um vestido incrivelmente sensual.
— Claro. — Dou um gole em minha bebida. — Você está linda.
— Obrigada. Me arrumei para você.

Sorrio de canto.

— Quer beber algo?
— Um Dry Martini seria ótimo.

Faço o pedido ao barman e logo que o drink fica pronto, brindamos.
— À nós. — Laila sugere.

Drinks mais tarde, cedo às investidas de Laila e acabamos transando novamente.

O arrependimento chega logo pela manhã.

Levanto antes dela e vou tomar um banho. Minha cabeça dói, meu estômago também.
Resolvo ir até uma farmácia próxima e logo que volto ao hotel, Laila me surpreende com um beijo no meio do saguão. Um nome citado ao fundo, porém, me chama a atenção. Me afasto de Laila e vejo Helena paralisada nos olhando, parecendo prestes a chorar. Nesse momento, minha única vontade é tomá-la em meus braços, beijá-la e dizer o quanto eu a amo. Mas, ao invés disso, ajo como um estúpido, e ela, por sua vez, me deixa falando sozinho.

Em um impulso de meu coração, deixo Laila cuspindo fogo às minhas costas e sigo Helena e Antony até uma praça e a surpreendo, pedindo para ouvir o que ela tem a dizer. Mas então, Helena começa a contar uma história absurda, sem pé nem cabeça, acusando Laila de ter armado com Lívia para nos separar. Confesso que se eu não tivesse visto todas aquelas mensagens trocadas entre Helena e o cara, talvez até acreditasse nessa versão, mas o que vi é inegável. Ela estava me enganando há tempos.

Helena se vira para ir embora, mas eu a impeço e, em outro impulso desesperado de meu coração, eu a beijo. Um beijo com toda minha alma, com todo meu amor.

Infelizmente, meu orgulho fala mais alto do que meu coração. Trocamos farpas e por mais uma vez, Helena me deixa falando sozinho. Dessa vez, porém, não a impeço de ir nem a sigo. Prefiro deixar como está.

No dia seguinte

— Bom dia. — Laila me beija, logo que acordo.
— Para com isso, Laila. — Afasto-a, me levantando.
— Eu não acredito que você ainda está bravo comigo por conta das baboseiras que a Helena inventou! Quantas vezes vou ter que repetir que eu não fiz nada?
— Nenhuma. Já ouvi por vezes suficientes. — Me alongo.

Pouco depois, meu celular toca.

Alô.
— Ei Gama, como vai?
— Chang? — Abaixo o tom de minha voz, me afastando.
Não. Coelhinho da Páscoa.
Me poupe de suas ironias, ok? Ao menos pela manhã.
É claro, vou guardá-las para a tarde, então.
Você ligou apenas para ironizar ou tem algo relevante para me dizer?
Eu liguei para avisar que, enquanto você se diverte no Sul com sua amiguinha, Helena está aqui na Exxon, sob a mira de Otávio.
Como é? O que ela está fazendo ? E o que você faz também?
Helena não é covarde, cansou de se esconder. E eu estou aqui protegendo-a, coisa que você deveria estar fazendo. Afinal, não fosse por você, ela não estaria em perigo.
Escuta aqui, eu nunca quis colocá-la em perigo. Eu não tenho culpa de ter dinheiro e atrair um psicopata fissurado pelo poder que está tentando nos matar, ok?
Pois bem. Fique com sua consciência tranquila, então, curtindo o frio do Sul.
Ei, Chang. Espera!
Estou ouvindo.
Promete que cuidará dela por mim.
Eu cuidarei. Mas não por você. Passe bem, Gama.

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