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16. ғᴀʀʀᴀ?

     Parei em frente a pizzaria, com a cara de tacho de sempre, pensando: "Porra, o que eu tô fazendo aqui, velho?"

— Isabella? Oi — era Taehyung, que até onde me lembrava era o garçom que me expulsou um dia desses.

— Oi Taehyung-ssi. Então lembra de mim? — Franzi o cenho, cruzando os braços.

— Claro que me lembro. É a barraqueira, emocionada que foi traída. -— parece que o nome de corna pegou.

— Sem querer ofender nem nada, mas... vai se fuder. Obrigada, agora cadê os outro?

— Realmente era verdade. — Ele passou a mão no queixo, pensativo.

— O que? — Agora foi que deu.

— Você também é esquentadinha.

Seu rabo.

Entrei no local ouvindo a música no andar de cima. Subindo as escadas olhei pouco a pouco o que faziam. Eu podia jurar que não precisavam de ajuda, mas para que eu estaria lá, senão para ajudar?

— Oi? Tudo bem com vocês? — Tentei não olhar diretamente para o loirinho, sei lá, Pessoas bonitas me constrangem.

— OI CORNA! — Seokjin apareceu do nada me dando um abraço forte. Eu odeio esse apelido, misericórdia.

— Não sou corna, tá okay? E não sei de onde tiraram isso. — Resmunguei, me apoiando na parede.

— Não tem como provar. Diga assim. — Disse Jimin, fazendo Yoongi rir.

— Não vou falar mais nada. — Olhei diretamente para Jimin, que piscou. — Que isso, amado? — ri.

— Estou flertando. — Moreno respondeu, sorrindo de canto.

— Para por favor. — Pedi fazendo os meninos rirem. Não sei bem por que razão fui levada a olhar para Yoongi, que enxia algumas bexigas, sorrindo lindamente, bem tipo câmera lenta, super 4k plus.

Em questão de segundos, só havia eu e o loirinho naquele enorme salão. Eu não tinha o que falar — ou tinha, mas não conseguia.

Tipo: "Oi gatinho então... bó se pegar no cantinho?" " E aí? Que tal ir ali no beco comigo, hein?"

Um pior do que outra...

— Não vai falar nada? — ele rompeu o silencio.

Eu? Por quê? O que? Por que você é tão lerda, Isabella? Ele perguntou se não ia falar nada. — Não sei bem o que dizer.

— Achei que falaria mais. Os meninos estavam babando seu ovo. Até criei expectativas.

Expectativas?

— Lamento, não poder suprir as suas expectativas. — falei sorrindo. Mas querendo chorar.

— Nunca disse que não supriu. — Ele me parou me encarando sério. Nossa... — Ainda não te conheço. Não costumo tirar conclusões precipitadas.

Gente... de onde esse homem veio??

— Profundo... — murmurei sem querer. Ele riu.

— É? — riu, andando até mim. Meu coração estava quase saindo pela boca. — Poderia parar de fugir? Tipo? Tem algo na minha cara? sou muito feio?

— Não. Não é isso... — dei um passo para trás, sentindo a parede. Ele deu mais um passo à frente.

— Gente! Que putaria é essa aqui? — Taehyung falou alto o bastante para me assustar, mas o Yoongi... continuou bem perto.

— Buu! — estremeci. — Até quando vai ficar aí parada? Veio pra ajudar, né? — O loirinho sorriu.

— Tá deixando a garota desconcertanda, Min Yoongi! — quem falou foi o Jin, entrando com as bebidas. — Querida, às vezes ele me dá medo. — Jin sussurrou.

— Fala a verdade, Jin! Você é boiola por mim...

— Teu cu, Yoongi!

Me sentei no primeiro andar esperando Jungkook com as cadeiras do porão, eu que não entraria naquele lugar.

— Acabei de pensar em uma coisa. — Olhei para Taehyung, sentado ao meu lado. — Parece que está faltando alguma coisa. Não acha?

— Mais bebidas? — Jimin sugeriu. Ele soltou do nada, com uma cara de espanto. — Não temos um bar man!

— O QUÊ? — Vi o rosto de Yoongi ficar apavorado. — Cadê o Jackson?

— Esqueci de avisar... — Jungkook largou as cadeiras onde estava, batendo na testa. — Ele tirou férias.

— Que férias, Jungkook? PELO AMOR DOS DEUSES! — Jin parecia que ia desmaiar.

— ELE TIROU FÉRIAS MÊS PASSADO, ESSE... — Jimin berrou.

E foi aí que começou a baderna, um gritando de cada lado, e era eu que estava começando a cogitar surtar com eles, mas não. Eu não...

— AQUELE DESGRAÇADO ME PAGA! COMO VOCÊ... — até Yoongi que eu julgava o menos barraqueiro estava berrando.

— EI! — gritei, chamando a atenção de todos. — Podem manter a calma por favor? — eles concordaram, sentando. — Eu posso ser a bar man.

Não que eu tenha muita experiência. Lembram daquele chefe que eu quebrei o braço? Então, era uma balada em Itaewon que eu trabalhava, bem famosa. Foi onde eu conheci o Lucas, foi onde tudo começou. Aprendi a fazer drinks e outras coisas. Então estou qualificada.

— Beleza. Temos uma bar man! — Jungkook pulou, animado.

— Nem fudendo! — falei, olhando o cara a dez passos de mim. — Tá embebedando a garota... filho da...

— O que foi agora? — Perguntou Jimin, atravessando o balcão. — Por que está encarando aquele cara?

— Esse cara desprovido de celebro, está enchendo a cara da garota. Não vê? — Jimin cruzou os braços olhando.

— Não. E o que eu tenho a ver com isso? Ela parece estar se divertindo.

— Não. Não está. Ela tá fingindo a simpática pra ver se ele se toca e vai embora. Odeio homens, principalmente em baladas. ODEIO HOMENS. Esses sem noções, burros e radioativos. Infelizmente a minha escolha sexual me queima, porém sou totalmente adoradora de mulheres lésbicas, por terem noção.

— Eu sou homem, tá? — Jimin fez uma cara de indignação. — Me senti um pouco ofendido.

— é pra sentir mesmo.

— Okay, senhora feminista. — Ele sorri de canto. — Vou lá ajudar a garota.

— E como exatamente vai fazer isso? — questionei, e pela cara dele, parecia ter uma ideia.

— Vou chamar ele pra dançar. — Jimin passou pelo balcão e educadamente falou algo no ouvido da garota. E vuala! Eles estavam dançando, e ela finalmente, parecia feliz.

Talvez eu não odeie todos os homens...

Eu adorei trabalhar naquele lugar, por mais que fosse de graça e só fosse entregar as bebidas — e fazer várias misturas aleatórias que por algum motivo as pessoas gostavam, e que talvez morresse com o alto teor de álcool — eu tinha passado aquela noite bem feliz por me senti útil de novo.

A balada fechou as 5h da manhã o que estava bem perto da hora que eu dormia depois de maratona um dorama. Os outros ainda estavam muito bem acordados, mas eu, queria capotar na cama e nunca mais acorda, — mentira, eu queria acordar é claro, senão eu estaria morta, e eu não quero morrer.

— Bom trabalho pessoal! — Yoongi falou, e todos começaram a tirar os uniformes. O loirinho me olhou, e despois se aproximou. — Aqui. — Estendeu um envelope.

Eu curiosa que sou abri. Misericórdia, dinheiro.

— Menino, aqui tem grana pra um mês de trabalho.

— Exato. — Ele sorriu. Sorri também né? dinheiro pra compra comida. DINEHIRO DE MAIS. — Esse é o seu adiantamento.

— Adiantamento? — inclinei a cabeça confusa.

— Vai trabalhar com a gente, moça. — Ele deu as costas.

— Pera ai! eu nunca concordei com isso!

— Se não quiser o dinheiro, eu quero! — Jungkook gritou.

Olhei para o dinheiro, e em seguida para todos, me olhando. Aiaiai...

— Mas... — comecei. — O chefe de vocês, sabem disso? Digo, acabaram de contratar uma estranha para ser bar man, não é burrice? Seria bem antiprofissional, não acham?

Naquele instante, todos cobriram a boca, me olhando como "você poderia ter ficado calada, corna."

— Eu... — Yoongi se virou, com os braços cruzados. — Eu sou o chefe.

Perfeito, Isabella. Perfeito.

Playlist do dia:
Dynamite - BTS

🍕
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