Capítulo 27
Virei a mesa por alguns segundos e olhei Robert de relance. O mesmo estava de olhos arregalados e em instante iria explodir querendo dizer algo.
Eu sabia. Eu sabia bem o motivo dele está daquela maneira e não podia negar que, apesar de tudo, estava agoniada e sem saber oque fazer.
Tyler dizia algo que não pude entender. Pois estava focada em outra pessoa e em outro assunto.
O telefone começou a tocar e meu marido atendeu se levantando enquanto Robert me puxa para o canto da porta, alguns metros longe da mesa, e susurrou:
— O nome dele é Juan, Meg.
Eu sei. Eu sei que o nome dele é Juan.
Levantei os ombros e encho o peito de ar.
— Precisamos saber se era o mesmo Juan que conhecemos. — Eu disse baixo observando Tyler tagarelar no telefone atrás de sua mesa. — Nem todos tem Huston como sobrenome nessa cidade.
— As vezes acho que sua autoestima vai te destruir..
Olhei para ele injuriada e voltei a olhar Tyler.
Meu amigo tem razão.
— Precisamos investigar ele. Pergunte Tyler sobre..
— Deixa comigo. — O interrompi e andei até Tyler que desligou o telefone e se sentou sobre sua cadeira, um pouco apreensivo. — Tyler?
Meu marido me olhou e colocou os cabelos compridos atrás das orelhas.
Não tinha percebido o quanto havia crescido. Estavam bem escuros e luminosos.
— Tudo bem? — Me olhou e encarou Robert por alguns segundos. — Estão juntos?
Sim. Mas não é isso que quero conversar.
— Sim. Mas não é nesse assunto que deveríamos conversar agora. — Robert me interrompeu e baixei os ombros derrotada.
Era como se ele estivesse jogando um peso para fora de si. Robert, literalmente, se aliviou por enfim dizer a Tyler oque sempre quis.
Por um instante apenas, quis negar tudo. Ele era meu marido, e algum momento achei que duraria pra sempre.
Esse sempre foi tão curto que me assustou. Cinco anos jogados foras, mas cinco anos curtos em que fui feliz.
Tyler me olhou atentamente. Talvez magoado, eu diria. Meu marido, meio agoniado, se levantou e encarou Robert por alguns segundos estressantes.
— Vamos falar disso outra hora, por favor. — Eu digo meio desconfortável.
— É melhor. — Ele diz com certa rejeição e decepção na voz.
Engoli em seco. Mesmo não estando junto a ele, estava casada ainda. Foram semanas, não anos. Por mais que, ele e todos, eu tenha desaparecido por muitos e longos meses...
— Quem é Juan? — Perguntei logo de uma vez para nos tirar daquele desconforto insuportável em que Robert nos meteu.
— Oque tem ele? — Estreitou suas sobrancelhas. — Por favor, me diz que ainda não está procurando um homem que não existe mais?
— Me responda, por favor.
— Megsson, eu o conheço a mais tempo que muitos aqui na empresa. É casado, tem um filho de 15 anos. Vive à alguns quilómetros da cidade num vale logo depois de Hopma'n City. Quer o CPF dele?
Ótimo.
— Faltou o sobrenome. — Ouço Robert dizer e me viro o olhando e logo volto o olhar para Tyler.
Talvez tenha demorado segundos para responder. Esperava algum tipo de retaliação ou um arrependimento desse depoimento.
— Só vou desistir quando resolver tudo. — Tentei explicar e ele me encara ainda confuso. — Hoje recebi uma ligação suspeita que disse seu nome. Vim correndo porque ainda me preocupo.
— E oque um de meus sócios tem a ver com suas buscas? — Elevou a voz.
— Basta dizer o bentido sobrenome já que confia tanto nele. — Robert rebateu e me mantive séria.
Talvez fingir indiferença seja um modo de mostrar que a Megsson Courtney que Tyler havera conhecido não exista mais.
De alguma maneira eu juntei todas as forças para me manter hereta. Reta e séria naquele momento.
Tyler me encarava buscando algo que nem eu saberia identificar.
— Preciso que saia. — Foi oque ele disse por fim.
— Oque? — Eu questionei.
— Os dois. Saiam, por favor.
— Tyler. Ésó um sobrenome. — Dei um passo a frente.
— Não, Megsson. Não é. É questão de confiança. Se você não confia em mim, não tenho porque dizer nada. — Disse se sentando em sua cadeira e dizendo atraves de sua indiferença, que aquela conversa estava encerrada.
— Tyler...
— Vamos. — Robert segurou meus dedos e puxou minha mão.
Eu o segui deixando Tyler e respirei fundo.
Talvez eu tenha deixado de ser sua mulher muito antes de acidente.
— Esse não é o Tyler com quem me casei. — Confessei quando as portas do elevador se abriram e apertei os passos.
— Já está indo Megsson? — Ouço a recepcionista e assenti dando um pequeno sorriso. — Juan disse que você esqueceu isso na sala de Tyler. — Levantou uma caixa fina e colocou sobre o balcão.
Dei uma olhada para o objeto em minha frente e encarei Robert.
— Que Juan?
— Dr. Huston. — Disse e levantei os ombros indo até a caixa marrom.
— Espere.. — Rob pegou meu braço. — Cuidado.
Assenti e peguei a caixa estreita em minhas mãos.
— Ele disse que gostou, mas sabe que a maioria das palavras são mentirosas. — Disse e a olhei.
— Não entendi.
— Deve ser um livro. — Deu de ombros.
Me virei e observei por alguns instantes.
Não sei quem é esse homem usando um nome falso. Um nome de uma pessoa morta. Mas, de alguma maneira tem a ver com Peter e isso eu não posso negar.
Não está só enganando Tyler, mas a mim não vai.
— Certo. — Levantei os ombros e fui até um banco de espera ao lado da recepção.
Robert segurou firme meu braço como conforto e assenti como agradecimento.
Segurei firme e antes de abrir, sinto o som alto do meu telefone tocar nos bolso esquerdo.
Com o susto me levantei e coloquei a caixa sobre o banco ao lado de meu amigo, logo peguei o celular atendendo rapidamente sem ver quem era.
— Alô?
— É a Megsson Courtney? — Ouço a voz grossa do outro lado da linha e me assustei.
— Sim. Sou eu. Quem é?
Robert se levantou para me olhar confuso e respirei fundo.
— Sou eu, Argent. — Disse confiante. — Disse que diria a você se encontrasse o assassino de Luan. Depois de um ano eu consegui. Mesmo sendo expulso da polícia e investigações.
— É o policial/tenente Argent. — Sussurrei quase sem voz para apenas Robert ouvir, que arregalou os olhos logo a seguir. — Quanto tempo, Argent. Estou aflita, encontrou?
O medo me dava a impressão de que estava me deixando fraca. Quanto mais me aproximava da verdade, mais distante parecia estar.
Agora, depois de tanto tempo, saberei quem foi o maldito que fez aquilo com Luan.
— Não posso dizer por telefone. Podemos nos encontrar a noite? — Disse com a voz um pouco falha. — Faz alguma semanas que tem alguém me seguindo.
— É claro. Não se preocupe. Como iremos fazer isso?
— No restaurante Fh-Hollyn seria ótimo. — Sugeriu.
— É claro. Te encontro às oito. — Desliguei o telefone. — Encontrou o assassino do Luan.
Havia me distanciado desse problema. Minha mãe morreu deixando todas as suas dores para mim.
Diante de tudo que está acontecendo, não parei para pensar quen deveria ser o assassino de Luan. Uma homem que desafiou algumas leis para me me manter informada de tudo.
Ele, que tanto fez por mim, morreu por algo que pedi.
A única coisa que vinha em minha mente, era que o assassino ou assassina era tão próximo quanto.
Robert se assustou e me olhou sério.
— Tem certeza? Quem é?
— Vai me dizer hoje a noite pessoalmente. Você virá também.
— Certo. Menos um caso em mãos. — Disse enfim. — Aqui, tome. Abra.
Peguei a caixa de suas mãos e respirei fundo a abrindo de uma vez, anem que alguém interrompa.
Pousei diversas vezes antes de dizer uma palavra. Como?
Imaginei muitas coisas e nenhuma delas passou pela minha cabeça para confundir com a realidade.
— Tá brincando.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro