Capítulo 25
Meus passos estavam tão calmos e extremamente estressantes.
Nunca pensei que entraria em "minha" delegacia como apenas uma pessoa normal. Sem meu distintivo.
Assim que entrei, todas as pessoas — meus ex colegas de serviço —pararam com o que estavam fazendo e me encararam como se fosse um fantasma.
De certo modo, era.
Respirei fundo e dei meu primeiro passo.
— Oi, pessoal! — Levantei meus ombros.
Todos se levantam perplexos, felizes e uns surpresos.
— Sentimos sua falta. — Lucy disse e bate palmas. Por um segundo apenas, sozinha. Logo após a multidão de aplausos ecoou na delegacia.
Policiais, recepcionistas, atendentes, guardas, zelador e técnicos e compilações de dados, estavam em pé. Aplaudindo.
Enfim, depois de muito tempo longe, me senti em casa.
Estava feliz por estar ali novamente. Necessitava daquele lugar. Já fazia parte de mim desde meu primeiro estágio aos dezenove anos.
— Megsson Courtney voltou! — Um grita feliz.
Estava honrada. E por um momento, achei que não fosse tão importante.
Assobios e gritos preencheram meu lugar de trabalho atordoamente.
— QUE MERDA ESTÁ ACONTECENDO AQUI? — Ouço uma voz feminina, aguda, gritar.
Todos, rapidamente, pararam com os aplausos e encaravam a mulher.
Alta. Morena. Cabelos enormes e lisos. Olhar profundo. Lábios finos.
Estava com a farda policial e algumas estrelas estampadas em sua jaqueta azul.
— Que surpresa temos aqui. — Me encarou de cima abaixo. — Você deve ser a famosa e viva Megsson Courtney Flyn. — Continuou a me encarar seria. — Antes morta, agora viva.
— Você deve ser a Leia. — Dei um passo a frente. — Delegada Leia.
— A própria. — Cruzou os braços e olhou para os lados, observando todos em pé. — O que estão esperando? Seis minutos descontados no salário de cada um. — Quase gritou. — Voltem ao serviço.
Todos se sentaram e voltaram a fazer seus afazeres.
— Entre... — Olhou para mim e logo após para fora da porta.
Robert estava encostando em seu carro. Tranquilo e observador.
— Entre! — Ouço Leia dizer e ando até minha sala.
Totalmente diferente do lugar onde me pertenceu um dia. Até o cheiro pertencia a outro aroma.
E que Katana Cold Steel era esta em minha parede?
O quadro de cacto verdinho que havia logo acima de minha cabeça foi substituído por uma Katana Gold. Só pode está de brincadeira.
— Que merda aconteceu aqui dentro? — Questionei olhando ao redor.
— Está falando dos troféus ou tem medo de Katana? — Se sentou em minha cadeira logo atrás da mesa e colocou as duas mãos sobre a mesa.
Talvez nunca entenda, mas esse lugar nunca pertencerá a outra pessoa além de mim mesma. Isso eu vou deixar claro.
— Oque realmente quer? — Ela perguntou e a encarei por alguns segundos.
Jamais me imaginaria tão distante da minha vida assim. Minha filha era o principal motivo de tudo oque fiz e agora estou totalmente sem rumo ao saber que ela tem um vínculo com Peter.
Estava preocupada, aflita e com muio medo de envolver Rose mais do que já estava envolvida.
— Vamos jogar o papo furado de lado.— Digo segurando a cadeira de frente a ela e a encarei com certo desdém nos olhos. — Não sou uma idiota que vai ficar quieta nesta cidade sabendo o que está acontecendo com ela.
Acha que não sei lidar com esse tipo de pessoa?
— E oque está acontecendo com esta cidade? — Perguntou, um tanto indiferente e aumentando o tom de voz.
— Acha que sou burra? Acha mesmo que vou ficar sem fazer porra nenhuma e sentar a bunda no meu sofar e ver o dia passando diante dos meus olhos?
Certo. Achei, que por algum momento, ela fosse negar. Talvez até perguntar quem seria Peter.
No instante em que a acusei, ela permaneceu em silêncio. Tentativa vasta de querer ter certeza de que eu estava errada, ou que eu esteja jogando um tópico sem a certeza da verdade que ela possa trazer.
Léia não era burra. Eu sabia disso. Minha mãe havia me contado histórias sobre Peter e nesse exato momento pode estar acontecendo uma delas. Teatro. Tudo farsanha.
Ela, levantando a sobrancelha de lado, abriu um sorriso largo que deixou visível seus dentes retos. E claro, sem nenhuma significância, perguntou:
— Quer mencionar o real motivo de ter vindo aqui, Megsson?
— Dizer a localização de Peter vai poupar meu tempo de destruir outra pessoa no lugar dele. — Disse direta e sem rodeios.
Não irei mais perder meu tempo. Talvez planos não dê muito certo no momento. Irei encontrar ele mesmo que eu tenha que ir e voltar ao inferno nessa jornada.
A expressão de Léia não mudou em simplesmente nada. A não ser seu sorriso falho, desaparecendo. Mas com a mesma afeição. A mesma indiferença abrupta estampada em seu rosto quase marrom indiano.
— Você acha mesmo que direi alguma coisa a você? — Perguntou com um sorriso de lado.
Confessou. Não em todas as palavras, mas confessou que sabe sobre Peter. Ela sabe e era isso que eu queria saber. Só isso.
— Tyler de alguma maneira viu uma mentira horrenda sair dessa tua boca.
Não era bem isso que queria dizer. Mas que a verdade seja dita e merecida.
— Não precisei mentir. — Riu.
Sei que se passaram quase dois anos. Para mim foram semanas. Ainda tinha Tyler como meu marido e saber que ele tem esse tipo de mulher como uma forma de seguir em frente me dá embrulhos agoniantes no estômago.
— Oque realmente Peter te ofereceu para se aliar a ele?
— Porque acha que sou aliada dele?
Você é.
— Oque realmente Peter te ofereceu para se aliar a ele? — Repeti um pouco mais alto.
— Está fazendo muitas perguntas para quem acabou de sair dos mortos. — Seu sorriso desaparece novamente. Meio impaciente continua: — Não tem medo de voltar pro buraco de onde saiu? Johan deve está sedento para te ter de volta.
Idiota.
Talvez o modo como ela disse fosse apenas um flerte. Mas eu sabia, de todas as formas, que ela estava envolvida em tudo.
Essa Índia que não sei de onde saiu, sabia sobre Johan e sua hospitalidade macabra. Essa mulherzinha matuta que está com a bunda na minha cadeira sabia sobre Peter e está enganando Tyler de alguma forma. Sabe sobre seu parentesco também?
Preciso pensar numa forma de chegar até Peter. Ela, por enquanto, é meu único caminho.
— Isso não vai durar muito tempo.
— Oque vai fazer? Ligar para os policiais de outra cidade na última hora? — Erguei o queixo me encarando.
Provocativa.
Vingativa.
Maldita. A história da minha mãe não vai se repetir.
— Se escolher o lado errado, vai apodrecer com os mesmos vermes no final. — Me virei.
Não posso mostrar que seu comentário me afetou. Mencionar minha mãe como alto sabotagem era um golpe baixo.
Se ela quer brincar assim, que os jogos comecem.
— Isso é uma ameaça? Lembre-se que está dentro de uma delegacia. — Avisou assim que fiquei parada na porta e a olhei por cima dos ombros.
— Entenda como quiser. — Virei para ela. — E quer saber? Diga a Peter que ele não irá conseguir fugir desta vez.
Vi seus dentes amarelos serem expostos novamente antes de rebater:
— Quem disse que ele está fugindo?
— Uma pessoa que vive em cidades e países diferentes a cada ano é oque pra você?
— Ele nunca saiu de perto de você. — Cruzou as pernas.
— Oque disse?
— Sofia era mais inteligente, Meg.
Porra.
— Não ouse falar o nome da minha mãe. — Levantei a voz e bati as duas mãos sobre a mesa, a encarando com certa abrupdade na voz.
Certo. Admito que não consigo esconder a raiva estampada em meu rosto que ela menciona minha mãe.
Léia se esquivou para trás e enconlheu os braços se deslocando de sua cadeira e descruzando as pernas de modo confortável.
— Se continuar nesse tom, vai conhecer a cela do lado de dentro. — Rebateu com toda sua tranquilidade teatral.
— Sua...
— Megsson? — Ouço a voz de Robert e me viro para ele. Oque agradeço, já que o final de minha frase seria um soco certeiro no rosto intacto da índia. — Tá tudo bem?
— Olá, Robert! — Léia abriu um sorriso. — Pelo jeito encontrou seu troféu perdido.
Antes que a voz de Rob fosse dita, o telefone toca e vejo o olhar de Léia se mover até ele.
— Espero que nosso segundo encontro seja mais emocionante que este. — Sua voz fina me fez matá-la mentalmente.
Seu rosto não será salvo no próximo encontro.
Virei meu corpo novamente segurando o ombro de Rob e reabri a porta de vidraça espelhada.
— Sim? — Ouço Léia atender o telefone e Robert passa por mim, enquanto o sigo. — Megsson?
Me virei e a encarei com o telefone no ouvido direito.
— É pra você. — Ergueu-o até a mim e permaneci no lugar.
Robert assentiu e dei um passo a frente pegando o telefone de sua mão e levando até o ouvido.
— Alô? — A respiração seca do outro lado me fez sentir um frio percorrer por minha espinha.
E eu sabia...
Era ele.
— Quando tempo, Megsson. — Sua voz não só me assustou, como sei que através de minha mudança de afeição fez Robert se assustar também. — Sentiu minha falta?
— Peter!
Nota da autora:
Olá pessoas. Então, capítulo 20 não estava postado. Wattpad o retirou de alguma maneira e o republiquei porque sou desobediente e sem ele estaria tudo incoerente. Enfim, era isso.
Estão pedindo muitos capítulos, prometo me esforçar mais.
Cuidar de um bebê é mais difícil que cuidar de minha ex boneca kkkk
Vou atualizar pelo menos uma vez na semana. Não me abandonem. Não abandonem Peter, depende de vocês a derrota dele rsrsrs
Obrigada, e encontro vocês nos comentários (leio todos e rio bastante) ❤
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