Capítulo 23
— O que? — Parecia surpreso.
Puta merda! Puta merda! Puta merda!
— Não pode ser. Todo esse tempo. — Sussurrei me encostando na mesa.
Robert ficou em minha frente e me encarou. Seus olhos estavam distantes, mas ao longo do anos percebi que era assim que sua surpresa era anunciada.
Achei que essas palavras nunca sairiam de minha boca. Era difícil pode dizê-las em voz alta. Eu, eu realmente não queria.
Minha mãe deveria estar aqui para me alertar, ou para, apenas, finalmente, estar comigo.
Meus cílios balançaram freneticamente, respirei tão fundo que minha garganta ardeu com a força que meus pulmões jogou o ar para fora.
Abri e fechei a boca quase um minuto, antes de dizer o que me menos esperei por anos:
— São irmãos. Tyler e Peter são irmãos.
Não posso acreditar nisso. Não tem como eles serem irmãos. Conheço bem sua família, de onde veio.. É impossível.
— Sua mãe não havia mencionado um terceiro irmão. — Robert diz chegando perto e me abraçando quando percebe minha situação.
Meus corpo tremia. Meus pés estavam gelados. Meu coração pulsava contra meu esterno, quase perfurando-o. Estava em desespero, era evidente.
Puta merda!
Tyler sabe? Não. Definitivamente ele não pode ter mantido isso em segredo todos os esses anos. Ele não faria isso.
Ele não faria isso.
— Talvez nem mesmo ela sabia. Ou... — Me distanciei o olhando nos olhos.
— Ou o que? — Acariciou meus cabelos loiros, fungando.
— Tyler também não saiba. — Conclui. — Sempre me disse que o pai foi um idiota.. Sem escrúpulos. Traía a mãe.. Talvez seja isso, um filho fora do casamento.
— Ele saberia, Meg. — Sussurrou. — Ele carrega o sobrenome do seu marido. Tem parentesco. O que faz você pensar que ninguém da família de Tyler saiba?
Robert pode ter razão. Mas é meu marido que está em jogo. Por mais que eu não possa confiar em ninguém, ele nunca me esconderia uma verdade tão cruel.
— Preciso falar com ele. — Disse indo até a porta.
— Espere! — Segurou meu braço. — Não foi só o que encontrei.
Me virei para ele assustada.
Ainda tem mais?
— O que?
Meu amigo se abaixou e pegou os papéis do chão. Passou alguns folhas e me entregou logo depois.
— Peter morou aqui por muitos anos, mas sua casa nunca foi aqui. — Disse. — Depois de sua mãe, de ter fugido, voltou a cidade alguns anos depois. Não usou seu nome, mas pude buscar e identificar seu erro. — Relatou. — Fingiu ter se casado com alguém, que não sei quem é e viveu aqui abaixo de nossos narizes por cinco anos.
— Katlyn. Ela era sua "esposa".. — Disse.
— Certo. Mas há uma questão no qual venho tentando entender por meses. — Apontou para a folha. — Essa relação.
Baixei o olhar e li.
— Orlando. 2005. John J. Courtney...
— O que seu avô tem a ver com Peter? — Me olhou e respirei fundo.
— Eu não sei. — Chorei. — Eu não sei de mais nada.
— Vem aqui... — Me puxou para um abraço. — Tá tudo bem.
Tyler era irmão de Peter. Brian era irmão de Tyler por parte de sua mãe. Mas como?
Meu avô? O que ele tem com Peter?
Sofia não tinha nenhuma relação com o pai. Disse que era uma pessoa ruim e fora da lei. Talvez tenha sido enganado por Peter?
Parece que acordei no meio de uma rebelião de pensamentos. Muita informação para um único dia.
— Aqui... — Robert me entrega um copo de água gelada e o tomo. — Se sente melhor?
— Só queria que tudo isso acabasse logo. — Disse o entregando o copo e indo em direção a sala, logo me sentando no sofá vermelho. Derrotada.
— Um ano distante muda muita coisa. — Sussurrou se sentando ao meu lado. — Não acha?
— O que quer dizer? — O encaro.
— Você e Tyler, parece não estarem bem. — Disse.
— É. — Dei de ombros. — Já não estávamos bem antes do acidente.
— E Brian?
— O que tem ele?
— Parece se preocupar bastante com você. Foi o único que também não quis desistir. Ficava com Rose o tempo todo. — Sussurrou e o encarei confusa.
— O que quer dizer, Robert? — O fitei desconfiada.
— Não foi só o que descobri tentando ir atrás de você. — Disse. — Porque nunca me contou?
Respirei fundo. Droga. Mil vezes drogas.
— Parece que todos guardam segredos dolorosos. — Sussurrou para si. — Ainda não respondeu minha pergunta, porque não disse nada?
— Não queria tocar no assunto. Ele não merecia. — Sussurrei.
— Meg... — Segurou minha mãos. — Talvez esconder uma verdade dessas, não seja a melhor opção. Mas sei o que pode ter passado, e estou do seu lado quanto a isso, só que.. — Suspirou. — Acho que deveria contar. É o direito dele.
— Direito? — Encarei ele furiosa. — O que ele sabe sobre direito, Robert? Ele me abandonou e terminou comigo por uma carta.
— Não posso. Foram cinco anos escondendo. — Fechei os olhos.
— Sabia que os olhos dela me lembrava alguém. — Riu me fazendo rir junto.
— Obrigada por não julgar. — Ri de lado.
— Tudo bem, te entendo. — Deu de ombros. — E te amo demais para mão entender.
— Robert..
— Não. Deixe-me dizer. — Fechou os olhos e logo os abriu segurando em minhas mãos. — Você sempre soube que nunca havia a esquecido. Não é boba. Deixou que eu a beijasse duas vezes e não se impôs, porque sei que sente algo também...
— Eu me casei, Robert.
— Seu casamento foi anulado assim que assinaram sua certidão de óbito. — Declarou. — Não faça isso com a gente outra vez.
— Não conversei com Tyler ainda..
— Dane-se o Tyler. Não conversou comigo também antes de se casar com ele. Então, tecnicamente ainda estamos juntos. — Riu.
— Se passaram tantos anos. — O olhei. — Se tornou meu melhor amigo.
— Confidente. Leal. Parceiro. — Concluiu erguendo um de suas sobrancelhas. — Por favor... — Acariciou minhas bochechas. — Sei que ainda sente algo.
Fechei meus olhos me lembrando de como fomos felizes quando adolescentes.
Correndo sobre as ruas juntos. Brincando abaixo da chuva. Parque. Vale. Rio da ponte na divisa da próxima cidade.
Éramos sim, felizes.
— Eu te amo, Megsson. Desde nosso primeiro beijo. Desde o último. Desde sempre. — Disse é levou seus lábios aos meus rápido. Se distanciando logo em seguida. — Ainda o mesmo sabor. Mesma aroma. Mesmo toque...
— Rob... — Sussurrei me levantando e o mesmo faz o mesmo segurando minhas mãos e me olhando. — Isso é loucura.
— Que dia fomos normais? — Riu me virando e olho em seus olhos altos. — Só deixa guiar por suas emoções. — Sussurrou acariciando meu rosto com delicadeza.
Respirei fundo e subi meus pés para me inclinar e beijá-lo. Mesmo cheiro de Canela e perfume masculino.
Mesma sensação de quando era criança, amor.
Robert segura minha cintura e me puxa para seu corpo.
Tirou seus lábios vermelhos dos meus e acariciou minha pele, respirando fundo. Fechei os olhos e senti o poder de seu toque. De seu perfume. Calor.
Robert levou suas mãos para baixo de minha blusa fina e a subiu, tirando-a logo em seguida e me deixando com o sutiã vermelho de renda.
Fez o mesmo com a sua e me puxou rápido para seu corpo, passando os dedos em minhas costas os pousando em meu sutiã, desabotoando-o logo em seguida.
A alça passou por meus braços e o joguei no chão, de lado.
Robert me olhou de cima abaixo e pousou seus olhos claros nos meus, rindo de lado e logo me beijando.
Agora um beijo com calor e voracidade..
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