Capítulo 18
Ouço os barulhos das sirenes de ambulâncias à distância. Um ruído forte enchia minha cabeça com ecos e vozes por todos os lados. As luzes preencheu o local quando tento abrir meus olhos. Inundando cada partículas do mesmo.
Um hospital. Eu estava deitada, posta numa cama de hospital.
Enfim acostumo minha visão com a luz forte e seguro o travesseiro entre meus dedos.
Os ruídos desaparecem completamente.
— Ah! Até que enfim... — Ouço uma voz masculina e viro meu rosto para o som. — Como está? Quer matar todos nós de susto?
Era Brian. Porque Tyler não estava aqui?
— Está me ouvindo? — Pergunta passando as mãos em meu rosto, oque me fez recuar para trás. — Oque houve com você? — Me analisou com os olhos assustados. — Está toda ferida!
— Robert... Onde ele está? — Perguntei olhando para os lados. — Porque ele não está aqui? — Me assustei.
Brian segura meus braços e me olha nos olhos.
— Calma! — Quase gritou. — Ele está melhor, ainda não acordou do coma. Eu sinto muito... — Sua voz desaparece novamente.
— Brian Flynn... — Sussurrou olhando nos papéis. — Ex militar, garçom, agente federal... — Cantarolava. — Lista longa. Muitas profissões para um ex presidiário de uma das maiores prisões da cidade! — Finalizou jogando os papéis sobre a mesa e me olhando enquanto eu ficava perplexa. — Não sabia da prisão? Achou que ele te abandonou quando estavam juntos? — Riu. — Achou que ele a deixou naquele estado? — Estreitei os olhos. — Acha que eu não sei? — Cruzou os braços.
— Está enganado. Completamente enganado... — Desacreditei.
— Na verdade não! Quer saber o motivo de sua condenação?
Posicionei meu olhar e firmei meus dedos sobre a mesa.
— Ele é ótimo em computadores. Roubou oque era pra ser uma prova contra um serial-killer, dentro do local de trabalho. Foi oque direcionou sua demissão por justa causa, indo direto para a prisão... — Explicou. — O motivo dele ter feito isso, é o mais engraçado...
— Chega... — Sussurrei. — Acha que irei acreditar em um total desconhecido?
— Enfim... — Me ignorou. — O Serial-Killer que mencionamos é nada mais e nada menos que Peter Cooper! — Arregalei meus olhos. — Nenhum policial sabe o nome desse assassino cruel além de nós. Porque acha que Brian Flynn roubaria provas concretas de que Peter matou várias pessoas?
— Porque está me dizendo tudo isso? — Meus olhos lacrimejam.
— Porque, Megsson? Porque Brian faria algo assim?
— Procuramos você por toda parte! — Abri meus olhos dando de cara com Brian.
Tudo oque consegui imaginar era seu passado sombrio que nunca teve a chance de me contar. E isso era oque mais me magoava.
— Está tudo bem? — Perguntou confuso.
— Quero ver Robert. Onde ele está?
O único em quem confio.
— Quarto acima, 302A. Quando estiver melhor te levaremos, pode ter certeza! — Disse.
Me ergui e tirei as fitas de meu corpo. Tudo oque eu queria ver era ele, isso não irá me atrapalhar.
— Oque está fazendo? — Brian tenta me impedir.
— Oque acha que tô fazendo?
— Não pode sair daqui ainda... Está em observação!
— Sei o procedimento de um hospital, Brian. E sei também quando consigo andar. Com licença! — O empurro e vou de encontro a porta.
— Megsson!!!
Robert precisa de mim e eu o ajudarei a sair daquele coma de alguma maneira. Preciso dele acordado para saber toda a verdade.
Juntei os pés sobre o chão e caminhei rapidamente para a porta.
O hospital estava vazio. O corredor imundo e o teto em pedaços. Cadeiras de rodas desmontadas sobre o caminho, luvas descartáveis e outros utensílios médicos jogados no chão. Estava um caos.
— Mas que droga está acontecendo? — Me perguntei andando e cambaleando entre os objetos pacatas a frente. — Que lugar é esse?
Onde estavam as sirenes? Os gritos? As falas? Os barulhos medicinais e todas as pessoas desse lugar?
Continuei andando, procurando o elevador. Assim que o encontrei, nada funcionava. Corri, ainda meio tonta, até as escadas. Não medi esforços e a subi o mais rápido possível, até o andar onde estaria meu amigo.
Escondi meu medo e respirei fundo. Andei até as portas, números grandes e confusos.
— 300... — Sussurrei passando a mão sobre ele. Com a lâmpada piscando eu enxergava com dificuldade. — 302... — Respirei fundo e entrei na próxima porta com força.
Ao contrário de todo o local, o lugar estava totalmente bem visto e arrumado. Aconchegante.
E lá estava ele, posto numa cama sobre aparelhos médicos. Pobre Robert.
Minhas lágrimas desceram sucessivamente, não as pude impedir dessa vez.
Peguei uma cadeira próxima e a levei até ele, ao seu lado. Sentei-me e segurei sua não gelada. Me arrepiei ao sentir sua temperatura e olhei em seus olhos fechados.
— Sinto muito por ter desaparecido todo esse tempo... — Disse em meio aos soluços. — Não sei porque me deixaram vir, mas estava presa. Me sequestraram, tudo oque pensei todo esse tempo foi em sua saúde... Não sabia como estaria e eu sinto muito por estar da forma que meus terríveis pesadelos noturnos.
Robert estava tão quieto. Não conseguia respirar. Oque estava acontecendo?
— Por favor, volte para mim. Não sei lidar com tudo isso sem você, é sufocante só de imaginar...
— Que amor! — Ouço uma indagação pesada e me viro rápido, assustada. — Quase me comovi! — Cruzou os braços.
— Oque? Como? — Sacudi minha cabeça.
Não estou entendendo. Era pra estar em casa... não aqui...
— Johan? — Sussurrei ainda assustada. Surpresa.
— Achou mesmo que deixaríamos você ir pra casa? — Riu desajeitado e se aproximou.— Estávamos certo, você enfraqueceu bastante durante esse tempo. Achamos que fosse imaginar sua filha, oque nos surpreendeu...
— Oque fizeram? Como ainda estou aqui? — Perguntei e me virei rapidamente para Robert. A cama estava totalmente vazia. Sem corpo, sem aparelhos. — É impossível... — Andei até a porta e vi o corredor intacto do laboratório onde estivesse todos esses dias. — Brian... Brian está aqui? — Me virei.
— Fase "nove" bem sucedida! — Disse me ignorando. — Sua realidade ainda faz sentido para você, Megsson? — Perguntei pegando minha mão e olhando meu pulso.
— Oque estão fazendo?
— Venha... Precisamos te mostrar a alguém! — Segurou minha cintura, me guiando.
— Não entendo. Parecia tão real... — Me lembro das mãos de Robert nas minhas. — Como conseguiram redirecionar meus pensamentos para uma realidade inexistente? — Perguntei ainda andando.
— Perguntas para depois, querida! — Disse. — Além do mais, seu PH é ótimo. Pariental esquerdo em perfeita organização cerebral e um ótimo condutor de energia para seu corpo. Oque mais te preocupa?
— Robert me preocupa. Quero saber como ele está!
— Saberá em breve. Prometo a você... — Abriu uma porta. Como se eu fosse acreditar em algo que ele diz. — Entre, tem visitas! — Disse e me guiou para entrar.
Assim eu fiz.
De todas as pessoas que eu esperaria ver, nunca imaginei que esta estaria aqui.
Estreitei meus olhos, poderia ser outra imaginação qualquer. Não posso confiar no que eles estão fazendo com minha cabeça, ou oque está modificando nela.
De alguma maneira, infelizmente, juntei alguns fatos e sabia o motivo. O sumiço repentino. A distância entre nós e a indiferença estranha quando conversamos.
Tantos anos postos de trabalho falho... Porque?
— Oque está fazendo aqui?
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