Capítulo 15
Lembro-me bem de onde tudo começou. As bailarinas sobrevoando no ar sobre o palco e os sons perambulando sobre a multidão. As rosas penduradas no canto dos bancos dava ao ar, o poder de respirar algo natural. Era esplêndido vê-la sorrir assim, pelo menos uma vez pôde sair.
Que saudade desse dia.
Onde estive esse tempo todo? Perambulando sobre o asfalto desta cidade pacata? Sobrevoando diante de tanta apreensão pessoal? Eu era uma policial.
Preciso mesmo lidar com problemas de todos e esquecer os meus? Como sobreviver a esse requisito?
Junto-me com a angústia e dores do passado, nem mesmo a morte me daria liberdade?
Queria poder vê-la mais vezes. Enquanto fico na poltrona no serviço, ela chora no canto da sala imaginando o passado onde foi torturada.
— Se deixasse a tristeza de lado eu daria um beijo em você! — Brian me tira de meus devaneios. Eu ri e sinto suas mãos passarem por meus ombros, logo sua respiração abafa em meu pescoço onde depositou seus beijos carinhosos. — Te trouxe isso! — Ainda atrás de minhas costas pôs suas mãos para frente com um lindo buquê pequeno de rosas. Poucas rosas, nas quais davam para contar em segundos.
— São lindas! — A peguei e a levei para meu rosto, tentando sentir seu aroma natural. — Mesmo cheiro maravilhoso de sempre!
Brian sempre roubava rosas vermelhas da vizinha para trazê-las para mim.
— Vai me prender "Dona Delegada" ? — Perguntou brincalhão.
Me levantei rápido de minha cadeira e coloquei as mãos em minha cintura.
— Quem contou? — Perguntei furiosa.
— Sua secretária nova precisa parar a língua, um chocolate e já sei o nome de todos os novos prisioneiros deste lugar! — Zombou rindo e me puxando para seus braços.
— Queria dizer a você! — Disse.
— Não precisa, eu já sei. Meu parabéns meu amor, você merece isso e o restante do mundo inteiro! — Me levantou, fazendo com que meus pés se distanciasse do chão. — Eu te amo, Megsson!
— Eu também te amo, Brian! — Acariciei sua branca fina e o mesmo me beija. Intensamente.
Éramos imprudentes. Jovens apaixonados.
Me formei cedo, comecei a trabalhar cedo e também meu namoro. Brian era tudo oque eu tinha ali, além de Robert. Que desapareceu por meses.
— Aqui de novo não! — Ri descontrolada, tirando suas mãos grossas de meu vestido.
— Porque não? Temos que comemorar nosso amor e seu talento como nova Delegada da cidade! — Disse como se fosse o óbvio.
— A porta está destrancada Brian, não sou idiota! — Ri.
— A fecho com prazer! — Me soltou e foi até a porta, a trancando e andando até mim novamente. — Mais alguma desculpa? — Perguntou segurando minhas duas mãos.
— Não temos preservativos! — Brinquei o beijando.
— Isso não importa!
— Espera? Você não tem? — Perguntei me soltando dele. O mesmo riu de lado abrindo seu paletó e logo em seguida tirando seu sinto. Me ignorando completamente. — Brian!!!
— Isso não é um problema, você toma seu remédio e estamos quites! — Me puxou para um beijo tenso novamente.
Desta vez, fortes e mais apaixonados. Brian me jogou sobre a mesa e levantou meu vestido. Logo em seguida, tirou minha calcinha em segundos. Oque não era novidade para ele.
Essa melodia. Esse ar frio. Meus pés e corpo tremiam. Estava tudo molhado, cheio de água.
Tentei me mover, onde senti a água se balançar sobre meu corpo. Estava em uma espécie de quarto, cheio de água. Acima de meu pés.
Deitada sobre aquele gelo, eu gemia de dor. Minhas costas e minha cabeça latejavam.
Ergui minhas mãos para frente, com dor, e tentei levantar meu corpo para cima. Me tirando um pouco daquela água.
Onde estava? Onde está Robert?
Tentei abrir os olhos e limpei o rosto molhado. Ainda tremendo, observei o local.
Sujo, grande, silencioso e velho.
— ALGUÉM? — Gritei me arrastando no chão, sobre a água. Não conseguia ver a porta daquele quarto. — SOCORRO!
O carro estava em alta velocidade. Brian havia me deixado, sozinha.
Um bilhete de despedida e um pedido de desculpa era oque menos eu queria ver.
Estávamos indo tão bem. Porque fugir desta forma?
Cheguei na mansão em pouco tempo. Sai do carro toda molhada, por causa da chuva, e corri para o portão. Os seguranças me deixaram entrar e fui até a porta. Gritando e batendo para alguém abrir.
Com apenas uma bermuda curta, o irmão de Brian me encarou com desdém de cima abaixo.
— Brian está? — Perguntei tremendo de frio.
— Não! Aqui.. — Se distanciou e voltou com um lençol, me cobrindo. — Não quero que pegue uma gripe e morra aqui na porta de minha casa. Entre!
Tyler era grosso, frio e arrogante. Mas, acima de tudo, era irmão de Brian. Aturá-lo será apenas mais um detalhe que teria que lidar.
— Obrigada! — Disse me sentando e pegando a bebida que ele me ofereceu.
— Oque houve?
— Oque houve? Seu irmão foi embora e terminou comigo por uma carta. Acha isso normal? — Bebi rápido e percebi o álcool puro descendo em minha garganta, queimando.
— Pela sua careta, não deve ter gostado do meu Uísque! — Me observou virando alguns copos.
Peguei a garrafa e comecei a beber. Talvez bebendo eu esqueceria tudo aquilo de uma vez. Pelo menos por um momento.
— Brian fez o mesmo que Robert, fugiu!
Lamentei.
— Não sou psicólogo, mas acho que suas influências são péssimas! — Riu.
Não sei se eu estava bêbada demais para perceber, mas Tyler acabou de rir. E tinha um sorriso lindo.
— Oque foi?
É, eu estava bêbada.
— Nada! — Pulei em seus braços o beijando.
Era bastante perturbador, mas pude ver a porta. Seus lados laterais eram finos demais para serem vistos por uma pessoa com a visão turva.
Ouço o trinco da porta e meu corpo se neutraliza. Eram vários cadeados sendo abertos para chegar a mover a porta de ferro.
Parecia mais que eu era um monstro enjaulado.
Dei um passo a frente para olhar quem apareceria ali.
Estreito os olhos e vejo a porta ser aberta vagarosamente em minha direção.
O jaleco foi tudo oque vi de primeira.
Era Peter?
Enfim estaria olhando para os olhos de Peter Cooper?
Admito que sentia repulsa e medo no momento, mas a curiosidade de saber como ele estaria me dava auxílio para a coragem em meu corpo.
E enfim, a porta foi totalmente aberta e revela o homem em minha frente.
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