Um quadro para o Duque
🎨
Seus olhos não se pregaram a noite toda, sentia -se extasiado, quem diabos havia pensado naquilo.
Não saberia se conseguiria, jamais havia deixado sua vida pessoal afetar a profissional, mas era Park Jimin ali.
Fechou os olhos com certa força, logo os abrindo, com sua visão um pouco turva, Jungkook apertou firmemente o pincel entre seus dedos, observando a pele leitosa de seu ex ficar exposta enquanto o roupão ia caindo por seus ombros e deslizando pelas curvas.
Nenhuma palavra foi dita, o silêncio de certo modo estava aconchegante, o pintor sentia que qualquer palavra dita por si, resultaria um desconforto alheio.
O corpo nu foi se deitando, se ajeitando em uma posição favorável para ambos e logo a primeira palheta de cores foi escolhida.
Pincelou a arrogância.
Lamentando-se ao saber o destinatário de sua tela, ainda não feita, porém, a mais sentida. Um presente de casamento.
Desta vez coloriu a insegurança.
Não penou ao marcar cada pinta, contornou o culote e com delicadeza pincelou cada pentelho.
Seus olhos vibrantes.
Seus lábios convidativos...
E cada fio de seu longo cabelo.
Misturou o amarelo a palheta, sua favorita.
Pousou seu olhar sobre o quadril exposto para si, temendo pintar aquele quadro apaixonantemente.
A luz das dez da matina atravessava as cortinas brancas e finas, pairando sobre a pele de Jimin.
O vento que ali entrava sorrateiramente deixava cada pelinho eriçado
Por um mísero segundo tiveram seus olhares traçados e a dor conjurada de um passado distante reviveu, o pintor acalentado baixou seu olhar.
O noivo do Duque iria pronunciar algo, mas lhe faltaram palavras, ficando assim com a boca entreaberta.
Jeon Jungkook sentia aquele pincel cortar aquela tela, como se fosse uma navalha rasgando seu coração.
Logo envolveu o carmesim ao pincel, receoso do final brusco de sua pintura.
Triste, acalentado por sua dor.
Dado a mão ao Duque não teria outra escolha.
Quem iria procurar o dote de um vagabundo sustentado por sua arte?
Os pais rígidos de seu antigo amante jamais regaria aquele amor.
Na verdade, a prisão de sua mente o envolvia, tentando o consolar, deixando explícito o fato daquilo ser o melhor para Park.
O melhor...
Costumava ser seus corpos se envolvendo aos jornais coloridos pela tintura de seu ateliê.
Estava tarde, quando retornou a si a súbita dor de perder aquilo que jamais deveria ser seu, o tomou.
Uma lágrima solitária dançou por seu rosto bonito e um pouco sujo.
Sentiu seu corpo se envolver em um abraço, tendo seu coração consolado.
Longos minutos, para eles nada demorado.
Ao se afastar percebeu o corpo nu alheio também, agora sujo de tinta.
Borrado pelo passado, tendo leves traços de boas e ultimas lembranças.
End...🖌
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro