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Cuidado Com Lohan Eggs

Nome: Cuidado com Lohan Eggs
Gênero: Ficção juvenil, fantasia urbana
Sinopse: Essa foi minha tentativa de trabalhar com vampiros. Seria sobre dois amigos, Melody e Bismarck, que vivem em uma pequena e pitoresca cidade, Forkas (paródia de Forks). Na cidade estaria tendo casos de ataques de vampiros, ao mesmo Lohan Eggs chegaria. Melody desconfiaria imediatamente de Lohan e tentaria provar que ele é um vampiro, o único problema é que ela se apaixona.
Média de capítulos: Eu não cheguei a pensar nisso, mas séria algo curto, em torno de 30k de palavras, o que deveria dar uns 10 capítulos curtinhos.
Capítulos escritos: 1 e meio
Por que eu parei de escrever?: Melody é um amor de personagem e eu estou desde 2017 procurando a história certa para encaixá-la. Bismarck é o contrário, ele é um personagem criado em 2021 e desde então já passou por mais de 5 histórias diferentes, mas eu apenas não consigo criar uma personalidade cativante para ele, eu sei que ele é um vampiro, mas de resto ele é completamente entediante e me desanima muito escrevê-lo.
Pretendo voltar a escrever?: Não. Além disso, Melody e Lohan foram encaixados em outra história minha.
Aproveitem ⏳



  A diretora encarou os dois com o desinteresse habitual de quem está numa mesma profissão há pelo menos uma década.
— Por que será que eu não estou surpresa? — ela disse a frase padrão número 3 das diretoras, suspirando para os dois alunos que acabavam de se sentar em sua sala. — Maria Melody e Bismarck, é sempre vocês dois.
  Os dois adolescentes piscaram em sua direção com olhos arregalados e mudos como duas corujas. A essa altura suas mãos não suavam mais e eles já não gaguejavam, mas era sempre um pouco assustador estar na frente do olhar analítico da diretora Mackenzie. Uma mulher alta e larga, com longos cabelos brancos pela idade e o bom humor de um leão com fome.
— É sempre um prazer revê-la senhora diretora, está mais bela do que nunca, por um acaso a senhora pintou o cabelo — Melody forçou no rosto um sorriso cheio de dentes.
— Você sabe que não — Mackenzie respondeu sem ânimo, sua expressão fixada em uma careta desgostosa, enquanto andava um pouco ao redor da sala. — O que eu faço com vocês, hein? — e voltou a suspirar, dessa forma reflexiva e deprimida que os adultos fazem.
  Melody revirou os olhos ao ver que seu plano de distrair a mulher com elogios não deu certo, contentando-se em inclinar-se para trás em sua cadeira desconfortável e encarar a luz ofuscante da sala da diretora.
  Ao seu lado, seu melhor amigo, Bismarck, estava sentado em uma postura parecida. O cabelo negro, cortado de forma repicada e que já chegava nos ombros, foi jogado para frente, sua longa franja propositalmente cobrindo a visão da diretora para que não tivesse que olhar para ela. Por trás dessa franja Bis usava lentes de contato vermelha e tinha a pele tão pálida que parecia que ele pegava sol há séculos. Seu corpo era alto e magro, quase esquelético, escondido por roupas igualmente pretas e detalhes prateados de correntes e tachas.
— É apenas a sua primeira semana de aula no primeiro ano e vocês conseguiram aparecer aqui todos os dias — Mackenzie continuou a falar, agora seu tom estava exasperado e ela passou a mão pelo rosto para tentar se acalmar. — Segunda-feira vocês aprenderam todos os alunos dentro do refeitório, terça vocês colaram a pobre da professora Tereza na cadeira, quarta vocês... O que vocês fizeram quarta?
— Ativamos o alarme de incêndio — Melody relembrou com uma risadinha.
— Isso — a diretora concordou, dando a volta ao redor de si mesma para se sentar em sua cadeira. — Quinta vocês subiram no telhado e acamparam lá...
— Vocês sempre disseram que a escola é nossa segunda casa — Melody argumento, sorrindo com a lembrança dessa noite.
— E hoje —  diretora falou um pouco mais alto, ignorando o comentário de Melody. — Hoje estamos apenas no primeiro horário de aula e vocês já estão aqui porque... — ela faz uma pausa. — Por que vocês estão aqui mesmo?
  Dessa vez Melody encolheu os ombros, tentando sorrir de uma forma inocente.
— Quem disse que tem um motivo para estarmos aqui? Talvez apenas quiséssemos visitar nossa amada diretora.
  Mackenzie ignorou isso também.
— Bismarck, por que vocês estão aqui?
  Bismarck, pelo que parecia ser a primeira vez desde que ele iniciaram essa conversa, se mexeu, tirando a franja dos olhos para prestar atenção na diretora.
— A gente soltou uma galinha na sala de aula — ele disse com a maior seriedade que conseguiu, ao seu lado Melody não resistiu a rir baixinho. — E então dissemos a professora Joana que era sua irmã a muito perdida.
  Melody explodiu em gargalhadas, ganhando um sorriso cúmplice de Bismarck e mais um suspiro da diretora.
— O que eu faço com vocês? — a mulher voltou a repetir, cansada de ter que lidar com esses dois.
  Bismarck voltou a posição que estava e Melody tentou parar de rir, embora fosse quase impossível quando ela continuava se lembrando da confusão de todos na sala, as meninas subindo nas cadeiras e a professora correndo em círculos com seus sapatos de saltinhos.
  Como Bismarck foi o último a advogar com a diretora, ela sabia que dessa vez ela seria a responsável. Sua missão como advogada aqui era simples, diminuir a pena ao máximo e evitar a todo custo a pena máxima, isso é, chamarem seus pais na escola. E eles já faziam isso a tempo suficiente para terem muitas estratégias para evitarem que esse tipo de pena fosse aplicada.
— Eu vou ter que chamar os pais de vocês — declarou com pesar na voz. — Vocês não me deixam escolhas — disse a frase padrão número 2 das diretoras.
— Diretora, acalme-se — Melody disse em tom calmante. — Tenho certeza que podemos resolver isso se maneira civilizada.
— Não me venha com seus discursos, Maria Melody, vocês frequentam essa sala desde o sétimo ano, acham mesmo que não sei a estratégia de vocês?
— Mas diretora...
— Sem mas, eu não sei como ainda escuto vocês depois de tudo o que fizeram, essa escola já foi exemplo de disciplina e ordem e agora eu tenho que aguentar vocês, arruaceiros...
  Foi a vez de Melody suspirar, porque essa era a parte que a diretora começaria a falar do quanto a escola era melhor sem eles, sonhando com os "bons tempos" quando todos a respeitavam e blá, blá, blá, Melody parou de ouvir na primeira frase.
— Essa vai ser difícil — murmurou para Bismarck, que retribuiu com um sorriso provocativo. — Não me olhe assim, não disse que não ia conseguir convencê-la.
— Silêncio vocês dois — a diretora bateu na mesa, assustando os dois. — Eu quero saber de quem foi a ideia de soltar uma galinha no meio da sala.
— O vizinho do Bis cria galinhas.
— Não foi isso que eu perguntei — a diretora cruzou os braços, seus olhos cerrados na direção dos jovens. — Aposto que foi você, não foi, Melody?
— Diretora, como ousa pensar uma coisa dessas de mim? — Melody levantou os braços em inocência. — Foi ideia da minha mãe.
— Eu dúvido muito disso, conheço a sua mãe e sei que ela é uma mulher e boa e honesta e a criou para der igual.
— Eu também sou boa e honesta — protestou com um bufo.
— Não disse que não era, mas vocês também é indisciplinada, manipuladora e faz de tudo para chamar atenção — Mackenzie continuou com a voz firme e dessa vez Melody não respondeu com nenhum comentário engraçadinho. — Como espera ser uma cantora de sucesso se continua agindo dessa forma? Sem ter nenhuma responsabilidade, tirando notas baixas, arrumando briga com todo mundo.
  Melody olhou para o lado, suas mãos apertando o encosto da cadeira com raiva, quem a diretora pensava que era para falar com ela dessa forma? Como se soubesse de sua vida ou quem ela era de verdade, Melody odiava esse tom de sabe-tudo dela... Odiava ainda mais que a diretora sempre estivesse certa a respeito de tudo que falava.
— Além de Bismarck, me diga uma pessoa nessa escola que é sua amiga? — a diretora questionou e Melody mordeu os lábios para não abrir a boca e começar a gritar um monte de xingamentos. — Você não tem amigas, ninguém nesse lugar nunca vem aqui e me fala algo positivo sobre você.
  Bismarck estendeu a mão para apertar a perna da amiga de uma forma apaziguadora, vendo os claros sinais de que se a diretora continuasse falando Melody explodiria em gritos ou em lágrimas, nenhum dos dois sendo algo bonito de se ver.
— Diretora — Bismarck interferiu, chamando atenção da mulher para si.
— E você, Bismarck — ela começou. — O que pensa que está fazendo? Tentando decepcionar os seus pais?
  Bismarck cerrou os punhos, maldita diretora, ela sabia onde tocar para doer.
— Sendo um rapaz adotado, eu pensei que você fosse se esforçar mais para retribuir o que eles fizeram por você ao te tirarem da r...
— Não envolva meus pais nisso — Bismarck esbravejou, levantando-se da mesa e apontando um dedo da direção da mulher a sua frente.
  Mackenzie nem mesmo piscou para a explosão do garoto, acostumado a lidar com os chiliques de Melody e Bismarck, assim como eles estavam acostumados a se sentarem em sua sala e a ouvirem falar e falar e falar.
  No início ela tentou se compreensiva, ela sabia que Melody tinha problemas com a madrasta em casa e que Bismarck estava se acostumando com sua nova vida depois que foi adotado, sabia que os dois não eram tão sociáveis e não tiravam as melhores notas, foi até uma boa notícia saber que os dois acabaram virando amigos, mesmo que só aprontassem uma e outra vez juntos.
  Depois de um tempo, quando os conselhos e as segundas chances não resultaram em nada, Mackenzie viu que não adiantava ser compreensiva com esses dois, ela não era amiga dos alunos, nunca seria, não era trabalho dela educá-los com lições de moral ou tentar entendê-los.
  Ainda assim, estando nesse cargo há muito tempo, Mackenzie estava familiarizada com as angústias que acometiam os jovens, ela não precisava analisar muito para saber que Melody tinha problemas familiares e dificuldade para socializar ou que Bismarck sofria pressão constante para ser o que sua família esperava que ele fosse.
  Mas saber disso não fazia dela uma aliada, Melody e Bismarck não gostavam da ideia de alguém sabendo tanto de cada dorzinha e insegurança que eles sentiam, então era comum esse mesmo roteiro acontecer todas as vezes:
1) Melody e Bismarck vão para a sala da diretora.
2) A diretora questiona sobre qual é o problema deles.
3) Eles ficam todo irritadinhos porque a diretora sabe demais.
4) A diretora deixa eles escaparem só com uma advertência porque ela está velha demais para essa merda.
— Eu estou errada, Bismarck? — perguntou com uma fachada de calma, olhando no fundo dos olhos do adolescente. — Estou errada Melody?
  Melody não respondeu, apertando ainda mais a boca em uma linha fina. Ela era uma jovem bonita, de olhos grandes e sorriso alegre, Melody tem os cabelos curtos e pintados de roxo, usa tanto delineador em torno de seus olhos pretos que a diretora desistiu de proibir maquiagem por causa dela e suas roupas são sempre pretas, porque preto é o novo preto.
— Apenas diga logo qual vai ser a punição e nos deixe ir — Bismarck a apressou. — Estamos perdendo aula.
  Mackenzie balançou a cabeça de forma desgostosa e tirou da gaveta de sua mesa um pasta com o nome de todos os alunos.
— Estou apenas dando um advertência em vocês — declarou, recebendo sorrisos felizes dos adolescentes. — Não fiquem feliz, é apenas porque estou muito ocupada com a entrada dos novos alunos e sem tempo para lidar com as besteiras de vocês.
— E você ama a gente — Melody cantarolou, seu sorriso voltando ao rosto.
  A diretora também sorriu de forma carinhosa, é que ela disfarça muito bem para não perder a pose.
— Vocês sabem que muitas advertências significa uma expulsão, certo? — ela parou de escrever para encará-los. — Não pensem que estou feliz fazendo isso, é uma pena ver dois jovens tão inteligentes vindo tantas vezes a minha sala.
  Então ela se levantou e foi até a impressora que ficava no canto, voltando a se sentar com duas folhas de papel que se balançavam de forma ameaçadora.
— Entreguem aos pais de vocês, quero assinadas e na minha mesa na segunda-feira.
— Mas diretora — Melody protestou, pegando a folha e lendo rapidamente aquelas palavras horrorosas. — Meu pai não vai querer assinar isso, ele vai ficar bravo.
— Era só não ter aprontado, Maria — a diretora empurrou a outra folha no rosto de Bismarck até que ele pegasse. — Agora, voltem para a aula, eu tenho muito o que fazer.
  Melody não disfarçou um grunhido de indignação, andando a passos duros até a porta e sendo acompanhada por Bismarck.
— Até logo, dona diretora — Bismarck a saudou com um aceno de cabeça.
— Eu espero que não tão logo — a diretora lamentou antes que eles pudessem sair. — Estou cheia de trabalho, é pedir muito para que vocês deem uma pausa?
  Eles não responderam, embora Bismarck tenha sorrido de forma compreensiva, retirando-se da sala em seguida com uma irritada Melody.
  O sorriso calmo de Bismarck se retorceu em uma careta igualmente irritada assim que saíram da vista da diretora. Bastou uma troca de olhar entre os amigos para ele saberem o que fariam a seguir.
  Os dois enfiaram as ocorrências nos bolsos e caminharam lado a lado pelo  corredor da secretária, seguindo para o pátio e ignorando as salas de aula, ele cortonaram as câmeras da entrada da quadra, passando por uma abertura na grade que deveria impedir que os alunos entrassem sem supervisão e chegaram ao que parecia ser o único lugar seguro que tinham para serem eles mesmos.
  Se tratava de um banheiro abandonado, um que deveria estar trancado, mas Melody e Bismarck deram um jeito nisso há muito tempo. Em algum momento esse já foi um lugar temido por eles, cheio de histórias sobre fantasmas e loiras, mas agora era um lugar onde se encontravam para jogar conversa fora e darem um tempo do inferno que ser um adolescente e estudante.
  Com certeza não era o mais limpo dos esconderijos e tinha um cheiro persistente de sujeira, estava quase pela metade ocupado por mesas e cadeiras velhas ou quebradas e já não tinha uma lâmpada que funcionasse, mas era o lugar deles e Melody e Bismarck respiraram aliviados quando fecharam a porta e se sentiram separados do resto da escola.
— Como ela ousa me falar todas aquelas coisas? Como se me conhecesse e soubesse quem eu sou — Melody foi a primeira a falar, chutando uma das cadeiras com raiva.
— Ela é uma adulta M's, só está fazendo o que os adultos fazem — Bismarck riu desgostoso. — Como se aquela gorda pudesse entender a gente.
— Você ouviu o que ela disse sobre você? Como se você se importasse com o que seus pais pensam — Melody gritou em frustação, sentando-se na cadeira que chutou anteriormente.
— Eu meio que me importo, você sabe — Bismarck também puxou uma cadeira e a colocou na frente de Melody. — Eu apronto mais uma vez e eles me jogam de volta na rua.
— Sim, mas ela não deveria saber disso — a garota bufou, colocando ls seus pés no colo de Bismarck assim que ele se sentou. — Ela não deveria saber de nada disso.
— Ela é a diretora, seria estranho se não soubesse.
— Você está defendendo ela? — Melody cerrou os olhos de maneira desconfiada.
— Estou sendo racional, coisa que você não é — ele imitou seu cerrar de olhos, jogando sua franja para trás no processo. — Não se preocupe M's, já passou da hora de darmos uma lição ma diretora.
  Melody sorriu com isso, já vendo engrenagensda maldade girando no pequeno cérebro ardiloso do seu amigos.
  Não era que eles eram maus sabe, eles apenas achavam divertido fazer o que é proibido.

🗞️...

  Quando o sinal bateu e os alunos começaram a sair de suas turmas para o intervalo, Melody e Bismarck sabiam que era hora deles também saírem do esconderijo.
— Temos mesmo que ir agora? — Bismarck choramingou de forma dramática, ainda esparramado em cima da sua cadeira.
  Melody apenas revirou os olhos, arrastando o garoto pelo pulso para fora, onde trancaram a porta e se afastaram do lugar em uma tentativa francamente horrível de disfarçarem que não estavam aprontando.
  A quadra já estava começando a encher com alunos de todos os anos, conversando uns com os outros ou simplesmente correndo de um canto ao outro, o som simultâneo de centenas de vozes alegres que deixam Melody doente, um pouco porque ela odiava multidões e um pouco porque não se sentia parte dela.
— Preciso ir ao banheiro — anunciou e saiu antes que Bismarck pudesse dizer alguma coisa.
  Ela contornou as pessoas que paravam no meio do caminho ou surgiam de repente de todos os lugares, todos os alunos animados para terem uma pausa das salas apertadas e professores mal humorados.
  Melody não conhecia ninguém ali e eles não a conheciam, mas mesmo assim ela se sentia estranhamente exposta, jurando que estavam falando sobre ela, rindo de suas roupas estranhas e do seu jeito esquisito. Como se ela fosse a estrela de algum programa doentio, a pobre coitada que fica na frente das câmeras tentando agradar pessoas que não estão satisfeitas nem consigo mesmas quem dira com a Melody, a garotinha que não consegue fazer amigos e não tem nenhum talento, a pobre Melody que acha que canta e acha que serve para alguma coisa além de ser um fardo na vida dos seus pais.
  Melody abaixa a cabeça, ignorando seus sentimentos conflitantes, então ela respira fundo e volta a ergue-la, observando ao seu redor e vendo que não, não tem ninguém zombando dela, não tem nem mesmo alguém olhando para ela.
— As pessoas tem coisas mais importantes para fazerem do que prestarem atenção em você, Melody — diz a si mesma.
  Porque Melody se sente tão inadequada, tão desconfortável na sociedade em que vive, que as vezes parece que todo mundo também acha isso. As vezes Melody sente que todos a odeiam e que ela uma piada na língua venenosa de seus colegas.
  Quando entra dentro do banheiro feminino, Melody não polpa um suspiro de alívio por sair do meio da concentração de pessoas. Ela agradece ao ver o azulejos brancos e encardidos, as cabines com trancas quebradas e os espelhos embaçados.
  Está cheio, todas as cabines estão ocupadas, seis garotas se amontoam na frente do espelho consertando suas maquiagens e outras apenas estão ali paradas, esperando sia vez de usar o banheiro ou alguma amiga, quem sabe?
  Depois do que pareceu ser quase a metade do intervalo, Melody ignora o olhar analítico de uma garota que acaba de sair da última cabine lhe lançou, já acostumada com isso, ela entra no banheiro e suspira aliviada mais uma vez, apenas para se dar conta de que ela realmente não queria usar o banheiro.
  Havia algo de seguro em estar trancada no pequeno cubículo, seguro dos adolescentes que lhe causavam tanta ansiedade. Não deveria ser normal ela ter uma crise apenas por estar cercada de tanta gente, mas Melody não tinha controle sobre isso, era ruim estar em evidência, porque ela sabia o que as pessoas diziam dela pelas costas.
  Seus olhos pecorrem a porta do banheiro, encontrando entre declarações de amor para os garotos mais bonitos e xingamentos ao professores, no meio de tantos nomes, é o dela que a atraí. "Melody é uma vadia suja" ou "Melody vai me pagar pelo que fez" e ainda "Maria Melody é uma piranha bizarra" são comuns em quase todas as portas, são familiares para ela.
  Ela não contou a Bismarck sobre eles, mas as vezes ela gostaria de ter. Ela se pergunta se é tão ruim para ele também, se ele também se sente exposto e solitário quando não está com ela ou se os outros garotos escrevem frases do tipo sobre ele no banheiro masculino.
  E, ok, talvez aprontar tanto com suas colegas de classe não tenha sido uma boa ideia, talvez ela não devesse ter cortado o cabelo da Vitória ou enchido a cadeira da Larissa com tachinhas, talvez Melody tenha exagerado quando colocou pimentas no lanche da Fabíola e tinta em sua garrafa de algo ou quando escreveu cartas de amor para Grazielle como se fosse o garoto de quem ela gostava.
  Mas tudo isso foram apenas brincadeiras! Diversão, certo? Antes de Melody rejeitar suas colegas de classe, elas a rejeitaram primeiro. Antes de Melody se tão odiada pelas travessuras e pelo bullying que fazia, ela era a vítima, ela teve as alças do seu vestido cortadas em seu primeiro dia de aula e ela era chamada de M Mortadela. Ela sofreu nas mãos das garotas que gostavam de zombar de sua aparência e criticar sua personalidade. Foi tudo elas. Melody só se defendeu... E continua se defendendo até hoje.
  Uma batida impaciente na porta a acorda de seu devaneio e ela chuta a dita porta em irritação, abrindo de forma grosseira a cabine e saindo de dentro do banheiro. Ela já consegue ouvir os cochichos sobre não ter lavado as mãos.
  Quando está se dirigindo para o lugar onde deixou Bismarck o sinal bate e ela sabe que chegou a hora de retornar às aulas.

... Ainda sendo escrito...

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