Secrets
OOOLHA QUEM CHEGOU!
Eu mesma, como havia respondido uma leitora, voltei no final de semana.
Como vocês estão?? Bem?? Espero que sim, pq o cap de hoje e bomba atrás de bomba.
ARE READY??
Vamos lá!
Boa leitura!
♤
O vento gelado do inverno cortava as ruas de Miami e Ludmilla sorriu ao sentir o sol, que muito timidamente surgia. Naquela manhã Ludmilla acordara cedo, um pouco depois do sol nascer. Ela amava aquele clima frio, misturado com um pouco de sol que se sobressaía sobre as nuvens.
A garota tinha um violão no colo e arriscava cantar algumas das notas de algumas músicas que havia escrito. Mas ao final de tudo, não havia dado muito certo. Deixou o objeto no chão e encarou calmamente as poucas pessoas que caminhavam pelo extenso gramado verde do Park.
Houlover Park era conhecido pela vista privilegiada que dava à cidade. Estava dividido em duas partes. Uma delas era de asfalto, onde os carros estacionavam ali, e a outra parte estava coberta por um gramado extenso que permitia que as crianças brincassem, principalmente de empinar pipa, ou para que as pessoas pudessem sentar, fazer piquenique ou apenas admirar a paisagem.
- MAMÃ, NÃO! – Uma pequena garotinha de casaco vermelho, mini coturnos e vestido preto, resmungava sentada entre as pernas da mãe que mantinha seu foco em pentear os fios castanhos da pequena garotinha. – Canta aquela outra, aquela outra!
O vento cortante fez todo o corpo de Ludmilla se arrepiar e ela pode sentir imediatamente o cheiro naturalmente doce de Brunna juntamente com o cheiro do cabelo da mulher invadir suas narinas.
"Bru?"
Ludmilla tentou falar, mas era como se a sua voz tivesse presa dentro da própria garganta.
- Brilha, brilha, estrelinha, quero ver você brilhar, faz de conta que é só minha, só pra ti irei cantar... – Brunna cantarolou para a menina negra de cabelos castanhos, que distraidamente se balançava levemente de um lado para o outro sem atrapalhar a loira que penteava seus cabelos.
Ludmilla franziu o cenho ao tentar levantar e não conseguir, era como se seu corpo estivesse preso ao chão.
- Brilha, brilha estrelinha, brilha, brilha, lá no céu, vou ficar aqui dormindo, pra esperar Papai Noel! – A garotinha cantou junto com a loira. Brunna rapidamente terminou de pentear o cabelo de sua pequena, prendendo seus fios em um rabo de cavalo.
- Vamos comer agora, amor?
- Vamos! – A menina disse animadamente. – Mas eu preciso primeiro perguntar se o Arthur também quer comer agora!
- Arthur? – Brunna perguntou confusa.
- Sim, Mamã! O Arthur, duhhh! – A garotinha falou como se fosse óbvio.
- Ah claro, seu amigo imaginário...
- Não conta pra Mamãe que eu ainda falo com ele... – Sussurrou como se aquilo fosse um grande segredo.
- Ok... – Brunna sussurrou de volta, sorrindo e fazendo um carinho nos cabelos castanhos da menina.
- Arthur, você quer comer agora? – A menina perguntou olhando para... a grama verde? – Sorvete? Oh... Mamã, podemos comer sorvete?
- Está frio para tomar sorvete, meu amor...
- Mama disse que está muito frio para tomar sorvete, Arthur. – A menina falou, franzindo o cenho completamente concentrada ao olhar o nada. – Hum, ele disse que não sabe o que vai querer então...
O celular da loira vibrou em cima da sua perna e ela rapidamente o pegou, lendo alguma coisa nele.
- Sua Mamãe chegou, vamos! – Elas se levantaram e então agora Ludmilla pôde ver melhor as duas.
Brunna usava um macacão preto que dava uma valorizada ainda maior em suas curvas. Suas expressões eram mais fortes, porém ela continuava a mesma mulher linda da qual Ludmilla era completamente louca. Já a pequena menina parecia ter uns três ou quatro anos, Ludmilla não sabia dizer exatamente. Tinha cabelos castanho, a pele escura e podia ver os detalhes de Brunna nela. Ludmilla sentiu algo dentro de si que nunca saberia explicar. Era um tipo de sentimento único, que ela nunca sentira na vida.
- Mas o que vamos comer? Arthur quer saber. – A menina perguntou ao se levantar e esfregar uma mão na outra "limpando-a".
- Sua Mamãe vai escolher. Agora vamos! – Pegou a mão da garotinha e então elas começaram-se a caminhar para longe. Ludmilla tentou levantar e ir atrás, mas era inútil. – Não fale do seu amigo na frente dela, você sabe que ela não gosta.
- Ok... Fica shiiu Arthur. – Disse a menina. – Arthur está triste agora, ele gosta de falar.
- Ele fala quando chegarmos em casa. – Então elas se afastaram ao ponto da negra não conseguir mais escutar o que elas falavam.
Quando olhou melhor, Ludmilla se deu conta que havia sim um garotinho entre elas, ele andava ao lado esquerdo de Brunna e erguia sua pequena mãozinha em direção a loira, mas era como se Brunna não o visse ali.
Então, ao piscar duas vezes, Ludmilla se deu conta que o menino que tentava dar a mãozinha à Brunna, tinha na verdade duas asinhas de anjo em suas costas.
21 de maio, 2016
Ludmilla acordou com o coração batendo rápido demais, sentiu seu peito rasgar e sua respiração ficar pesada. Deitou-se coberta por um fino lençol, esfregou os olhos, piscando algumas vezes antes de realmente abrir os olhos.
- Que sonho estranho. – Franziu o cenho, olhando para teto branco.
Olhou em volta e seu sorriso se alargou, tomando conta do seu rosto assim que recordou-se da noite anterior.
O único barulho presente era do ar condicionado ligado. A luz fraca adentrava pelas cortinas dando uma visão melhor do quarto escuro. Ludmilla forçou os olhos ao ver que estava sozinha na cama, olhando para o resto do quarto em seguida. Virou-se de lado e passou sua mão pelo lugar que Brunna havia dormido, um sorriso surgiu no rosto da negra. Ela abraçou o travesseiro que havia sido da loira e inalou seu cheiro que ficara ali presente.
O coração da negra voltou a bater ainda mais forte em seu peito, transmitindo-lhe um amor que nunca sentira em todo a sua vida. O cheiro de sexo entrava por suas narinas e instalava-se em seus pulmões. Ludmilla ainda tinha a sensação de seu toque em cada parte do seu corpo. Elas haviam feito amor a noite toda, e depois de se entregarem e serem uma coisa só, dando prazer uma para a outra, elas dormiram agarradas uma na outra.
Não havia mais o que fazer ou para onde correr. Não restavam mais dúvidas, Ludmilla era daquela mulher e aquela mulher era sua. Sabia que ainda restavam várias barreiras a serem enfrentadas, mas não se deixaria abalar. Ela a tinha. Isso era tudo o que realmente importava.
Ainda nua, Ludmilla levantou-se e seguiu até o banheiro, escovando os dentes com uma escova que encontrara na gaveta. Tomou um banho rápido e vestiu a roupa que estava dobrada na cadeira, nada mais que um short de algodão e uma blusa da sua banda favorita. Fechou a porta do quarto devagar e percebeu que a casa estava em um completo silêncio. Ludmilla desceu as escadas e ao chegar na sala, seus olhos se arregalaram de surpresa quando seus ouvidos foram preenchidos por vozes.
- Você não deveria estar aqui. – Em passos pequenos Ludmilla se aproximou o suficiente sem que fosse vista para escutar a voz de Brunna. – Christian, você precisa ir embora.
Por um segundo Ludmilla pensou em sair e dar um pouco de privacidade para eles, mas era óbvio que a parte racional do seu corpo nunca deixaria ela mesma se impedir de ouvir aquilo.
- Brunna, hoje é sábado, lembra? Uma semana já se passou. Não está feliz em me ver?
- Não importa, você não pode simplesmente aparecer assim. – Sua voz estava claramente nervosa. – Sinto muito, Christian, mas não estou feliz por revê-lo.
- Bru... Você não tem ideia de como senti sua falta, falta da nossa cama, da nossa casa.
- Engraçado, porque eu não ouvi notícias suas desde que você saiu sábado passado. Eu aposto que você estava ocupada demais no seu trabalho para se importar em ligar e perguntar como estavam as coisas aqui na "nossa casa". – Brunna disse com deboche a última frase.
- Eu deveria ter ligado, não é? Merda! Eu apenas pensei em dar o seu tempo como planejado. Eu só... – Ele respirou fundo e ficou alguns segundos em silêncio. – Eu pensei em tudo o que me disse e você estava certa. Eu sinto muito por tudo, eu estou aqui agora e quero lutar por nós dois. Por favor, me dê apenas mais uma chance.
- Isso não é simples, você não po...
- Brunna, eu te amo e não importa quanto tempo você me peça, eu vou continuar te amando. Você é o meu único verdadeiro amor. Lembra? Somos o primeiro amor um do outro. – Ele falou passando as mãos nervosas pelo cabelo e loira respirou fundo. – Eu pensei sobre tudo, e se você realmente quer ter um filho... Eu estou disposto a tentar. Por você.
Houve silêncio ainda maior e o coração de Ludmilla estava batendo fora de controle.
- Christian, você não...
- Não me diga não. Você primeiro precisa me deixar tentar. – A voz dele estava mais baixa, então Ludmilla fechou os olhos imaginando que eles estavam mais próximos. – Eu senti tanta a sua falta, amor. Mais uma chance, é tudo o que eu peço.
Não houve uma resposta de Brunna, e Ludmilla conseguia imaginar o que eles estavam fazendo. A negra sentiu como se o peso do mundo caísse em suas costas. Ela havia cedido. O maior medo de Ludmilla era que Brunna percebesse que ainda amava o marido, e que o que tiveram não fosse tão forte assim ao ponto de suprir o seu casamento.
Aquela boca que há algumas horas fora sua, agora já não era mais. Aquela mulher que transmitia tanta paixão com palavras para ela, agora transmitia à outra pessoa. E não era uma pessoa qualquer, era o seu marido. O simples fato de imaginar qualquer pessoa beijando Brunna já deixava-a com nojo e com muita raiva, mas suas pernas fizeram ao contrário do que sua cabeça pensara, a única coisa mais racional que ela poderia fazer era sair correndo daquela casa. E foi exatamente o que a garota fez. Logo sentindo as lágrimas grossas escorrerem por sua face. E ali ela soube que Brunna, sua professora Gonçalves, nunca fora sua. E nunca seria.
Já dentro da cozinha, Christian tinha as mãos firmes no rosto da loira quando pediu passagem com a língua, que não foi concedido. Brunna tentava se desvencilhar do beijo, mas Christian era obviamente mais forte, então ela não teve outra opção a não ser começar a socar seu peito com força.
O que ela sentiu ao beijá-lo? Tudo aquilo o que ela já sabia.
Ela realmente estava amando Ludmilla . Christian não era mais o amor de sua vida. Agora ela amava Ludmilla com todas as forças do seu ser, estava completamente apaixonada por ela e faria de tudo para que sua negra soubesse disso. Precisa disso. Precisava que ela soubesse.
- Nunca mais faça isso! – Empurrou o corpo dele para longe. – Está me ouvindo? Nunca. Mais. Faça. Isso!
- Brunna...
- Não chega perto de mim! – A loira se afastou, estava ficando cada vez mais nervosa. – Eu não vou te dar mais nenhuma chance! Eu não amo mais você. A única coisa que eu quero de você é o divórcio!
O baque que ele sentiu com aquela afirmação foi como um soco no rosto. Christian ficou encarando Brunna durante um bom tempo, absorvendo cada uma daquelas palavras que foram ditas de forma tão firme e dura.
- Di-Divórcio? Brunna, pelo amor de Deus... Você só pode estar de brincadeira.
- Não. Você que deve estar de brincadeira, acha que é só vir até aqui, me agarrar e dizer "Bru, agora eu quero um filho", vai me fazer voltar para você? Que tipo de mulher você acha que eu sou?
Christian passava a mão por seus cabelos desesperadamente, sua testa suava e ele respirava com dificuldades.
- Você descobriu, não é? – Disse sem realmente pensar. Brunna franziu o cenho e não entendeu muito bem o que ele quis dizer.
- Descobri?
- Meu Deus. Isso é impossível! – Ele falava nervosamente andando de um lado para o outro. – Você não pode ter simplesmente descoberto, alguém te contou.
- Me contaram o que? Christian do que você está...
- Bru, olha pra mim. – Christian parecia meio descontrolado, como se as palavras apenas saíssem da sua boca sem que ele pudesse impedir. – Eu não sei o que te disseram, mas eu descobri que há vários tratamentos para infertilidade, antes eu achava simplesmente inútil, mas eu pesquisei sobre, quando digo que realmente estou disposto a te dar um filho não estou mentindo. Não me importo de quanto dinheiro isso possa custar, eu só quero...
- Espera, espera! – Brunna tinha os olhos levemente arregalados, um pouco incrédula. – D-Deixa eu ver se entendi... Você está me dizendo que é estéril?
Agora quem estava começando a ficar descontrolada era a loira, já até se esquecendo que havia mais alguém presente na casa. Christian franziu o cenho e olhou-a confusa.
- Eu... Na verdade... Achei que...
O rosto pálido do homem entregava toda a verdade que nem precisava ser confirmada.
- Eu não acredito que você nunca me disse isso! Qual é a porra do seu problema? – Ela praticamente gritou, empurrando o peito dele com toda sua força.
- Eu estava com medo da sua reação!
- Medo da minha reação? Medo da minha reação? – Repetiu a pergunta, passando as mãos nervosas pelos cabelos, completa desacreditada. – Puta que pariu! Quanto tempo você sabe?
- Isso não importa, Brunna...
- EU PERGUNTEI QUANTO TEMPO! – Christian arregalou os olhos, assustado.
- Eu... – Pigarreou nervoso. – Eu descobri tem aproximadamente dois ou três anos...
- Oh meu Deus! – Brunna se apoiou na bancada, sentindo-se tonta. – Você nunca me contou, seu imbecil?! Você... Por que continuou exigindo que eu continuasse usando a porra do anticoncepcional?
- N-Não sei, eu não queria que você desconfiasse de nada...
- Nunca passou pela sua cabeça que um dia eu iria querer um filho? – Brunna o interrompeu.
- Sim, eu só tinha medo de contar e você me deixar...
- Então, você pensou apenas em você e resolveu me enganar esse tempo todo?!
- Eu não te enganei, porra! Eu tinha medo! – Ele aumentou o tom de voz. – Medo porque eu te amava e não aguentava a ideia de perder você! Mas eu deixei que o medo não me deixasse enxergar que para tudo na vida existe uma solução.
- Ah jura?
- Me deixe terminar, por favor. Eu sei que eu errei, mas eu ia te contar assim que você me desse mais uma chance. Eu ia te contar tudo, eu juro! – Brunna cruzou os braços. – Aconteceu que eu descobri que existe várias formas possíveis de um estéril conseguir gerar um filho e eu não sabia dessas possibilidades antes...
- É claro que não sabia. Mas se você tivesse pensada em mim um segundo, se tivesse confiado em mim um SEGUNDO SEQUER, me contaria a verdade e então descobriria que eu sou professora de biologia e sei de tudo isso que você está falando, seu babaca!
Christian engoliu seco e ficou em silêncio por um longo tempo. Brunna negou com cabeça, começando a andar de um lado para o outro.
- Você acha que é isso? Simplesmente assim? Ter um filho vai muito além do que você imagina! Ter um filho é um compromisso, é assumir a responsabilidade por uma vida para sempre, é estar disposto a conhecer o real significado do amor incondicional. Você se acha realmente capaz disso?
Christian encarou o chão, ainda sem dizer um palavra sequer.
- Pois eu te digo que você não é! Aqueles bebezinho que você vê na televisão que são encantadores, embrulhados em roupinhas cheirosas e coloridas, não será um bebezinho pra sempre. Ele vai precisar de uma mistura equilibrada de afeto, atenção, interesse genuíno e autoridade. Vai precisar de amor afetivo e amor material também, vai adoecer e precisar ir ao médico, vai crescer e precisar ir para a escola. Você Christian, não quer ser pai. Você não gosta de crianças, não sabe como lidar com elas, corre léguas quando alguém faz menção de querer fazer você segurar um bebê. Você nunca teve sonho de ser pai e você trabalha a porra do tempo todo! Nunca demonstrou a menor consideração pelos meus sentimentos, nunca se preocupa com ninguém, a não ser com você mesmo. Você é um egoísta manipulador! – Christian abriu a boca e estava pronto para falar, mas ela não deixou. – Há milhares de crianças sendo trazidas ao mundo sem que tenham sido planejadas, queridas ou desejadas. Há inúmeras pessoas dando à luz, sonhando em levar para casa bonecos ou bonecas bonitinhos e perfeitinhos. E o meu filho não vai ser uma dessas crianças, entendeu?
Brunna respirava ofegante, sentindo seus olhos queimarem um pouco, seus pulmões pareciam que iam explodir de raiva. Christian negava com a cabeça e não tinha coragem de encara-lá.
- Brunna... Por favor, amor...
- Vai embora daqui e só volte quando estiver com o divórcio na mão!
- Para de loucura, para de repetir isso! – Disse já irritado. – Acha que a porra do divórcio vai resolver tudo? Você vai sofrer, eu vou sofrer, porque nos amamos... E eu sei que não deveria ter omitido nada, mas você não sabe como me arrependo disso, eu...
- Eu não amo mais você, você é surdo? – Essa frase deixou Christian ainda mais irritado.
- Você está com raiva e eu entendo. Mas eu não vou sair da minha própria casa de novo, se você quiser, você que saía!
Foi como colocar uma última gota em um copo transbordando. Ou atear fogo em um rastro de gasolina. Naquele momento a loira explodiu.
- VAI SE FODER! SEU BABACA, EGOÍSTA! – Brunna gritou, pegando as primeiras coisas que achava pela frente e tacando em direção à Christian. O mesmo recebeu copos e pratos lançados em sua direção e tentava desviar, um pouco em vão. – EU TE ODEIO CHRISTIAN, SAI DAQUI!! NUNCA MAIS VOLTA AQUI SE NÃO QUISER PERDER A SUA CABEÇA!
Se Christian tivesse visto alguma vez na vida a loira cuspir fogo como naquele momento, talvez ele saberia como reagir. Mas a verdade era que ele nunca tinha visto tanta raiva nos olhos castanhos da mulher, então a única coisa que podia fazer era sair o mais rápido possível, antes que realmente se machucasse.
Brunna observou a porta se fechar com brutalidade, sentindo a raiva crescer em si de maneira quase insuportável. Sentiu grossas lágrimas descer por suas bochechas e sentou-se no chão, onde ali chorou por uma hora, sem saber que ao se levantar a procura da negra e não acha-lá, ela choraria por mais duas horas.
***
- Bru, quer parar de chorar? – Renatinho falou pelo que parecia ser a milésima vez. – Você está me deixando nervoso.
- Eu não consigo Renatinho. – Falou tentando secar as lágrimas que caíam desesperadamente.
Brunna chorava no colo do amigo, Renatinho, martirizando-se pelo que deixou acontecer. Seus olhos já estavam doloridos e inchados. Brunna estava deitada em sua cama, abraçando o travesseiro de Ludmilla e molhando-o com as lágrimas que insistiam em sair. Ela sentia um aperto no peito que era consequência de uma mistura de arrependimento e medo. Arrependimento por ter deixado Christian agarrá-la, mesmo que a força. E medo por perder a negra caso ela tenha entendido algo errado.
- Você precisa conversar com ela, esclarecer as coisas, não ficar chorando como se nada tivesse mais solução.
- Você acha que eu não tentei? – Olhou para o amigo. – Pega o meu celular e veja quantas mensagens ignoradas e chamadas perdidas tem.
- Se a montanha não vai até Maomé, Maomé vai até a montanha.
Brunna franziu o cenho e não pode deixar de soltar uma risada.
- O quê?
- O que o quê?
- O certo é "se Maomé não vai até a montanha, a montanha vem até Maomé." – O homem franziu o cenho.
- Mas isso não faz sentido, como a montanha vai ir até Maomé?
- Oh meu Deus... – A loira soltou uma risada se divertindo com seu amigo.
- Ok, o que eu quero dizer...
- Eu sei o que você quer dizer. Quer que eu vá até ela, mas Renatinho... Olha pra mim, acha mesmo que eu tenho alguma condição de dirigir até a casa dela? Eu não consigo nem ao menos parar de chorar. – Renatinho bufou, apertando mais a garota contra si.
- Odeio te ver assim, Bru.
- Eu não quero perdê-la, Renatinho. – Brunna soluçou entre o choro doloroso. – Esses poucos dias com ela foram tão surreais, ela me traz uma felicidade fora do normal, é tão bom... Eu não posso simplesmente perdê-la...
- Você não vai. Eu já sei! – o rapaz disse em um solavanco só. – Hoje é sábado, dia de pub. Você vai se acalmar, descansar um pouco. Mais tarde nós vamos ao pub e você vai conversar melhor com ela. Ok?
- Mas Renatinho... E se ela não quiser falar comigo? – Perguntou toda insegura.
- Ah mais ela vai, nem que eu tenha que amarrá-la na cadeira junto à Rômulo. Fica tranquila Bru, tudo irá se resolver. – Brunna enxugou as lágrimas e assentiu. – Agora por favor, pare de chorar e descanse um pouco, você sabe que não faz bem ficar desse jeito.
(...)
Ludmilla dedilhava sua guitarra enquanto Marcos desandava a falar sobre os últimos acontecimentos dentro da escola, acontecimento esses que Ludmilla não se interessava muito em saber.
- Ficou sabendo do Anderson? Parece que ele espalhou para todo mundo que comeu a Lisa. O que ele não esperava é que ela confirmasse a mentira e ainda afirmasse que ele fode mal. – Marcos disse gargalhando. – Ele ficou puto, acredita que ele teve a cara de pau de ir tirar satisfações com ela? Eles brigaram no meio do pátio, foi o maior barraco, onde você estava que não viu isso?
Ludmilla que ainda tocava calmamente sua guitarra, quando Marcos havia parado de falar, a negra olhou em sua direção percebendo o olhar de expectativa do amigo.
- O quê?
- Em que mundo você tá, hein? – Perguntou ao encarar Ludmilla com o cenho franzido. Marcos sentou-se no pequeno sofá que havia ali, desistindo de contar algo para a amiga. – De tudo o que falei você escutou algo?
- Não. Pode repetir?
- Repetir teu cu! – Ludmilla arregalou os olhos. – Eu estou falando tem mais de meia hora e você tá ai no mundo da professora Gonçalves.
Ludmilla fechou os olhos instantaneamente, meneando com a cabeça em um sinal negativo.
- Me desculpa, Marcos. – Deixou a guitarra de lado, encarando a amiga. – Só estava pensando em algumas coisas...
Marcos suspirou, odiava como Ludmilla guardava tudo para si mesma. Marcos era muito esperto nesse quesito de identificar quando sua melhor amiga estava mal e aquele era um desses momentos. Mas ele também sabia que precisava abordá-la com calma.
- Não precisa guardar tudo pra você, sabe que pode contar comigo, né? – Perguntou cautelosamente.
- Não é nada... – Ludmilla mordeu o lábio e olhou para suas mãos em seu colo. Suspirando, Marcos selecionou as palavras cuidadosamente.
- Olha, eu já vi você triste algumas vezes, mas acho que nenhuma mulher nunca mexeu com você desse jeito.
- Como você...
- Eu apenas sei. – Ludmilla suspirou derrotada – Está tudo bem.
Tudo o que a negra queria era se deitar e esconder-se sob as cobertas até aquela dor de rejeição passasse. Brunna podia mentir o quanto quisesse, mas ela não era mais sua. Nunca fora, e nunca seria. Afinal quem iria querer alguém como Ludmilla para algo mais sério além de algumas boas fodas?
Sem se conter Ludmilla começou a soluçar e deixou que as lágrimas caíssem manchando seu rosto, seus ombros caíram e ela logo foi acolhida pelos braços do amigo. Aquilo a corroía, ao mesmo tempo que a magoava. Havia se entregado à loira de maneira tão intensa, do modo como fazemos apenas uma vez durante toda nossa vida.
- Shh. O que foi, Mila? Você sabe que pode me contar tudo...
Mila era seu apelido carinhoso, apenas Marcos a chamava assim, e eram raras as ocasiões. Somente quando ele queria reconfortá-la e os dois tinham uma conversa mais delicada, como naquele momento. Foi ali nos braços reconfortantes do melhor amigo que Ludmilla desabafou toda sua mágoa e narrou em meio à algumas lágrimas, todo o acontecido.
- Foi apenas ele voltar e então... – Ludmilla soltou mais um soluço. Deus, ela se sentia uma completa babaca. – Acho que ela cansou de brincar com a garota com um pênis. Isso sempre aconteceu, primeiro me usam e depois me descartam como se eu não tivesse nenhum sentimento.
Marcos fechou os olhos com força. Mesmo que ele já soubesse que algo assim aconteceria, ele torcia para que a negra fosse feliz acima de tudo.
- Olha pra mim, Ludmilla . – Marcos ergueu o rosto da negra enxugando suas lágrimas. – Ela teria que ser a maior babaca para simplesmente brincar assim com uma pessoa tão maravilhosa como você. Tente dar um tempo ao seu coração, Mila, talvez você esteja se precipitando, e talvez ela também esteja se precipitando e aquilo foi só um momento de abalo que ela acabou cedendo, aliás você não ficou até o final pra saber. – Ludmilla fungou e Marcos suspirou, alisando seus cabelos
- Você queria que eu ficasse para constatar o óbvio?
- Não, não é isso...
Ludmilla negou com a certeza e limpou as lágrimas, se levantou. Ali Ludmilla deixava a menina frágil que chorou no colo do amigo, mostrando agora sua falsa aparência de que tudo estava perfeitamente bem. Era assim que a negra montava o escudo.
- Tudo bem, eu estou fazendo drama. – Ela respirou fundo. – Ela é só uma professora, apenas mais uma, não é como se eu não pudesse superar isso. – Riu sem humor, negando com a cabeça.
- Ludmilla...
- Vamos, precisamos testar o som. – Cortou-a.
Ludmilla Oliveira era como uma pedra de gelo, que muito raramente derretia. Desde a morte da sua mãe a menina nunca se dava ao luxo de chorar ou ser frágil por muito mais de uma hora. Marcos engoliu seco e não teve outra opção a não ser assentir e segui-lá.
***
Há alguns minutos de distância dali, Renatinho tentava pelo menos tirar as olheiras da loira e deixá-la com uma cara um pouco menos morta. Mas tudo o que Brunna queria era que a hora de conversar com Ludmilla chegasse logo, mas o dia não colaborava para que isso acontecesse. A loira não dormira e nem descansara um minuto sequer, tinha os olhos vermelhos e inchados enquanto algumas lágrimas inevitáveis ainda saíam. Renatinho conseguiu convencê-la a comer alguma coisa e fazer uma maquiagem básica, era o que estava tentando fazer naquele momento, mas o choro da amiga não ajudava.
- Estou ficando preocupada, Bru. – Suspirou o amigo. – Você não para de chorar...
A loira passou a mão no rosto limpando as lágrimas e sorriu forçado, em um pedido silencioso para o amigo continuar. Renatinho suspirou profundamente, continuando (na verdade, iniciando mais uma vez) a maquiagem na mulher.
Brunna estava apreensiva, inquieta, quase em um estado de pura agonia. Muitas coisas passavam pela sua cabeça e todas elas envolviam Ludmilla de alguma forma. O que ela mais queria era poder esclarecer tudo logo com a sua negra e então poder estar em seus braços. A loira não se importava mais com nada, nem com Christian, nem com as consequências que seriam completamente negativas se alguém descobrisse. Brunna só queria Ludmilla, só queria estar com sua garota.
Depois de mais alguns bons minutos ajeitando a maquiagem da loira, os dois amigos já estavam deixando a casa da professora, com uma Brunna cheia de expectativa para uma noite completamente incerta. Renatinho guiava o carro já que Brunna não estava nos seus melhores dias e precisava chegar viva até o pub, de preferência inteira.
As mãos da mulher suavam e sua cabeça faziam suposições quase que uma cima da outra. E se Ludmilla nem ao menos a quisesse escuta-lá? O que ela iria fazer?
- Tenta não ficar nervosa.
- Ah que ótimo conselho, sabia que nem tinha passado isso pela minha cabeça? – Renatinho revirou os olhos.
- Não precisa ser grossa, só estou tentando ajudar. – Ele respondeu, enquanto dobrava por algumas ruas de Miami, fazendo o caminho tão conhecido por Brunna.
A loira não respondeu, na verdade nem prestou atenção no homem. Brunna olhou-se no o espelho retrovisor, tentando sentir-se satisfeita com a roupa que usava. A saia preta solta ia até a sua cintura, onde prendia por dentro a blusa de linho também preta, de manga cumprida. Aquela sensação de insatisfação com a roupa era quase tão grande quanto todas as outras sensações recentes que ela sentia no momento.
- Chegamos. – Disse Renato cautelosamente.
Brunna respirou profundamente uma vez, duas vezes, três vezes.
- Ok... vamos. - Expirou todo o ar do seu pulmão e deixou os ombros caírem.
Os dois professores adentraram o pub e já era possível ouvir o som suave da voz de Ludmilla, completamente inconfundível para Brunna. E pelo horário, o show já estaria próximo do final. O coração dela acelerava a cada passo dado em direção ao bar, onde Rômulo estava concentrado em seu trabalho, fazendo drinks.
Brunna desviou sua atenção para o pequeno palco no centro do pub, bem perto da parede, lá estava ela...
O coração da professora explodiu feito fogos quando a viu graciosamente com sua guitarra, enquanto cantava uma música que Brunna não fazia questão alguma de prestar atenção. Os olhos dela paralisaram, seus joelhos quase foram ao chão. Ludmilla estava tão linda que chegava doer, os cabelos levemente bagunçados pendiam livres e levemente ondulados pelos dois ombros, dando-lhe um ar tão... sexy, que Brunna era simplesmente apaixonada.
- Brunna? – Rômulo a chamou.
- O-Oi.
- Está tudo bem? – Brunna assentiu rapidamente. – Por que você não espera ela lá no camarim? O show já está acabando, eu dou um jeito de fazê-la ir até lá.
Brunna suspirou em frustração, queria poder apreciar a voz da sua nega. Mas infelizmente tinha chego tarde para isso, não podia correr o risco de Ludmilla lhe ver ali e talvez não querer escutá-la. Então a loira concordou com a cabeça e se afastou, seguindo pelo corredor à sua frente.
Ela tentou organizar os pensamentos e ao mesmo tempo regular sua própria respiração. Tudo ao redor estava fosco, sem cor, e a única coisa que atraia sua atenção era a maldita voz da negra.
Brunna caminhou em passos apressados até avistar a porta do mini camarim de Ludmilla, girou a maçaneta e adentrou o cômodo. De dentro ainda era possível ouvir o som abafado vindo lá de fora, Brunna respirou fundo se sentando no pequeno sofá ali presente.
Ela tentava, inutilmente, ensaiar o que diria para a negra, mas todas as coisas que Brunna pensava em dizer pareciam profundas demais ou faziam sentido apenas em sua mente. A loira respirou fundo rapidamente, por seguidas vezes, fechando os olhos para tentar afastar o turbilhão de pensamentos que insistiam em vagar por sua cabeça. Uma mistura de medo, insegurança e nervosismo se apossou do corpo dela quando os ruídos e o som da música diminuíram gradativamente lá fora. A professora deslizou suas mãos pelo tecido da saia, buscando livrar-se do suor frio que preenchia suas palmas, enquanto olhava fixamente o relógio pendurado na parede.
Um, dois, três... Oito minutos. Dez, doze, quinze minutos, e Brunna não conseguia parar de pensar no quanto as horas demoravam a passar quando mais precisava dela.
"Afinal, o que ela tanto temia?"
Mais cinco minutos agonizantes de inquietação, Brunna olhou em direção a porta quando Ludmilla cruzou a mesma. Suspirou. Ela estava usando uma daquelas jaquetas de couro, camisas estampada de banda, calças jeans escura e seus coturnos... Seus olhos brilhavam ao se encontrar, mas logo o brilho cessou dando lugar à olhos levemente arregalados de surpresa.
- O que você está fazendo aqui? – Ludmilla perguntou, ríspida, e a loira se viu obrigada a engolir o choro.
- Lud... – A voz baixa de Brunna soou através do cômodo. – Posso conversar com você?
- Não.
- Lud... – Suspirou novamente – Por favor?
- Eu não tenho nada pra falar com você, Brunna – A loira estremecendo ao notar a mágoa no olhar de Ludmilla .
- O que? Por quê? - conseguiu balbuciar - E-Eu não sei o que viu ou ouviu, mas eu juro que eu posso explicar. – Disse com os dentes apertados.
- Explicar o que? Como foi o beijo? O que sentiram? Não quero saber sobre nada disso, obrigada. – Ludmilla disse e a loira ficava cada vez mais vulnerável.
- Ludmilla, eu... me desculpe, eu não quis...
- Você não quis? – Ela perguntou ironicamente. Brunna a fitou, totalmente em desespero.
- Não, eu...
- Chega, Brunna. Não precisa mais fingir. – Ludmilla negou com a cabeça. Brunna passou a mão pelos cabelos e respirou fundo, a sensação era de ter levado um soco no estômago. – Aliás, eu sou só a amante, não é?
- Para com isso, amor. Eu não queria, eu não o beijei de volta, Lud... por favor, não me trata assim. – Suplicou, abaixando a cabeça.
Ludmilla sentiu aquelas palavras atingirem-lhe como navalhas. Queria gritar para que ela não falasse mais nada, entretanto, não tinha forças. Estava em um estado de torpor total.
- O que ele significa para você?
- Nada. Christian é meu passado, Lud... – Falou séria, dando ênfase quando disse "passado" – Nós não temos mais nada.
- Mais nada? Vocês são casados, Brunna. – Brunna ouviu ela dizer desesperadamente, enquanto seus olhos escuros quase a fizeram perder totalmente a compostura. – O que eu sou para você? Nada! Apenas uma amante que não tem nada para te oferecer além de uma boa fo...
- Eu pedi o divórcio. – Disse finalmente, interrompendo-a
Ludmilla engoliu seco e apenas encarou a loira, com os braços na cintura. E elas ficaram assim por um bom tempo, apenas olhando uma para a outra.
- O q-quê? – Conseguiu dizer depois de bons segundos, olhando no fundo dos os olhos castanhos.
Brunna deu um passo à frente, percebendo que ela não se afastou, se aproximou ainda mais, ao ponto de conseguir segurar o rosto da negra com suas duas mãos e olhar fixamente em seus olhos.
- Ludmilla, eu te amo. – A garota arfou e seu coração ficou descontrolado. – Eu te amo e eu sinto muito que você tenha presenciado aquele beijo, dói em mim saber que você presenciou aquilo. Eu sei que a gente tem problemas, eu sou impulsiva, e você extremamente estressada. Vai ser difícil, vai ser difícil pra caralho! Você é bem mais nova e eu sou bem mais velha, vamos ter que trabalhar nisso todos os dias, gradativamente. Mas eu preciso fazer isso, eu quero fazer isso, porque eu quero você, inteiramente. Eu só penso em você, eu só sonho com você e eu só quero você. Eu te amo e estou arriscando tudo para que você seja o último amor de minha vida.
Os olhos de Ludmilla se encheram de lágrimas, ele avançou com os lábios nos da mulher, puxou-a pelos cabelos e colando os lábios em um beijo apavorado, penetrando sua língua na boca da loira sem hesitação. Incapaz de controlar, Brunna agarrou a camiseta dela com os punhos cerrados e a puxou para perto. As línguas faziam movimentos apavorados tornando o beijo desesperado e excitante.
– E eu te amo... muito, muito... muito. – Ludmilla sussurrou colando suas testas e pressionando os corpos - Eu sei que você merece alguém melhor do que eu, mas faço o que for preciso por você e para te fazer feliz, Bru, está me ouvindo? Eu faço qualquer coisa.
Ludmilla murmurava com sua incrível voz rouca, lhe agarrando tão apertado que era difícil respirar.
- Você me ama? – Um largo sorriso se espalhou pelo rosto da negra, fazendo com que aparecesse seus dentes adoráveis.
- Você sabe... São suas tatuagens. – Brincou e Ludmilla deu uma risada gostosa, aquela de bebê que a fazia sorrir quando ouvia.
- Eu também amo você, Bru. – Ouvir aquelas palavras saindo da boca de Ludmilla fez o coração de Brunna ganhar vida novamente. Foi como se estivesse acordando de um pesadelo.
- Sabe o que senti quando ele me beijou a força?
- O que?
- Eu senti que nenhuma outra pessoa no mundo poderia me ter como você me tem, nem mesmo ele. – Disse, roubando-lhe um selinho demorado. – Eu pensei em você e em como queria que fosse a sua boca.
Ludmilla suspirou apaixonada e abraçou o corpo da mulher. Os corações batiam aceleradamente, as penas e os músculos tremiam levemente.
- Vem pra casa comigo? - ela disse, envolvendo Ludmilla em seus braços. A negra ergueu as sobrancelhas na hora. – A única coisa que consigo pensar agora é em ter você em meus braços a noite toda.
Ludmilla selou seus lábios nos de Brunna mais uma vez, iniciando outro beijo, dessa vez mais caloroso. Ela pediu passagem com sua língua e a loira cedeu instantaneamente, iniciando aquele entrelaçar de línguas delicioso. As mãos da negra apertaram a cintura da mulher, enquanto as de Brunna enroscaram-se mais uma vez em seus cabelos.
A língua quente e macia invadiu a boca da loira, sem me conter devolvo o beijo na mesma intensidade fazendo as línguas se envolverem de uma forma que não tinha acontecido até hoje com ela. Aos poucos as duas foram diminuindo o ritmo daquele beijo delicioso, colando as testas uma na outra.
- Agora sim... Vamos.
***
Quando Brunna colocou sua mão na maçaneta para abrir a porta, Ludmilla a abraçou por trás com força, deslizando o nariz pelo pescoço da loira enquanto apertava sua cintura. Brunna deixou sua cabeça pender para o lado, fechando os olhos e concentrando-se nos beijos molhados da negra.
Uma vez dentro do quarto da loira, Ludmilla fechou a porta com o pé, já tirando a calça jeans e sua blusa. Brunna mordeu o lábio ao ver o volume ali presente na cueca boxer preta. Alguma coisa dentro dela explodiu, ansiando, querendo ser dominada e consumida pelo corpo de Ludmilla. A loira a admirou de cima a baixo e a puxou pela cintura, beijando-a com vontade, prendeu seus braços em volta do pescoço dela, puxando-a mais para si.
- Que saudade da minha garota. – Mordeu o lábio dela. – Você me ama?
Ludmilla sugou seu lábio inferior, tomando-o entre os dentes e puxando lentamente.
- Amo. Muito. – Ludmilla respondeu entorpecida, apertando as nádegas da loira com força.
Brunna sentiu seu corpo responder ao toque, e mal percebeu como seu corpo estava sendo guiado até a cama. Ludmilla apertou novamente a carne da bunda da loira, impulsando-a para cima. Brunna gemeu alto pelo aperto inesperado e logo sentiu seu corpo cair contra o colchão macio.
Ludmilla tirou cada peça de roupa da mulher lentamente como se estivesse tocando a obra mais delicada que já havia visto, deixando-a apenas de calcinha.
A mais nova apoiou os cotovelos na altura da cabeça da loira, aguentando o peso do corpo e deixando que os corpos se encaixassem lentamente. Brunna retirou os cabelos de Ludmilla do seu rosto e segurou-o em suas mãos, a beijando firme e apaixonadamente.
Ludmilla correspondeu o beijo com todo o seu amor, mantendo suas mãos segurando o lençol com força, controlando-se para não tomá-la de um jeito animalesco. Foi então que Brunna levou as mãos ao quadril da negra, puxando-a com força para si e a abrindo as pernas para abraçá-la. Ludmilla se remexeu sob o corpo magro, fazendo suas intimidades se roçassem por cima do tecido em um vai e vem lento e torturante.
Ludmilla distribuiu beijos pelo queixo e maxilar da loira, mordendo o pescoço dela em seguida, enquanto deslizava as mãos lentamente sobre pele morna da mulher e sentindo seu abdômen enrijecer. Subiu a caricia até os mamilos duros da professora, encaixando-os entre os dedos e puxando-os com força. Brunna arqueou as costas sentindo sua respiração pesar e o suor tomar seu corpo. A garota começou a massagear os seios devagar e com força, quase esmagando-os enquanto continuava o vai e vem em cima da loira. O pau da negra já estava duro dentro da cueca, ela não aguentava mais, precisava estar dentro da sua mulher.
- Olha pra mim. – Brunna a fitou com dificuldades de respirar – Eu quero você de quatro hoje, Bru...
Brunna arfou com as palavras da garota e nem sequer protestou, virou-se e empinou a bunda para a negra, que não hesitou e tirou a calcinha minúscula da loira, ofegando logo que o sexo liso e convidativo da mulher ficou completamente exposto para si.
- Hoje eu vou te foder, amor. – Ludmilla roçou com perfeição seu pênis na bunda de Brunna. A menor gemeu e estremeceu. – Com força.
- Fode... – Ludmilla rosnou e com delicadeza retirou a cueca que usava, liberando seu pau rígido e pulsante.
Tendo a imagem perfeita do líquido quentes da mulher escorrendo pelos seus pequenos lábios, Ludmilla não aguentou e permitiu-se sentir o gosto da mulher com sua língua, passando sobre toda a extensão da boceta até seu ânus, onde usou o polegar da mão esquerda para expor e esticar o buraco apertado de Brunna, passando sua língua delicadamente sobre o local.
- Ludmilla! - Gritou, sentindo a língua a negra circular o buraco estreito do seu ânus. – Oh Meu Deus!
Brunna segurou os lençóis e mordeu o lábio com força, sentindo um prazer enorme pela carícia um tanto diferente.
Ludmilla sorriu, retirando sua língua e deixando bastante da sua saliva no local. A garota se debruçou sobre as costas de Brunna para poder ficar com os lábios sobre o ouvido da mulher.
- Não vejo a hora de comer seu cu. – Ludmilla falou no ouvida da outra, que gemeu e fechou os olhos – Deve ser tão apertado, tão delicioso.
- Ludmilla , pelo amor de Deus... – Choramingou e recebeu um tapa como resposta.
Ludmilla guiou seu membro até a boceta da loira, enfiando-se aos poucos, fazendo Brunna xingar palavrões incoerentes enquanto a mais nova apertava suas nádegas, forçando o corpo de Brunna a dar-se mais a ela.
As pernas da loira se abriram mais, acomodando-se para receber todo aquele comprimento. Ludmilla sorriu e pendeu a cabeça pra trás ao ver seu membro enterrado dentro da boceta, que mastigava seu pau gostosamente.
- M-Mais forte... - Brunna suplicou. Ludmilla obedeceu, metendo uma, duas, três vezes dentro dela, fodendo-a completamente.
- Gostosa! – Ludmilla deu longas estocadas lentas, porém firmes no final. – Porra, Brunna, você é uma delícia!
As mãos de Ludmilla repousarem ao lado do corpo da mulher, seu pênis completamente enfiado dentro dela. Brunna sentia sua boceta queimar e latejar, a cada investida da negra ela sentia prazer em um local diferente. Ludmilla inclinou o quadril da loira, indo ainda mais fundo e tocando seu ponto máximo de prazer.
- OH DEUS! – A negra sorriu e continuou com os movimentos naquele local, bombeando seu pau na boceta de Brunna com mais rapidez. – L-Ludmilla , oh meu Deus! Porra, e-eu te amo.
A mulher estava completamente avulsa as coisas ao seu redor, sua visão ficou turva e seu suor já escorria. Ludmilla chupou seu dedo indicador e o médio com veemência, deslizando apenas um deles pelas brechas entre suas nádegas. Brunna mordeu o lábio com força quando a negra deslizou um dedo dessa vez para dentro do seu ânus.
- Lud... – Soltou um gemido auditivo quando a garota começou um vai e vem lento na entrada apertada.
A mão livre da mais nova subiu pelas costas da loira, chegando até seus cabelos. Ludmilla enrolou as mechas em seus dedos e puxou para cima, arrancando um gemido alto da mulher.
- É gostoso? – Brunna apenas concordou, incapaz de dizer algo. Ludmilla não se conteve e adicionou mais um dedo, fazendo-a gritar. – Seu cu é tão apertado, imagina o estrago que meu pau não vai fazer nele.
Ludmilla bombeou o indicador e o médio, começou a foder em sequência a boceta e a bunda da mulher. Os lábios de Brunna estavam cortados em arfadas longas e dolorosas. Ela gemia o nome de Ludmilla toda vez que ela sentia a glande do pau tocar-lhe tão fundo que a fazia tremer. E os dedos iam cada vez mais rápido e mais fundo.
O carro mal estacionado da loira em frente à garagem da casa deixou Christian intrigado. Ela havia saído? Christian não gostou muito daquilo.
Ao entrar em casa Christian percebeu o silêncio estranho, mas então notou algo diferente: coturnos que não eram de Brunna. E os sapatos da loira estavam também jogados pelo chão. Christian franziu o cenho e o coração começou a acelerar quando seus passos ficaram mais silenciosos e consciente.
Ele começou a subir as escadas e cada passo aumentava sua pulsação. Negou com a cabeça, não era possível...
- Ludmilla! – Então ele ouviu, aquele som. Sua mão estava na maçaneta da porta, mas ao ouvir aquele gemido com tanto gosto e prazer um tanto quando alto, ele simplesmente paralisou. Sua mulher estava gozando com outro.
- Oh baby... Eu amo gozar na sua boceta. – Uma segunda voz rouca soou. – Gostosa!
Christian franziu o cenho, aquilo era a voz de uma mulher?
Então ele entrou. Abriu a porta imediatamente e viu sua mulher de quatro sendo fodida por uma garota (?) na cama, na cama onde ele dormia, na cama que também era dele. O barulho da porta sendo fechada com força fez com que os dois corpos entrelaçados se afastassem e toda cor desaparecesse do rosto de Brunna.
Ele estava paralisada e parecia que não conseguia se mover. Primeiro porque, sua mulher estava fodendo com uma garota. Segundo, sua mulher estava sendo fodida por uma garota que tinha um pênis, e ele era grande. Terceiro, sua mulher estava sendo fodida por uma garota com um pênis na sua cama.
- QUE PORRA É ESSA?
- Christian. – Brunna arfou enquanto se cobria com o lençol e Ludmilla colocava uma blusa qualquer que estava jogada ali no chão e uma cueca, ainda de pau duro.
- Eu posso explicar! – Brunna disse trêmula.
- Explicar? – Ele perguntou incrédulo. – O que? Vai me apresentar sua amante?
- C-Calma, olha eu...
- Você não passa de um puta! – Os olhos dele queimavam de ódio e a loira podia sentir essa vibração ruim. – Sua vadia, eu vou acabar com a sua vida!
Brunna fechou os olhos e várias lágrimas caíram do seu rosto.
- É por isso que você quer o divórcio não é, cadela?
- Retire o que disse!
Antes que Brunna pudesse esboçar qualquer reação, Ludmilla avançou uns passos, empurrando-o fortemente pelos ombros. Apesar de surpreso, Christian ergueu desafiadoramente o queixo.
- Está maluca? – Empurrou os ombros da negra de volta.
- Retira o que disse, seu babaca!
- Por favor... – Murmurou Brunna, tentando apaziguar os ânimos, até mesmo o seu. – Não há necessidade disso.
- Há sim! Ele está te insultando, Brunna, eu não vou deixar ele fazer isso na minha frente. - Ludmilla contrariou-a.
- É melhor você ir embora.
- Se não o quê? – Ludmilla parou tão perto de Christian que o nariz deles quase se tocou. – Agora ela é minha mulher. Você a perdeu, seu merdinha. – Empurrou o ombro dele de novo. – E se você não respeitá-la eu vou ter que te dar uma surra!
Christian tentou olhar para Brunna, mas Ludmilla se inclinou.
- Não olha pra ela, porra! Olha pra mim, seu merda. - Ludmilla esbravejou.
Com um movimento rápido, Christian tentou golpear Ludmilla com um soco na altura do seu queixo, mas ela foi muito mais rápida e desviou, dando um soco no estômago dele em seguida, fazendo-o cair no chão.
- LUDMILLA, PARA! – Brunna gritou, já ficando completamente nervosa.
Ludmilla não escutou ou fingiu não escutar, sentou sobre o tronco do homem e desferiu um soco no seu nariz, depois outro e outro. O sangue começou a escorrer do rosto dele e a loira engasgou com o próprio chorou.
- Ludmilla! Pelo amor de Deus, para! – Disse chorando desesperadamente. – EU ESTOU GRÁVIDA!
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AGUARDEM O PRÓXIMO!
Comentemkkj
ATÉ LOGO!
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