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Capítulo 6 - P.O.V Valentim

Depois de Carrie ter saído da Doca, Valentim foi ao seu quarto. Cortinas de tecido grosso e de tintura escura surgiam penduradas nas paredes de seu aposento. Não consigo me acostumar com o brilho do sol em meu rosto sempre que acordo – era o que Valentim atestava sempre que indagado sobre aquele pedaço de pano. Mas no fim dessa tarde sombria, a qual o sol, sem vida, mais uma vez abria espaço para a lua brilhar, as cortinas pareciam ter uma finalidade diferente do que ele falara.

Seus pés pisavam o assoalho de madeira e gemidos agudos surgiam em resposta. Ao fim do quarto, sob um tapete, uma passagem secreta ganhava vida revelando um enorme cadeado de ferro. Valentim colocou suas mãos no bolso de sua camisa social surrada e, dela, tirou um punhado de chaves. Entre elas, uma chave fina, mas longa, de coloração preta refinada como uma safira era selecionada por Valentim. Um estalido foi ouvido, fazendo um som maior do que ele gostaria. Voltou-se para suas costas, como se procurasse a sombra de Scafur. Ele partiu com minha sobrinha – remoia em sua mente, mas seu subconsciente insistia em alerta-lo acerca de algo, um perigo, o qual já experimentou antes. Não posso deixar o medo me controlar outra vez! Sou um homem muito mais experiente do que antes eu fora! – bradava consigo mesmo. Seus pensamentos pareciam sair de dentro de sua cabeça e materializar no mundo em que vivia. Merda estou tremendo – fitava suas mãos que não respondiam o seu comando. Depois de algumas tentativas falhas, o cadeado foi aberto. Valentim levantou o pedaço de madeira que tampava o acesso ao calabouço de sua casa, dando visão a uma escada. Os degraus estavam molhados e cheios de limo, o que tornou sua descida um pouco mais difícil do que queria, mas ainda assim seguiu, descendo a escada escorregadia.

Aquele calabouço não era tão grande. Algumas caixas de papelão, estragadas devido ao tempo parados ali, estavam encostadas na parede. Indo em direção a uma dessas caixas, Valentim começou a procurar por algo. Muitas bugigangas da época em que vivia na cidade estavam ali, mas pareceu satisfeito o suficiente quando encontrou uma lanterna velha. Apreensivo, tentou acender a lanterna, mas nada de funcionar. Bateu contra a palma de sua mão e, de súbito, um feche de luz apareceu, iluminando não mais do que um passo a sua frente. Droga, a pilha já deve estar desgastada, mas deve dar pro gasto. Começou a andar por todos os lados, na medida em que a claridade permitia, até que achou um grande armário de vidro encostado no fim da parede do porão. Os monstros enterrados no passado terão de reviver – pensou, quando viu uma roupa a sua frente com uma mascara de um coelho que parecia indagar: "lembra-se de mim?". Os fios de cabelo da nuca de Valentim se arrepiaram. Como poderia esquecer. O armário não tinha cadeado e nenhuma abertura possível para que ele pudesse tirar aquela roupa dali. Com a lanterna em sua mão, se encarou ao ver seu reflexo no vidro e, num súbito de raiva, lançou o objeto contra a sua imagem, estilhaçando todo o armário. Tomando aquele uniforme em suas mãos, vestiu-se. Usava uma camiseta preta manga longa com capuz e uma luva cinza. Não faria isso se não fosse pro bem da minha família e de todo o mundo – falou consigo mesmo, como quem procura dar razão ao erro.

Depois de uma reflexão sobre sua próxima atitude, Valentim resolveu prosseguir. O preço é caro, mas seria uma desonra se fizesse diferente do que isso. Travestido como um monstro, Valentim deu meia volta e saiu de sua casa. Em sua porta observava o movimento e agradeceu o fato daqueles ribeirinhos dormirem cedo, mas ainda assim todo cuidado é pouco.

As nuvens que até poucos instantes estavam pretas e carregadas de água, começaram a chorar uma garoa fina. Resolveu sair o mais depressa que podia. Seus passos eram rápidos como uma lebre e iam de um canto a outro muito facilmente, mas a cada arrancada era necessário dar uma pausa e vigiar, afinal, não ia gostar de ter alguém do vilarejo lhe vigiando. Pelo menos não vão saber quem sou. Olhando ao seu leste, percebeu que o mesmo garoto que atingiu sua sobrinha com uma pedra, o observava através de uma fresta da cabana em que vivia. Mais uma vez, tão rápido como um piscar dos olhos, saiu do campo de visão do garoto. O que ele faz acordado até tão tarde? – pensou, mas não se permitiu ficar remoendo isso em sua mente.

O vilarejo ficou para trás e a floresta, mais uma vez, aparecia imponente. Valentim se permitiu andar mais devagar, afinal, é inteligente respeitar aquelas gigantescas árvores. Se não as tenho ao meu lado, é bom que elas também não estejam contra mim. A caminhada de Valentim foi em paz até que se deparou com uma árvore de galhos ressequidos, apesar de que, em tamanho, era virtuoso. Um rosto surgiu de seu tronco, enrugada e padecida.

— Achei que não te veria mais, Rabbit – murmurou a árvore –quando foi que começou a permitir que a Santa fé interferisse em seus pensamentos? – uma risada irônica saiu de seus lábios de madeira – achei que vivia à revolução, garoto.

— Você mentiu pra mim! Você sabe disso! – bradou – você me disse que era deus, mas na verdade é o diabo! – desferiu um murro contra a árvore. – não zombe de mim!

— Se eu tenho poderes que você não tem isso, não faz de mim, perante você, um deus?!

— Você apareceu pra mim como um anjo, Ragnar! – guinchava Valentim, como se o passado lhe causasse tanta dor quanto uma ferida – Com asas aladas e brilho celestial, mas olha você agora... Confinado em uma árvore! – riu da desgraça de ambos – Não se brinca com a verdade e você sabe disso!

— Então o que você faz aqui, cachorrinho dos templários?!

Valentim teve de engolir seu orgulho.

— Pedir sua ajuda – assumiu.

Não houve mais conversa alguma. O rosto estampado no tronco deu lugar a uma porta cujo Valentim entrou sem pestanejar. A entrada era estreita e muitas raízes atravessavam de um lado a outro, dificultando sua passagem. Na medida em que se aprofundava mais, a passagem ia se alargando, até que, um canto, começava a ser ouvido. Passarinhos pendurados no teto, presos em gaiolas, cantavam juntos e misturados, cada um sua harmonia. Uma abertura que parecia ser feita por um tatu-bola gigante, aparecia, revelando uma sala de estar aconchegante demais para um monstro sem escrúpulos que vivia ali.

— Seja bem vindo ao meu novo lar, Valentim – cumprimentou aquele homem velho de cabelos ralos e desbotados. – minha casa, sua casa, sabe disso, não é? – um sorriso amarelo tomou conta de sua boca imunda.

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