No domingo eu estava meio cansada, tinha ido dormir tarde e para piorar, ainda estava nervosa pelo contato tão próximo com o motorista no outro dia.

Mas nada poderia tirar a minha felicidade, Noah me disse que estava na cidade vizinha mas que iria correr para chegar a tempo de me ver. E ele realmente fez, correu feito um louco, me encontrando 12:45. Tínhamos dez minutos, dez minutos para matar a saudade que já apertava.

Ele era carinhoso, parecia eufórico e eu estava feliz por ficar sentada ao lado dele, conversando por alguns poucos minutos.

— Você não vai acreditar, a Gabrielle está muito desesperada para voltar. — Ele debochou.

Aquele assunto me deixava extremamente desconfortável.

— Sério? Bem, ela é louca. Ela quer fingir que nada aconteceu quando foi ela quem traiu você e estragou tudo.

— Tem razão. — Ele continuou rindo, enquanto eu aproveitava a situação para falar mal dela. — Eu tenho um plano, vou iludir ela.

— Como assim?

— Vou dar esperanças, vou fazer ela acreditar que realmente vamos voltar.

— Certo, só não vai acabar voltando de verdade. — Comentei sem graça, tentando fingir que aquilo não havia me abalado.

Foi então que ele sorriu fofo e deixou um selinho nos meus lábios, ele era bom em me fazer acreditar em suas mentiras.

— Isso não vai acontecer.

•

De tarde eu tinha mais um intervalo, mais trinta minutos para passar com ele. Realmente Noah era pontual, ele já estava me esperando cinco minutos antes, ele era fofo.

Depois de me cumprimentar, ele me entregou uma sacola, sorri ao ver que era a camiseta amarela, aquela que ele usou no nosso primeiro encontro. Estava com o perfume dele, fazendo as borboletas no meu estômago ficarem loucas mais uma vez.

Decidimos dar uma volta pela avenida, estávamos de mãos dadas e toda vez que a mão dele tocava a minha, eu me sentia a mulher mais feliz do mundo.

Era louco pensar que há algumas semanas, ele era só mais um crush impossível e então, do nada, éramos quase um casal. Eu evitava pensar muito nisso, ou então as minhas inseguranças iriam me destruir.

Nenhum de nós queria ir embora, na verdade queríamos passar mais tempo juntos mas eu estava trabalhando, eu precisava voltar e aquilo doía o meu coração. Nunca gostei de vê-lo indo embora.

— Bom trabalho, se cuida. — Ele sorriu, selando os nossos lábios algumas vezes. — Nossa, eu quase falei uma coisa.

— Eu quase sempre falo, o tempo todo. — Eu ri, eu era extremamente sentimental. — Mas a gente vai dizer, na hora certa.