
🗯𖦹︎「OO」┊ 𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎
As luzes e sirenes ecoavam como guinchos estridentes, enquanto uma multidão se aglomerava ao redor, curiosa e atraída pela confusão. O céu acinzentado contribuía para o clima melancólico, tornando a cena ainda mais triste.
Era doloroso reconhecer os rostos das pessoas diante daquela casa de pintura desgastada, cujo jardim parecia abandonado há tempos. Todos sabiam muito bem o porquê.
A mais velha dos Kim mantinha um olhar cerrado diante da situação, enquanto lágrimas amargas escorriam por seu rosto. Um sentimento áspero crescia em seu peito, fazendo seu estômago arder e sua cabeça pesar, como se estivesse presa em uma alucinação ou sob uma punição ancestral.
Suas olheiras estavam mais profundas que o normal. Seu filho caçula era segurado por seu irmão, e ela se sentia tão tola, tão... horrível?
O peso da culpa caía sobre os ombros dos presentes, apunhalando-os como uma adaga envenenada.
O cheiro característico do alfa de cabelos arroxeados estava intenso. Ele andava de um lado para o outro, furioso com a situação e consigo mesmo. Estava a ponto de gritar com aquelas pessoas intrometidas, esbravejar o quanto estavam sendo importunas e desrespeitosas.
As luzes vermelhas e azuis se tornavam cada vez mais desagradáveis aos olhos.
── É tudo culpa sua! É tudo culpa sua!
Culpa...?
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₊̇°˟̫ː
Você já se sentiu inadequado? Alguma vez na sua vida? Não aquele tipo passageiro de inadequação, que some depois de um banho quente e uma música triste, mas sim o tipo que se infiltra na sua pele e decide morar lá.
Dizem que, às vezes, é coisa da sua cabeça. Outras vezes, é só a vida rindo da sua cara e te deixando lidar com isso.
Por um tempo, tentei ignorar. Me vendi a ideia de que ser um indivíduo único era quase poético. Mas, um dia, uma tia—sábia e ligeiramente chapada com ervas de origem questionável—me disse: “Perante o cosmos, somos só poeira. Poeira espacial. Apenas moléculas de carbono.”
E eu pensei: Se sou só poeira, por que diabos ainda me esforço? Se no fim, todo mundo vira adubo cósmico, qual o ponto de tentar fazer algo direito?
Mas aí veio o problema. A poeira, aparentemente, tem sentimentos. E consciência. E, por algum motivo cruel do universo, ainda se importa. Então, mesmo fingindo que nada importava, tudo continuava pesando como se eu carregasse o mundo nas costas.
E isso mata. Não de uma vez, mas aos poucos.
Pensamentos bagunçados, vindos de uma mente ainda mais bagunçada.
Mas, no fim das contas, o que define uma vida “adequada”, afinal?
Essa é a história de como tudo quase deu errado. Algumas pessoas diriam que de fato deu errado, mas eu prefiro chamar de uma entrada triunfal para o sucesso.
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