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capítulo 1: é melhor se preparar

A estrada longa se anunciava a frente deles. Para Pablo, parecia o caminho para o inferno.

O trajeto da nova casa de sua mãe até a escola não poderia ser tão distante, pensou Pablo, mas era.

Estavam dentro daquele carro há alguns minutos, mas era o suficiente para que um pequeno pandemônio se anunciasse entre os dois, esgueirando pela garganta e saindo de forma hiperativa e controladora:

— Não estamos mais na Califórnia, Pablo. Você precisa aceitar isso! — a mulher, de pele branca e cabelos claros, gritou, já impaciente. — Você vai estudar naquele maldito colégio e eu vou advogar naquele maldito escritório!

Alicia focou em seu filho através do retrovisor. Observou a pele preta bronzeada e os cabelos encaracolados num corte moderno que ela insistiu para que ele fizesse. Pablo, com os olhos castanhos virados para as árvores do outro lado da janela, ouvia suas palavras no banco de trás, com um bico resignado em seus lábios desenhados.

— Às vezes, eu queria mesmo não ter sido adotado por você! — rebate, a voz sendo seguida de um silêncio mortal. Pablo quis engolir as palavras de volta, mas era tarde demais.

Sua mãe apenas respira fundo.

— Você não sabe do que está falando, garoto! Sabe... Você precisa entender que nem tudo vai ser como você quer... — Ela começou a falar, relaxando no banco do carro e focando os olhos na estrada com o sinal ainda estava fechado. Pablo levou os olhos para o retrovisor, as sobrancelhas juntas numa expressão carrancuda. — Mas, a culpa é minha, eu acho... Te mimei demais, abri mão de tanta coisa por você e você acabou assim: estragado! Essa escola pode acabar sendo boa pra você! Ela é bem rígida. — concluiu, arrancando com o carro.

— Tanto faz. Você nunca me entende mesmo. — Pablo resmungou, colocando os fones no ouvido e voltando a atenção para a janela.

••

A brisa refrescante de fim de verão balançou os cabelos de Alícia enquanto ela retirava os óculos escuros do rosto e os posicionava no topo da cabeleira loira.

Eles chegaram ao Preparatório Jefferson Heights às duas da tarde. O Colégio era um ambiente elitista, apenas pessoas com bastante dinheiro — e bolsistas sortudos — estudavam ali.

Alicia levou Pablo para a secretaria, onde eles foram coincidentemente recebidos pela diretora, uma mulher de meia-idade com sorriso atencioso e terninho cinza absolutamente sem graça. Pablo estranhou a falta de outros alunos novatos ali, mas antes que pudesse questionar, o assunto entre a diretora e sua mãe já estava chegando ao fim.

— Sim. É ótimo tê-los aqui... Um de nossos gremistas vai guiar vocês num pequeno tour pelo campus, te mostrando só o necessário. — A diretora Brown explicou com as mãos dadas em frente a sua barriga.

— Ótimo, obrigada! — agradeceu Alicia, sorrindo pra diretora enquanto ela se afastava — Ela é simpática, não é?

— Ela parece ser simpática, mãe, o que é diferente de ser de fato! — Pablo rebate, observando de soslaio o rabo de cavalo grisalho ricocheteando.

— Você tem uma crítica pra tudo que eu falo?

Pablo deu de ombros, voltou sua atenção para o feed de seu twitter.

Mas, o som seco de saltos altos e barulhentos era bem mais difícil de ignorar que os olhares de sua mãe e ele subiu seus olhos lentamente dos sapatos até o rosto da dona deles.

— Olá! Sejam bem-vindos ao Jefferson Heights! Me chamo Ava! — disse a loira, com os olhos azuis dilatados, o sorriso aberto de orelha a orelha e a mão estendida — Hoje farei o tour com vocês!

— Olá, muito prazer! Eu sou Alicia, esse é o Pablo, seu novo colega! — a mulher cumprimentou a menina, também sorrindo.

— Iai... — disse o menino, sem jeito diante da veterana.

— Bom, vamos começar?

— Tenho escolha? — Pablo resmungou, levantando um pouco a sobrancelha. A loira piscou, mas o sorriso persistiu, quase inabalável.

— Bom, podemos começar pelo primeiro bloco! E, depois, vou levar-los para conhecer as casas e dormitórios! É essencial você conhecer todas as casas pra saber qual se encaixa no seu perfil.

— Eu ouvi falar que vocês dividem os alunos pelas suas características — Alicia comentou, animada.

— Vocês colocam as minorias juntas, não é isso? — Já era a quinquagésima vez desde que saíram de casa que Alicia olhava de forma acusatória para seu filho.

— Sim, é basicamente esse o processo de separação: o conselho acha que assim os alunos se adaptam melhor, convivendo com pessoas iguais a eles! Não é... Bom, eu não concordo muito com esse ponto de vista. A maioria dos alunos não concorda! Protestos pacíficos, obviamente, estão ocorrendo no colégio nos últimos anos... — explica, andando, enquanto os três saiam da diretoria — As coisas estão mudando, as pessoas estão percebendo o quão antiquado é esse sistema.

— Exatamente! É ridículo! Viu, mãe?

— Suponho que isso seja um modelo antigo? Baseado em conceitos ultrapassados e hoje antiquados... Certo, Ava? — Alicia perguntou.

Ava ficou uns minutos calada enquanto chegavam ao prédio em que Pablo teria aula durante o semestre. Uma construção clássica que se assemelhava a um castelo, com teto em um verde escuro e paredes de pedra cinza. Ela sentiu uma brisa fresca balançar seus cabelos e depois de pensar um pouco disse:

— As casas foram instauradas no primeiro semestre de 2003, segundo os membros do conselho, foi uma forma que eles encontraram de... Direcionar o dinheiro dos investidores para causas específicas... Mas, isso acabou criando uma enorme barreira entre os alunos. — Ava continuou, com pesar no tom de voz.

O campus era enorme. O primeiro bloco era constituído por salas de aula, diretoria, refeitório, prédio dos funcionários e auditório. No terceiro, ficam o ginásio e as duas piscinas olímpicas. Ava levou os dois pela fronte de todas essas áreas, mas não se aprofundou muito.

A parte realmente importante, eram as casas!

Pablo retirou o moletom preto e prendeu seus cabelos enquanto eles andavam na direção contrária à diretoria, já sentindo os efeitos do calor.

— Bom, começando o tour... Temos quatro casas, a casa Bittencourt, a mais antiga, em sua grande maioria esta casa é composta por bolsistas ou alunos de classes baixas — A garota se virou para a casa, as mãos pousadas elegantemente na cintura. Pablo e Alicia voltaram suas atenções para frente da casa grande com a fachada pintada de um cinza grafite que o garoto achou de péssimo gosto.

— Por que a casa dos bolsistas precisa ser tão... Chata? Não tinha uma cor mais alegre? — Ele levou seus olhos para os outros prédios naquela parte do campus, analisando as outras instalações. — Como em todas as outras casas?

— Bom, os próprios moradores escolhem a cor e a decoração! Eles preferiram não ousar, o que podemos fazer? Obrigá-los? Mas, se você quiser, pode reclamar com eles depois. — Ava respondeu, virando seu rosto sutilmente para o garoto, uma centelha passando por seu rosto sorridente e amigável.

Pablo não gostou da resposta, mas não saberia apontar com precisão o que havia de ofensivo nela.

— A casa Bittencourt traz muito prestígio pro colégio, a excelência é o maior atributo desses alunos... São muito conhecidos por ganhar competições de todo tipo de esporte... — Ava contou, agora ela estava de frente pra Pablo e Alicia, eles, por sua vez, ainda olhavam a acomodação. — Você, obviamente, não precisa nem ver essa casa, não se encaixa nos pré-requisitos! Vamos pra próxima!

Os três seguiram em frente. Tentando seguir de perto as passadas rápidas da menina.

— Essa é a casa Winchester, composta principalmente por pessoas pretas, asiáticas ou indianas! Eles são muito conhecidos por suas participações nas Olimpíadas de Matemática, são os mais inteligentes! — Pablo arregala os olhos, chocado demais pelo número de estereótipos proferidos para dizer qualquer coisa. — Gostaria de dar uma olhada?

A fachada da casa era de um roxo estonteante e tinha algumas flores variadas na frente, sentado na varanda da casa tinha um garoto, que olhava fixamente pra Pablo, o que o deixou com o rosto em brasa.

— Não... Já sei em qual casa quero entrar. — disse Pablo, lutando pra desviar o olhar da figura estranha. Era um garoto de traços orientais, alto, ele tinha um livro aberto em mãos, mas seus olhos estavam tocados em Pablo, com curiosidade. Um arrepio desceu de sua nuca até seu cóccix, envolvendo totalmente a espinha do garoto, Pablo achou aquela sensação esquisita. — Podemos passar logo pra casa dos LGBTQ+?

— Hum... Você quer entrar nessa? Bom... É a minha casa, eu sou a líder de lá. A Albuquerque é a mais recente das casas, fundada em 2008.

Pablo tem uma expressão confusa no rosto.

— Você é líder? Você é o quê? Lésbica?

— Pablo! Esse tipo de coisa não se pergunta assim: sem mais nem menos.

— Não, Pablo... — Ava respondeu, serena. — Sou uma garota trans e, também, bissexual! Inclusive... Este ano as chapas estão sendo refeitas, espero ser reeleita... — diz, mais para si do que para Pablo ou Alicia — Mas, estou buscando novas pessoas pra ocupar minhas diretorias, caso se interesse...

— Não sei se o Grêmio do colégio me representa... — Pablo retrucou, andando atrás de Ava — Não sou muito um cara político.

— Discordo, todos nós somos um pouco políticos, mas... De qualquer forma, chegamos! Essa é a casa Albuquerque, voltada pras artes cênicas, música e dança, nossa casa arrecada milhares de dólares anuais com organizações de recitais, peças, festas e shows de talentos. Mas, assim como todas as outras casas, não somos limitados apenas a isso.

— Uau! Esse é o meu lugar!

— Não quer nem checar a casa Schengen? Ela é meio sem graça, porque eles não são nem um pouco especiais, mas...

— Não, curti a Albuquerque. Preciso fazer algo antes de ingressar?

— Você não, eu sim! Mas, não se preocupe, considere-se um Albuquerque. — Ava exclamou animada, seu rosto estava ligeiramente corado de excitação por ter um novo membro. Pablo sorriu pra Alicia e eles prosseguiram o tour.

Ava seguiu para a diretoria. Alicia foi embora, mas antes disse algo como "Esse é um recomeço para nossa família" ou alguma merda assim. Pablo seguiu para a casa Albuquerque. Notou que boa parte dos membros não estava ali ainda, aparentemente estavam em algum tipo de reunião, segundo Ava.

Pablo colocou sua mala do lado da cama para que se lembrasse de arrumar suas coisas no armário assim que acordasse. Ele pegou o celular, escreveu a mensagem algumas vezes, mas pensou com pesar que não adiantaria: ele não receberia nenhuma resposta. O garoto colocou os fones de ouvido e logo uma música de sua artista favorita, Rosalía, começou a tocar.

Não demorou muito para que Pablo adormecesse, cansado da viagem de Los Angeles para Washington, cansado pelo percurso até a escola e mais cansado ainda pelo tour de Ava.

Quanto tempo havia se passado não era claro quando ele ouviu o cochichar. Pensou em levantar, mas se manteve fingindo, de olhos fechados, com medo do que aquilo poderia ser.

— Será que ele não vai acordar? — escutou uma voz masculina falar.

— Já, já começa a iniciação... Talvez ele já devesse estar de pé — outro garoto aconselhou.

— A Ava e o Abby sempre gostam do fator surpresa! Vamos deixar que eles decidam. — uma voz feminina decidiu. — Vamos deixar ele descansar e sair do quarto do coitado.

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