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˖࣪ ❛ CAPÍTULO CINQUENTA E DOIS
— 52 —
— OLÁ, JAZZ. Sou eu, assim como nas 9 vezes antes desta ligação. Pelo menos me envie uma mensagem para saber se você está vivo, porque não gosto de passar pela sensação feia de não saber se você está vivo ou morto. De qualquer forma, espero que Alice traga lembranças, diga a ela que mandei para ela umas botas brasileiras que são infar... A ligação foi cortada indicando uma caixa de correio cheia.
— Persa! — Benji falou, afastando suas mãos das dela ao sentir como o fogo começava a queimá-lo.
— Sinto muito! — ela respondeu em uma exclamação frustrada. — Vamos tentar de novo. — ela insistiu, estendendo as mãos para ela novamente.
— Se você absorver outro dos meus elementos eu vou fazer você comer cachorros, Perséfone. Não estou brincando. — pronunciou o egípcio sério, fazendo a híbrida fazer um beicinho.
— Estou tentando, Benny Boo. — ela gritou quando o amigo pegou suas mãos. — É a primeira vez que tento devolvê-los, tenha paciência comigo.
Benji suspirou, abrindo mais os olhos, mostrando-se um pouco cansado de ser cobaia de Persa, mas a ruiva tinha algo que o obrigava a dizer sim a tudo que ela propunha, como nesse momento; ambos estavam sentados na ponta da cama, a híbrida tentava devolver seu poder, mas sempre acabava...
— Perséfone, pare de me queimar!
Assim.
— Sinto muito!
— Eu não quero mais meu poder, fique com ele, — Benjamin gritou, puxando suas mãos de Perséfone.
Persa gaguejou algumas palavras antes de colocar sua mente para trabalhar, ela começou a criar diferentes teorias sobre por que Benji sentia como se estivesse queimando toda vez que tentava passar seu poder para ele.
— Isso mesmo! — Perséfone exclamou com um sorriso.
Benji franziu a testa e fez uma cara de nojo. — Eu não estava falando sério, quero o fogo de volta. — ele murmurou.
— Não, seu egípcio estúpido. Eu também quero que você tenha seus dons de novo. — ela repreendeu revirando os olhos. —Mas pense bem, eu absorvi sua parte do fogo e agora quero devolver, e se a única maneira de fazer isso for segurando o fogo?
Benji franziu a testa para ela e estreitou os olhos, sem entender. — Que?
Perséfone revirou os olhos. — O que eu quero dizer é, que tal a única maneira de devolver isso é você passar por isso? — ela tentou explicar sem soar como se ela tivesse perdido a cabeça.
Benji franziu a testa não muito convencido, mas ainda estendeu as mãos. — Só há uma maneira de descobrir.
— Espere o máximo que puder, acho que estou certa.
Perséfone respirou fundo, fechando os olhos, pegou as mãos frias do amigo e se concentrou o máximo possível apenas no poder de Benji que ela guardava dentro de si.
O garoto observou suas mãos serem envoltas em uma aura vermelha, exatamente a mesma de quando Persa tomou parte do presente de Kate, bem como quando eles estavam no Egito, onde ela o abraçou e arrancou o fogo de suas habilidades.
Perséfone sentiu suas mãos se unirem, canalizando os dons de Benji para ela, onde ela sentiu a sensação dos elementos correndo por suas veias vivas. Ela inalou um pouco de ar e ao soltá-lo começou a empurrar o fogo para dentro de si, visualizando em sua mente como o elemento voltou ao seu portador original.
Os suspiros de Benji foram ouvidos, tentando se afastar automaticamente quando sentiu a dor, mas Perséfone se agarrou a ele ainda mais fazendo os leves gemidos se transformarem em gemidos e pequenas exclamações murmuradas.
Perséfone soltou abruptamente as mãos de Benji enquanto seu corpo escorregava da cama, caindo no chão frio. Benjamin sentiu os pequenos espasmos que a queimadura criara dentro de seu corpo, mas vendo como Persa desmaiava rapidamente, ignorou seu desconforto e foi socorrê-la.
Ele cerrou os dentes ao sentir o cheiro do sangue delicioso que saía de sua testa, naquele momento ele se xingou por não ter seguido a dieta vegetariana que Perséfone havia proposto quando a conheceu.
Na velocidade de um vampiro ele saiu da sala correndo em direção a onde estava um dos Cullens, que ficaram alarmados ao ver o garoto correndo a toda velocidade em direção a eles. Edward leu os pensamentos do menino e, sem dizer uma palavra, correu para onde Perséfone estava.
— O que está acontecendo? — perguntou Rosalie, aproximando-se do amigo da filha.
Benjamin não conseguia emitir um som, tinha medo de abrir a boca e deixar o cheiro do sangue de Perséfone entrar por ela, saboreando as partículas em que estava o aroma dela, perdendo o controle e matando o amigo.
— Carlisle! — o grito de Edward foi ouvido avançando com Perséfone em seus braços.
O sangue escorrendo de sua testa e nariz deixou os vampiros Cullen tensos, mesmo estando acostumados com o sangue dela, a cor pálida que a garota possuía era fatal.
Bella, Rosalie e Carlisle correram em velocidade de vampiro em direção à garota; a primeira prendendo a respiração com medo de perder o controle e tentar atacar a amiga, mas ela sabia que isso não era possível. Recém-criada ou não, Perséfone foi um de seus suportes até hoje.
— Sinto muito. — Benjamin murmurou, desaparecendo rapidamente na floresta, tentando saciar sua sede de sangue com um animalzinho.
★
— Olá, Alice, eu sou Perséfone, embora eu ache óbvio. Não sei se vocês estão me ignorando ou finalmente decidiram fugir juntos, me abandonando no processo; De qualquer forma, só quero um mínimo sinal de vida - espero alguns segundos. Eu não quero passar por isso de novo, Alice. Liga para mim.
Depois de acordar, enfraquecida pela falta de uma habilidade, ela se alimentou de sangue de bolsa e se preparou para ir visitar Renesmee para se despedir.
Sem se preocupar em bater, ele entrou na cabana na floresta, encontrando as costas de Edward sentado no sofá olhando para a lareira crepitante na frente dele.
— Olá. — murmurou a híbrida, sabendo que já havia notado sua chegada minutos antes.
— O que você fez foi corajoso, Persa. — o vampiro falou sem se virar para vê-la. — Benjamín estava com medo de ter te matado por capricho dele que você... — a garota o interrompeu.
— É a habilidade dele, Edward. Eu também ficaria chateada se um estranho tirasse de mim. — respondeu ela, avançando para o fundo do sofá, dando um pulinho e acabando sentando ao lado dele.
— Bella, ela está colocando Renesmee na cama, se quiser, vá lá ver. — Edward convidou cordialmente, nesse momento Perséfone levantou-se pronta para ir para o quarto onde ela estava impressa.
— Você sabe que eu faria de qualquer maneira. — a ruiva se vangloriou enquanto caminhava.
Ela começou a se mover em direção ao quarto de Ness, mas seu passo parou na porta fechada do quarto quando ela ouviu como Bella falava com sua filha em sussurros, sabendo que a recém-criada a havia sentido.
— Tia Alice e tio Jasper nos deixaram porque todos nós vamos morrer? — a voz suave de Renesmee foi ouvida, fazendo o coração do lobo encolher.
— Não, querida. — Bella negou em um sussurro também. — Eu acho que eles fizeram isso para nos proteger.
— E Persa vai nos deixar de novo? — perguntou a mais nova em um sussurro.
Naquele momento, o lobo dentro de Perséfone uivou de tristeza ao ouvir a garota assumindo tais coisas. Persa teve que conter as lágrimas que se formavam ao se sentir completamente identificada com o medo que sua marca irradiava; ela compreendia, passara anos com aquela sensação amarga que aos poucos se desvaneceu quando percebeu que não tinha escapatória.
— Persa nunca deixaria você, Ness. Ela sempre encontrará uma maneira de voltar para você, mesmo que custe a vida dela. — Bella murmurou com uma carranca.
— É estranho, eu sinto um puxão aqui toda vez que a vejo. — Renesmee confessou sussurrando para sua mãe, como se já bastasse que Edward não ouvisse, tocando levemente seu peito. — Acho que estou apaixonado por ela.
A risada suave de Bella invadiu os ouvidos de Persa, contagiando-o com um pequeno sorriso pela inocência de Ness.
— É por causa do quanto ela te ama, Ness. Mas tenho certeza que ela sente algo mais fraternal. — explicou a recém-criada, ganhando um aperto de lábio da filha. — Eu sei que você tem medo que ela se afaste de você, mas Persa nunca faria isso, você é a coisa mais importante que ela tem. — ela falou indiretamente sobre o vínculo que Ness não fazia ideia que ela tinha.
— Tanto quanto Mecías? — Renesmee perguntou inocentemente.
Ao ouvir aquele nome, a híbrida estremeceu, lembrando-se de como Nicanora lhe confessara a verdadeira natureza do antigo amor de sua vida. Foi quase engraçado. A história se repetiu, caindo aos pés - com diferentes intenções - de ambos os híbridos.
Bella ficou sem palavras, ela não sabia o que responder a sua filha, então ela agradeceu mentalmente a Perséfone no momento em que ela entrou na sala.
— Tanto quanto Mecías. — respondeu a híbrida, fazendo a menina virar a cabeça em sua direção.
Perséfone olhou para Bella em busca de privacidade, então a recém-criada beijou os cabelos da filha, desejando-lhe boa noite em um sussurro. Roçando seus ombros - Perséfone entrando e ela saindo - Bella estendeu a mão e agarrou seu pulso, fazendo com que a híbrida virasse a cabeça para olhar para ela.
Bella limitou-se a apertar os lábios e assentir quase sem movimento, agradecendo-lhe mentalmente tudo o que fazia pela filha. Persa apenas sorriu enquanto se deitava ao lado da garota e Bella desaparecia.
— Mas vou me certificar de não perder você também, pequena cria. — ela sussurrou acariciando a bochecha da garota. — Hoje você é minha vida, Ness. Eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você.
Renesmee levantou-se um pouco para poder abraçar Perséfone, deixando sua cabeça descansar no peito da mulher mais velha, relaxando sob as carícias da ruiva.
— Eu gosto que você esteja comigo. — Renesmee expressou seus sentimentos sem medo, sabendo que Perséfone estava bloqueando a audição de seus pais e os pensamentos de Edward.
Persa sorriu ligeiramente. — Todos nós temos amor em nossas vidas, Ness, você não será exceção. Mas os lobos sempre cairão para uma única pessoa. — explicou ela em voz baixa.
— Você achou?
— Chama-se imprinting, deixar uma marca em uma pessoa. — ela continuou falando, ignorando a interrupção da garota. — É um vínculo inquebrável, ninguém o controla. Simplesmente acontece. — ela sorriu inconscientemente lembrando do momento em que caiu de joelhos diante da garota ao lado dela. — Quando você vê aquela pessoa, é como se sua vida dependesse da felicidade e do bem-estar dela, tudo por causa de um simples olhar.
— E como se sentiu? — Renesmee perguntou curiosamente, fazendo o lobo olhar para ela.
— Horrível. — ela respondeu simplesmente. — Nos primeiros dias você não consegue se soltar. — a garota a interrompeu.
— Então você achou. — ela disse ao ouvir as confirmações que a híbrida lhe deu, fazendo com que a garota a olhasse mal.
— Maldita menina astuta. — ela sussurrou fazendo a garota rir. — O imprinting sempre está no topo da lista, mesmo nas menores coisas. — ela tagarelou.
— Tio Jacob teve um imprint? — a garota perguntou.
— Sim. Ele deixou sua marca em mim no dia em que nos conhecemos. — ela respondeu simplesmente, mas Renesmee se mexeu desconfortavelmente em seus braços, tirando a cabeça do peito de Persa para olhar para ela.
— Isso significa que você vai me deixar? — Perséfone sentiu uma leve tristeza tomar conta dela através do vínculo.
— A impressão é um vínculo, Ness. Isso não significa que estamos destinados, houve um tempo em que tentamos, mas não funcionou. — ela falou em palavras curtas. — Naquela época, Jacob estava determinado a ficarmos juntos porque era isso que os ancestrais diziam, mas a marca é mais do que isso. — ela deu de ombros. — Eu amo Jake, mas... — ela deixou sua frase voando no ar.
— Mas você ama mais o tio Jasper. — Renesmee disse com um sorriso no rosto.
Perséfone riu levemente e acenou com a cabeça, mais uma vez sendo a garota que falou.
— Tio Jasper é a sua impressão?
Persa franziu os lábios e balançou a cabeça, ela nunca questionou quando iria contar a Renesmee sobre o vínculo que elas compartilhavam, mas aparentemente a hora havia chegado.
— Não, Jasper é apenas a pessoa por quem me apaixonei. — ela explicou suavemente e acariciou a garota. — Eu sei que você pode sentir o vínculo que temos e sinto muito que meu lobo tenha se envolvido com você. — ela sussurrou. — Estarei sempre ao seu lado, Ness. Agora mais do que nunca.
O lobo de Perséfone se acalmou ao ver como a garota sorria e se agarrava a ela em um abraço.
— Por e para você.
★
No momento em que Renesmee adormeceu, Perséfone saiu do quarto com um gosto doce na boca, feliz por Renesmee ter retomado o assunto de seu imprinting. Chegando na sala principal pronta para sair, Bella se moveu na velocidade do vampiro na frente dela e entregou-lhe um pedaço de papel. Perséfone franziu a testa e, antes que pudesse falar, Bella colocou uma mão sobre sua boca, enquanto a outra tocou sua orelha.
Persa assentiu enquanto silenciava a audição de Edward e Renesmee, Bella tirou a mão da boca e falou.
— Alice e Jasper. — ela pronunciou em um sussurro. — Eles deixaram isso para você. Vá embora. — ela indicou, pegando-a pelo braço e levando-a para fora de casa rapidamente.
— Rude. — Perséfone murmurou quando Bella fechou a porta na cara dela.
Enquanto se afastava de casa em passo humano, abriu o jornal e leu para si mesma.
Se você está lendo isso, significa que as visões de Alice estão se tornando realidade, e você não para de ligar como uma louca. Estamos bem. Alice teve uma visão e a luta vai ser dura, faça tudo que Bella mandar e pedir, ela saberá o que fazer.
Eu também te amo, Perséfone.
Esta carta desaparece.
J.H.
Sem hesitar, Perséfone juntou o pequeno rastro de fogo que restava nela, queimando a carta instantaneamente.
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