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˖࣪ ❛ CAPÍTULO CINQUENTA
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PERSÉFONE SENTIU UMA presença atrás dela, desviou o olhar dos legumes que cortava na cozinha, onde preparava sanduíches para o bando enquanto Jacob procurava Seth; Suas sobrancelhas franziram e ela olhou para a pequena mesa branca, concentrando-se em adivinhar a posição de quem a estava perseguindo.
Sem hesitar, ela se virou rapidamente e jogou a faca em sua mão na direção da cabeça do vampiro. Vladimir sorriu enquanto observava a faca em uma de suas mãos, parando-a antes que atingisse seu rosto.
Perséfone franziu ainda mais a testa e olhou para os romenos à sua frente.
— Acho que você perdeu. — disse o albino enquanto olhava para a faca entre as sobrancelhas.
Em um simples movimento, ele mudou a posição do objeto, arremessando-o rapidamente na direção da híbrida, que nem vacilou na hora de pegá-lo, mantendo a expressão curiosa enquanto impedia a faca de uma ação morta. Ela abaixou a arma, separando-a da proximidade que tinha com o rosto.
Stefan sorriu e cruzou os braços. — Habilidosa. — ele elogiou com seu forte sotaque romeno, enquanto se movia ligeiramente para a cozinha onde estava a ruiva. — Algo muito comum em sua espécie.
A curiosidade foi percebida, mas antes que pudesse indagar sobre qualquer preocupação, Vladimir olhou seu companheiro pelo canto do olho, mantendo uma leve curvatura em seu canto completamente falso.
— Não comece a especular, ela não sabe quem somos. — gabou-se o vampiro albino ao dirigir seu olhar para a híbrida. — Embora seja uma pena que você esteja sozinha, sua espécie é muito procurada.
— Não estou sozinha, tenho minha família e minha matilha. — disse a garota em tom confiante.
Ambos os vampiros riram sem graça. — Vârcolac vampiro, vamos nos apresentar. — Stefan disse com um ar de superioridade. — Pertencemos ao clã romeno que já esteve no poder por muito tempo, depois de alguns séculos a escória italiana nos atacou e nos derrubou. — cuspiu com ódio e rancor ao nomear os Volturi.
— Uma triste história de poder, eles me comovem. — Perséfone murmurou com falsa empatia, voltando-se para a cozinha, pronta para continuar com seu trabalho para os filhotes.
— E o que você diz sobre a história sobre sua espécie? — Vladimir perguntou zombeteiro, esboçando um sorriso ao ver como o corpo de Perséfone ficou tenso. — Você acha que é a única de sua espécie depois de tantos anos de existência de vampiros e lobisomens?
A híbrida se virou abruptamente, seu rosto manchado de fúria, ela jogou a faca novamente, mas desta vez em direção ao rosto de Stefan, que parou antes do impacto com um sorriso no rosto.
— Você não é o primeiro lobo a sobreviver ao veneno, híbrida. — Stefan falou em seu idioma.
— Cala a boca, você não sabe de nada. — a ruiva ameaçou entredentes. — Eu sou a exceção da natureza, não há outra igual a mim. — afirmou ela, certa do que dizia, com o cenho franzido. — E se eles existissem, eu não ficaria surpresa se o seu império acabasse com eles exatamente como os Volturi queriam fazer comigo. — ela disse furiosamente, cuspindo cada uma de suas palavras cega pelo ódio.
Diante da comparação do império romeno com o italiano, os vampiros se sentiram claramente ofendidos, sem a necessidade de mostrar suas expressões faciais, sendo Perséfone a única que podia sentir o cheiro do ódio que saía de seus poros mortos.
Mas sua raiva ficou clara quando Stefan jogou a faca nele com tanta força e velocidade que ela só conseguiu interpor a mão em seu rosto antes que o artefato o atingisse no olho; Ela soltou um pequeno gemido de dor ao ver como a ponta perfurou sua mão, deixando a faca enterrada firmemente.
— Ao contrário dos Volturi, sua espécie era reverenciada entre nós, nosso líder era como você. — Vladimir falou, estreitando os olhos, prendendo a respiração ao ver como o sangue da garota caía de sua mão, manchando o chão e a ilha. — Os poucos lobos que sobreviveram ao veneno se juntaram ao nosso clã como soldados. — continuou o homem.
Perséfone ouviu enquanto tentava remover lentamente a faca, mas com a dor aguda ela parou, bufando. Ainda com o olhar fixo na mão esfaqueada, ela podia ver Vladimir se aproximando dela, circulando a ilha no processo. Vendo com o canto do olho como ele estendeu a mão, Persa deu um passo para longe dele, desconfiada das palavras e ações do vampiro.
Vladimir franziu os lábios e olhou por alguns segundos para Stefan, que o encorajou com o olhar a se relacionar com a única híbrida que havia sido cruzado no último milênio.
O albino estendeu a mão um pouco mais, fazendo com que a cabeça de Perséfone virasse a cabeça para analisá-lo com seus orbes azuis. O vampiro tentou sorrir, sabendo muito bem o quão limitado ele era com suas verdadeiras expressões; Persa franziu a testa e terminou de virar o corpo para estender a mão ferida.
— Híbridos são e foram altamente respeitados por nosso império. — Vladimir murmurou enquanto pegava e puxava a faca de uma vez, ouvindo o leve sorriso que veio dos lábios de Perséfone. — Suas habilidades de metamorfo, sentidos mais aguçados, mais poderosos que os vampiros comuns. — o homem falou, observando a ferida da garota se curar. — A mera presença de um de sua espécie deixou todo o clã de joelhos.
Perséfone lembrou-se de todas as vezes que vampiros se ajoelharam diante dela ao longo de sua curta existência libertária, tendo a leve preocupação de serem parte dos romenos ou simples vampiros com admiração por ela.
Um calafrio se instalou em sua pele enquanto ela continuava a ouvir atentamente.
— Os híbridos desapareceram quando os Volturi nos derrubaram. — Stefan falou, fazendo Persephone focar toda a sua atenção nele. — Eles assassinaram todos e cada um deles. — ele murmurou entre os dentes com desgosto. — Você é a primeira que encontramos em um milênio. — disse ele com uma voz ligeiramente surpresa.
— Por que eles não continuaram a ser criados? — Perséfone perguntou pela primeira vez, tentando manter sua voz abafada despercebida.
— Porque eles foram rotulados de ameaça e fenômenos, monstros que eram capazes de destruir uma raça inteira se quisessem. — respondeu o moreno azeviche, cruzando os braços. — Tiveram que se esconder nas sombras, foram caçados e perseguidos durante séculos; algum tempo depois terminando a espécie... — Perséfone baixou o olhar com as palavras do homem.
— Mas agora nós encontramos você. — Vladimir falou enquanto colocava uma carícia suave na mão esfaqueada. — E se a vampira vârcolac for enfrentar os Volturi, nós também iremos.
Perséfone franziu a testa e retirou a mão do toque frio do albino, estreitando os olhos dando alguns pequenos passos para trás. Ela olhou para os dois vampiros, estudando-os por alguns segundos antes de torcer o nariz.
— Não fale como se vocês estivessem fazendo isso por mim, vocês estão fazendo isso por vocês mesmos e seu império caído. — a garota respondeu, bufando.
— Não vamos negar, lupul suge sânge. — Stefan interveio com um encolher de ombros. Ele deu a ela um sorriso. — Mas você tem uma casa que espera por você na Romênia. — ele falou confiante com um leve aceno de cabeça.
— Sabemos que está aqui. — disse Vladimir, fazendo Perséfone olhar para ele. — Mas você também tem irmãos e irmãs esperando sua ligação. — ele tentou usar a voz mais suave que eu tinha.
Perséfone franziu a testa. Irmãos e irmãs? híbridos?
— Mais híbridos? — ela perguntou, avançando um passo completamente cheio de intriga e esperança.
A ideia de conviver com pessoas como ela a emocionou, compartilhando os diversos saberes para descobrir sobre sua espécie, transformando e iniciando um rebanho.
Vladimir franziu os lábios em tristeza. — Vampiros. Mas não menos importante, sendo os únicos sobreviventes, junto com Stefan temos liderado. — ele esclareceu levantando as sobrancelhas. — Mas eles farão o que for preciso para ver a linhagem prosperar.
Perséfone franziu a testa e olhou para a vampira de olhos vermelhos, então trouxe seus orbes para Stefan, que tinha um leve sorriso macabro nos lábios.
— Linhagem? — ela engasgou confusa, fazendo com que Vladimir desse alguns passos para trás com um sorriso no rosto, ele olhou para seu parceiro com uma leve graça e zombaria, que foi o mesmo com a reação do híbrido.
— Ela não sabe. — o loiro murmurou divertido antes de desaparecer para ficar ao lado de seu amigo.
— Claro que ela não sabe, olha a cara dela. Parece um cachorrinho perdido.
Perséfone piscou ao ver que a sombra do homem a sua frente havia se movido, ela virou a cabeça junto com o corpo para o lado, começando a caminhar em direção a eles enquanto desviava da ilha.
— Do que vocês estão falando? — a ruiva perguntou, parando o passo a poucos metros deles, que tinham seus sorrisos mais zombeteiros possíveis.
— Como você acha que seu corpo resistiu ao veneno? — Stefan perguntou ironicamente. — As especulações sobre seu gene desativado são incorretas, lupul suge sânge. — ele zombou.
Perséfone deu um passo mais perto deles, cruzando os braços.
— Seu ancestral era o líder do nosso clã junto com sua irmã, ambos muito poderosos. Andrievl e Selene. — ele os nomeou com um ar melancólico. — Andrievl foi um lobo que sobreviveu ao veneno, o primeiro de sua espécie ou pelo menos até onde sabemos. — Perséfone ergueu as sobrancelhas com a nova informação.
Ela havia acreditado durante toda a vida que era a primeira e única híbrida que havia habitado o planeta, nunca havia pensado na possibilidade de milênios antes dela, sentia-se ignorante.
— Andrievl era capaz de procriar, o que é óbvio, já que não estaríamos tendo essa conversa. — observou Stefan desinteressadamente. — Não importa quantos milênios tenham se passado, geração após geração, uma pequena parte do sangue de Andrievl sempre permanecerá. — ele sorriu maliciosamente. — Por isso o veneno se adaptou ao seu corpo, graças ao fato de que o hibridismo sempre correu em seu sangue desde que você era uma mera humana.
Uma parte de Persa quis suspirar de alívio ao saber de suas origens, mas por outro lado ficou inquieta ao descobrir que esses dois romenos tinham tantas informações que nem ela - ou sua família - conseguiram encontrar.
— Você pode entrar em contato com o vampiro Cullen por telepatia, certo? — Vladimir perguntou ironicamente.
Perséfone se mexeu desconfortavelmente com a menção de seu tio, sabendo especificamente que eles se referiam a ele.
— Andrievl e Selene compartilhavam uma conexão mental, mais poderosa do que a que você é capaz de possuir. — o vampiro loiro falou, aproximando-se alguns, passou por Perséfone, parada a um metro de distância. — Depois de tantos séculos, o sangue de nossos líderes corre em suas veias. — murmurou ele, apreciando a garota como se fosse uma obra de arte.
Perséfone franziu os lábios enquanto observava os vampiros começarem a se agachar no lugar, ajoelhados diante dela. Ela estava grata pela informação que os romenos haviam fornecido, claro que ela se sentia um pouco tensa e constrangida, mas ela não era Andrievl e Selene; Persa já tinha sua própria família e clã, ela não iria desistir deles por seus ancestrais.
Ela foi fiel ao dela.
— Eu não vou liderar suas tropas. — ela deixou escapar com uma careta, ganhando a atenção dos vampiros ajoelhados na frente dela.
Ambos levantaram a cabeça em uníssono, dando-lhe um de seus sorrisos vagos.
— Sabemos que sua lealdade é com o clã Olímpico e sua matilha de cachorros. — Stefan falou ainda ajoelhado. — Os híbridos sempre permanecem com suas raízes, eles nunca podem escapar disso.
— E é por isso que insistimos, não estamos pedindo que abandone o seu povo. — Vladimir tomou a palavra, que estava mais perto dela, ainda na posição. — Só viemos avisar que você tem irmãos esperando sua ligação. Um clã disposto a matar e morrer por você... — Perséfone o interrompeu.
— E aquele clã está disposto a viver por mim? — a garota repreendeu, erguendo o queixo.
Os homens se levantaram de seus lugares, observando a descendente do líder de seu clã sair da sala em passo firme. Eles se entreolharam e não puderam deixar de sorrir um pouco.
— Ela é a digna descendente de Andrievl. — disse Stefan com tristeza. — Como Selene, justa e precisa.
— Ela será uma grande líder. — Vladimir murmurou.
Andrievl e Selene são personagens da saga Crepúsculo, líderes do clã romeno, só que só são nomeados nos livros e não nos filmes.
Os poderes mencionados em ambos os irmãos são baseados na edição de Meyer, apenas acrescentando o fato de Andrievl era um híbrido e ancestral de Perséfone.
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