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˖࣪ ❛ CAPÍTULO QUARENTA E SETE
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PERSA INGERIU O líquido escarlate, chupando forte e bebendo em grandes goles, deixando-o seco em poucos segundos, ela arrancou os dentes ao sentir que nada saía, deixando o humano morto e ensanguentado cair no beco enquanto ela lambia os lábios.
Ela suspirou pesadamente ao emergir do beco escurecido pela noite, puxando o véu enquanto inspecionava as ruas desoladas de Dzoragyugh, um vilarejo de mulheres perdidas no país da Armênia.
Ela começou a andar, pronta para continuar seu caminho, mas uma pequena figura caminhando em passo rápido, coberta da cabeça aos pés com roupas típicas de mulheres, chamou sua atenção. Ela estreitou os olhos, analisando cada passo que dava, a forma como andava, a forma como não respirava.
Sem hesitar, Perséfone correu em um ritmo de vampiro em direção à figura, aparecendo ao seu lado para acertá-la com força em sua mandíbula, fazendo a garota gemer de dor enquanto Persa ouvia sua pele de porcelana rachar.
A garota avançou para ela sem pensar, tentando desajeitadamente atacá-la, Persa sendo mais rápida para parar seus movimentos. Ela a pegou pelo pescoço e a jogou em direção a uma das paredes ali, a menina reclamou de dores, prestes a se levantar, mas Persa já a havia pegado pelas roupas e começou a andar, sendo arrastada pelo chão até um beco diferente de onde ela estava.
Em um único movimento, Persa levantou a garota, agarrando-a pelo pescoço no processo, e a jogou contra a parede de tijolos, fazendo com que alguns quebrassem com o impacto. A garota reclamou das garras da híbrida e lutou para escapar, mas a atacante era mais forte e acabara de ser alimentada.
Ela pegou o véu do vampiro preso e baixou-o abruptamente, revelando sua identidade. Persa sorriu de lado ao ver como seus sentidos nunca estavam errados.
— Você provavelmente se lembra de mim. — Perséfone falou enquanto abaixava o véu com a mão livre. — Você sabe, o amor da vida do seu irmão.
A garota parou de lutar e olhou para ela com a testa franzida, estremecendo ao ver quem a havia pegado, era óbvio que um dia ela viria buscá-la, mas ela nunca pensou que seria tão cedo.
Persa sorriu e apertou ainda mais. — Você pensou que poderia fugir do passado, isso é fofo. Mas deixe-me dizer-lhe, isso sempre vai assombrá-la. — ela se gabou com indiferença.
— Perséfone. — a garota sussurrou oprimida e assustada.
— Espero que tenha sentido minha falta, Nicora Relish. — ela a empurrou contra a parede novamente. — Porque você e eu temos muito o que conversar, embora você possa imaginar o assunto da conversa. — Persa falou com um sorriso travesso.
Nicora começou a sacudir a cabeça rapidamente ao ouvi-la. — Eu não fiz nada, eu juro.
Perséfone riu sem graça. — Não é sobre você, garota. — ela soltou seu aperto deixando a loira de aproximadamente 20 anos tocar o chão. Mas antes que ela pudesse se recuperar do aperto em seu pescoço, a híbrida já havia agarrado seu braço e a prendido contra a parede.
— Como assim... — Nicora deixou a pergunta no ar, sabendo que Perséfone não iria responder.
— É melhor você ter uma boa explicação ou eu vou arrancar sua cabeça. — ela avisou e apertou ainda mais, fazendo com que o braço começasse a quebrar um pouco.
— O quê? — sussurrou, ainda sem conseguir formular uma frase devido ao choque. Mas vendo a expressão de Perséfone, ela entendeu tudo. — Você descobriu. — ela disse suavemente, relaxando seus músculos ligeiramente.
— Como é que Mecías Relish está vivo? — murmurou asperamente e voltou a pressioná-la contra a parede. — E mais, como é que ele é meio vampiro e ninguém percebeu?
Nicora não disse nada, mas deu um gritinho ao ver e perceber como Persa apertava mais ainda fazendo com que o braço começasse a se soltar do corpo.
— Você ainda não entendeu como é isso? — Responda ou eu vou arrancar seu braço. — a ruiva repreendeu. — Mecías está vivo? — ela cuspiu com firmeza, cheio de emoções conflitantes.
Nicora franziu os lábios e então suspirou, ela balançou a cabeça ligeiramente olhando para as orbes azuis de Perséfone. — Ele está vivo. Meu irmão está vivo e escondido.
Naquele momento, o aperto de Persa se soltou lentamente, sentindo como se todo o seu mundo estivesse desmoronando peça por peça, encontrando-se repleta de emoções novas e diferentes que percorriam cada centímetro de seu corpo. Ela permaneceu imóvel em seu lugar, olhando para Nicora, procurando algum sinal de mentira, mas a segurança que a moça transmitia mostrava o contrário. Nicora disse a verdade.
Mecías Relish está vivo.
E ele é meio vampiro. Fazendo dele a única testemunha chave possível para Nessie sobreviver aos Volturi.
★
Nicora limitou-se a ver Perséfone destruir sua casa, não tinha a menor intenção de impedi-la, sabia que a ruiva precisava compensar tudo o que guardou em seu coração todos aqueles anos, acreditando que Mecías estava morto.
Perséfone soltou um grito ao socar o espelho com o punho cerrado, deixando as lágrimas escorrerem por seu rosto. Ela se sentiu quebrada. Quebrada, feliz e assustada. A sua cabeça estava cheia de perguntas, mas as suas respostas só tinham um dono, e esse dono era Mecías Relish.
Perséfone começou a soluçar, segurando-se no meio do quarto da vampira. Seu coração se partiu em mil pedaços quando ela descobriu que estava chorando para um fantasma, para um simples fantasma que não existia. A sua felicidade ardera junto à jangada em homenagem à morte do amor da sua vida, Mecías lhe tirara tudo, todos os seus sentimentos e emoções.
Nicora aproximou-se lentamente de Persa, abraçando seu corpo quente, pronta para dar-lhe o apoio que a mulher de olhos azuis precisava, e assim foi. Perséfone agarrou-se com força à ex-cunhada, chorando e gritando em seu ombro.
— Por que? O que aconteceu? — grito de partir o coração enquanto elacontinuava soluçando.
— Meu irmão sabia que não podia voltar, Persa. Sinto muito, ele garantiu que era melhor você acreditar que ele estava morto, ele sabia que você era capaz de seguir em frente... — Nicora tentou falar, mas os soluços de Persa aumentavam. — Ele tinha que proteger você, os Volturi poderiam descobrir, ele estava com medo de perder você... — o choro de Perséfone tornou-se ainda mais alto.
— O amo! Eu o amava e ainda o amo! — interrompeu-a com um grito. — Mecías está vivo e eu segui minha vida! — ela se separou de Nicora e o coração da vampira afundou.
Ela sempre gostou de Perséfone, seu irmão falava muito bem da moça e toda vez que ia visitá-la a ruiva brincava de pega-pega com ela o tempo que ela queria, elas brigavam com o irmão dela e cozinhavam juntas. Elas decoravam os vestidos de Perséfone e a deixavam usar suas roupas para se divertir em desfiles improvisados.
Nicora balançou a cabeça ao ouvir as palavras de Persa. — Persa, Mecías queria que você seguisse sua vida. Queria que você se apaixonasse de novo, que vivesse feliz toda a sua eternidade. — insistiu a moça, pegando-a pelos ombros, procurando o olhar de Perséfone. — Perséfone, Mecías te amava, e se ele achou melhor se afastar de você, foi por um motivo. — Nicora assegurou com seu rosto sério.
— Ilha Longa? Furacão?
Nicanora negou. — Não, foi apenas uma coincidência. Não foi planejado, mas foi o cenário perfeito.
— Como é que...? Desde quando...? — gaguejou a ruiva sem saber por onde começar.
— São perguntas com respostas que não posso te dar. — respondeu ela em tom leve.
Perséfone franziu a testa e se aproximou ameaçadoramente de Nicanora. — Acho que você ainda não entendeu que se não responder, vou arrancar seus braços. — ameaçou com firmeza.
Nicanora franziu os lábios. — Não posso responder porque não sei. — ela deu de ombros. — Sei que Mecías é meu irmão desde que nasci, mas ele habita a terra muito antes de eu nascer. — explicou vagamente. — Ele me disse que a única diferença entre ele e os vampiros comuns era que ele podia se apegar totalmente ao seu lado humano. Ele aprendeu ao longo dos anos a ser mais humano do que vampiro. — ela franziu os lábios e apontou a cabeça para ela. — Assim como você manipula suas facetas lupinas e vampíricas.
Persa franziu os lábios e suas lágrimas continuaram a cair, sentindo-se completamente impotente com a informação que recebia. Alice estava certa. Mecías Relish ainda estava vivo e ele era a única chance que eles tinham de salvar Nessie.
— Onde ele está? Eu preciso dele, por favor. — a híbrida murmurou em voz baixa, mas a vampira permaneceu em silêncio. — A vida da minha marca depende dele. Onde ele está, Nicca? — ela exclamou com uma carranca.
— Imprint? — ela perguntou, confusa, mas antes que ela pudesse continuar falando sobre o assunto, Perséfone deu a ela um olhar fulminante, fazendo com que ela se concentrasse no que ela perguntou. — Não sei. — murmurou Nicora com leve decepção. — Como você, ele também se afastou de mim.
Nicora suspirou e foi até uma das gavetas que estavam no chão, começando a remexer nelas até encontrar uma caixinha de madeira cor de vinho, com vários cortes de faca em volta, mas na tampa havia um nome completamente desarrumado devido ao passar dos anos.
CAIXA DE MECÍAS
— Isto é tudo o que me resta dele. Uma caixa sem cadeado — Nicca falou com leve sarcasmo na voz, ela entregou a caixa para Perséfone, que a pegou com cuidado, examinando-a. — Foi impossível para mim abrir, tentei quebrar a madeira, mas parece que estava enfeitiçada. — explicou.
Perséfone havia parado de ouvir a ex-cunhada, concentrando-se totalmente na caixa, procurando algum tipo de abertura ou pista para abri-la, mas mesmo assim, aplicando sua força híbrida, a caixa não abriu.
Ela suspirou frustrada e foi se sentar na cama com Nicora a seguindo enquanto ela se sentava ao lado dela. Ela concentrou sua atenção na pequena estrutura de metal dourado que a caixa desgastada possuía, franziu a testa examinando-a com um leve toque na parte circular da mesma. A cor do metal trouxe vagamente uma lembrança.
Mecías sorriu e acariciou os braços da menina, parando de tocá-la no pulso direito.
Ele abaixou o olhar dele e olhou para a pulseira de ouro que está no pulso dela. — Você usa. — o menino murmurou com um sorriso.
Persa franziu a testa. — Sempre.
Automaticamente levou a mão ao peito, sentindo a própria pele e a ausência do colar onde tinha a pulseira que Mecías lhe dera, conteve-se de suspirar e bufar ao lembrar-se dela arrancando a pulseira do peito.
— Posso ficar com ele? — Perséfone perguntou, virando a cabeça para a loira.
Nicca franziu o cenho, pronta para recusar. — Quer você queira ou não, eu vou levá-la. — Perséfone assegurou. — Se você já ouviu falar de mim, você saberá melhor que não pode me contradizer.
Nicora apertou a mandíbula. — Bom. — ela murmurou, sabendo que se as lendas fossem verdadeiras, ela não teria chance de sobreviver contra Perséfone.
MERDAAAAAAA, POR ESSA VOCÊS NÃO ESPERAVAM. Votem e comentem o que acham que vai acontecer.
Persa continuará com Jasper?
Jacob voltará para Persa?
Onde está Mecías?
E O MAIS IMPORTANTE: Persa deixará tudo por Mecías Relish?
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