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˖࣪ ❛ CAPÍTULO TRINTA E CINCO
— 35 —
EDWARD DEIXOU BELLA na mesa do escritório dos Cullen, onde Perséfone estava dando ordens e procurando suprimentos cirúrgicos. Rosalie estava ao lado de Bella tentando apoiá-la assim como Jacob, enquanto Alice tinha ido procurar Carlisle.
Perséfone foi até a maca e olhou para a mãe. — Rosalie, a morfina. — ela ordenou, amarrando o cabelo em um rabo de cavalo bagunçado.
Assim que Rose lhe entregou a grande agulha, Perséfone a pegou e a enfiou na perna de Bella sem hesitar.
— A placenta saiu. — anunciou Perséfone, arrancando a agulha da pele da humana, que gemia de dor.
Ela havia se preparado mentalmente muitas vezes para este momento em que teria que aplicar seus conhecimentos médicos, inclusive havia lido alguns livros que Carlisle tinha em sua biblioteca; mas estar lá, presente prestes a trazer um humano ao mundo, o aterrorizou.
— Ele virá o mais rápido que puder. — Rosalie assegurou quando viu como Perséfone tocou o abdômen da humana.
— Não vai chegar a tempo, vamos ter que fazer isso nós mesmos. — Perséfone respondeu, balançando a cabeça.
Rosalie estendeu a mão para pegar o bisturi e começar a rasgar o estômago de Bella, mas foi interrompida por Edward e Perséfone.
— Tem que esperar a morfina fazer efeito. — disse Persa, pegando rapidamente o frasco de álcool e jogando-o nas mãos para desinfetá-las o melhor possível.
— Não há tempo, ele está morrendo. — Rosalie murmurou.
Os vampiros olharam para Bella com expectativa, esperando que ela desse alguma resposta.
— Faça isso. Tire-o daqui! — exclamou enquanto gemia de dor.
Rosalie não perdeu um segundo, ela começou a passar o bisturi na parte inferior do abdômen de Bella, que se contorcia de dor e gritava a plenos pulmões quando a lâmina cortou partes de seu corpo. O sangue começou a escorrer e o aroma do líquido escarlate fez Rosalie fixar o olhar no artefato em suas mãos.
— Rose, não! — Perséfone exclamou, correndo de um lado para o outro, pulando por cima de Bella.
Ela pegou Rosalie pelo pescoço e elas começaram a se debater ao saírem do quarto, sua mãe estava com sede e ela sabia disso, nunca a tinha visto tão desesperada por sangue, ela estava com sede também, mas tinha que ficar forte por Bella.
— Mãe, pare!
A híbrida exclamou enquanto exercia mais e mais força sobre Rosalie e a guiava para algum lugar da casa.
— Perséfone! — Ela ouviu os gritos de Edward e Jacob, desesperados para ver como Bella ainda estava morrendo com o abdômen aberto.
— Mãe, pare. Eu preciso estar ajudando. Você tem que parar. — a garota exigiu, mas Rosalie não se importou. — Você se lembra quando me encontrou? Quando eu estava morrendo e você conseguia se controlar? Eu preciso que você tenha essa força agora, mãe. — ela correu na velocidade do vampiro em direção a uma parede e bateu contra ela. — Acalme-se ou Bella vai morrer com seu bebê!
Rosalie atacou Perséfone em busca do sangue de sua própria filha, mas antes que pudesse tocá-la, ela a jogou contra a parede novamente. Ela se aproximou de Rose novamente e a pegou pelo pescoço, segurando-a com força.
Perséfone sentiu o poder do fogo começar a emanar de dentro dela para sua mão, fazendo Rosalie queimar e soltar um grito chocado. Persa largou a mãe enquanto a loira estava deitada no chão, com as mãos no pescoço.
Naquele momento, Perséfone percebeu que Rosalie havia voltado a si.
Ela correu na velocidade de vampiro para o quarto onde Bella estava e engasgou com a cena. Edward coberto de sangue com o bebê nas mãos e um sorriso, junto com o choro do bebê. Aproximou-se do local e dirigiu-se diretamente a Bella em busca de seu bem-estar.
A humana não respondeu, tinha o olhar fixo em um ponto e Perséfone começou a se desesperar ao ver a amiga naquele estado. Jacob estava sacudindo Bella enquanto a chamava; a híbrida estava em estado de choque, a humana com quem ela havia passado todo esse tempo protegendo até o menor raio de sol estava morrendo na frente dela e tudo o que ela fez foi ficar petrificada.
— Perséfone. — o grito de Edward ao lado dela a tirou de seu estado de choque e ela começou a agir.
Ela levou as mãos ao peito de Bella e começou a aplicar a RCP, cantarolando as batidas da música com a qual aprendia o ritmo das pressões. Naquele momento, ela estava agradecendo aos Volturi por sequestrá-la.
Ela cobriu o nariz da garota e deu-lhe duas baforadas de ar e depois continuou pressionando o peito dela.
— Jacob, leve-a. — Edward disse observando enquanto Perséfone tentava manter Bella viva.
— Deixa essa coisa longe de mim. — o lobo repreendeu, olhando com nojo para o bebê.
Rosalie, que ainda estava no chão, podia ouvir a conversa e o desespero que acontecia no escritório; ela se levantou e se forçou a ter autocontrole suficiente. Ela correu para o quarto e foi até onde Edward estava com o bebê, garantindo que estava tudo bem, o vampiro sem hesitar deu a ela; Ele confiava plenamente em sua irmã.
— Edward, o veneno! — a garota gritou, fazendo respiração boca-a-boca na humana mais uma vez.
O vampiro caminhou até uma das gavetas de metal que havia ali, tirando uma grande agulha com um líquido cinza transparente dentro. Ele entregou o artefato a Perséfone e ela, sem hesitar, o enfiou direto no coração de Bella.
— Que diabos é isso? — Jacob murmurou, observando enquanto a ruiva pressionava a parte superior, liberando o líquido dentro de Bella.
— O veneno de Edward. — ela sibilou quando o artefato se esvaziou e ela o puxou para fora de Bella.
Os três esperaram ansiosamente por algum tipo de movimento ou reação de dor do humano, mas nunca veio. A dor do veneno te fazia agonizar até a morte, sentir que os próprios ossos estalavam e que o sangue virava fogo dentro de você; Foi doloroso.
— Não é veneno suficiente, eu tenho que fazer isso. — Perséfone murmurou antes de afundar os dentes na pele frágil de Bella.
— O veneno de Perséfone é muito mais grosseiro e desenfreado, é letal... — Edward explicou, vendo como sua sobrinha fazia um grande esforço para não beber o sangue de Bella. — É forte o suficiente para deixar você com sequelas de loucura ou algum tipo de distúrbio.
Perséfone parou de morder Bella e voltou seu olhar para ela, esperando que ela pelo menos piscasse, mas isso nunca aconteceu. As lágrimas de Persa logo apareceram e ela soluçou apertando a mandíbula.
Com o rosto coberto de lágrimas, ela saiu do escritório direto para os arredores da casa, olhou para a mata e chorou ainda mais. Gritar. Ela gritou, deixando escapar toda aquela angústia que estava passando por seu coração. Sentindo mais uma vez como era perder um ente querido.
Ela caiu no chão, e seus soluços a acompanharam o tempo todo.
Leah e Seth chegaram rapidamente ao ouvir os gritos de um de seus alfas. Vê-la ali, chorando totalmente vulnerável no chão, fez os lobos entenderem rapidamente o que estava acontecendo.
Bela estava morta. E ela permitiu.
Jacob saiu pela mesma porta por onde Perséfone havia escapado. Ele era como ela, com o coração partido, lidando com a perda de alguém que amava.
Perséfone sentindo as mãos de Jacob em seus ombros tentando apoiá-la, ela as afastou, levantando-se do chão no processo. Ela apertou a mandíbula olhando para Jacob e bateu no peito furiosamente. Ela queria descarregar, ela precisava.
Perséfone começou a caminhar em direção à casa com um passo determinado, obscurecida pela perda de Bella, determinada a acabar com o que a matou.
Ela subiu as escadas da casa e foi direto até onde Rosalie estava com o bebê.
Quando Perséfone sentiu vontade de olhar para o bebezinho nos braços de Rosalie, seu mundo desmoronou. Seus joelhos vacilaram e ela caiu sobre eles sob o olhar e o sorriso terno de Renesmee Perséfone Cullen.
Sua respiração parou abruptamente e as palavras que ela gritou para Jacob no dia em que eles discutiram ressoaram em sua cabeça.
A impressão é o vínculo. Não apenas um namorado ou parceiro, você tem que ser o que eu preciso. Esteja lá para mim, Jacob! Como um amigo, irmão, tio, o que você quiser.
Seus braços e corpo tremeram, sentindo como as imagens dela com Renesmee estavam se repetindo rapidamente em sua mente.
Seus dons foram desativados e ela não se importou quando viu a garota que estava a poucos passos dela. Seu lobo se libertou das correntes mentais que Perséfone lhe impusera por muito tempo, sendo totalmente libertado. Persa percebeu seu erro, mas também não se importava, sabia que o lobo não seria mais um prisioneiro dentro dele.
Ela havia encontrado sua marca, e ela era Renesmee Cullen.
O instinto selvagem de protegê-la não demorou a aparecer, ela se levantou rapidamente e correu para fora de casa, vendo sua família lutar com os lobos raivosos para destruir Renesmee.
Ela correu até estar no meio da luta, colocando-se na frente de Sam e seus discípulos.
— Chega, acabou! — a garota gritou para o alfa.
Ele a ignorou e tentou dar um passo em direção a casa, mas Perséfone apenas interceptou com o corpo dela, parada na frente dele.
— Eles não vão tocá-la! Se eles a matarem, eles me destruirão com ela! — ela gritou de novo, ganhando um uivo de Sam no rosto.
Num salto ela foi transformada, seu pelo branco nasceu por entre seus poros e seus ossos se partiram simultaneamente, demorando menos de um segundo para ser completamente transformada.
Lentamente ela se moveu para o alfa do bando e rosnou alto para eles, interpondo-se entre os lobos e sua família. Rosnando alto e mostrando os dentes em símbolo de desafio.
Ela não iria deixá-los machucar Renesmee.
— Perséfone teve um imprint. — Edward disse, encarando o lobo branco.
Jasper olhou para baixo enquanto franzia os lábios.
— Eles não vão fazer nada com ela. Se um lobo imprime, eles não podem machucá-la. — ele continuou lendo os pensamentos de Perséfone. — É a sua lei mais poderosa.
Sam deu um passo para trás e se virou para começar a recuar enquanto os outros lobos o seguiam. O lobo branco suspirou pesadamente, se perguntando por que diabos seu lobo amava tanto Renesmee?
Ela se virou para sua família, que a olhava seriamente, exceto Jasper e Edward, que tinham um pequeno sorriso no rosto ao ver que Perséfone havia encontrado seu destino.
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