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˖࣪ ❛ CAPÍTULO VINTE E UM
— 21 —
O GRITO QUE Jacob deu de dentro da casa Black a fez perder a calma, ela apertou os lábios e se aproximou de Billy, colocando uma das mãos no ombro do homem mais velho, tentando dar-lhe algum tipo de apoio.
Ela fechou os olhos e suspirou ao ouvir o caminhão de lixo estacionar a poucos metros dela, chamando a atenção do rebanho e as constantes brigas entre eles por Leah, que disse que era culpa de Jacob por interferir.
Sua mente estava perdida enquanto ela ouvia as palavras que Jacob havia falado para Edward enquanto ela dormia em seus braços.
Alguma vez ela poderia ser feliz?
Seus pensamentos desapareceram quando viu como Carlisle saiu de casa indicando a condição de Jacob, ele ia falar até ver como Perséfone estava ao lado de Billy.
— Perséfone, nós tínhamos um acordo. — Carlisle disse, olhando para ela preocupado.
— Ele está bem? Ele vai sobreviver? Não o deixou em uma cadeira de rodas para sempre, certo? — Ela perguntou rapidamente com seus orbes azuis penetrando o médico. — Eu não vou pedir desculpas, Billy. — A garota disse sem olhar para ele.
— É a última coisa que eu quero, Perséfone. Eu não quero que Jacob acabe como eu. — Murmurou o homem sem olhar para ela também, ambos esperando impacientemente pelas palavras do médico.
— O pior já passou. Estará bem. Dei-lhe morfina... — Perséfone o interrompeu avançando em direção a ele, parando ao lado de Bella.
— É uma piada? Você vai usar a morfina muito rapidamente. Tente fentanil. — Perséfone respondeu, cruzando os braços.
— Eu vou voltar para colocar mais sobre isso. — Carlisle esclareceu.
O médico avançou pronto para começar a discutir baixinho com Perséfone sobre por que ela ainda estava lá, mas Billy o impediu.
— Obrigado. — O homem estendeu a mão com sinceridade.
Carlisle olhou para ele e deu-lhe um leve sorriso pegando-o.
— Você também, Perséfone. — Ele disse olhando para a garota ao lado de Bella. — É bom que você seja parte de nós. Bem-vinda ao bando. — Billy confessou dando-lhe um sorriso tranquilizador.
Persa sorriu, sabendo que apenas Billy notaria, mas ela rapidamente mudou seu rosto para um mais divertido.
— Eu ainda não gosto de você, Billy. — A garota respondeu com um ar bem-humorada.
Carlisle pousou na frente das duas garotas, mas não olhou para nenhuma delas.
— Ele está perguntando por você. — Disse o homem sem lhe dar os olhares que as duas adolescentes lhe deram na frente dele.
As duas deram um passo ao mesmo tempo, prontas para ir até Jacob, mas pararam para olhar uma para a outra quando ambas caminharam.
Perséfone estava queimando de fúria, parece que a humana não tinha entendido quando ela apenas agarrou seu pescoço na frente de toda a sua família e ameaçando-a.
— O que diabos você pensa que está fazendo? — A ruiva repreendeu.
Ambas as garotas deram a Carlisle um olhar exasperante; isso ia machucá-lo mais do que a ela. Ele dirigiu seu olhar para Bella, dando-lhe a luz verde para saber que Jacob pediu a humana.
O médico apreciou como a zombaria apareceu no rosto de Perséfone e seus olhos azuis foram encharcados pouco a pouco em lágrimas, sentindo uma pontada dentro dela, xingando de novo e de novo o estúpido vínculo de lobo que Jacob a forçou a ter.
Bella deu a Persephone um último olhar. — Persa, eu- — ela murmurou hesitante sem saber o que dizer, mas graças aos céus a garota a interrompeu se aproximando dela, deixando a matilha alerta, sabendo que elas não estavam nas melhores condições.
Perséfone apertou a mandíbula com força, ficando cara a cara com a humana, que parecia estar tremendo como um chihuahua no inverno.
— A próxima vez que você precisar de alguém para salvar sua pele... — Ela aproximou seu rosto do de Bella, fazendo-a abaixar a cabeça ao sentir a proximidade. — É melhor você não esfaqueá-lo pelas costas, porque se você continuar assim, nem mesmo minha própria família pode te salvar de mim.
Bella rapidamente entrou na casa de Jacob, sentindo-se fortemente intimidada pela ameaça que Perséfone havia feito a ela.
A híbrida não tirou o rosto duro, com medo de cair em lágrimas na frente de toda a matilha.
Ela olhou para Carlisle, que colocou uma mão de apoio em seu ombro. — Vá. — Ele disse tão suavemente quanto possível.
— Se eu for, não vou voltar. — Ela murmurou, balançando a cabeça.
Carlisle franziu os lábios e assentiu. — Fique segura. — Disse o homem simplesmente.
Perséfone assentiu e virou-se para o carro onde Jasper estava esperando por ela, abriu a porta do passageiro e deu a todos um último olhar.
— Vejo vocês em alguns séculos, perdedores.
★
— Algum dia você terá que se defender, Srta. Cullen. — Mecías respondeu, vendo como a garota escapou de suas mãos com um sorriso.
— Na verdade é Hale, mas vou me contentar com
Perséfone. — Ela disse, revirando os olhos ligeiramente. — E sou bem capaz de me defender, Mecías.
O menino riu e entrelaçou os braços atrás das costas enquanto abaixava a cabeça. — Se você sabe se defender, por que não treina comigo?
Persa deu-lhe um sorriso tímido e alisou seu vestido longo de época. — Você sabe por que não, eu posso te machucar. — Murmurou, olhando para baixo.
Mecías sorriu enquanto tirava a jaqueta e a depositava no chão do lado de fora da casa dos Cullen, ganhando um olhar estranho de Perséfone enquanto Mecías se posicionava na frente dela.
Sua camisa branca estava desabotoada e suja, as mangas arregaçadas até os cotovelos, mostrando como seu punho estava igualmente sujo enquanto seu elegante colete ficava perto de seu corpo.
— Tente-me. — Disse o menino com um encolher de ombros.
Persa ergueu uma sobrancelha e olhou para ele com curiosidade. — Com um simples toque posso te partir em dois, Mecías. Você sabe que a força do vampiro não é um jogo. — Ela respondeu seriamente.
Mécias sorriu. — Ou você simplesmente não pode, Srta. Hale. — Persa olhou para ele com uma sobrancelha levantada.
Bingo, ele tinha acertado o alvo. O orgulho da menina era maior que seu amor por ele, e Mecías sabia disso.
— Sou muito capaz. — Ele deu um passo à frente cruzando os braços.
— Acho que não. — Respondeu ele, descartando-o.
Perséfone reprimiu um sorriso, levantou o punho em um movimento rápido, direcionando-o para a mandíbula do menino, mas parando antes que atingisse seu rosto. Persa olhou para ele incrédula enquanto ele tinha uma sobrancelha levantada em arrogância.
— Como um devoto do feminismo, eu me recuso a dizer que ela bate como uma garota, — Disse ele com indiferença até que lhe deu um sorriso, — mas bate como uma menina. — Sob o punho de Persa. — Então tente novamente.
Persa olhou para ele enquanto ele bufava. — Diga-me novamente por que estou aqui treinando com um humano.
— Você é minha responsabilidade. — Respondeu o menino e Perséfone deu-lhe um olhar de reprovação.
— Diz o devoto do feminismo. — Ela disse antes de erguer o punho novamente para acertá-lo.
Perséfone suspirou enquanto descansava um braço na porta do carro e descansava a cabeça na mão, acariciando seu cabelo enquanto olhava de lado para Jasper.
O clima estava tenso, ou pelo menos foi o que Persa sentiu ao lado de Jasper, e não é por usar o dom do loiro mas as coisas estavam bem tensas.
— Você me lembra alguém. — Perséfone murmurou sem sair de sua posição.
— É?
Persa assentiu com um leve sorriso. — Você provavelmente já ouviu falar dele. — Jasper a encarou por alguns segundos antes de voltar sua atenção para a estrada. — Mecias.
O menino franziu a testa enquanto movia a alavanca do carro, tentando lembrar o nome que Perséfone dizia, era rápido e fácil lembrar dele, a família Cullen adorava aquele menino e falavam dele como um membro do clã que ele não teve a oportunidade de conhecer devido à sua morte.
— Ele era um amigo da família, não era? — Jasper questionou sem olhar para ele. — Amigo de Edward. — Persa soltou um suspiro enquanto ele sorria.
Ela se acomodou no assento sem tirar a cabeça apoiando-se na mão. — Ele era com um irmão para ele. — Ela murmurou, apertando os lábios. — Para todos.
— Você está triste. — Jasper disse, olhando para ela com uma carranca.
— Eu odeio o seu presente. — Persa deixou escapar enquanto revirava os olhos bufando.
Perséfone ainda não sabia como bloquear o dom de Jasper e combinar com as visões de Alice, embora o último não a interessasse nem um pouco. Se ela teve uma visão de sua cabeça decapitada, ela não queria saber quando, como ou onde isso iria acontecer.
Persa acenou com a mão, como se abrangesse a pessoa ao lado dela, ganhando um olhar estranho de Jasper.
— Tudo isso. Assim como ele. — Ela abaixou o canto dos lábios enquanto torcia levemente o nariz.
Jasper olhou para ela com o canto do olho, tentando reprimir o leve sorriso que se instalou em seus lábios, invadindo seu corpo uma felicidade que ele não queria que acabasse.
Afinal, quando ela voltaria para casa?
— Posso perguntar por quê? — Jasper perguntou, olhando para ela de lado com um canto levantado.
— Já sabe. Tudo isso... — Ela acenou com a mão novamente. — O que faz você. Eu não sei! — Ela exclamou o último com um sorriso, ganhando um do loiro. — Eu acho que isso é tudo o que faz de você um homem de época. — Ela deu de ombros. — Sua postura, treinamento militar, suas expressões. — Ela sorriu, desviando o olhar dele. — Sua maneira de falar. Seu tratamento das pessoas. — Ela lambeu os lábios. — Seu acordo comigo.
Jasper sorriu por um segundo, tentando não deixar seus sentimentos transbordarem. — Espero que não seja um incômodo, Srta. Perséfone. — Ele usou seu tom cavalheiresco habitual, ganhando um revirar de olhos da garota.
— Exatamente. — Perséfone gritou, rindo. — Você não vê muito hoje em dia. — Ela deu de ombros. — E eu estive fora por décadas.
Jasper sorriu, segurando o volante em suas mãos, olhando para a estrada. — O trato que tenho com você é o que você merece. — Respondeu o menino, olhando para ele. — Claro, um melhor do que eles fornecem. — Ele insinuou o tratamento de Jacob para Perséfone.
Persa sorrateiramente respirou fundo diante dos olhos dourados de Jasper, observando-a, analisando cada parte de seu rosto. Ela fez o seu melhor para manter seu coração sob controle para que seus nervos não fossem notados por Jasper, mas sem sucesso, era óbvio que o garoto estava recebendo todas as emoções que ela liberava.
— Acho que devo cavar mais fundo, Major Hale. — Ela murmurou, divertida com a forma como ela se dirigiu a ele.
Jasper sorriu para ela. — Você ainda pode escolher. — Ele deixou escapar, olhando para a estrada. — Não é tarde.
Perséfone franziu a testa e olhou para ele estranhamente. — Escolher? — Ela perguntou.
Escolher? Escolher o quê?
Sua vida já estava amarrada a um cachorro que ela deixou na cama por ter escolhido outra garota antes dela, ignorando o vínculo que ele próprio havia imposto; era estúpido e ridículo. E o mais intransigente era que certamente ela voltaria para rastejar por Jacob.
Jasper respirou fundo e lambeu os lábios. — Vários anos da minha vida eu estava sozinho até encontrar Alice. — Ele começou a falar e sorriu ao dizer o nome. — Na verdade, ela me encontrou.
— Ele viu você chegando. — Perséfone afirmou com um aceno de cabeça.
— Nós estávamos andando e Alice teve uma visão. Eu não a entendia, havia pessoas que eu não tinha visto antes por causa do que sabíamos que iria acontecer a seguir. — Jasper explicou com um encolher de ombros. — Mas depois disso, não foi a mesma coisa, sabe? — Ele franziu a testa. — Alice começou a se afastar de mim e eu notei, foi estranho, mas depois de alguns anos deixei passar. Ela voltou a ser como era antes. — Ele acelerou um pouco o carro na estrada deserta de Forks.
O olhar de Jasper estava um pouco perdido em pensamentos, como se ele estivesse se lembrando do que aconteceu com Alice, e ele não estava errado.
Imagens dele e sua esposa discutindo sobre algo que iria acontecer muito tempo depois estavam presentes. Nem foi culpa dele, ninguém escolhe quem amar, simplesmente acontece; mas nesse caso, ainda não tinha acontecido.
— Mas depois de algumas décadas nós conhecemos uma das pessoas que estavam nessa visão. — Ele olhou para ela para ver o rosto intrigado de Perséfone. — Bella. — Ele respondeu virando os olhos para a estrada. — Foi quando ele soube que a visão estava próxima. — Ele sorriu sem mostrar os dentes. — Estava tão perto.
Não demorou muito para Persephone ligar os pontos, era óbvio o que Jasper estava falando e ainda mais com seu tom que o delatou. — Alice me viu chegando. — Ela afirmou franzindo os lábios. — Eu pensei que não poderia.
— Essa foi a única vez. — O loiro esclareceu. — Ela viu mais do que isso, Proserpina. — Jasper murmurou com um sorriso torto.
— E o que ela viu?
— Você pode escolher, Persa. — Jasper simplesmente respondeu.
A híbrida bufou enquanto cruzava os braços. — Você diz isso como se eu tivesse opções.
— Você entendeu. — O garoto ao lado dela respondeu rapidamente.
Perséfone olhou para ele e ele olhou para ela, ambos os olhares de conexão se perdendo nas órbitas um do outro. Naquele momento a verdade atingiu Persa crua, o olhar de Jasper disse tudo.
— Você entendeu. — O menino repetiu em um sussurro com um olhar tão significativo, fazendo um arrepio percorrer as costas de Persa.
Foi ele quem quebrou o contato visual, mas em vez disso, Perséfone o encarou, processando todas as informações que acabara de receber.
Ela poderia escolher.
Droga, ela tinha uma escolha e não tinha percebido.
— Eu não sabia. — Perséfone gaguejou. — Eu pensei... — a frase ficou no ar, instantaneamente se arrependendo do que ela ia dizer.
Jasper riu melancolicamente. — Eu sei que você sente que está destinado ao cachorro, mas você não pode negar o que está entre nós. — Disse o loiro com um pouco de zombaria.
Persa riu com uma carranca balançando a cabeça. — Eu pensei que era apenas o seu dom me afetando. — Respondeu a garota surpresa. Jasper riu ironicamente novamente, divertido com a situação em que estavam. — É por isso que Alice estava com medo de me ver. — Ela sussurrou para si mesma, afirmando o fato. — É por isso que ela me odiava!
Jasper assentiu levemente colocando o troco no carro. — Ela sabe que eu não a escolhi e ela também entendeu que você também não. — Ele olhou para ela com um sorriso zombeteiro. — Até agora.
Perséfone olhou para ele e deu um soco nas costelas do menino, mas mudou de ideia para sua presença mais sincera. Ela sorriu torto para ele, franzindo os lábios um pouco envergonhada.
— Passei muitos anos sobrevivendo para me preocupar com coisas assim. — Confessou em um sussurro.
Jasper olhou para ela com simpatia, e descaradamente - com seu cavalheirismo se contorcendo dentro dele - ele colocou a mão nas coxas de Persa, deixando leves carícias nela; se estivesse vivo, coraria tremendamente com a audácia.
— Se eu tiver que esperar mais um século para você me escolher, eu o farei, Proserpina. — Ele virou a cabeça de volta para a estrada, deixando a mão na perna de Persa. — E se você levar um século para escolhê-lo... — Ele deixou suas palavras voarem por alguns segundos antes de dar um olhar divertido. — Vou continuar esperando, em algum momento ele vai morrer. — Perséfone riu revirando os olhos.
Perséfone olhou para a mão fria e dura de Jasper, ela sorriu levemente com as palavras do garoto. Ele estava disposto a esperar por ela no momento que ela quisesse; espaço e tempo, algo que Perséfone tinha sido privada desde que os Volturi procuraram por sua cabeça, e lá estava ela novamente, pronta para desaparecer novamente, mas desta vez ela não estava sozinha e isso a fez feliz.
Ela não ia para a guerra sozinha e foi ótimo.
E também muito egoísta, já que eles provavelmente iriam caçá-lo também, mas ele tem idade suficiente para saber no que estava se metendo ao sair com ela.
Ela colocou sua mão esquerda em cima da de Jasper, pegando-a gentilmente com um pequeno sorriso.
— Estamos chegando. — Jasper murmurou olhando para a placa indicando que o Aeroporto Internacional de Seattle estava a alguns quilômetros de distância.
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