011
˖࣪ ❛ CAPÍTULO ONZE
— 11 —
JACOB ENTROU NO grande quarto de Persa, olhando ao redor, examinando cada partícula de poeira que havia. A grande janela com vista para a floresta, a cama com o encosto contra a parede distraindo a vista, uma televisão e pequenas prateleiras com coisas diferentes.
Persa sorriu para o lado vendo como Jacob tirou sua jaqueta de couro, revelando uma camisa azul escura que grudava em seu peito marcado; enquanto ele continuava a examinar a sala, deixando a peça de roupa em uma cadeira, avançando e depois parando em uma das prateleiras.
O menino se aproximou, olhando melhor para a pintura, estreitando os olhos para focar melhor e virando a cabeça com uma das sobrancelhas levantada, fazendo Persa rir um pouco envergonhada, baixando o olhar ao entrar no quarto, fechando a porta atrás dela.
— É você? — Jacob perguntou rindo enquanto olhava para ela e com um dedo apontado para a foto.
Carlisle acompanhado de Esme à esquerda da foto, Rose e Emmett juntos e ao lado deles Edward com Persa, à sua direita mais um garoto do outro lado. Todos vestidos com looks do passado, as mulheres com vestidos compridos enquanto os homens com os trajes típicos do século anterior; dando seu melhor sorriso para a câmera, guardando a foto por muitos anos.
Persa revirou os olhos e se aproximou dele cruzando os braços, ela assentiu. — 1938. — Admirou a foto e pegou-a nas mãos, mostrando-a melhor a Jacob. — Fazia quase dois anos desde que me tornei uma vampira. — Ela murmurou, tocando a imagem em preto e branco com a ponta dos dedos.
— E quem é esse? — Jacob questionou, apontando para o garoto - que era loiro, pelo jeito - ao lado dela.
O sentimento de tristeza a invadiu, lembrando cada momento vivido com o humano favorito de Persa, que conquistou seu coração e amor no instante em que o conheceu, agarrando-se a ele o máximo que pôde durante seus anos de vampiro.
Ela sorriu melancolicamente. — Mecias. — Ela sussurrou e olhou para Jacob. — Ele... — Ela apertou os lábios e colocou a pintura de volta em seu lugar. — Ele era meu parceiro. — Revirou os olhos tentando amenizar a dor enquanto falava. — Meu 'cantor de sangue'. — Fez aspas com os dedos.
Jacob tentou reprimir uma careta com as palavras de Perséfone e sua vida passada, mas era apenas isso, passado; julgando as expressões e o corpo tenso de Persa, ela não era muito fã de falar sobre isso.
— Assim como os lobos imprimem, nós temos companheiros. — Ela continuou falando com um suspiro e olhou para o chão. — Ele era humano, morava aqui em Forks quando o conheci e morreu em um furacão no mesmo ano em que tiramos a foto, em Long Island. — Ela suspirou exausta. — Se eu tivesse insistido um pouco mais para que ele não fosse nessa estúpida viagem de negócios, ele ainda estaria aqui. — A culpa a invadiu novamente.
Memórias do menino rindo com ela vieram à tona; Ela, escondida em uma das árvores da floresta de Forks, podia ouvir como o menino chamava seu nome, dizendo que iria encontrá-la e que perderia o jogo.
Ela começou a caminhar até a cama para se sentar sob o olhar atento de Jacob, atento aos seus movimentos.
— Ele sabia disso? — Jacob mostrou os dentes e acenou com as mãos.
Persa riu e assentiu levemente. — Sim, ele sabia mais do que deveria. Mas o que ele não sabia era que tínhamos um destino juntos, mas ele ainda ficou comigo. — Ela franziu os lábios. — Você sabe por que os Quileutes ainda não arrancaram minha cabeça? — Ela perguntou com um sorriso de lado, esperando surpreender o garoto.
— Porque você é minha marca. — Respondeu Jacob seguro de si.
Persa inclinou a cabeça. — Além disso. — Ela disse revirando os olhos. — Mecias era um Quileute. — Ela afirmou com uma sobrancelha erguida e uma voz estranha.
Jacob ergueu as sobrancelhas em surpresa. — Eu nunca tinha ouvido falar de um certo Mecías como ancestral.
— Você não ouviu essa história, ha. — A garota falou novamente, divertida com o espanto de Jacob. — Ele era um Quileute, mas a tribo o baniu assim que souberam que ele estava junto com as espécies inimigas. — Explicou Persa, Jake assentiu levemente. — Sabe, essas indiscrições não foram aceitas e foi considerado uma vergonha. — Ele revirou os olhos zombeteiro com as palavras dela.
— Nunca ouvi falar dele. — Jacob murmurou.
Persa suspirou exageradamente. — Eles não arrancam minha cabeça porque respeitam seu ex co-líder. — Ela sorriu com uma leve malícia. — Dividindo a liderança com Ephraim Black. — Ela confessou a Jacob histórias que ninguém conhecia.
O menino olhou para ela com atenção ao ouvir seu sobrenome, que mal esperava o que a menina havia dito.
— Isso não é verdade. — Jacob sussurrou incrédulo.
Persa sorriu e assentiu com um leve divertimento. — Por que eu mentiria? — Ela respondeu graciosamente. — Mecias não tinha o gene do lobo, mas descendia deles. — Explicou ela, balançando a cabeça. — É por isso que seu pai não me ama, acrescentando que sou uma sanguessuga e blá blá blá. — Gabou-se a menina.
Mas esse sentimento de diversão no momento foi desaparecendo aos poucos, sendo substituído por culpa e tristeza. Mecías havia abandonado tudo por ela e ainda não podia protegê-lo.
— Ele foi meu primeiro e único amor. — Ela confessou com um encolher de ombros. — E isso vai soar super pegajoso, mas pelo menos era o que eu pensava até te conhecer. — Ela revirou os olhos tentando não dar importância ao assunto.
Mas ela sabia que Jacob não ia deixá-lo ir tão facilmente, e confirmou isso quando viu como o menino sorria, seus ares alargados e cruzando os braços com o ego, ganhando um olhar ruim da menina.
O menino olhou para ela e sorriu zombeteiro analisando a garota a sua frente, sentada em sua cama, pernas cruzadas e com um olhar estranho vendo os rostos de Jacob.
— Eu sou seu cantor de sangue? — Ele perguntou zombando dela, dando um passo mais perto.
Persa abriu a boca surpresa, as sobrancelhas erguidas e o rosto desfigurado pela irritabilidade, observando como Jacob gostava de ver o leve constrangimento da garota em deduzir a coisa certa.
— Tire sarro do que você quer, Jacob. Eu não era aquele cujas pernas tremeram quando te conheci. — Ela respondeu zombeteiramente enquanto se levantava e dava um passo para perto dele.
— Oh querida. Suas pernas vão tremer por outra coisa. — Ele murmurou com um sorriso torto, olhando Persa de cima a baixo.
A garota ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços, balançando a cabeça levemente, os cantos de sua boca voltados para baixo em uma carranca enquanto ela balançava a cabeça. Ele olhou para a floresta, passando a língua pelos dentes.
Jacob olhou para ela com uma sobrancelha erguida ao ver como a garota não reagiu, deixando-a sem palavras.
— Este? Você não esperava? — Jacob continuou murmurando, dando mais um passo em direção a ela.
Persa riu com um suspiro, abaixou a cabeça dando mais um passo em direção a ele, chegando perto o suficiente para que seus braços cruzados roçassem o peito de Jacob.
Ela encontrou seus olhos, exibindo uma clara zombaria no olhar de vitória de Jacob. Persa pegou a costura de sua camisa e a levantou, puxando-a sobre a cabeça, fazendo o menino parar de ter aquele ar presunçoso. Ela deixou a camisa cair no chão e agora era ela quem aproveitava o momento.
— O que há de errado, cachorrinho? Suas pernas estão tremendo de novo? — Persa disse, lambendo os lábios no olhar de Jacob, onde precisamente seu rosto não estava.
No discurso de Persa, ele olhou para cima rapidamente, em uma tentativa de não corar. Mas lá estava Perséfone, assumindo seu controle novamente por ser a chefe.
Jacob sorriu, lutando contra Persa. Ele não ia deixá-la ganhar tão facilmente. Ele deu um passo para trás e agora foi ele quem tirou a camisa, jogando-a em algum lugar do quarto.
Persa olhou descaradamente para o corpo cheio de cicatrizes de Jacob, pouco se importando se ele estava chateado ou nervoso. Persa lambeu os lábios e olhou para cima novamente.
— Você quer que seja assim? Bom. — Ela caminhou em direção a ele, deixando seu sutiã roçar o peito nu de Jacob. — Vamos jogar. — Ela sussurrou contra seus lábios.
A porta foi escancarada e o presente da garota foi desativado de medo.
Persa virou a cabeça com uma carranca e um leve rubor quando viu que Edward estava com Bella parada na porta. Ambos os adolescentes rapidamente se abaixaram para pegar suas roupas, mas Jacob teve que abandonar sua posição para ir até onde ele a havia jogado.
— Persa, Bella vai jantar e eu queria te convidar com ela. — Edward disse entre dentes, lendo os pensamentos de Jacob em relação a sua sobrinha.
— Está tudo bem. — Bella murmurou pegando o braço de Edward tentando dar privacidade aos meninos.
— Bata na porta na próxima vez, Edward. — Persa disse sarcasticamente, ainda de costas enquanto vestia a camisa. Mas ela parou e olhou para ele. — Droga, eu baixei a barreira. — Dizendo isso, ela usou seu dom novamente tanto nela quanto em Jacob.
— Nós vamos estar na cozinha. — Ele deu um passo pronto para sair do lugar. — Onde estão as facas. — Ele continuou falando com sua voz tensa e então saiu da sala completamente.
— Me desculpe. — Bella sussurrou devido à interrupção que ela causou.
Persa olhou para Jacob, que estava virando a camisa do avesso olhando a cena e ouvindo a ameaça de morte de Edward; ela suspirou ao mesmo tempo que ele fez uma careta para ela, divertido com a raiva do vampiro.
Vendo como Jake vestia sua camisa, ela se aproximou dos poucos metros que os separavam em um ritmo de vampiro e a arrancou.
— Vai ser uma longa noite. — Perséfone murmurou com um pequeno sorriso travesso.
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