LUNA

Volto para casa, tomo um banho, coloco um pijama confortável e quando estou indo deitar na cama, mudo a direção dos meus calcanhares para o quarto da frente e encontro meu gêmeo apagado na cama. Deito ao seu lado igual quando eu fazia quando era criança e durmo ali ao lado da pessoa que mais amo no mundo.

QUARTA-FEIRA

01/12/2021

Esses dias foram bem tranquilos, tirando a parte que o Luca está me evitando levemente, mas hoje ele não escapa, pois, ele precisa me dar uma resposta. E só por garantia estou indo ver o treino dos meninos. Eu nunca entendi nada de futebol, só a parte do gol, mas aqui estou.

Subo na arquibancada, avisto Mia e ela logo começa a acenar com os braços toda afobada. Ela é bem doidinha.

— Oii, eu nunca te encontrei aqui assistindo o treino, veio ver seu irmão? — Pelo que eu sabia ela ia na maioria dos treinos por causa do seu namorado babaca. Sinceramente, não sei como eles ainda estão juntos já que ela empurrou o coitado da escada, quem é Nazaré Tedesco ao lado de Mia Rodrigues?

— Na verdade quero falar com o Luca, ele está me evitando e aqui ele não vai poder correr de mim. — Respondo enquanto procuro o bad boy pelo campo, e, o avisto perto do gol.

— Hum, então você gosta do Duarte? — Pergunta arqueando uma sobrancelha.

— Óbvio que não, ele é o melhor amigo do meu irmão. — Respondo. — Eu só quero que ele responda a proposta que fiz a ele.

— Você não quer nada com o Duarte, mas fez uma proposta? Hahaha safadinha. — Diz Mia com malícia nos olhos.

— Não é nada disso Mia, é que eu o chamei para viagem que eu quero fazer antes da Faculdade, e se ele topar ir, meu irmão pode aceitar.

— Agora está explicado. — Fala usando sua mão para tapar um pouco o sol no seu rosto. — Quem mais vai nessa viagem?

— A única pessoa confirmada realmente, é eu mesma, por que? Está interessada?

— Talvez, eu e o meu namorado estamos quase terminando de vez, já que quando estamos juntos só brigamos. Seria legal viajar para esquecer ele. — Diz Mia que me deixou em choque. Ela finalmente vai superar o babaca.

— Você ganhou uma picape, né? — Questiono já sabendo a resposta, pois todos os dias ela chega dirigindo a picape. Seria perfeito para a viagem.

— Sim, por quê?

— Se você puder, leva ela para viajar, sinta-se dentro.

— Então já estou dentro!

— Nossa, você foi a pessoa mais fácil de convencer. O meu irmão está fingindo que a ideia não existe e o Luca está fugindo de mim. — Falo bufando.

— Meninos sempre são complicados. — Mia fala revirando os olhos. — A gente se fala depois, agora vou ensaiar com as meninas. Tchau Luna. — Ela disse se levantando e indo embora.

Vim aqui para saber a resposta do Luca, mas acabei acidentalmente carregando Mia para essa aventura.

****

Depois de um bom tempo sentada embaixo do sol quente assistindo o jogo sem entender absolutamente nada, o treino finalmente chega ao fim, mas tive que esperar a princesa ir tomar banho ainda.

Todos já saíram menos o Luca, até o meu irmão passou por mim e nada do Luca aparecer.

Tenho quase certeza que ele está demorando de propósito, então resolvo entrar no vestiário dos meninos.

Entro com receio de alguém me flagrar no vestiário masculino, mas não tive outra opção.

O lugar está silencioso, imagino que todos já saíram e Luca deu um jeito de ir embora sem ser visto. Aí eu quero matar aquele garoto!

A única iluminação vem da porta que deixei aberta me possibilitando de ver a quantidade de água no chão e as toalhas jogadas nos bancos. Tenho pena da responsável que limpa esse local.

Vejo um único armário aberto e sem conter a curiosidade vou mexer nele. Começo a perceber a familiaridade nas peças de roupas jogadas sem dobrar e pego uma camiseta de time que tem um nome atrás escrito atrás dela. Luca.

— Luna, por que você está no vestiário masculino e mexendo nas minhas coisas? — Me assusto com a voz grossa do Luca que me faz dar um salto e jogar a blusa de volta no armário.

Tenho certeza que minha alma saiu do meu corpo e voltou!

— Puta merda, quase me matou de susto Luca. — Coloco a mão no peito em uma falha tentativa de acalmar o coração.

Ele levanta uma sobrancelha desconfiado e eu reparo que ele está usando somente uma toalha de banho branca enrolada em sua cintura. 

Puta merda, Luca!

Não consigo desgrudar os meus olhos do abdômen perfeito do garoto. Há uma porra de uma gota d'água escorrendo por cada músculo definido existente em seu abdômen. 

Misericórdia.

Uso toda a minha força de vontade para subir as minhas órbitas verdes por seu abdômen outra vez, passando pelo seu pescoço, por seu maxilar perfeitamente marcado, e, finalmente, aos seus olhos azuis.

Existe um sorriso sujo pintado em seus lábios enquanto ele olha atentamente para mim. Sinto as minhas bochechas queimarem e engulo em seco sem conseguir evitar.

Merda, eu podia ter esperado lá fora.

— Eu só queria saber sua resposta — Consigo falar firme sem gaguejar.

— E por isso entrou no vestiário masculino e foi mexer nas minhas coisas, pimentinha? — Pergunta dando uma risadinha cínica.

Ele se aproxima e me puxa pelo pulso, e, em um movimento rápido, me prende na parede mais próxima de nós, posicionando-se bem na minha frente com o braço por cima da minha cabeça. Enquanto um de seus joelhos está entre as minhas pernas começo a ficar quente como o inferno, e sinto que Luca está pegando fogo como um vulcão entrando em erupção.

— Eu topo a viagem pimentinha, mas com uma condição — Sua voz sai em um sussurro enquanto seus olhos estão focados nos meus — Você vai ficar me devendo um beijo, e quando eu quiser eu posso cobrar ele. 

Sinto o toque de sua mão tirando os meus fios castanhos do meu pescoço. Em um ato involuntário acabo virando meu rosto para o lado e sinto sua respiração quente e a ponta do seu nariz encostando levemente em meu pescoço.

— Aceita esse acordo, Luna? — A forma como o meu nome foi pronunciado por seus lábios agora é sexy para cacete.

Ele parece estar completamente ciente de que as minhas pernas bambeiam e de que o meu coração bate tão rápido que tenho medo que, a qualquer momento, ele saia pela minha boca.

— É...é...— Respondo meu trêmula e engulo em seco — Eu aceito, agora me solta. — Digo com o resto de dignidade que ainda me resta. Qual é, Luna? Esqueceu como se formula uma simples frase, cacete?

Não espero ele responder e corro do vestiário, se ficasse mais um minuto ali, não iria ter controle sobre meu corpo.

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Revisado Por: MGCLivros