Capítulo 11
LUNA
11/12/2021
Já era madrugada, mas eu estava acordada me revirando na cama e pensando sobre tudo o que aconteceu nessa semana. Não sei como todos nós acabamos topando em roubar o dinheiro da cidade, parece uma loucura muito maior do que apenas cair na estrada, mas foi decidido e vamos pegar uma quantia pequena que eles nem vão sentir falta. Teremos tempo de ir, voltar e entregar a quantia que pegamos.
Assim espero.
Acho que ninguém avisou aos responsáveis sobre essa aventura. No fundo, todos nós queremos tomar essa atitude, sozinhos, por conta própria.
É realmente muita loucura, mas estamos todos dispostos a nos permitir viver ela.
Bem, nessa semana cada um ficou responsável em descobrir algo para executarmos o plano.
Mia descobriu através de sua mãe a senha do cadeado do dinheiro e Antony descobriu através de seu pai que apenas dois guardas vão ficar na festa guardando o cofre, o que iria facilitar bastante para gente.
Caio de alguma forma conseguiu fazer com que desligassem as câmeras da escola em uns 8 minutos. Esse era o tempo que tínhamos de pegar o dinheiro e fugir do baile.
Com todas essas informações só precisávamos de uma distração para os guardas deixarem o cofre nesse curto tempo.
Mia, Antony e Caio vão ser a distração, não sei o que vão fazer, mas precisa ser algo grande ao ponto de tirar os guardas do lado do cofre. Enquanto eu e Luca pegamos o dinheiro.
Viro novamente na cama ansiosa pensando sobre tudo isso que uma hora acabo me entrego ao sono sem perceber.
****
Acordei e logo me arrumei, hoje era o dia do baile e do grande "empréstimo", eu precisava arrumar um vestido. Fiquei tão presa no plano e nas provas finais que esqueci completamente do maldito vestido.
Entro na cozinha e encontro meu irmão tomando o seu café.
— Bom dia chatinho. — Falo abraçando meu irmão por de trás, parece até que estou abraçada há um poste por causa do seu tamanho.
— Bom dia pirralha, animada para hoje? — Ele perguntou se virando.
— Estou mais ansiosa do que animada.
— Por que está ansiosa? — Pergunta minha tia que chegou à cozinha.
Meu Deus ela não pode saber do plano de hoje. Caio me encara um pouco nervoso.
— Ééé... — Pensa rápido Luna. — É que hoje é o baile e eu não tenho um vestido e estou nervosa com isso.
Espero que ela acredite nisso, sinceramente não estava ligando nem um pouco para o que ia usar hoje à noite.
Estou mais preocupada com a mala que não terminei de fazer, e íamos colocar tudo antes do baile. Caio separou um monte de coisas como: barracas para levar, ele é bem precavido. Achei meio desnecessário, mas segundo ele é "melhor prevenir do que remediar".
— Tenho a solução perfeita para o seu problema, Luninha. — Respondeu minha tia com um brilho nos olhos. Aí não, ela vai querer me levar às compras.
— Por isso que eu vi meu terno antes. — Caio se gabou e eu mostrei a língua para ele. Sou muito infantil, mas não me importo.
Eu sou muito apegada ao meu gêmeo, mas ao mesmo tempo, brigamos um pouco demais. Mas, acredito eu que a maioria dos irmãos são assim.
— Qual é a solução, tia? — Questiono preocupada. Não posso passar o dia em lojas experimentando vestidos, preciso terminar minha mala e levar todas as coisas para a picape antes do baile.
— Vou buscar, está guardado no meu quarto. — Ela afirma subindo as escadas.
— Desde quando a tia tem vestidos de gala no quarto? — Pergunto olhando para Caio e ele dá de ombros.
— Pode ser algo dela. — Ele me dá um sorrisinho. — Um vestido dos anos 90, vai ficar lindo em você irmã.
Puta merda.
Vou sofrer bullying no baile de formatura!
Começo a tomar meu café da manhã e nada da minha tia voltar, fico preocupada com o que ela vai trazer para mim.
— Já terminou sua mala?
— Só faltam algumas coisas, todo mundo já colocou as coisas na picape?
— Sim, só falta eu e você.
Escuto um barulho na escada e quando me viro vejo minha tia descendo com uma caixa. Meu Deus, que seja um vestido pelo menos usável.
— Eu acredito que não vá precisar de nenhum ajuste, já que você é a cópia de sua mãe. — Ela fala rápido enquanto coloca a caixa na ilha da cozinha.
Fico sem reação quando ela comenta sobre minha mãe e vou lentamente até a caixa. Ao abri-lá me deparo com um vestido lindo e branco. Sinto meus olhos se encherem d'água. Era o vestido de casamento da minha mãe, bem ali na minha frente.
Não sei como ela escondeu isso, porque quando nossos pais morreram doamos a maioria das coisas deles, e só algumas coisas que ficaram guardadas em umas caixas no antigo quarto deles. Eu e Caio nunca entramos lá, mas não me lembro de ter visto o vestido de mamãe lá.
— Como você tem esse vestido, tia?
— Sua mãe ia me dar para eu usar no meu casamento, mas nunca me casei e então guardei, e acho que ela amaria ver você usando ele.
— Eu não posso usar isso. — Me recuso chorando e sinto Caio me puxando para um abraço.
— Você deve usar esse vestido, minha irmã. — Caio diz enquanto passa as mãos pelos meus cabelos para tentar me acalmar e eu encharco a sua blusa com minhas lágrimas.
— Eu sinto tanta falta deles. — Murmuro contra o seu peito.
— Eu também.
— Eles teriam muito orgulho de vocês dois. — Tia Melissa profere olhando para nós com os olhos molhados.
Passamos aquela manhã em momento família, tia Melissa contou novamente como nossos pais eram apaixonados na nossa idade e que todos da escola já sabiam que eles iriam passar o resto da vida juntos. E eu fiquei novamente muito emocionada naquela manhã.
Quando à tarde chegou, eu corri para terminar as malas. Mia iria vir se arrumar aqui em casa, e ela aproveitaria para trazer a picape.
Ao pensar nela, escuto a campainha tocar incansavelmente.
Ela ainda não descobriu que só precisa tocar uma vez?
— Oi, trouxe a picape e me despedi dos meus pais. — Ela despejou assim que abri a porta.
— Como assim se despediu? Você contou para eles?
— Na verdade, só para minha mãe, ela surtaria se eu não contasse da viagem.
— Que viagem? — Escuto a voz da minha tia atrás de mim.
Fudeu!
Muito obrigado, Mia.
— Aquela que vamos fazer depois do baile. — Mia respondeu naturalmente enquanto eu lhe lancei um olhar duro e ela entrou dentro da minha casa.
Agora eu morro.
Que pelo menos escolham uma boa foto no meu funeral.
— Eu posso explicar, tia.
— Acho bom mesmo, Luna Reis.
Caio
Olho pela minha janela, vejo a picape estacionada, começo a descer as malas pela escada de incêndio e coloco tudo no porta-malas. Mia deixou a chave reserva comigo para facilitar as coisas.
Depois de guardar tudo, subo novamente pela escada de incêndio. Quando termino de chegar em meu quarto, me deito e escuto um grito no andar de baixo.
Desço correndo para ver qual era a fofoca e avisto a tia Melissa na sala e em choque.
— Não acredito que planejaram uma viagem sem me avisar. — Meu coração erra uma batida.
Como ela descobriu?
— Mas sou só a tia de vocês, e conhecendo bem sua mãe ela iria apoiar essa viagem. Só fiquei chateada por terem planejado isso pelas minhas costas.
— Desculpa tia. — Luna se desculpa ressentida e então elas se abraçam.
Cheguei no meio da guerra, mas já foi resolvido.
— Vocês têm um baile, então vão se arrumar. — Nossa tia diz secando algumas lágrimas.
***
Eita que esse baile promete😉
Espero que tenham gostado do capítulo, não esqueçam de votar e comentar🌟
Beijos😘
Revisado Por: MGCLivros
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