Capítulo 10
LUCA
Avistei Mia e Luna logo de cara, estava nervoso, porque não sabia se Luna tinha ficado irritada comigo por ter convidando Antony.
Não consegui conversar com ela na escola, pois não fazíamos aulas juntos e eu tinha treino depois.
— Caio e Antony, porque não vão pegando os sorvetes e eu vou encontrar uma mesa pra gente junto com as meninas? — Eles concordaram e foram buscar os sorvetes.
Me aproximo das meninas e vejo como parecem próximas, já imagino essas duas grudadas na viagem.
Que Deus tenha piedade da gente.
— Oi Mia e Luna, os meninos foram buscar os sorvetes, então vamos pegar uma mesa?
— Eles vão pegar qual sabor? Eu preciso escolher o meu sabor favorito que é de menta. — Exclama Mia muito preocupada com o sabor do sorvete e vai correndo pela sorveteria para encontrar os meninos.
Ela não deu nem um "oi" para mim e já estava lá dentro preocupada com o sabor do sorvete.
— Caramba, o sabor do sorvete é realmente algo muito importante. — Ironizou Luna.
— Ela é bem doidinha, porque não nos sentamos? — Perguntei apontando para a mesa.
Nós dois nos acomodamos em uma mesa no canto da sorveteria. Era o ambiente mais vazio ali. Nessa época de verão, aqui costuma ficar bem cheio.
Luna se sentou na cadeira à minha frente e com calma pude reparar rapidamente como ela estava linda naquele dia.
— Então, espero que não se importe de ter convidado o Antony antes de te consultar. — Falo para Luna e rezo para que ela não me mate. — Sei que a ideia de tudo isso é sua e em momento algum quis passar por cima de você. — Expliquei.
Ela me encara com as sobrancelhas levemente arqueadas e não consigo decifrar seus sentimentos naquele momento, isso me deixa um pouco mais nervoso.
— Relaxa, o Antony é um cara legal.
— Ainda bem que gostou e não quis me matar, pimentinha. — Ela me encara e abre um sorrisinho bem de leve no canto da boca ao ouvir seu apelido.
— Não te mataria por isso né, Luca. — Afirma revirando os olhos. — O Antony é um menino inteligente e bonito. Então ele é muito bem-vindo na viagem. — Ela acha o Antony bonito?
Sinto o mundo parando ao meu redor e meu coração sofrendo um aperto por saber que talvez ela já goste de outro. Meu sangue fica gelado e, se alguém perguntasse o porquê, eu não saberia responder.
— Você ficou muito sério de repente, está tudo bem? — Questiona Luna com uma cara preocupada. — Está sentindo alguma coisa?
Não sei dizer o que estou sentindo exatamente no momento, talvez medo de nunca poder ter você, Luna, e talvez, um pouco de raiva por Antony ter essa chance com você.
— Não. — Sorrio fraco. — Só não sabia que gostava do Antony. — Argumento com um tom baixo e rouco.
— O quê? De onde tirou isso? — Perguntou Luna confusa e quando ela ia falar mais alguma coisa, o pessoal chegou entregando os sorvetes.
— A gente pegou sorvete de chocolate para vocês, beleza? — Disse Antony, sentando ao lado da Luna.
Ele estava ao lado dela, e isso deixou o meu coração mais dolorido. Talvez eu nunca tenha uma chance com ela afinal, ela é muito incrível para ficar com um menino que só faz coisas erradas. O Antony talvez realmente seja uma opção melhor, ele é correto e tudo isso que ela falou.
Foi quando senti meu telefone vibrar e vi na tela que era uma mensagem da Luna.
MENSAGEM ON
Pimentinha
Eu só falei que o Antony é legal, não é isso o que você está pensando. Agora para de ficar com essa cara estranha.
MENSAGEM OFF
Dou um sorrisinho ao ler a mensagem e volto a respirar com mais tranquilidade. Meu coração começa a bater forte como se tivesse ganhado a vida novamente. Se ela falou que não é nada disso, então eu acredito. Não sei o que deu em mim, mas só de imaginar que ela está gostando de outro, eu surtei.
Estou muito fodido mesmo.
— Então além do carro da Mia o que temos? — Questiono indo direto ao assunto.
— Temos só isso pelo o que o Caio me adiantou, precisamos ver dinheiro para a gasolina que está custando sete reais, no momento. — Respondeu Antony.
Puta merda está muito caro.
— Gente, eu só tenho o carro e mais trezentos reais, é tudo o que posso ajudar na viajem. — Explica Mia, e pelo visto o sonho termina aqui.
Se Mia, a riquinha da cidade, só tem isso, então não vamos ter o necessário para viagem.
— Estamos lascados, Luna não tinha pensado nos gastos. E ainda tem as hospedagens. — Comentou Caio um pouco já nervoso.
— Ia falar para irmos semana que vem depois do baile, porque teríamos as notas finais. Mas agora não sei o que falar. — Disse Luna cabisbaixa.
Pensa Luca.
— Não lembra desse baile idiota, eles arrecadam tanto dinheiro para que mesmo? — Pergunta Mia com raiva. — É sério, a cidade está perfeita, minha mãe falou que eles arrecadaram 100 mil esse ano.
Meus Deus, cem mil é muita coisa.
Todo fim de ano tem um baile para arrecadar dinheiro para a cidade, mas nunca vimos muito desse dinheiro nas ruas, porque sempre está tudo igual. Há boatos de que o prefeito desvia o dinheiro, mas nada nunca foi confirmado.
Nesse baile, os formandos também comemoraram o seu último ano. As meninas colocam vestidos bonitos e os caras alugavam ternos.
Eu acho meio desnecessário, mas é a tradição da cidade.
— Seria incrível pegar o dinheiro e fugir desse baile chato. — Comenta Luna se empanturrando com o sorvete, parece que está afogando as mágoas.
Nesse momento uma lâmpada se acende na minha cabeça.
— É ISSO! — Grito no meio da sorveteria e todos me olham. — Luna você é uma gênia.
— Olha eu sei que sou incrível, mas porque exatamente eu sou uma gênia?
— Porque meus amigos, vamos assaltar a cidade.
Todos me encaram perplexos e com os olhos arregalados.
— Luca, por acaso você enlouqueceu? — Questiona Caio incrédulo com a minha ideia.
— O sorvete congelou os últimos miolos da sua cabeça?! — Mia pergunta e afirma ao mesmo tempo me olhando como se eu realmente tivesse perdido todos os meus miolos.
— Gente, pensa comigo, a gente pega uns dez mil emprestados, viajamos e quando voltarmos, pagamos trabalhando. Será um empréstimo temporário. — Ninguém responde nada. — É perfeito, não vão acusar a gente de roubo, porque crescemos na cidade e temos um trunfo.
— Qual seria esse trunfo? — Questionou Mia nervosa.
— O Antony, o pai dele é o xerife. Ele nunca iria prender o próprio filho. — Explico o óbvio.
— Meu Deus, eu sou um trunfo. — Antony parecia um pouco em êxtase repetindo isso e tentando assimilar toda a minha ideia.
— Então é isso? Vamos roubar? — Pergunta Caio um pouco chocado.
— Eu me recuso a fazer isso, sou novo demais para acabar na prisão. — Antony se manifestou decidido a banir a minha ideia.
— É só pegar emprestado gente. Viajamos e depois de um tempo devolvemos, acho que deveríamos pegar só uns cinco mil, aí depois fica mil para cada um pagar. — Tento explicar a ideia.
Não é algo louco, é somente um empréstimo não autorizado.
— Até que não é um plano ruim. — Comentou Luna pensativa. — Conseguiríamos devolver o valor depois com o trabalho.
— Não vamos virar ladrões, Luna. — Responde Caio.
— Se ficar mil para cada um não seria algo difícil de devolver, acho que super válido. Sei que eles não vão mexer no dinheiro agora. — Mia comenta.
— Vocês enlouqueceram de vez? Não vamos roubar. — Anuncia Caio.
Eu encaro Luna e ela me devolve um olhar de "deixa comigo".
— Caio, será apenas um empréstimo, eles não vão nem se dar conta. Por favor, não abonada sua gêmea agora. — Quando Luna disse aquilo, senti que as barreiras do Caio foram desfeitas. Ele sempre fala sim para ela no final.
— Está bem, mas será apenas um empréstimo, hein.
Agora sei que todos estão topando a ideia e me animo novamente com a nossa viagem.
— Vocês sabem que de qualquer forma é um roubo, né? — Antony indagou um pouco exaltado.
Precisava convencer ele a participar, pois ele é realmente valioso nessa equação.
— Antony, relaxa, ninguém iria descobrir e você é um trunfo, não aconteceria nada com a gente. — Luna defendeu minha ideia.
Essa é a minha pimentinha.
— Já que estou na água então, vou me jogar de cabeça. Eu topo mais uma loucura. — Antony anuncia sua decisão e todos começamos a gritar de felicidade. As pessoas da sorveteria nos encararam, mas não ligamos, porque naquele momento estávamos muito felizes.
— Vamos acertar as coisas no sábado, então?
— Não dá, tenho detenção no sábado de manhã.
— Luca, por que está de detenção novamente? — Espiculou Luna arqueando uma sobrancelha.
— Briguei com um babaca no refeitório. — Confessei.
— Eu também tô de detenção no sábado.
— Mia, por que você também está de detenção? — Questionou Caio.
— Eu picotei a roupa de uma menina do meu time, aí o diretor me colocou de detenção e falou que na próxima levaria uma suspensão.
— Meu Deus, porque você picotou a roupa da coitada? — Antony se chocou com a resposta de Mia.
— Ela falou que minha coreografia era ruim e na verdade é ótima.
— Caramba gatinha, como você aceita críticas fácil, hein. — Ironiza Caio.
E assim passamos o resto da tarde naquele dia, conversando, comendo sorvete e planejando o nosso roubo/empréstimo.
***
Que ideia louca rs 😉
Espero que tenham gostado do capítulo, não esqueçam de votar e comentar🌟
Beijos😘
Revisado Por: MGCLivros
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