41 - O amor é uma droga
Para esse capítulo
já sabem!
A música está
ali em cima na mídia ;)
O sabor agridoce ainda permanece na minha boca cada vez que vejo Benjamin caminhando pela universidade.
Já passaram mais de duas semanas e como ele mesmo prometeu, fui deixada em paz.
Embora tenha pedido por isso, sinto meu coração doer por ele ter cumprido sua promessa depois de, é claro, tentar conversar algumas vezes.
É confuso, eu sei, mas a saudade que tenho dele é tanta que desejaria voltar no tempo e poder fazer desaparecer esses sentimentos apenas para não continuar sofrendo.
Ao chegar na faculdade no outro dia, em várias oportunidades, me peguei pensando se ele está tão destruído quanto eu. Se seus batimentos se aceleram ao me ver e seus lábios anelam os meus como uma pessoa anela por água no deserto, ou se ele não consegue dormir de noite lembrando das vezes em que unimos nossos corpos em adoração.
E quando vejo-o andando por aí como se nada tivesse acontecido, me sinto ainda mais miserável.
Droga, já nem me impressiono mais em como eu posso ser tão trouxa.
Como prometido, Brenda conseguiu mudar meu tutor e agora estou a cargo de Stefanie, uma garota tão animada que às vezes me estressa.
Ela não é uma má pessoa, longe disso, é só que... Stefanie não é ele.
Sempre que nos reunimos, me sinto estranha, como se estivesse fazendo algo errado. Como se estivesse enganando Benjamin embora isso não faça nenhum sentido.
Hoje por exemplo, estamos na biblioteca há pelo menos uma hora e não consegui sequer me concentrar no que a morena de olhos amendoados repete com uma paciência digna de um prêmio.
— Vi, está tudo bem? -Ela pergunta com a voz suave depois de perceber que não estou acompanhando-a.
— Eu... sim, Stefanie, estou bem. Só um pouco cansada. -Esfrego o rosto com ambas mãos.
Como sempre, minha tutora aceita a resposta sem discutir e continua me ensinando coisas sobre as provas finais que começarão em pouco mais de um mês.
Ela fala e fala por outros vinte minutos, meus olhos pesam e as palavras vão se embaralhando dentro da minha cabeça que pesa quase uma tonelada no momento.
Pisco lentamente e de repente estou quase dormindo ali no meio da biblioteca, na frente de pelo menos uma dúzia de alunos que por sorte estão compenetrados nos seus próprios assuntos.
Me inclino na mesa apoiando minha cabeça por cima dos cadernos e começo a fechar os olhos, quase dormindo quando uma imagem aparece no meu campo de visão e tento entender se é um sonho ou se realmente está acontecendo.
Benjamin cruza a porta acompanhado por uma garota tão linda que sinto um frio na boca do estômago, como se tivesse levado um soco.
Eles se sentam em uma mesa aleatória e não param de conversar por um segundo sequer.
Ambos caem na risada algumas vezes e a garota aperta seu braço com intimidade. Seus cabelos castanhos ondulados são tão perfeitos que ela parece ter vindo direto do salão de beleza e seu rosto alvo é tão impecável, quase como uma boneca de porcelana francesa.
Não consigo parar de olhar para os dois. Eles parecem tão próximos e tão... conectados.
Ainda mais quando ele lhe dedica aquele sorriso que antes era... meu.
Mas que droga, preciso sair daqui.
Junto meus materiais rapidamente e balbucio um pedido de desculpas para Stefanie que observa tudo completamente confundida.
Tento passar despercebida pela porta, no entanto, quando estou quase conseguindo, aqueles malditos olhos castanhos cruzam com os meus e é como se o tempo parasse por um segundo inteiro.
O sorriso no seu rosto se desfaz lentamente ao me ver e ele franze o cenho em uma expressão espantada, como se tivesse visto um fantasma.
Chacoalho a cabeça e saio de uma vez da biblioteca, me afastando o mais rápido que posso dessa tortura.
Dou passos desajeitados pela calçada de cimento batido, tropeçando nas rachaduras e praguejando baixinho ao sentir a maldita dor na perna causada pelo esforço repentino.
Estou quase chegando no restaurante, quando cinco dedos envolvem meu punho e paro de andar imediatamente ao reconhecer o toque que faz meu corpo inteiro se arrepiar.
— Me solta, Benjamin. -Rosno sem ter coragem de me virar e ver o rosto que me atormenta todos os dias nos meus sonhos.
Ele faz o que peço, contudo, não consigo me afastar. É como se estivesse hipnotizada apenas pela sua presença.
— Bianca e eu não temos nada, Vi. Sou apenas o seu tutor. -A voz rouca penetra meus ouvidos e suspiro profundamente.
— Você não precisa me dar nenhuma explicação. Não temos mais nada.
— Pode até ser, mas eu quero te explicar. -Sinto-o se aproximar com cuidado e de repente sua mão segura meu queixo e gira meu rosto até que nossos olhares se encontram outra vez. — Não estou saindo com ninguém, se é isso que pensou. -Continua e aperto as pálpebras.
O alívio que me invade é tão intenso que solto uma risadinha amarga.
— Eu não pensei nada. -Minto e ele nega com a cabeça.
— De todas formas, queria que soubesse sobre eu e Bia. -Repete em um suspiro. — Sinto tanto sua falta Vi... -Meus olhos se enchem de lágrimas à medida que ele desliza o dedo pelo meu queixo, lábios e bochechas.
— Conversa comigo, por favor. Me deixa esclarecer as coisas. -Sussurra encostando a testa na minha.
Inspiro deixando que o seu perfume amadeirado preencha minhas narinas.
Meu coração galopa tanto dentro do meu peito que mais parece um tambor descontrolado.
Minha pele se incendeia como se lava corresse pelas minhas veias e me perco por inteiro com o seu cheiro, sua presença e até mesmo o som da sua respiração acelerada.
Me sinto tentada em ceder ao seu pedido, em colar meus lábios nos seus e esquecer de tudo o que aconteceu.
Mas eu simplesmente não consigo.
— E-eu preciso ir para a aula. -Me afasto depressa antes que acabe fazendo alguma besteira. — Por favor, não me procure mais. -Ralho e ele concorda cabisbaixo.
Caminho para longe sem olhar para trás, minha boca secando e meus olhos se inundando lentamente pelas lágrimas não derramadas. Por mais que tente negar, cada encontro que eu tenha com Benjamin, será tão doloroso quanto o último.
E é mais doloroso ainda admitir que tudo isso se deve ao fato de que eu ainda o amo.
Como se meus pés tivessem vida própria, acabo indo parar no lugar que Benjamin me fez conhecer e me jogo em um pedaço de terra coberto por uma vasta quantidade de pasto fresco.
Apoio a cabeça nos meus joelhos e respiro fundo uma, duas, três vezes para tentar afastar a imagem dele da minha mente.
Os minutos passam lentamente e estou quase indo embora quando escuto duas pessoas discutindo bem próximas de onde estou.
— Já te disse, Matt, ou você se decide de uma vez por todas ou pode esquecer que eu existo! Me cansei de toda essa enrolação. -Franzo o cenho e varro o ambiente à procura da voz que parece ser de Jonah.
— Jonah, por favor, não faça isso comigo! E-eu não posso...
— Não pode o que? Assumir que gosta de mim?
— Eu gosto de você, sabe disso, mas tenho medo de como serão as coisas a partir de agora. Isso... isso tudo é novo para mim.
— Eu entendo você, Matt. Porém não podemos ficar nos escondendo para sempre. Até mais.
Faço uma careta por perceber que estou com pena de Matt.
Me levanto em um pulo e procuro o loiro até que acabo encontrando-o escorado em uma parede quase na mesma posição que eu mesma estava há minutos atrás.
— Nem vou perguntar se está tudo bem, porque eu ouvi toda a sua discussão. Quer conversar? -Ofereço me sentando ao seu lado e ele solta um suspiro melancólico.
— Tem certeza que quer falar comigo? Pensei que me odiasse. -Sua sobrancelha levantada só o deixa ainda mais bonito.
Esse garoto é um perigo para si mesmo.
— Eu não te odeio, mas também não vou muito com a sua cara. Tem que admitir que você não passou uma boa primeira impressão quando nos conhecemos. -Sorrio lembrando de como fui abordada ao chegar na universidade e da resposta que lhe dei.
— É, você tem razão. Me desculpe por isso. -Ele dá de ombros e imito seu gesto. De qualquer maneira, tudo isso ficou para trás.
— Por que não assume a sua relação com Jonah? Ele gosta muito de você e pelo que entendi, o sentimento é mútuo.
Seus olhos focam em um ponto aleatório e as pupilas aumentam de tamanho deixando seus olhos azuis quase pretos.
— Não faz ideia de como é difícil para mim ter que contar a todos que sou... que gosto de homens. -Sua voz falha por alguns segundos. — Minha família é... complicada. Meus pais são extremamente conservadores e eu meio que agia daquela forma como me conheceu, porque na minha cabeça isso os deixava satisfeitos.
A confissão me pega de surpresa.
Durante todo esse tempo pensei que Matt era o típico galinha que só pensava em ficar com qualquer rabo de saia e nada mais.
Nunca imaginei que as coisas poderiam ser bem mais... intensas.
— E está disposto a ser infeliz por conta do que pensarão de você?
— Não sei, Violet. O único que quero é... Jonah. -Confessa envergonhado e sorrio chacoalhando a cabeça.
— Aí está a sua resposta. Que se fodam todos! Ninguém tem o direito de ditar com quem você deve ou não se relacionar. Pode ser que o começo seja difícil, mas te garanto que no final das contas, vai valer a pena o esforço. -Aperto suas mãos e pela primeira vez desde que o conheci, vejo um sorriso genuíno se formar no seu rosto angelical.
— Obrigado, Violet. Eu fui um idiota completo com você...
— E com praticamente metade da população feminina nessa universidade. -Brinco batendo meu ombro no dele.
— Engraçadinha. Hã posso te perguntar uma coisa? -Solta com cautela e uno minhas sobrancelhas desconfiada.
— Se for para falar sobre Benjamin, pode ir parando por aí. -Me apresso em cortá-lo. Sei que apesar de tudo eles são muito próximos e com certeza o loiro vai querer tomar parte pelo amigo.
— Ele está muito mal com tudo o que aconteceu, Violet.
— Não me interessa. O idiota sabia muito bem o que estava fazendo quando mentiu para mim.
— Já parou para pensar que ele só tinha medo de te perder? Conheço-o há um bom tempo e sei bem que ele jamais teria feito algo para te machucar, ele te ama.
— Pois eu o conheço desde que nasci praticamente, Matt. E de todas formas, ele me perdeu de qualquer jeito. -Sussurro a última frase sentindo meu peito queimando.
— Tem certeza? Olhe só para nós dois, Vi. Sei muito bem reconhecer quando alguém está perdidinho por outro alguém, mas o orgulho e medo acabam atrapalhando.
Arregalo os olhos surpreendida com sua franqueza.
— Matt...
— Vamos, garota. Benjamin só faltava beijar o chão que você pisava! Acha mesmo que ele arriscaria tudo entre vocês dois assim sem mais nem menos? Você mesma me disse para não ter medo com Jonah, mas está apavorada pela ideia de dar uma chance ao meu amigo.
— Para começo de conversa, o seu caso é diferente. E é claro que estou apavorada! E se ele mentir de novo? E se me enganar outra vez? Não sou capacho de ninguém Matt.
— Não estou dizendo que seja capacho do Ben, só que lhe dê uma oportunidade de se defender. Ele está destruído por dentro...
— Pois não parece. Hoje mesmo o vi bem feliz para quem deveria estar triste. -Debocho e outra vez o garoto ao meu lado solta uma risada divertida.
— Que uma pessoa esteja sorrindo por fora, não significa que esteja sorrindo por dentro, Violet. -Engulo em seco sabendo muito bem do que ele está falando.
Ficamos em silêncio durante um bom tempo até que começa a ficar tarde e precisamos ir embora.
Matt se levanta e estende a mão para me ajudar a fazer o mesmo.
— Não vou mais te encher o saco, mas quero que saiba que Benjamin não está nada bem. Ele não sai mais com a gente, fica o dia inteiro trancado dentro de casa e às vezes nem atende nossas ligações. Sei que não é justo te dizer essas coisas porque você também deve estar sofrendo, mas eu amo o meu amigo e não gosto de vê-lo assim. Pense bem no que te disse, Vi. Dê uma chance a ele... e a você também. -Novamente sou pega de surpresa quando seus braços me puxam para um abraço apertado e seus lábios deixam um beijo estalado na minha bochecha. - E obrigado novamente por me escutar, vou seguir o seu conselho. Nós merecemos ser felizes, não se esqueça disso.
Matt se afasta com um sorriso bobo no rosto e eu fico parada no mesmo lugar, perplexa com o que acaba de acontecer.
Quem é esse garoto e o que fizeram com o Matt babaca que conheci?
NOTA DO AUTOR
Hellooooo como estão nessa segunda feira maravilhosa?
Espero que tudo ótimo!
Bom, não vou me extender muito, mas só queria avisar que PA está na reta final e
CALMAAAAA que não sou nem louca de deixar nossos bbs acabarem separados,
Ou talvez sim????
kkkk mentira gente, tô só brincando com vocês!
Espero que tenham gostado,
Não se esqueçam de votar e comentar!
Amo vcs, 😍
Bjinhosssss BF 💜💜💜
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