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31 - O aniversário parte II

Acho que seu plano de nos manter em segredo acaba de ir por água abaixo. -Benjamin sussurra no meu ouvido e engulo seco ao ver meu pai e meu tio caminhando até nós dois com uma expressão furiosa nos rostos impressionantemente similares.

— Droga. -Tento soltar sua mão, contudo, seus dedos mantêm os meus presos em um aperto e posso sentir minha alma deixando meu corpo lentamente.

Ayden e Angel Cross se aproximam devagar com a destreza de dois predadores prontos para atacar.

Se o garoto ao meu lado não estivesse me segurando, provavelmente eu estaria no chão a essa altura.

Minhas mãos tremem de nervoso e Benjamin pode até parecer calmo, mas sei que também está temendo por sua vida nesse exato momento.

— Muito bem, qual dos dois vai me explicar o que está acontecendo? -Meu pai questiona com os braços cruzados sendo apoiado pelo meu tio que só falta fuzilar Benjamin com o olhar.

— Ok, eu vou contar tudo. -Murmuro e ele balança a cabeça para cima e para baixo esperando uma resposta.

— Vi, pode deixar que eu tenho que falar com seu pai... e seu tio. -Benjamin se coloca na minha frente e posso jurar que se não estivéssemos na presença de tantas testemunhas, ele já teria virado história.

— Ben, você não deveria...

— Ei, tranquila, ok? Não precisa se preocupar comigo. -Beija minha testa e meu tio arqueja indignado.

A cena seria cômica se não fosse trágica.

— Ayden e Angel, vocês merecem saber que eu e Violet estamos namorando. -Revela com uma confiança invejável. Minha mãe, Kenny e seus pais chegam mais perto para escutar a conversa e quem sabe garantir que o garoto não apanhe. — Eu não disse nada antes porque queria que fosse Vi quem contasse, mas como puderam ver, as coisas meio que não saíram como o planejado. -Continua sem desviar o olhar dos dois brutamontes parados na sua frente.

Meu pai e meu tio são enormes e quem não os conhece pessoalmente, morre de medo das suas caras fechadas e pose de bad boys.

Se soubessem como os dois são realmente.

— Não estou entendendo, vocês não estavam afastados? -Meu pai ressalta com o cenho franzido.

— Estávamos pai, mas nos últimos dias eu e Benjamin nos reaproximamos. -Explico com a voz baixa tremendo de nervoso.

— E como essa aproximação deu lugar a um namoro? -Insiste.

— Bem, vocês me conhecem desde que nasci, Ayden. Provavelmente já devem ter percebido que sempre gostei da sua filha de uma forma que ia muito além da amizade. -Benjamin confessa e escuto alguém suspirando em algum lugar, porém nem me atrevo a me mexer para averiguar quem foi.

— E ao que tudo indica, Violet parece se sentir da mesma forma, então aqui estamos. -Dá de ombros. Seus olhos agora se direcionam para mim e um sorriso carinhoso enfeita os lábios carnudos me fazendo sorrir junto com ele.

Abraço lateralmente seu corpo, deixando todo o temor para trás e somos observados atentamente por um longo tempo antes de que qualquer um dos dois homens resolva dizer algo.

— Ayden, eu sei que deve estar preocupado com Violet, mas posso te garantir que eu jamais lhe faltarei com o respeito. -Garante sério.

— É bom mesmo você respeitar minha sobrinha, senão vai precisar de uma boa cirurgia plástica. -Dessa vez é meu tio quem ameaça e engasgo com minha própria saliva.

Benjamin dá pequenos tapas nas minhas costas para que eu me recupere e lanço um olhar furioso para ele que tem a cara de pau de parecer arrependido.

— Tenho certeza que não chegaremos a isso, Angel. -Garante sorridente.

Será que esse garoto não tem medo do perigo?

Arrisco um olhar para o meu pai e sinto que meu coração está prestes a parar com a sua falta de reação.

— Bom, eu realmente não posso decidir com quem minha garotinha sai ou deixa de sair. Só espero que cumpra com o que prometeu. -Ele exige finalmente e Benjamin balança a cabeça lentamente confirmando a petição. — Agora vem aqui, garoto. -De repente ele puxa Ben para um abraço com direito a tapinha nas costas e tudo mais. — Bem vindo de volta, sentimos sua falta. -Afirma animado e nesse preciso instante, eu sei que qualquer tipo de atrito que possa ter ameaçado surgir, já não existe mais.

Meu tio também o abraça e os três começam a conversar tranquilamente sobre qualquer coisa como se nada tivesse acontecido enquanto eu estou a ponto de desmaiar por toda a agitação.

Procuro uma cadeira para me sentar e Brenda, Beck e Jonah se colocam ao meu redor como um apoio mais que necessário.

— Caramba garota, pensei que seu pai e seu tio iriam descer a porrada no coitado do seu namorado! -Minha amiga exclama divertida.

— Eles jamais fariam isso, Brenda. Só queriam nos assustar. -Sorrio negando com a cabeça.

— Não acredito que seu tio é Angel Cross! -Dessa vez é Beck que se pronuncia e confirmo com um leve movimento de cabeça. — Eu sou muito fã dele! Será que ele me dá um autógrafo? -Pergunta algo tímido.

— Tenho certeza que sim. Por que não vai até ele e pede? -Encorajo-o e Beck respira fundo algumas vezes antes de ir até meu tio.

Como era de se esperar, Beck não só ganha o tão sonhado autógrafo como uma foto e ainda fica um bom tempo conversando com o seu ídolo.

Aproveito para respirar um pouco e tentar acalmar meu coração acelerado.

Minutos passam e tudo volta ao normal.

Benjamin se senta ao meu lado depois de acabar de conversar com meus pais e seus braços descansam sobre os meus ombros.

Ocasionalmente ele me rouba alguns beijos e não consigo não ficar envergonhada ao perceber que todos estão nos vendo, o que é completamente contraditório, já que se não fosse porque eu o beijei em primeiro lugar, não estaríamos assim agora.

De todas formas, foi até bom ter acontecido, assim podemos ficar juntos tranquilamente.

As horas vão passando e a maioria dos convidados começa a ir para as suas casas.

Jonah teve que ir embora cedo pois tinha que resolver algo para a sua família, bem como Matt que tinha um encontro ou algo do tipo.

No final ficamos eu, Benjamin, Brenda e Beck, além dos meus pais, os pais de Ben e meus tios é claro.

Nos divertimos horrores com meu tio ensinando Beck a lutar.

Embora o garoto tenha uma vaga noção de como bater em alguém, meu tio é um profissional.

Agora eles estão descansando do treino e Brenda se senta ao meu lado me lançando um olhar enigmático.

Ela não diz nada até que Benjamin se afasta para conversar com seus pais.

— Ok, confesse. Vocês dois já transaram, não é mesmo? -Solta de repente e quase engasgo com meu suco.

— De onde tirou isso, Brenda?

— Garota, é só ver como os dois estão mais íntimos. Até alguns dias atrás você morria de vergonha apenas de ser tocada por ele. Agora só faltam soltar fogo pelas ventas. -Constata e meus olhos se abrem tanto que sinto que vão sair rodando por aí.

— Eu e Ben não transamos. -Alego e ela levanta uma sobrancelha desconfiada. — Nós apenas nos... tocamos. -Suspiro sentindo meu rosto queimando de vergonha.

— Eu sabia. -Dá um tapa na própria perna. — Tava na cara que já tinham feito algo. -Reitera alegre, mas seu sorriso se desfaz lentamente ao perceber que não estou acompanhando sua felicidade. — Ei, o que houve, Foxy? Você não quer transar é isso? -Segura minhas mãos esfregando minha pele suavemente.

— Muito pelo contrário, Brenda. Eu quero. Quem está atrasando tudo é o próprio Benjamin, como se ele estivesse com medo de me quebrar ou algo assim. -Confesso angustiada e minha amiga abre o maior sorriso que já vi.

— Isso quer dizer que ele te respeita o suficiente como para conter a vontade. -Sussurra.

— Porque pode ter certeza de que aquele garoto está doido por você, Vi. -Completa e dou uma espiada em Benjamin que sorri ao me pegar olhando para ele.

— Pode até ser, mas eu já não aguento mais esperar. Como faço para que ele entenda que estou preparada? -Digo baixinho. — Nos últimos dias, ficamos apenas nos toques...

— Bom, a melhor coisa que pode fazer é ser sincera com ele e dizer exatamente o que está me dizendo agora. Posso te garantir que ele vai ficar muito feliz por saber disso. -Pisca um olho e concordo em um suspiro.

Vou esperar alguns dias e se ele não tomar nenhuma atitude, terei que fazê-lo eu mesma.

— Agora, eu meio que preciso te pedir um favor. -Diz depois de vários minutos em silêncio.
Observo-a com um vinco na testa e minha amiga sorri arteira. — Posso dizer ao meu pai que vou dormir na sua casa de novo? -Suas mãos se unem em súplica e seus olhos claros adquirem aquela forma terna como a do Gato de Botas.

— Brenda... -Suspiro.

— Você disse que da próxima vez era para te perguntar antes, e é isso que estou fazendo! -Segura meus ombros me chacoalhando de leve. — Por favorzinho! -Insiste e sorrio com cumplicidade.

— Ok, ok. Você venceu. -Confirmo e ela só falta pular de animação. — Mas com uma condição.

— Qualquer coisa que você quiser, minha rainha. -A garota faz uma reverência e solto uma gargalhada.

— Tem que me avisar quando chegar na casa do Beck e também no outro dia quando chegar na sua casa. -Peço e ela faz um sinal positivo com a mão.

— Entendido, capitã. Prometo que te manterei informada. -Assegura e damos o assunto por encerrado.

Brenda está mais animada do que o normal e tenho a leve impressão de que é por um motivo bem parecido ao meu.

Conversamos mais um tempo até que começa a ficar tarde e tanto ela quanto Beck vão embora de mãos dadas assim como chegaram, ansiosos para passar mais uma noite juntos.

Benjamin aparece de volta e me abraça apertado como se tivesse ficado longe por horas.

— O que acha de caminharmos um pouco? -Pede enigmático e aquiesço curiosa.

Ele enrosca seus dedos nos meus e nos levantamos em sincronia.

Como o jardim fica praticamente na entrada do condomínio, optamos por ir até uma pracinha que fica a duas quadras para ter mais privacidade.

Tanto meus pais quanto os dele nos observam sair, porém não dizem nada.

Provavelmente estejam se perguntando quando foi que tudo mudou e não os julgo, nem eu consigo entender realmente.

Ao chegar na praça em questão nos sentamos em um dos vários bancos vazios e Benjamin segura meu queixo depositando um beijo rápido nos meus lábios.

Respiro profundamente sentindo o ar puro se infiltrando nos meus pulmões e também para controlar o nervosismo que apareceu de maneira repentina.

— Hoje foi um dia... interessante. -Comento com a voz trêmula e seus lábios se curvam divertidos.

— Com certeza sim, embora ainda não tenha acabado. -Propõe misterioso.

— Onde quer chegar com tudo isso, Ben?

Estou ansiosa. Não que eu não seja fã de surpresas, é só que tudo isso é muito novo para mim e não sei se vou conseguir sobreviver para contar a história a esse passo.

— Calma aí, apressadinha. -Murmura deslizando os dedos pela minha coxa e subindo lentamente até chegar na calcinha de renda.

— Ben, estamos literalmente em uma praça pública! -Engasgo sentindo meu corpo inteiro estremecer sob o seu toque, indo totalmente contra o que acabei de dizer.

— Eu sei, não ia fazer nada... -afirma com a voz rouca — além do mais, não há ninguém por perto e está tão escuro que não deu para ver nada. -Beija meu pescoço ao mesmo tempo em que afasta seus dedos e segura minha mão por cima do vestido.

— Você me paga Benjamin. -Cruzo os braços irritada e ele sorri se deliciando com meu tesão acumulado.

— Te chamei aqui porque queria te dar um presente. -Confessa de repente e encaro seu rosto sem entender nada.

— Achei que o urso fosse o meu presente...

Seus dedos acariciam minha bochecha e seus olhos brilham enquanto ele passa a língua pelos lábios me fazendo desejá-lo ali mesmo na frente de qualquer um que queira ver.

— Ele foi um dos presentes, não o único. -Explica baixinho. — Acha mesmo que te daria apenas um ursinho no seu aniversário, Vi?

— Qual o problema, eu amei! Eu amaria qualquer coisa que você me desse. -Afirmo algo surpreendida.

— Eu sei que sim, linda. Mas mesmo assim eu quero te dar algo mais significativo. -Puxa uma caixinha azul do bolso. Ela é idêntica à que veio com o colar que Kenny me deu, só que em menor tamanho. Sinto meus batimentos cardíacos acelerando rapidamente e não consigo parar de olhar para a bendita caixa.

— Benjamin...

Seus dedos retiram a tampa com cuidado, revelando uma linda pulseira de ouro trançado adornada com um pingente vermelho em forma de coração.

Não sei o que responder. A jóia é tão delicada e o pingente é perfeito.

Lembro imediatamente do colar que mamãe usa o tempo inteiro com um pingente muito parecido.

Durante minha vida toda, eu escutei a história de como meu pai deu o colar para ela, indiretamente entregando seu coração para a mulher que amava e ainda ama.

E agora estou vivendo algo tão parecido que chega a ser assustador.

— Gostou? -O garoto pergunta nervoso ao perceber que não disse absolutamente nada.

— E-eu amei! Obrigada. -Sussurro ainda hipnotizada pelo momento.

— Posso colocar?

Estendo o braço em um movimento automático e ele prende o fecho em volta do meu pulso aproveitando para acariciar minha pele, me arrancando mais um arrepio para a coleção de hoje.

— Droga, assim fica difícil te odiar, garoto! -Brinco dando um tapa de leve na sua perna e ele sorri convencido.

— Sabe o que é mais curioso? -Nego com a cabeça. — Quando eu vi a pulseira há meses atrás, não parei de pensar em você. Era como se ela estivesse destinada a enfeitar esse seu braço lindo.

Arregalo os olhos com sua revelação.

— Então você comprou ela faz tempo? -A surpresa na minha voz é mais do que evidente.

— Sim.

— Mas como... -Não sou capaz sequer de completar uma frase que faça sentido.

Benjamin beija meus lábios por meros segundos e um sorriso diferente se forma no seu rosto, algo como um sentimento de convicção misturado com medo e outra coisa que não consigo identificar.

— No momento em que eu comprei o seu presente, eu prometi a mim mesmo que faria o impossível para te recuperar, não importa quanto tempo levasse, ainda que me quisesse apenas como amigo. Eu estava disposto a correr esse risco com tal de ter você comigo outra vez. 

NOTA DO AUTOR

Eu não disse que quarta chegava rapidinho??? kkkkk
A segunda parte do cap do aniversário está entregue com sucesso! 
O Bônus eu vou postar mais tarde pq preciso fazer algo antes e não posso atrasar! 
Espero que tenham gostado, 
Não se esqueçam de votar e comentar!

Amo vcs 😍
Bjinhossss BF 💜💜💜💜

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