Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

11 • | remember how you kissed me

- Correspondência para o Sr. Tomlinson. - Charlotte entrou na sala de jantar com seu vestido florido, segurando um envelope creme com as pontas dos dedos como se tivesse acabado de tirar do forno. Louis não estava com o humor de todo azedo então se forçou a dar uma risada seca e falsa que de nada serviu para abalar os ânimos da loira que se sentou a sua direita na mesa do café da manhã.

- Deixe-me adivinhar, seriam extratos bancários ou parentes distantes querendo uma reaproximação?

- Verei. - Ela diz, abrindo o primeiro envelope com suas unhas compridas e arregalando seus grandes olhos azuis para o conteúdo da carta - Esta sendo convidado para uma grande festa, irmão.

- Mesmo? - Pergunta, nada interessado, espetando o garfo no queijo derretido em seu prato e levando até a boca - Quem morreu, digo, casou?

- Ninguém. - Ela responde, não tão animada para as suas gracinhas - É o baile dos veteranos, que será em Holmes Chapel.

Fico surpreso ao saber que o baile será lá este ano. Na verdade havia demorado bastante, pela grande quantidade de ex-militares de nossa cidade deveria ter acontecido no primeiro ano, mas era ótimo saber disso, todos deveriam estar tão animados. Com exceção de Louis, claro.

- Sério, Holmes Chapel? Faltou verba para organizarem em um lugar mais classudo, como aqui mesmo em Londres ou talvez em Viena. - Louis fala continuando a comer seu café da manhã reforçado para os dias de equitação.

- Obrigado pela parte que me toca. - Murmuro, bebericando meu chá e me sentindo um belo pedaço de merda esta manhã com meu abdômen doendo e minhas costas latejando, sem falar da dificuldade que era me manter acordado.

- Perdoe-me, Harry, mas até você há de concordar que Holmes Chapel é o cu do mundo.

Lottie leva a mão ao peito, estupefata.

- Louis, onde estão seus modos?

- Na casa do caralho! - Ele rosna, nada simpático e Charlotte passa para as demais correspondências, lendo coisas que não me interessam sobre seus negócios e os tais parentes distantes até chegar no meu nome e minha audição ficar mais atenta que a de um morcego.

- Suspenso? Porque você foi suspenso, Harry? - Lottie pergunta, terminando de ler a carta do diretor que fora enviada para a casa dos meus tutores, no caso Louis e Lottie, segundo a carta falsa que eu mandei para a escola em nome dos meus pais, os elegendo como meus responsáveis.

Agora a suspensão era outra coisa. Uma coisa bem mais seria, que nunca me acontecera na escola antiga. Eu fiz o que os garotos pediram - não, eu não levei uma calcinha da Cara Delavigne, estava mais para um empréstimo sem previsão de retorno que eu fiz de uma peça que encontrei quando invadi o quarto de Clare e vasculhei sua gaveta de roupas íntimas - levei uma calcinha e entreguei a eles e pensei que com isso estaria tudo resolvido, errado. Lance Carter ficou sabendo e pegou uma raiva mortal de mim, começando a me perseguir pelos corredores com a história de só querer conversar, aham, ele e os punhos estavam loucos para ter uma conversa amigável com a minha cara. Eu me escondi o máximo que pude, mas ontem tive que dar as caras na aula pra fazer a prova e ele não perdeu a chance de se vingar. Tinha um bom pressentimento com a minha nota em inglês até que a professora perguntou o que aquilo significava e virou meu exame com Vai se foder vadia em letras garrafais. A Sra. Gallagher não quis ouvir minha explicação e me mandou pro diretor que não pestanejou em me dar uma suspensão e foi assim que eu acabei sentado na mesa do café da manhã de uma quarta-feira explicando a Louis e Lottie como tudo aconteceu.

- Porque simplesmente não deu uma surra nele? - Tomlinson perguntou mais pra me provocar, afinal a resposta era óbvia.

- Eu não gosto de violência.

- Ele é muito maior do que você?

- Demais. - Digo, mexendo em algumas pétalas soltas no arranjo da mesa.

- Isso é um absurdo, eu irei no colégio resolver esta situação ainda hoje. - Charlotte se pronunciou, pedindo a Sarah que mandasse Liam preparar o carro. Louis levanta um dedo em protesto.

- Não será necessário. Harry irá comigo para Holmes Chapel e ficará lá definitivamente.

A Srta. Tomlinson cai de volta em sua cadeira, me olhando com os olhos tão cristalinos que suspeito estar a ponto de chorar.

- Oh não, porquê? Louis, o que você fez pra ele agora? - Lottie deixa um tapa no braço de Louis que exclama ofendido:

- Nada, oras, ele tem dezesseis anos e quer voltar pra casa, junto da família dele, é isso.

- É mesmo, querido? - Não convencida ela pergunta diretamente para mim.

- Sim, senhorita. - Respondo com um sorriso pequeno.

- Tem alguma ideia de como sua família irá reagir a notícia da gravidez?

Então entramos no assunto que me causa calafrios. Minhas mãos trêmulas deixaram a xícara vazia sobre a mesa, com pouca firmeza e eu mordia os lábios nervosamente.

- Eles irão reagir bem e tudo ficará bem. Whoopi! - Louis foi mais rápido do que eu, dando a sua resposta otimista que me arrancara um sorriso agradecido e admirado. Eu sentiria falta dele, muita falta ne verdade.

Passo grande parte do dia na cama, me sentindo péssimo e dormindo feito uma rocha. Até acordar no meio da tarde, querendo aproveitar meus últimos dias ao lado de Louis Tomlinson. Eu não o encontrei em lugar algum da casa e nem com a minha partida eminente, Sarah quis colaborar e me dizer, mas não era um grande mistério, quando ele não estava na casa ou nos estábulos só poderia estar em um único lugar. O laboratório.

Originalmente era uma estufa, bem grande, toda em vidro e sem janelas, no entanto Louis nunca fora um grande fã de flores e precisava de algum lugar para guardar toda a sua parafernalha de boticário e aquele havia sido o lugar escolhido. Empurro a porta com cuidado, avistando o seu corpo mais adiante, sentado em uma cadeira giratória alta que não deixa seus pés alcançarem o chão. O sol reflete contra o teto, mas não o aquece e por isso os seus inúmeros ingredientes estão seguros em suas estantes quase tão altas e abarrotadas quanto as da biblioteca.

- Te procurei pela casa toda. - Falo, andando pelo lugar mantendo as mãos nas costas para que o meu eu desastrado não derrube nada e arrume confusão as vésperas de minha partida.

- Hum, estou ocupado. - Responde, com um pequeno lápis entre os dentes. Em sua mesa estão espalhadas várias essências, na verdade ele tem prateleiras cheias delas e de todos os tipos como macadâmia, sálvia, alecrim, baunilha, lavanda e por aí vai, mas as que estão aqui expostas tem nomes estranhos que eu não consigo ler - Trabalhando em um novo perfume, meu assistente vai voltar a qualquer momento.

- Tudo bem. Eu já estou de saída. - Digo, colocando o cabelo atrás da orelha e não resistindo em tentar sentir o cheiro do tubinho de coloração transparente a sua frente - É cheiroso, mas não é muito fraquinho? Pensei que as mulheres preferissem algo mais forte.

Louis faz careta percebendo que eu tinha metido o nariz onde não é da minha conta e também acabou por inalar seu perfume.

- É uma colônia infantil. É inspirada no bebê. - Indica minha barriga e eu coloco a mão sobre ela sem entender muito bem.

- No meu bebê?

- Aham. - Ele assente, retirando o óculos de proteção que ele só usa por muita insistência de seu assistente e gira na cadeira, ficando de frente comigo - Acho que não há perfume melhor do que o de um bebezinho recém-nascido, algo leve e puro, que remete a esperança e renovação. Eu quero recriar isso, então sim, o seu bebê é a minha inspiração.

- Legal! - Exclamo, sorrindo verdadeiramente com covinhas e tudo e acariciando minha barriga, mesmo que ainda seja quase imperceptível, eu me sinto cada vez mais papai babão - Chame-o de Melanie.

- Melanie? - A expressão de Louis cai - Porque eu chamaria de Melanie?

- Será o nome, se for menina.

- Não, eu sou definitivamente contra.

- É o meu bebê, você não dá palpite.

- Mas eu sou o tio Louis.

- Não faz diferença. - Dou de ombros, me sentindo poderoso por poder dar o nome que eu bem entender sem que ele possa interferir.

- Deixa. - Suspira, fingindo desinteresse e voltando ao trabalho - Eu vou fazer um bebê pra mim.

- Com a Bleta?

- Talvez.

- Ela te ama. - Falo baixinho.

- Novidade!

- Vai se casar com ela? - Pergunto dando a volta e apoiando os cotovelos na mesa, deixando meu rosto não muito distante do seu que se ilumina em uma de suas risadinhas.

- Deixe-me adivinhar, um passarinho de olhos puxados com fetiche em panelas limpas foi quem te contou. - Ele faz o mesmo que eu deitando a bochecha na mão e inclinando a cabeça para o lado - Eu gostaria muito disso, de poder me casar com alguém legal como ela, ter filhos e reconstruir minha vida. Seria ótimo. Poder tentar ser feliz novamente.

- Então deveria se casar com ela.

- Talvez eu case e você case com Zayn. - Devolve com um sorriso sincero e eu me sinto terrível por não me sentir tão feliz quanto deveria com a possibilidade de Louis e Bebe se casarem, apenas não parece certo.

Xx

Os dias praticamente voaram e em um piscar de olhos estamos no final de semana. Deveríamos ter partido para Holmes Chapel no sábado, um dia antes do baile dos militares, mas Louis não se sentia bem e Bleta achou que seria melhor adiar por mais um dia. No domingo ele não amanheceu tão bem assim, porém Charlotte queria que ele fosse de qualquer jeito, segundo ela " essa era uma das raras oportunidades de Louis socializar com pessoas de sua idade e experiências semelhantes " então, mesmo inconsciente e clamando pelo conforto de sua cama Louis foi deitado no banco de trás de sua limousine. O que me deixava bastante apreensivo, ter de explicar aos meus pais o que eu estava fazendo dentro de uma limousine não seria fácil. Com isso, Bebe teria de ir junto para cuidar de Tomlinson.

Passei por uma longa e chorosa despedida com Charlotte e Clare que não aceitavam minha partida de jeito nenhum. Elas não paravam de dizer as mil coisas que eu deveria prestar suma atenção durante a gravidez, cuidados futuros com o bebê e mais um monte de coisas que elas leram nos mesmo livros que eu, elas pareciam um combo quase tão preocupado e neurótico quanto Ed.

Oh, meu deus, eu poderia ver meus amigos depois de tanto tempo. Estou tão feliz.

Embarco na limousine e aceno para todos pela janela, ganhando até um breve de Sarah. Como eu já imaginava quase não vi nada da paisagem, dormi a noite toda e quando estacionamos em frente ao hotel onde aconteceria o evento eu estava dividindo o colo de Bebe com Louis.

Era bom estar de volta, poder admirar a calmaria da minha cidade. Cheio de ruas, parques, lojas e casas que eu conhecia tão bem. Até mesmo o canto dos passarinhos e o cheiro inspiram aconchego e paz, mas o melhor é poder ouvir o sinal do Colégio não muito longe dali e observar meus antigos colegas correndo com medo de se atrasarem para o primeiro horário, consigo enxergar Niall com a gravata amarrada na cabeça e ao seu lado Ed, segurando os livros contra o peito, óculos caído na ponta do nariz e falando sem parar na orelha do irlandês que saltiva, sem dar muita atenção.

Eu não vejo a hora de poder voltar a ser como eles, apenas mais um adolescente despreocupado, uma pontada não muito gentil em meu abdômen diz que isso ainda pode demorar um pouco.

Não demora para que o sol dê lugar a opaca e luminosa lua cheia no centro do céu estrelado. A imensidão azul sobre nós combina bem com o tom do terno que Tomlinson veste está noite, ele ainda estava se mantendo em pé com uma dificuldade imensa, os olhos pequenos e avermelhados pelas longas horas de sono. Quando eu saio para me vestir, colocando um terno grafite com uma gravata borboleta branca e ajeitando meus cachos para ficar com o melhor aspecto angelical quando precisar dizer aos meus pais que estou esperando um bebê, e quando eu volto para o quarto Louis é uma nova pessoa, bem mais disposto e enérgico.

Bebe sussurra que colocou um remédio especial em sua bebida. Então com os ânimos renovados do Sr. Tomlinson nós deixamos nossos aposentos. Ele e Bebe caminham elegantemente a minha frente, ela com um caro vestido longo que se arrasta graciosamente pelo carpete, os fios loiros presos em um penteado elaborado e eu sigo logo atrás, com as mãos nos bolsos e uma careta emburrada, parecendo o filho mimado deles. Chegamos ao salão decorado, especialmente para o baile, que tem seu imenso teto talhado em vidro temperado com um candelabro de cristais iluminado acima de nós, as paredes, móveis e corrimãos são feitos em marfim, há um relógio atrás de mim badalando em sincronia com a voz da cantora lírica que entoa uma ópera que não me é conhecida. Todos estão muito bem vestidos, em seus melhores trajes a rigor, com garçom lhes servindo em bandejas de prata, muitos rostos conhecidos bebem champanhe e riem como se fizessem parte da alta sociedade britânica.

- Bem-vindos, veteranos. - Leio a placa presa em cada extremidade do palco e Louis rosna a minha frente.

- Isso vai ser um grande saco. - Ele diz, dando o braço para Bebe e a deixando guia-lo pela escadaria. Me demoro, observando a decoração e os veteranos que passam por mim, usando suas antigas fardas repletas de medalhas, todos condecorados. Desço os degraus, ainda alheio a tudo.

- Cavalheiro, poderia lhe oferecer uma bebida? - A voz calma e inconfundível ecoa pelos meus ouvidos e quando o olho já tenho um sorriso largo rasgando o rosto - É impressão minha ou você está ainda mais lindo?

- Zayn, eu senti tanto a sua falta. - Sussurro, tomando cuidado para que ninguém me ouça.

- Não mais do que eu, minha boneca. - Ele sopra colocando uma taça em minha mão e eu encaro as bolinhas se desfazendo no topo pensando no motivo pelo qual eu não posso beber.

- Eu preciso falar com você, Z.

- Nós podemos nos encontrar no banheiro da ala leste, ninguém vai até lá mesmo. - Responde rapidamente com um sorriso em seu rosto perfeito, não sei se por consequência do tempo ou da saudade, mas ele parece ainda mais bonito, com o rosto liso e os cabelos de carvão caindo na lateral de sua testa, vestindo um terno escuro e simples, tão diferente daquele garotinho maltrapilho, mas que ainda assim me conquistara de primeira. Eu podia imaginar um bebê com seus olhos, seus cabelos e sorriso. Ele seria tão lindo.

- Eu vou... - Minha fala é cortada quando Louis Tomlinson se coloca tão subitamente entre nós, batendo o seu ombro duramente contra o de Zayn e me segurando pela cintura. Bebe vinha logo atrás, bufando e batendo os pés.

- Louis, pare de se portar como uma criança. - Ela pediu sem muita paciência.

- Não tô afim. - Diz por fim, pegando minha taça e dando um longo gole, fazendo careta e colocando de volta na bandeja de Zayn - Credo, estão servindo água de esgoto aqui. Traga-me um conhaque ou qualquer merda minimamente decente, garçom. - Louis manda, impaciente, não ouvindo os passos de Zayn, move as mãos - Vai, anda logo, criatura.

Malik o fuzila com os olhos e tencionando a mandíbula nos dá as costas, marchando em direção a cozinha.

- Você foi rude. - Digo, tirando sua mão de minha cintura.

- Estou chateado! - Diz como se fosse uma boa justificativa.

- Aquele era o Zayn, o pai do meu bebê.

- Ops. - Lamenta, batendo a mão na testa, quase arrependido - Desculpa, acredito que ele irá me perdoar.

- Hazza! - Gemma grita, atravessando metade do salão correndo, o que não é do fetio dela, mesmo assim a recebo de braços abertos deixando que ela me aperte como se eu fosse seu ursinho de pelúcia predileto - Que saudades, irmãozinho.

- An, eu também estava. - Resmungo contra seus cabelos que estão bem maiores, estranhando essa demonstração pública de carinhos, nós nunca nos demos tão bem.

- Como você está? - Ela pergunta se afastando e afagando meu rosto, seus olhos oscilam de Louis para Bebe, com curiosidade - Oh, olá, eu sou Gemma Styles. - Oferece a mão para Bebe que a aperta também se apresentando. Ela faz o mesmo com Louis, estranhando o fato dele não devolver o aperto. Me desvencilho dela para segurar a mão de Louis e levar até a de Gemma.

- É um prazer conhecê-la, Gemma. Eu sou Louis Tomlinson e sim, eu sou cego. - Responde sorrindo ternamente para minha irmã que arregala os olhos, mas rapidamente trata de disfarçar.

- Vocês conhecem Harry de onde?

- Eles são meus professores do colégio, Louis ensina Química e Bleta, Biologia. - Os dois se viram para mim, com as sobrancelhas juntas, logo percebendo que devem embarcar na minha mentira.

- Que legal! - Exclama e na mesma hora uma trupe de garotas altas e esguias estão se aproximando de nós, todas bonitas e enfeitadas demais - Gostaria de apresenta-los minhas amigas, Eleanor, Danielle e Briana.

- Quantos nomes, não tem como decorar tudo isso. - Louis resmunga, discreto o bastante para que metade dos convidados o ouçam.

- Pode me chamar de Els. - A magrela mais alta diz.

- E a mim de Dani. - A menor com olhos verdes pisca sugestivamente para Louis.

- E eu como Bri ou o que você preferir, senhor. - Sem comentários para a última.

- Ou eu posso não falar com vocês. - Tomlinson diz curto e grosso, segurando a mão de sua acompanhante - Com licença, Harry, Srta. Styles. - E parte, deixando três garotas de queixos caídos e embasbacadas, mas nunca abaladas e as três seguem em seu encalço determinadas a fazer com que uma delas dome aquele homem até o fim da noite.

Meus pais vem logo em seguida, com sua demorada sessão de beijos, abraços e perguntas para as quais eu não tenho resposta a não ser um monte de mentiras. Minha mãe permanece me abraçando e exibindo para as esposas dos colegas ex-militares do meu pai até resolver me soltar só em tempo de ir ao toalete e então eu posso me voltar a minha irmã que permaneceu o tempo inteiro calada, olhando para um canto específico da sala. A onde uma cabeleira loira que não pertence ao seu então noivo que não tinha tido coragem de me encarar desde que me viu.

Mas é evidente que há algo no ar, entre ela e Niall? Niall?

- Gem? - Chamo, chegando ao seu lado. Sem resposta tento novamente - Gemma?

- Que é? - Diz, com os olhos cravados no irlandês.

- Você gosta do Niall?

- Amo. - Gemma grunhiu, não se dando conta da palavra que saíra de sua boca e na mesma hora despertando, virando seu rosto pálido e espantado para mim - Eu não disse nada disso, ouviu?

- Minha boca é um túmulo. - Prometo, voltando a minha postura de anjinho observando nossos pais se aproximarem.

Consigo desviar dos abraços de Anne e escapar para junto de Ed e Niall que ao me verem gritam e me agarram, Niall solta uma chuva de palavrões que faz com que seu pai venha até nós para lhe dar uma bronca e me desejar boas vindas. Até Ed, que costuma ser infinitamente mais contido, me gira no ar e não para de falar que tem uma novidade.

- Que novidade é essa? - Pergunto sorrindo para seu rosto alegre e cheio de empolgação. Niall joga o braço sobre meu ombro, praticamente berrando no meu ouvido:

- Você não vai acreditar! - Ele dá um longo gole em sua cerveja e Ed beberica a sua, que eles tomavam em xícaras de chá para disfarçar, antes de ouvirmos o prefeito subir ao palco e anunciar os talentos de Holmes Chapel. Aqui nós temos essa mania de usar qualquer oportunidade que temos para nós exibir e com tantas pessoas de fora não seria diferente, mas estranho que Ed queira participar.

- Me desejem sorte. - Ele pede e Niall estala um beijo em seu rosto vermelho, antes de Sheeran subir todo acanhado no palco, segurando seu violão com firmeza - B-boa noite. - Gagueja, baixando os olhos para nós e eu lhe mando uma série de beijinhos, ele pega um no ar e fingi guardar dentro do bolso. Respira fundo, absorvendo um pouco mais de confiança - Eu não costumo me apresentar, muito menos falar em público, mas hoje eu estou fazendo um esforço a mais porque eu queria... Queria poder mostrar pra vocês a música que eu compûs recentemente. Ela é inspirada na minha namorada, Cherry. - Dobro o pescoço, olhando para Cherry ao lado de Gemma que tenta esconder o rosto em seu ombro.

- Ed tem uma namorada? - Indago, incrédulo.

- Eu disse que você não ia acreditar. - Niall responde, sorrindo ainda mais e eu o acompanho, admirando nosso amigo dando um passo tão importante na frente de todos.

- E se chama Perfect. - Fala, baixando os olhos para o violão e tirando os primeiros acordes, o falatório se encerra e todos estão atentos quando Ed diz o primeiro verso: - I found a love for me... - E é uma voz tão firme, confiante, sem vergonha ou hesitação e assim como a sua canção é perfeita.

Corro os olhos por todo o salão, examinando os rostos de todos, procurando pela mesma admiração que se espelha em meu rosto e satisfatoriamente encontrando. Eles enxergam o talento do meu amigo e eu não consigo conter o orgulho que transborda em meu peito, quem diria que aquele garotinho que mal conseguiu me dizer seu nome no parquinho um dia estaria apaixonado cantando na frente da cidade inteira. Aprecio cada linha da canção, falando sobre a realização de quem enfim encontrou o amor.

Zayn está andando entre os convidados, concentrado em sua função de garçom. Ele só desvia o olhar uma única vez para olhar atravessado para Tomlinson, entregando um copo de liquor em sua mão e rapidamente se afastando, Louis se vira para ele e bebe seu drink.

Percebo que Niall tem os olhos presos na direção de minha irmã. Luke está ao seu lado, falando algo que ela não dá atenção, pois ela o olha de volta. Cherry olha Ed apaixonadamente e ele a ela.

Todos tão apaixonados! Será que eu encontrei um amor pra mim também?

Quando Ed termina, ele se curva em agradecimento pela salva de palmas que embarga todo o salão. Ele desce, sendo espremido em um abraço apertado comigo e Niall e então é liberto para poder correr para os braços de sua amada, deixando o violão com Niall que já começava a arranhar algumas cordas, louco para tocar, mas ninguém se mostra disposto a subir ao palco e com isso o prefeito, que infelizmente é meu tio também empurra a obrigação de exibir Holmes Chapel como o lar de jovens talentosos pra mim.

- Eu gostaria de chamar ao palco o meu taletosissimo sobrinho, Harry, que em todos os eventos nos abrilhanta com sua magnífica voz. - Reviro os olhos pelo exagero nas palavras pomposas - Sendo acompanhado por seu amigo, de igual talento, Niall Horan. - Antes que ele termine com a introdução, Niall está correndo para o palco e me puxando junto. Ele se posiciona ao meu lado, orgulhosamente segurando o violão e eu encaro a multidão, a mesma que eu vejo em todos os eventos da cidade e sem a menor vontade de fazer um discurso ou qualquer coisa do tipo, nem faço ideia do que cantar. Já que acabei com meu repertório de músicas cristãs.

- Louis, para. - Escuto a risada de Bebe, os vendo rir na escadaria. Eles estavam abraçados e seu rosto escondido no pescoço dela, até que ele o levanta e a beija. De verdade, como eu nunca tinha visto antes e isso provoca uma reação imediata no meu corpo, seguro o suporte do microfone e dizendo a Niall que música iremos tocar, ele fica confuso, mas me segue.

- I got a girl crush...Hate to admit it but, i got a heart rush it ain't slowing down. - Canto, observando os olhos de todos se fixando a mim e sinto meu rosto ardendo com o medo de que alguém entenda o que estou cantando, então fecho os olhos e me encho de confiança, como Ed fizera, antes de continuar - I got it real bad, want everything she has, that smile and that midnight laugh she's giving you now. - E neste momento apenas um rosto me vem a mente - I want to taste her lips, yeah, 'cause they taste like you. - E talvez eu esteja ficando cada vez mais óbvio, mas não é como se eu me importasse com isso - I want to drown myself in a bottle of her perfume.

Meus olhos estão cada vez mais apertados, assim como meus dedos ao redor do suporte, apenas dizendo aquilo o que eu quero, mas não tenho coragem de admitir. Porque eu talvez deseje um certo alguém, mais do que eu deveria e vê-lo com ela me causa um desgosto maior do que seria aceitável para uma simples atração física e eu estou dizendo isso para todos, estou dizendo pra todas essas pessoas que eu desejo um homem, mas eles não enxergam isso, não querem ver ou admitir, então cantam juntos alegremente, ficando ainda mais empolgados com as notas altas que eu alcanço com facilidade, apenas para mantê-los mais distraídos até o fim da canção, quando sou basicamente ovacionado. Meu tio comunica o início do jantar e quando estou descendo, tenho Louis Tomlinson me esperando de braços abertos.

- Meu deus, criança, isso foi impressionante. - Ele diz sorridente, depois de me dar um abraço apertado - Eu já sabia que você era bom, mas eu fiquei em choque com você alcançando aquelas notas altas sem desafinar, nem nada. Venha, Bleta está guardando nossos lugares. - Engancha seu braço no meu e por cima do ombro posso ver o trio de harpias nos seguindo, melhor dizendo, o seguindo - Cá entre nós, da onde veio essa ideia de cantar pro Zayn em frente de tantas pessoas?

Arqueio as sobrancelhas, momentaneamente confuso.

- Zayn?

- É, a garota loira não era aquela menina, a tal de Perrie que você falou? - Ele pergunta, aproximando seu rosto do meu. Fito seus olhos anil vacilantes, mas tão absurdamente bonitos que me impedem de desviar. Eu gostaria de poder dar uma resposta sincera " Não, Louis, eu estava cantando para você." Mas eu não posso.

- Isso, era pra ele. Não tem como te enganar, não é, Louis? - Digo em tom de brincadeira, o fazendo sorrir presunçoso, ajudando-o a se sentar ao lado de Bleta que nos observa curiosa.

Finjo não perceber que quando ele repousa a mão sobre a mesa, ela coloca a dela por cima. Meus pais estão do outro lado da mesa, com olhares inquisitivos, apontando para o lugar vazio ao lado deles que provavelmente guardaram para mim, no entanto se eu fizer a menção de estar deixando o lado de Tomlinson ele fará um grande escândalo, já que desde que chegamos não deu muita importância aos meus pais e se incomoda quando eu fico ao lado deles. Seu novo bordão era "Eles te terão pela vida toda, eu só o terei por mais essa noite." E com isso eu me agarrava a ele, porque também me doia saber que está seria nossa última noite juntos.

Se inicia uma dança de garçons pelo salão, servindo a todos, expondo bandejas e mais bandejas recheadas de pratos elaborados que encheriam o coração de Clare de alegria. Mesmo depois de termos sido servidos, Louis continuava a beber apenas da sua garrafa de liquor que fora colocada especialmente para ele, embora vez ou outra desse um gole, até ser pego pela vista grossa do meu pai que sinalizou que arrancaria minha cabeça se eu desse mais um gole e assim se acabou a minha única alegria da noite.

Mas logo, Niall e Ed estavam se sentando ao meu lado, roubando o lugar de um comandante e sua esposa que nem ao menos tiveram seus olhares atravessados respondidos por eles que me bombardeavam com perguntas sobre Eton e por aí vai.

- Eu ouvi dizer que eles tem um ótimo programa de saneamento. - Ed dizia com real empolgação.

- Dá pra acreditar que isso transa mais do que eu? - Niall apontou com desprezo e Ed fez sua carinha de cachorrinho ferido, deitando a cabeça no meu ombro.

- Quem está transando? - Para a surpresa dos dois, não a minha, Louis se intrometeu, me empurrando para o lado, quase me derrubando da cadeira e levando Ed junto.

- O Ed. - Niall respondeu com naturalidade e o rosto do ruivo ficou mais vermelho do que seus cabelos.

- Oh, Ed é o que cantou?

- Sim, sou eu, senhor.

- Espere. - Tomlinson estica a mão e toca na bochecha de Ed pressionada em meu ombro e nos cabelos ruivos - É o ruivinho que parece um gatinho? - Louis soa tão doce que é quase como se fosse outra pessoa, mas tinha ficado claro que ele havia gostado de Ed desde a primeira vez que eu falei sobre e posso ou não tê-lo chamado de gatinho, não posso garantir nada.

- Até seu professor tem um queda pelo Ed, o que esse cabeça de fogo tem que ninguém resiste?

- Você deve ser o irlandês.

- Yep.

- Você fala alto. - Louis diz, virando sua bebida e os olhos de Niall brilham apenas de observar o líquido acobreado, louco para seus pais virarem pro lado para que ele possa beber.

- Não mais do que o senhor, as suas gargalhadas estavam mais altas do que a voz do Harry quando estava cantando. - Niall não deixa passar e eu e Ed rimos, com o bico emburrado de Louis que não é acostumado a ter suas críticas devolvidas.

- Me chame de Louis, nada de senhor. - Fala por fim, lançando um pequeno sorriso ao meus amigos que parecem encantados, isso porque acreditam que ele é apenas um professor. Imagina o que diriam se pudessem ver todas as inúmeras habilidades de Louis.

- Pode deixar, Lou. - Niall pega intimidade, muito, muito rápido.

Louis não gosta muito, não tendo tempo de dizer nada, pois escutamos o tilintar de um talher sendo batido contra a taça de cristal e o borburinho cessa para que a voz do líder da cidade seja ouvida.

- Senhoras e senhores, é um grande privilégio recebê-los aqui hoje. Estamos reunidos para celebrar o décimo terceiro aniversário do fim da guerra, saudar aqueles que se foram e homenagear os grandes heróis que alcançaram a paz por nós. Nossa pequena cidade, orgulhosamente deseja os mais sinceros obrigado aos veteranos! - Ele ergue sua taça no alto, as medalhas brilhando na lapela de seu smoking e todos batem palmas - Eu gostaria de particularmente celebrar a vinda de um grande companheiro de batalha, que até então nunca havia estado presente nestas celebrações, mas hoje, apesar de todas as suas limitações... - Eu espero que ele não esteja falando do... - Pelo amor a pátria e para honrar a todos os nossos irmãos, eu chamo o Coronel Louis Tomlinson para discursar.

Oh, não!

A expressão de Louis já estava amarga antes e agora com a palavra limitações tendo sido dita em conjunto com o seu nome e um pedido, não comunicado de um discurso está claro como o dia que ele está puto. Ele se levanta, enchendo o copo e o virando de uma vez.

- Eu já imaginava que seria chamado para fazer um discurso, nao sei o porquê disso, sempre achei que isso era coisa de homens sábios e eu definitivamente não sou sábio. - Ele ri sem humor e a mesa toda ri, acreditando que ele está sendo modesto - É engraçado vir até aqui e descobrir que o Vince é o atual prefeito da cidade, imagino que deva estar com o peito cheio de medalhas e tenha um retrato seu fardado, pintado a óleo em seu gabinete. O que nada se parece com o homem que eu conheci na minha primeira semana servindo, estávamos em Dunquerque, eu tinha quinze e ele uns trinta e dois, por aí. Esse cara era a coisa mais medrosa que eu já vi, era só ouvir o som das bombas pra se mijar inteiro e a noite ele se agarrava a minha perna com medo de ficar sozinho. Eu o visitei uma vez no hospital, ele estava chorando porque a guerra estava se encerrando e ele não tinha nenhuma medalha, então eu dei as minhas pra ele. - Olhamos para o prefeito que tem o rosto vermelho e um expressão de puro desconforto - Eu não estou dizendo isso para ridiculariza-lo de forma alguma, mas pra que saibam que não importa a sua idade, etnia ou crença, é isso o que a guerra causa nas pessoas, medo. Porque você sabe que a qualquer momento poderá ser morto, não porque você fez algo de errado, mas porque alguém de cima, disse que assim era o certo. Acredito que muitos dos meus antigos companheiros estejam aqui na companhia de suas esposas e filhos, eu não sei qual deve ser a idade deles, no entanto dei a sorte de me sentar ao lado de três rapazinhos brilhantes, como vimos nas apresentações mais cedo. Eu não sou nenhum professor de história, ainda assim gostaria de me arriscar a ensinar uma coisa ou duas para vocês, pode ser? - Louis pergunta, baixando os olhos em nossa direção e logo voltando a serpentea-los pela mesa, incapaz de focar em alguém - As guerras não são declaradas por minorias. Um negro não inicia uma guerra mundial pelo fim do preconceito, um judeu não inicia uma guerra mundial contra a intolerância religiosa, um homossexual não inicia uma guerra mundial pela liberdade de ser e amar quem quiser, uma mulher não inicia uma guerra mundial para extinguir o machismo. Vocês sabem o porquê disso? Porque eles são a minoria e o bem comum não atrai a todos, pouca gente se importa com preconceito, intolerância, homofobia ou machismo, mas sabe o que importa para todos, o que une o mundo? O poder, o desejo de ser mais do que os outros. Vocês sabem, foi assim que a Grande Guerra se deu em 1914, tudo pela expansão de territórios e o aumento de suas riquezas, eles brigam por terras como se fossem minhocas. - Dou uma risadinha muito da incoveniente pela última parte e Louis batuca os dedos na mesa, mantendo a altivez - Não são pessoas como eu ou a maioria de vocês, vindas debaixo que iniciam as guerras, são os líderes, aqueles que deveríamos acreditar que estão lá para cuidar de nós e nos manter em segurança. São eles que nos mandaram para a guerra e mataram milhares pela sua ganância, eu sei que vocês devem estar pensando, mas quem fez isso foi Hitler. Claro, claro, Hitler é a porra louca aqui, eu nunca defenderia aquele merda, mas olhem pelo meu ponto de vista, o energúmeno que fez o tratado de Versalhes esperava por uma segunda guerra, ele pediu por isso! Quer dizer, como você pede a uma potência mundial do calibre da Alemanha que fique no cantinho escuro do quarto com o rabo entre as pernas, é claro que alguém ali dentro iria se revelar, reavivar o orgulho patriarcal, de forma doentia, mas fez. E sabe a nossa adorada nação? Ela viu isso acontecendo, todo mundo viu a Alemanha se reerguendo, enriquecendo, montando um exército muito maior do que o permitido e quebrando uma a uma das regras impostas no tratado, eles a viram invadindo países e não fizeram nada. Apenas permitiu que o problema ficasse maior, e quando já estava grande demais, nos arrancou do aconchego de nossos lares e nos mandou para o campo minado. Eu adoraria levantar a minha taça e puxar o saco da Inglaterra até a manhã, mas eu não vou fazer isso, porque essa nação que se diz tão superior, condenou muitos. Por nada. Essa guerra inteira foi uma grande piada sem graça. - Louis vai abaixando a voz, conforme seu discurso vai tomando um tom mais pessoal e ele gira as alianças em seu dedo - Então temos essa nova rainha, que parecia valer alguma coisa, mas é só mais uma idiota que acha certo condenar pessoas a morte apenas por amar umas às outras. Será que faz tanta diferença assim um pedaço de terra? Até quando isso vai durar? Porque eles se sentem tão ameaçados? Quem sabe, eu não estou aqui para dar respostas, apenas queria deixar claro que eu me arrependo amargamente de ter lutado naquela guerra e eu odeio todos vocês e lamento que os Estados Unidos não tenha jogado uma bomba em vocês também. Bom, era só isso, eu sou Louis Tomlinson e sou muito desagradável, não me convidem ano que vem. Tenham uma boa noite.

Ele se senta ao meu lado novamente, limpando a garganta e ajeitando o lenço de bolso. As pessoas se entreolham em dúvida se aplaudem ou não e alguém diz que o jantar está servido, poupando-os e indo direto para a refeição.

- Acho que peguei pesado com a parte da bomba. - Louis cochicha, coçando o queixo e eu assinto.

- Sem dúvida. - Respondo, soltando meu talher ao ver Zayn entrando no corredor que eu sei que dá para o banheiro na ala leste - Eu vou falar com o Zayn.

- Vai contar pra ele? Agora?

- Aham. - Respondo, determinado. Aproveitando a distração de todos para deslizar para fora da mesa.

- Tome isso. - Louis me empurra seu copo - É o elixir da coragem.

- Álcool. - Corrijo, virando tudo de uma vez e sentindo a ardência correndo por minha garganta, que serve como um encorajante para me levantar e caminhar de encontro a Zayn.

Os corredores estão vazios e isso me dá a certeza de que escolhemos o melhor lugar para ter aquela conversa, quando me aproximo da porta ela se abre e ele me puxa para dentro, não me dando tempo antes que ele esteja me sentando na pia e ficando entre minhas pernas com suas mãos por toda a parte e beijando meu pescoço. Agarro seus ombros, atordoado e ele suga minha pele e enfia suas mãos por debaixo da minha camisa, passando as palmas frias por minha barriga que me faz prender o ar e encontra meus mamilos, os torcendo entre os dedos. Choramingo, fechando as pernas em sua cintura e sentindo seu membro se esfregando ao meu.

- Você não presta! - Rosna na minha orelha, mordendo a pele sensível abaixo dela.

- Q-quê?

- Eu vi você e aquele cara arrogante com pinta de rico, vocês estão transando.

- Não.

- Não minta pra mim, boneca. O jeito que ele te pegou, como se você fosse dele. - Zayn aperta com ainda mais força e eu me arrasto para trás, tentando escapar de suas mãos.

- Ele é apenas um amigo. Não existe nada entre nós.

- Mesmo? - Ele me encara, começando a massagear meus mamilos devagar. Mordo os lábios para conter um gemido e acaricio meu membro que começa a endurecer apenas com aquilo.

- Sim. - Suspiro baixinho o assistindo colocar a mão sobre a minha e massagear meu pau com mais força, num ritmo perfeito. Se inclinando e estendendo sua língua para fora, lambendo desde a minha garganta até perigosamente perto dos meus lábios e eu chego a acreditar que ele irá me beijar, mas então ele para e isso causa um desconforto gigante no meu interim.

- Zayn.

- Shii, quietinho, babe. - Ele me puxa fora da pia, colocando nossos corpos, minhas mãos deslizam pelo tecido macio de seu terno, enquanto uma de suas segura minha cintura e a outra escorrega para agarrar minha bunda - Hum, parece que alguém voltou ainda mais gostoso. - Gemo, com seus apertos firmes, mas reúno forças para conseguir me afastar minimamente.

- Eu preciso falar com você.

- Não precisamos falar, eu só preciso ter você embaixo de mim gemendo. - Malik tenta se aproximar, mas agarro seus pulsos o impedindo de me tocar, formando um vinco entre suas sobrancelhas - Que foi, Harry?

- Eu preciso falar e você têm que me escutar. - Digo com firmeza, mas agarrando o granito as minhas costas para não desfalecer - Eu não fui aceito em Eton e Louis Tomlinson, o homem que você viu mais cedo ao meu lado não é meu professor, ele é meu patrão, eu sou cuidador dele em Londres e vivo em sua casa.

- Você é cuidador? Mas que diabos! Porque você mentiria? Não faz sentido.

- Eu fiz isso porque eu não podia ficar mais em Holmes Chapel, precisava fugir de tudo.

- E porque?

- Porque eu... - Abaixo a cabeça, engolindo em seco.

- Você o quê? - Zayn dá um passo adiante, segurando meu queixo e me fazendo olhar para ele.

- Estou esperando um filho seu.

Neste momento é quase possível sentir o cheiro de putrefação ao que tudo morre dentro daquele pequeno banheiro nos fundos do único hotel de luxo de Holmes Chapel. O toque de Zayn em meu queixo morre, seu olhar encorajador, tal como seu sorriso ameno e todo o desejo que ele tivera por mim, tudo isso morre quando a palavra proibida é dita em voz alta.

Ele cambaleia para trás, puxando sua mão como se a tivesse queimado e eu tento uma aproximação, mas ele me repele com um grito.

- Eu sabia! Eu sabia!

- Sabia?

- Desde o início eu sabia que você era assim, mas eu me deixei levar, afinal você era tão bonitinho e fácil. - Enrijeço o ouvindo falar com a voz repleta de malícia e sarcasmo - Estava escrito encrenca na sua testa e eu ignorei.

- Zayn...

- Fique quieto quando eu estiver falando. - Ele berra apontando o dedo na minha cara e eu me encolho - Não acha muita coincidência que na mesma noite que a Perrie me diz que está grávida, você também aparece milagrosamente grávido, hein?

E eu vejo meu mundo desabar.

- A Perrie está grávida? - Pergunto num fio de voz.

- Sim e nós vamos nos casar. Nós estamos felizes, Harry. Estamos bem.

- Então quando você dizia sentir saudades e agora pouco quando estava me agarrando você já estava noivo e com um filho a caminho de outra?

- Ah, Harry. - Ele suspira, passando a mão pelos cabelos, cansado - O que se passa na sua cabeça? Esse é o problema com garotinhos da sua idade, acham que podem fazer o que der na telha só porque são bonitinhos. Não é por aí, Styles. Isso o que há entre nós, não passa do bom e velho sexo casual, eu te acho legal, mas nunca passou pela minha cabeça a ideia de um compromisso. Não pretendo uma revolução só pra poder me casar com você numa igreja, te ver entrando de noiva. - Ele ri - Isso é uma piada de péssimo gosto. Eu não acredito que você esteja grávido, seria idiota demais até pra você, mas se for verdade...

- É verdade e eu não quero me casar com você. - Falo, com a voz falha e evitando encara-lo ao que ele parece mais cruel e impiedoso do que Louis Tomlinson em um dia ruim. Esta parece ser a sua real natureza.

- Então o que você queria me contando isso?

- Eu já não sei mais. - Murmuro cabisbaixo.

- Escuta aqui, Harry. Escuta bem, porque eu não vou repetir. Se você estiver falando sério e você fizer parte daquela minúscula porcentagem de homens que pode engravidar você vai manter essa boquinha linda fechada, não vai dizer nada ao papai, a mamãe e muito menos para os meus ou a Perrie, você não vai usar isso pra destruir a minha vida, eu não vou ser condenado a morte por uma merda que é culpa sua. Ouviu? - Eu não conseguia falar, apenas ouvir suas palavras duras sendo jogadas contra mim - Eu perguntei se você me ouviu!
- Sua mão agarra meu maxilar, as unhas fincando dolorosamente na minha bochecha.

- S-sim.

- Bom, tem um cara, um médico que frequenta o bar, se você quiser se livrar disso. - A simples ideia de abortar a essa altura me causa enjoo.

- Não, obrigado. - Sussurro, sentindo seus dedos se arrastando para longe do meu rosto e ele puxa algo do bolso.

- Se resolver ter essa criança, isso é tudo o que ela terá de mim. - Empurra contra meu peito um colar com pingente de um bonequinha - Eu comprei pra você, quando você ainda valia a pena.

Sem mais, ele me dá as costas e abre a porta, dando de cara com Louis encostado na parede do outro lado, com os braços cruzados casualmente.

- E quer que eu acredite que é meu. - Zayn resmunga, olhando com desprezo para ambos - Faça bom proveito. - Diz para Louis antes de sair.

E é neste momento que a ficha cai de que eu acabei de ser rejeitado, não apenas eu, mas o meu bebê também. Nós fomos completamente desprezados, porque um bebê muito mais importante está vindo e eu não sei o que fazer, eu quis tanto que as coisas fossem diferentes, que ele sentisse alguma coisinha por mim, que iria querer ficar ao meu lado. Me viro, me debruçando sobre a pia começando a chorar. Meus soluços estão cada vez mais altos, mas ainda consigo escutar quando a porta se bate e Louis surge atrás de mim, ainda impassível.

- Não foi o que você esperava. - Disse o óbvio, me fazendo chorar ainda mais.

- E-ele, d-disse que v-vai te-ter outro filho. - Tento dizer com uma dificuldade imensa, sentindo meu rosto banhando por lágrimas, algumas gotas salgadas caindo na minha boca - Ele não nos quer.

- Dane-se, você não precisa dele.

- Não seja idiota, Louis! - Grunhi, apertando os cabelos com força - É claro que eu preciso, eu preciso muito. O meu filho precisa de um pai, ele não pode ser um bastardo.

- Harry, você está muito exaltado. - Sinto sua mão pesando em meu ombro e eu me viro novamente, sentindo meus joelhos cederem e o agarro pelos quadris, deitando a cabeça em sua coxa.

- Eu preciso dele. Preciso muito, muito, muito... - Passo a repetir uma série de muito, e Louis acaricia meus cabelos, tentando me acalmar - Louis, por favor, me ajuda.

- Se você realmente quisê-lo eu o darei pra você. - Louis diz sério. Ergo os olhos para ele, sentindo mais lágrimas deslizarem por eles, Tomlinson toca meu rosto, secando-o.

- Esta falando de compra-lo? - Louis assente - Louis, você não pode comprar as pessoas.

- Ele eu posso, Malik é atraído pelo dinheiro e isso eu tenho de sobra. Com a quantia certa ele cairá aos seus pés. Mas eu posso te garantir que ele não é homem pra você, ele jamais será um bom marido, muito menos pai. A influência para essa criança seria péssima, ele não te fará feliz, Harry. - Meu rosto começou a esquentar lentamente com sua palma quente deslizando por meu maxilar e seu polegar prensando meu lábio inferior e em toda a minha vida eu nunca estivesse tão desesperado e indefeso quanto agora - Ele não te merece, contudo, se mesmo assim você o quise-lo, eu o darei para você.

- E-eu quero ele. - Minha voz falha ecoa e eu agarro seus lados com ainda mais força, chorando abertamente em suas pernas.

- Parte meu coração ouvir isto, criança.

Xx

A pedido de Louis, Niall havia ido chamar Zayn. Estávamos na biblioteca privada do hotel, a festa ainda se seguia do lado de fora e ninguém se interessaria em ler por hora.

- Você parece uma criança, chegou arrumado e agora está com esse cabelo apontando pra todo lado. - Louis resmunga, escovando meus cabelos com os dedos.

- Você parece meu pai.

- Eu sou jovem demais para ser seu pai, garoto. - Deixa meus cabelos em paz, dando tapinhas em meu rosto, afim de aliviar o inchaço - Chega de lágrimas, eu quero que você volte a ser bonito.

- Eu estou bonito agora. - Me defendo dando um breve sorriso.

- Rosto vermelho, cabelos bagunçados e lábios inchados, duvido muito.

- Parece que eu acabei de transar.

- Você não perde uma, não é mesmo?

- Jamais! - Escutamos passos se aproximando e as vozes de Niall e Zayn. Louis me manda sumir e olho para uma das cortinas pesadas ao lado da estante que é o lugar perfeito para se esconder. Vou para atrás dela, me mantendo quietinho quando Zayn entra na sala com passos cautelosos, Louis está escorado na mesa de carvalho, o charuto entre os dedos e a taça de vinho na outra mão, parecendo um mafioso dos filmes.

- O que você quer comigo?

- Errado! O certo seria, o que o senhor deseja de mim. - Ele o corrige em seu melhor tom esnobe, balançando a taça, antes de dar um gole, deixando até mesmo o dedinho erguido.

- O que você quer comigo? - Malik torna a dizer, impaciente e um sorriso malicioso desponta nos lábios rosados de Louis que abandona sua taça de vinho para correr os dedos pelos cabelos que tem alguns fios caídos na lateral de seu rosto pelo topete que se desmancha.

- Tem personalidade. Gosto disso. Acredito que nunca fumou um charuto.

- Eu já fumei um sim.

- Não um cubano, meu caro. Aproxime-se. - Louis o chama com o dedo, oferecendo o charuto a Zayn, que apesar de todas as desconfianças o pega e dá um tragada, soltando a fumaça lentamente - É bom, não é?

- Não me chamou aqui para partilhar dos seus charutos de granfino.

- Não, eu não chamei. - Ele concorda, cruzando as mãos sobre o colo - Quero falar sobre o Harry.

- Eu não tenho nada a ver com o Harry.

- Claro que tem, vocês fizeram um bebê juntos. Não é algo que se ignora com facilidade. Apesar de que para você pareceu bem fácil rejeitar tudo isso.

- Ele é um homem, todos sabem que é proibido...

- Blá, blá, blá. Porque isso é proibido? Porque alguém escreveu uma lei idiota e resolveu que não queria que ninguém fizesse aquilo. Sabe o que deveria ser proibido, Sr. Malik? Guerras, genocídios, estupros, assédio, perseguição, falsidade, abandono. Isso é nojento, são crimes de verdade, que matam e arruínam pessoas todos os dias, mas você não vê nenhum culpado desses crimes sendo atacado ou humilhado em praça pública. Não, eu não dou importância pro que eles consideram certo ou errado, eu sou um homem com a cabeça feita e sei mais do que o estado. Amar alguém não é errado, colocar uma vida no mundo não é errado, agora abandonar só porque é "proibido" isso é errado. Eu ouvi sua história e me pareceu bastante curiosa, você já tinha uma garota enquanto estava com o Harry e agora tem não um, mas dois bebês a caminho e nem um tostão no bolso. O que fazer? Bom, eu tenho a solução para esse problema. A Srta. Edwards terá uma pensão, bastante generosa e não terá de se preocupar com nada, seu filho tem a vida garantida e o senhor, se mudaria para Gloucestershire, acredito que uma vida campestre e reservada seria o melhor ambiente para que você juntamente com o seu marido, Harry, é claro, criassem o filho de vocês. Sem interferências, não teria de se preocupar com dinheiro, com nada.

- Do que é que você está falando?

- Que eu pago a quantia que você quiser para que aceite o Harry e o bebê.

- Você paga? Porque faria isso?

- Ele é meu amigo e ele quer você, eu tenho dinheiro, então porque não fazer as pessoas que eu gosto felizes? Então, o que me diz, seja rápido, meu tempo é curto.

Zayn o olha, hesitante. Tragando mais algumas vezes o charuto e pensativo, ele move a cabeça.

- Espero que não esteja usando nenhum tipo de linguagem corporal porque eu sou cego. - Louis responde rindo.

- Oh, desculpe. - Zayn pede, arrumando a postura e ficando de frente para Louis - Eu aceito a sua proposta. - Diz por fim e meu coração se enche de alegria ao saber que eu não estava mais arruinado, teria Zayn comigo e as coisas poderiam ficar bem novamente.

- Sabia decisão, rapaz. Escolhendo a família, bem, um dos bebês será negligenciado, mas é a vida. Alguém sempre é prejudicado. - Ele diz baixando o rosto e dando um passo adiante e eu não consigo ver o que ele faz, até que abaixa um pouco o ombro e percebo que Louis tem o charuto de volta e está soltando a fumaça na boca de Zayn.

O que ele pensa que está fazendo?

Começo a sair do esconderijo quando ele diz em alto e bom som, para que todos no recinto ouvissem:

- E quanto eu teria que pagar para que você mandasse Harry, Perrie e essas crianças pro inferno e ficasse comigo?

Que porra?

- O quê?! - Zayn diz, recuando e colocando as mãos nos quadris.

- Eu gosto do Harry. Gosto mesmo, ele é um bom menino, mas é apenas isso, um menino que vai ter um bebê e quer viver o continho de fadas dele e por mim tudo bem, eu dou a ele o que quiser, por eu sou assim. Gosto de mimar as pessoas a minha volta. - Louis tagarela, em tom esnobe e eu o conheço o suficiente para saber que ele está descaradamente mentindo. Mas porquê? - Mas você, Malik... - Estende sua mão tocando o ombro de Zayn e começa a andar ao seu redor, correndo a mesma por seu peito, braços e costas, se colocando atrás dele -, você é interessante demais para ele. Imagino que alguém como você deseja mais do que viver no campo, trocando fraldas sujas e sem falar que Harry é um menino mimado, cheio de vontades. Ele te deixaria louco, por outro lado eu não tenho filhos, detesto o campo e tenho dinheiro o suficiente pelas próximas dez gerações. Eu sou o homem que poderia te dar o mundo, Zayn.

Zayn permanece parado, confuso, apenas deixando que Louis fique por trás dele, com seu nariz empinado roçando em sua bochecha e descendo de encontro ao seu pescoço e mesmo de longe eu posso ouvir o suspiro que escapa por entre seus lábios. E não era exatamente a fantasia que eu queria. Louis está me passando pra trás.

Aquele traidor!

- Eu quero você! - Ele rosna com a voz grossa, deixando um selinho demorado no maxilar de Zayn que cambaleou para trás quando a mão de Tomlinson agarrou seu membro com força - Deixe-os e fique comigo.

- Oh, sim. - Ele ofega, mordendo os lábios e jogando a cabeça para trás e até mesmo tentando capturar os lábios de Louis.

- Não, não, querido, eu não quero que você me beije. Pelo menos não aqui.

- Onde então?

O dedo de Louis aponta para baixo e no mesmo instante Zayn está caindo a sua frente de joelhos. Seus dedos apressadamente dançam pelos botões da calça de Louis, numa empolgação que eu nunca havia visto antes. Então era assim que ele ficava quando o assunto era dinheiro. Eu não quero isso, não quero um vendido criando o meu bebê, ficando ao meu lado apenas porque alguém lhe pagou por isso. Zayn não tem dignidade ou caráter e talvez a ilusão, o que eu acreditei que fosse amor está se dissolvendo instantaneamente.

- Levanta, inseto! - Louis torna a falar, abandonando a mansidão e desejo da voz. Zayn levanta os olhos para ele, não entendendo e impaciente como sempre Tomlinson o segura, coincidentemente pelo maxilar, o puxando pra cima.

- Qual é o seu problema? Você é louco? - Zayn se debate, tentando afastar a mão de Louis que se fecha com ainda mais força fazendo as unhas cavarem em sua pele. Um sorriso sádico se desenhou em seu rosto, que parecia muito mais maníaco que o normal e eu vi o porquê quando ele colocou seu revólver na têmpora de Malik.

- Sim, um pouco. - Girou os olhos, atirando pra cima e fazendo Zayn pular de susto - Ou muito.

- Louis, não faça isso. - Peço, saindo de trás da cortina. Zayn dobra o pescoço para me enxergar e Louis o segura com mais força.

- Hey, seu pedaço de merda, não olhe, não fale, nem ao menos pense nele. Eu fui um grande mentiroso quando prometi dinheiro para que ficasse com ele, mas é fato que alguém que se vende não vale a pena. Harry merece o mundo e você não é capaz de dar isso a ele. Desta forma você não serve, Malik. Então eu vou dizer apenas uma vez, e quero que escute com muita atenção. Saia por essa porta e case-se com aquela garota, crie seu filho e em todos os momentos da sua vida lembre-se daquilo que perdeu por ser um idiota, porque não há dúvidas de que a melhor coisa que te aconteceu está as suas costas, mas você não deu valor. Você teve a felicidade em suas mãos e simplesmente a deixou escapar. - Louis dita, com os olhos frios e o corpo inteiro rígido, segurando Zayn como se ele fosse de fato um inseto, muito inferior - Eu poderia te matar. - Esfrega o cano da arma em sua pele - Mas eu não vou, porque conviver com seus erros é muito mais doloroso. Vá embora, se esqueça dessa criança, se esqueça do Harry e se algum dia você ousar aparecer em suas vidas eu, com muito prazer, arrancarei o seu pintinho e enfiarei no seu rabo. Parece bom pra você? - Os olhos de Zayn estão quase saltando das órbitas com a forma que ele o encara. Sem dar uma resposta a Louis, o mesmo o chacoalha, gritando raivoso: - Eu fiz uma pergunta!

- N-não, senhor. E-eu sumo. Eu sumo. - Responde com a voz trêmula, levantando as mãos em rendição e Louis o solta.

- Então faça Isso. - E sem precisar de mais incentivo, ele corre porta a fora, completamente apavorado.

O silêncio se instala entre nós, com Louis ainda segurando sua arma e caminhando até a mesa, pegando seu copo e bebendo a bebida, mas antes de finaliza-la me entrega e sem pensar, bebo de uma vez. Não encontrando forma melhor de esquecer tudo o que aconteceu.

- Eu sou um filho da puta intrometido. - Suspira, abrindo uma das gavetas da mesa e abandonando o revólver lá.

- Você só estava cuidando de mim. - Respondo, me mantendo encolhido num canto, querendo sumir do mundo.

- Estava. - Fecha os olhos, respirando devagar - Harry, poderia me levar até o salão?

Concordo o segurando pelo braço e o guiando em direção ao salão. Eu não encontro Zayn e isso me deixa aliviado, mas também não há sinais de Bebe e as pessoas se aglomeram na pista de dança, agarrados em pares ao som da música lenta.

- Louis, onde está Bleta?

- Ela teve uma emergência e teve de voltar a cidade às pressas. Liam a levou. - Responde e eu suspiro, pensando numa forma de passar pelas pessoas e levar Louis de volta ao seu quarto, mas sua mão solta meu cotovelo e segura minha mão.

- O que está fazendo? - Indago, puxando a mão de volta com medo que alguém veja.

- Propondo a tentativa de um novo suicídio duplo. - Ele sorri com carinho, acariciando meus dedos com o polegar - Eu não tenho vergonha, nem medo de segurar a sua mão na frente dessas pessoas, Harry. Eu não me lamento que você seja um garoto e muito menos vejo a sua gravidez como um problema, na verdade eu acho que esse bebê é o seu ponto forte. - Ele ri, apertando os olhos e eu rio, um tanto choroso - Só por uma vez vamos ser livres, vamos ser quem quisermos ser, sem se importar, sem temer. Você precisa de um abraço e eu quero dançar com você. Aceita?

Eu não me permito hesitar. Não me permito encarar os rostos familiares e principalmente, não me permito soltar sua mão e assim o guio para o centro, deixando que ele abrace minha cintura e eu envolva os braços seu pescoço, aproximando nossas testas.

- Tudo bem?

- Eles estão olhando.

- Claro que estão, somos tão bonitos que é impossível ignorar. - Diz, com um sorriso de canto - Contudo se isso lhe incomoda eu o convido a vir até o meu mundo.

- Seu mundo? - Digo apreensivo, vendo por cima do ombro de Louis minha mãe surgir e levar a mão a boca, chocada.

- Feche os olhos e contemple a paz que só a escuridão pode trazer e quando o fizer ninguém mais existirá, seremos só nós dois no nosso universo particular.

- Certo. - Sussurro, fechando os olhos, deitando a cabeça em seu ombro. Sentindo seus braços se fecharem ao meu redor protetoramente, seus cabelos faziam cócegas no meu rosto ao que ele apoiou a cabeça na minha e eu não ouvia mais os cochichos, não sentia os olhares de julgamento. Era apenas Louis, me segurando com força em seus braços, criando o lugar mais seguro do universo para mim. Respirando tranquilamente, assim como se movia ao som de Piaf.

- Quando eu morrer quero que cantem está música. - Segreda em meu ouvido e eu não quero pensar em Louis morrendo - Ora, todos sabem o fim desta história e é comigo morto.

- O meu mundo seria terrível sem você, Louis. - É tudo o que digo, acariciando seus cabelos.

- Eu também ficaria muito triste se morresse agora, de repente me parece tão cedo para partir.

Ele cantarola o restante de Hymne a l'amour baixinho em meu ouvido e eu chego a acreditar que só há nós dois. Quando a dança acaba ele me acompanha até a saída dos fundos do prédio para que eu possa tomar um pouco de ar fresco e Louis está andando de um lado para o outro, xingando Zayn de todos os nomes possíveis quando a grande porta de ferro é empurrada e meu pai a atravessa, sendo seguido por minha mãe que segura seu vestido, apressada. Não tenho tempo nem de realizar que ele está ali antes que ele acerte Louis bem no estômago, que se dobra ao meio, com falta de ar e completamente inocente.

- Harry! Harry! - Resfolega, mexendo as mãos no ar, tentando me alcançar, eu tento alcança-lo, mas logo no primeiro passo recebo um forte tapa no rosto que me joga para trás e logo meu pai está acertando Louis com outro soco e o derrubando no chão, chutando seu estômago. Um grito dolorido seu ecoa.

- Pare, não o machuque! - Grito para meu pai, me levantando e correndo até Louis. Sentando no chão e o puxando para meu colo, ele gemeu pela dor - Shii, calma, sou eu o Harry. Eu estou aqui.

- Ah, meu deus do céu, que palhaçada é essa, Harold? - Meu pai pergunta, batendo o pé e torcendo os dedos, se segurando para não golpear Louis mais uma vez. Que tipo de monstro bate em um homem cego? Louis não é flor que se cheire, mas ele ainda é frágil. Abraço sua cabeça contra meu peito, disposto a protegê-lo.

- Todos viram aquela cena tenebrosa de vocês dois dançando juntos. As pessoas estão comentando. Você já é um rapazinho, Harry, sabe que não pode fazer isso, ainda mais com um...homem. - Ignoro os lamentos de minha mãe, me concentrando apenas em Louis.

- Eu sabia que isso ia acontecer, eu te disse que deveríamos tê-lo mandado para um colégio militar.

- Como se no exército não houvessem homossexuais. - Louis murmura com os olhos apertados, agarrando um de meus braços.

- O que esse traste acabou de dizer? - Desmond vem a frente, com os olhos fuzilando Louis, o rosto afogueado e nem um rastro de paciência e compreensão, mas eu não vejo outro jeito a não ser por todas as cartas na mesa.

Zayn não quis saber de mim e é basicamente um prostituto que se vende pra quem der o maior lance. Meu pai atacou Louis sem qualquer justificativa além da que nós dançamos juntos e minha mãe não parece ver mal algum no fato dele pegar um homem cego desprevenido. Então se for pra tê-los surtando que seja com algo mais lógico.

- Que ter ido para um colégio militar não mudaria em nada eu ser homossexual.

- O quê? Eu acho que não ouvi direito, filho.

- Eu disse que eu sou gay. - Digo em voz alta, pela primeira vez e é libertador. Poder falar isto, ainda mais encarando meus pais, com seus olhos arregalados e queixos caídos.

- Isso não pode estar acontecendo. - Anne se descabela do outro lado, se abanando com o leque.

- Não, tem alguma coisa errada aqui, você não é gay. - Ele rebate, recusando a minha clara admissão.

- Sim, pai, eu sou.

- Você é uma criança! Não sabe de nada. - Rosna abaixando e puxando Louis pela gravata que grunhi sem ar e eu levanto em seu encalço, empurrando meu pai para longe dele - Foi esse viado imundo quem colocou essas idéias na sua cabeça, não é? Eu ouvi o discurso na mesa, defendendo essa gente.

- Olha só ele tem orelhas também, é coisa de família, Haz? - Louis brinca se apoiando na parede e apertando minha bochecha. Péssima hora Louis e meu pai torna a pular contra ele. Cubro o corpo de Tomlinson comigo e ele se controla para não me socar, acho que ele irá se arrepender em breve de não ter dado aquele soco.

- Sai da frente.

- Não, pai. Eu não vou deixar você machuca-lo, ele não tem nada haver com isso. Louis é apenas meu amigo e ele não colocou ideias nenhuma na minha cabeça. Eu faço parte daquela gente, como o senhor mesmo disse, muito antes de conhecê-lo. - Falo destemidamente, encarando seus olhos que piscam atônitos e ele não aceita.

- Não diga besteiras. Você é normal. Anne dê um jeito no seu filho, antes que eu o castigue aqui mesmo.

- Venha, querido, você está cansado, foi um longo dia. - Minha mãe tenta intervir, tocando meu braço e eu encontro em seus olhos o mesmo olhar de negação nos olhos do meu pai. Não adianta.

- Eu sou normal. - Respiro, apertando os olhos, antes de voltar a encara-los - Eu vou ter um bebê e isso também é normal.

- Um bebê?

- S-sim.

- Está me dizendo que além de gay, você já esteve com alguém e pode engravidar? - Des pergunta lentamente e é quase possível ver os parafusos se revirando em sua cabeça, conforme as coisas vão fazendo sentido para ele, o mesmo acontece com mamãe.

- Estou. Eu fui embora quando descobri com medo da reação de vocês.

- Foi embora? Mas isso já tem meses, Harry! - Minha mãe diz com o rosto empalidecido.

- Você mentiu para nós e está... - Ele abaixa os olhos para minha barriga, procurando algum sinal. Instintivamente coloco os braços em frente -, essa coisa está crescendo dentro de você.

- Não é uma coisa, é o meu filho.

- Quem é o pai?

- Um cara. - Dou de ombros, não querendo envolver Zayn nisso.

- Ótimo. - Meu pai esfrega o rosto com raiva e chama minha mãe: - Anne, vá até lá dentro e chame o delegado Sheeran, diga que temos um réu confesso conosco. Você irá pra cadeia.

- Vai denunciar nosso filho?

Meus olhos se arregalam em descrença.

- Pai...

- Eu não sou seu pai! - Ele berra fechando o punho e o desferindo em direção ao meu rosto, me encolho, com medo e por um milagre ele não me acerta, melhor dizendo, não o deixam me acertar, porque algo o acerta e ele cai inconsciente. Niall larga o violão no chão e Ed está ao seu lado.

- Você matou ele! - Sheeran grita, apavorado.

- Não temos tempo pra isso. - Niall se apressa em apoiar Louis em seus ombros e carrega-lo. Ed também me puxa, para me tirar dali, mas minha mãe apanha minha mão.

- Harry, fique. Nós podemos resolver isso, dizer que foi um engano. - Encaro seus olhos, que embora repletos de amor, não oferecem nenhum tipo de apoio.

- Eu sou assim e não posso e nem quero mudar. Eu queria muito que vocês me aceitassem, mas se não puderem tudo bem, não ficarei sozinho. - Suspiro, apertando sua mão antes de solta-la, com pesar - Lembre-se que eu amo vocês.

- Harry! - Ela grita quando, juntamente com os garotos eu corro para longe de tudo aquilo.

Xx

Louis aluga uma limousine em algum momento da noite, quando ele compra uma dúzia de garrafas de bebidas e proporciona o sonho da vida dos meus amigos de ficaram bêbados, depois de rodar a cidade sem destino certo acabamos deitados na grama do lugar preferido de Niall. O campo de golfe. Ele e Louis jogam uma série de partidas enquanto Ed e eu ficamos deitados observando as estrelas, eles se juntam a nós e eu conto a minha situação a eles que me abraçam e oferecem todo o apoio do mundo. Sendo os melhores amigos que alguém poderia ter até Louis perguntar quem queria entrar numa competição pra ver quem esvaziava mais garrafas de cerveja e a energia mudou totalmente.

Deixamos Niall e Ed em suas casas, com telefones trocados entre eles e Louis e até mesmo selinhos triplos. Que ultraje!

Já passa das duas manhã quando Louis volta para o seu lugar na limousine, ao meu lado. É grande e espaçoso, mas eu prefiro me espremer ao seu lado, aproveitando que o motorista particular está a metros de distância e o vidro fumê, a prova de sons levantado, nos dando total privacidade.

- De volta a Londres?

- É o jeito. - Respondo não tão infeliz por dizer aquilo, mantendo minha cabeça descansando no ombro de Louis. As luzes dos postes refletem dentro do carro e eu tenho alguns flashes de seu sorriso ao me ouvir - Você queria que eu ficasse com você?

- Vergonhasamente admito que sim. Eu me acostumei com a sua presença. Estou triste sobre como as coisas aconteceram, mas feliz por não ter te perdido.

- Você não vai me perder. - Murmuro, me ajeitando no banco e encostando a cabeça no estofado de couro, ele faz o mesmo, deixando seu rosto a centímetros do meu e Deus, ele é tão bonito. Com aquele cabelo desgrenhado, caindo em seus olhos felinos e a boca cor de rosa que eu ainda mantenho na mente o sabor. Sua camisa está desabotoada até metade do peito e a gravata abandonada em algum lugar em companhia com meu blazer. Estamos tão relaxados e a vontade, tal como embriagados, o que serve para me desinibir e não dar tanta importância aos meus problemas agora.

- Você vai continuar comigo. - Fala, piscando preguiçosamente, a cabeça caindo um pouco mais para frente. Apoio a mão em sua coxa.

- Louis, você é tão bonito.

- Uhum.

- Não, você não está entendendo, você é incrivelmente bonito que eu desfaleço a cada vez que te olho. - Suspiro, sugando o lábio inferior ao assistir os lábios úmidos de Louis se moldarem em um sorriso malicioso.

- Você é muito flertador, Harry! Os garotos precisam tomar cuidado com você.

- Fodam-se os garotos, eu quero você, Tomlinson. - Reclamo sério, mas ele ainda entende tudo como uma brincadeira e ri, se afastando para pegar seu estojo de cigarros.

- Okay. - Seus ombros ainda chacoalhando ao que acende um e o coloca entre os lábios, dando um trago e soltando a fumaça que rapidamente escapa pelas janelas abertas - Eu gostei bastante dos seus amigos. Eles são divertidos, nada parecidos, mas definitivamente divertidos. Ed é apaixonante, se eu tivesse uns anos a menos ele seria o meu tipo. - Meu rosto se contorce em uma careta. Ed, sério? E quanto a mim? - E o Horan. Deus, que figura! Grande rapaz! - Alheio a minha carranca, Louis joga um dos braços sobre o encosto do banco e se senta mais a vontade, com as pernas abertas e um sorriso fácil - Ele até mesmo me pediu conselhos.

- Conselhos? Sobre o quê? - Estreito os olhos, cada vez mais irritado em saber que Louis se envolveu tanto com os meus amigos.

- Mulheres. Melhor dizendo uma mulher em especial, ele está apaixonado por uma garota que pelo visto está compromissada. Depois que ele me venceu na nossa disputa desatou a falar sobre a tal. Ele a ama de verdade e estava tão devastado.

Oh.

- E o que você disse a ele?

- Bom, sendo um homem mais velho e vivido eu o aconselhei a fazer a coisa mais lógica. - Tomlinson dá um novo trago e suspira: - Roubar a garota.

Dou um salto no banco, virando meus olhos arregalados para Louis Tomlinson, pedindo aos céus para que eu esteja delirando e o que acabei de ouvir não passe de pura ilusão da minha mente distorcida.

- Roubar a garota? Que porra de conselho é esse? - Grito, totalmente descontrolado.

- Hey, que escândalo é esse? Menos, Harry, bem menos. Olha, eu não estava me referindo a um sequestro, estava mais pra ele invadir o baile montado em um cavalo branco e a convidar a partir com ele. Só isso.

Encaro seu semblante, tranquilo como o habitual, não parecendo se dar conta da besteira que acaba de sair de sua boca e continua:

- Ele gostou tanto da ideia, mas começou a achar um monte de defeitos, então eu lhe dei algumas libras para que ele alugasse o cavalo e tivesse o suficiente para escapar com sua amada. Ele só ia buscar algo em casa e voltaria para o baile quando partimos.

- Louis, você aconselhou o Niall a fugir com a minha irmã. - Digo e finalmente seu sorrisinho travesso cai por terra e ele engole em seco.

- Oh, que coisa! - Balbucia corando. Acontecimento inédito. - Então está tudo bem. Gemma é uma garota grande e forte, capaz de dar um belo chute no saco do irlandês se não for a favor do plano.

- Como você sabe que ela é grande e forte?

- Horan me descreveu ela mais cedo e eu tenho de admitir que ela me pareceu muito gostosa. - Louis solta a fumaça devagar e eu me sinto enjoado, não sabendo ao certo se é pela fumaça ou suas palavras.

- Desnecessário.

- Pelo amor, Harold! Eu tenho consciência de que a Charlotte é gostosa, não sei porque o drama. Deveria ficar orgulhoso dela.

- Isso é tão desconfortável.

- Desconfortável é ficar com frescurinhas invés de aproveitar a vida. Você sabe que nosso tempo aqui é curto, não devemos desperdiça-lo com medo ou ansiedades, se temos vontade de fazer algo porque não fazer? Viva como se não houvesse amanhã é a melhor coisa que alguém pode fazer e eu irei para casa com a satisfação de que ao menos alguém neste vasto mundo o está fazendo.

- Niall é um tolo, assim como você. - Digo atrevido, lhe arrancando uma risada seca e decidido a me manter calado por todo o caminho, o que não acaba acontecendo - Se esse fosse o seu último dia, o que acharia dele?

- Foi um bom dia. Não o melhor, mas foi realmente bom. Eu fiz e vi tanto nessa vida, é, eu poderia partir tranquilamente nesta noite.

Me arrasto de volta a minha posição antiga com meu rosto próximo aos seus cabelos e repousando minha mão em sua coxa.

- E você?

- Eu ficaria desapontado.

- Porque?

- Estaria partindo com uma pendência. - Passo a deslizar minha mão por sua coxa, ficando perigosamente perto de sua virilha. Seu corpo enrijece e eu aproveito para beijar seu maxilar, novamente coberto pela barba bem moldada que pinica meus lábios e a sensação tão prazerosa me leva a esfrega-los por ela.

- Que-que pendência? - Ele pergunta com um pouco de dificuldade, fingindo não estar sendo afetado por minhas investidas.

- Te ouvir gemer. - Respondo tomado pela coragem da embriaguez que me leva a roçar os dentes por seu queixo, ouvindo um leve suspirar de sua parte - Eu já te ouvi gemer antes, mas eu preciso de algo mais específico.

- Como gemer o seu nome?

- Isso. O meu nome. - Ofego, sentindo sua mão, antes apoiada no encosto do assento envolver meus cachos e forçar meu rosto contra o seu e eu não hesito em afundar o rosto em seu pescoço, correndo a língua por sua pele e em seguida chupando, afim de deixar uma marca no mesmo instante em que minha mão alcança seu membro.

- Ah, Harry. - Louis geme baixinho, jogando a cabeça para trás e me dando maior acesso - É assim que você quer?

O examino pelo canto dos olhos, trilhando um caminho de beijos molhados desde a veia saltada em sua garganta até seu ouvido, soprando contra o mesmo:

- Foi um belo gemido, mas ainda não é o que eu tenho em mente. Eu preferia algo mais intenso, desesperado, entende? Tão embargado de desejo e luxúria que meu nome sairia dos seus lábios como se fosse o palavrão mais sujo e devasso da fase da terra e que você estivesse tão destruído que sua mente não conseguiria pensar em nada além de mim, que eu fosse toda a sua fonte de prazer. Eu quero que clame pelo meu nome como se eu fosse o anjo que te leva ao céu e o demônio que te arrasta ao inferno, tudo ao mesmo tempo. É isso o que eu quero.

- Wow, você está sendo um pouco exagerado. - Ele gargalha, enrolando os dedos nos meus cabelos - Eu gosto tanto dos seus cachinhos, girafinha.

- Não. - Agarro sua mão, a afastando do meu cabelo e a colocando dentro da minha camisa - Não me chame de girafinha ou criança. - Louis se deixa levar e eu a deslizo pelo meu tronco, passando pelo meu abdômen, subindo pelo meu peito e fazendo com que ele esfregasse meus mamilos e os sentisse duros pela excitação, excitação está causada por ele - Essa pode ser a última noite de nossas vidas e eu não quero desperdiça-la com coisas como diferença de idade, a sua visão, a minha gravidez, uma guerra, perdas, preconceito ou a porra da lei. Pelo menos hoje eu quero me atrever a derrubar os muros que nos separam e te tocar, sem ter medo de sei lá o que. Porque eu me sinto tão seguro ao seu lado que o receio parece errado, eu quero parar de fingir que eu não me sinto fodidamente atraído por você, Louis, eu quero parar de fingir que aquele beijo não foi uma das coisas mais especiais de toda a minha vida. Você é especial demais e eu o quero. Quero tanto que eu poderia morrer se não toca-lo neste exato momento. - Confesso num sussurro inaudível, mas tenho a certeza de que Louis pode ouvi-lo claramente com minha boca colada ao seu ouvido. Há um minuto inteiro de inquietação do meu ser inteiro até que ele dê uma resposta, que não vem por palavras, e sim por um pequeno gesto de seus dedos capturando meu mamilo e o apertando com força me arrancando um soluço dolorido.

Pendo a cabeça para frente, fechando os lábios num pedaço de pele em seu pescoço enquanto começo a mover minha mão, massageando seu pau que eu posso sentir deliciosamente duro, mesmo através do tecido da calça. Próximo ao cós encontro sua glande e desmancho o primeiro botão para poder deixa-la para fora e pela segunda vez eu posso contempla-la, a cabeça larga e avermelhada, expelindo pré-gozo pela fenda ao que pressiono o polegar contra ele, ouvindo o som de engasgo que escapa dos lábios entreabertos de Louis.

- Eu quero sentir você inteirinho dentro da minha boca. - Gemo contra sua pele quente, pressionando o polegar com mais força e esfregando o meu próprio membro na lateral de sua coxa, a procura de um pouco de alívio - Ficando molhado e escorregadio com a minha saliva e deslizando na minha língua, me fazendo engasgar e se mover com tanta força e rapidez até vir quente e gostoso na minha garganta.

Louis abre a boca, tencionando falar, mas o que sai é um gemido.

- Eu deveria d-dizer não. Estamos bêbados demais. - Sua voz não tem nenhum rastro de toda a firmeza e convicção natural, ela está rouca e denota um tesão que manda vibrações diretas para o meu pau.

- Então é melhor ficar calado. - Aperto seu pau, sem um pingo de delicadeza e Louis treme em choramingos.

- Como se atreve, pirralho impertinente?! - Louis diz com a voz irritada e eu imagino uma súbita e aterrorizante mudança de humor.

E de repente ele está se jogando contra mim. Uma de suas agarrando meus cabelos e os apertando com força entre seus dedos e a outra soltando meu mamilo para arrebentar os botões da minha camisa. E essa sua brutalidade quase animalesca é o que me leva a gemer, dando a ele a brecha que precisava para afundar a língua em minha boca, unindo-se a minha tão quente e molhada quanto a sua em um beijo profundo e ávido.

- Mmm... Tão gostoso. - Gemo ao que ele puxa meu cabelo, afastando a boca da minha para chupar minha clavícula, descendo para os mamilos e fechando os lábios no meu ponto sensível - Isso, isso, use sua boca em mim. - Mordo os lábios, subindo as pernas para o banco, sentindo minhas costas se chocarem com a porta.

- Será que você pode ser mais escandaloso acho que o pessoal do outro lado do Atlântico não ouviu? - Louis levanta o rosto para mim, contrariado, com os dentes raspando na pontinha do meu mamilo, e esta sensação me faz gemer em um tom elevado novamente. Mais irritado ainda Tomlinson fecha os dentes em meu mamilo e eu abro a boca, prestes a gritar de verdade quando sua mão pesa sobre ela, me calando - Estamos em um carro com outra pessoa, Harry. Você inventou isso, então pode colaborar? - Arregalo os olhos, me contorcendo debaixo dele - Hein, amor?

Oh, isso soa muito melhor do que girafinha. Definitivamente.

Projeto o quadril pra frente, esfregando no de Louis e ele entendo o recado. Ainda tapando minha boca ele torna a se sentar, puxando o meu corpo para cima do seu, esparramo as pernas nas laterais de seu corpo e ele começa a esfregar seu membro ereto no meu. A glande livre vazando contra meu abdômen, tenho a boca salivando de vontade de chupa-la. Os cabelos de Louis caem contra seu rosto avermelhado, a boca em um tom ainda mais vivo solta ofegos e grunhidos infindáveis próximos ao meu rosto e a luz da lua reflete sobre todo o seu corpo deixando-o ainda mais magnífico, se é que isso é possível. Agarro seus quadris, o pressionando com mais força contra o meu.

- Oh, porra! Harry, está feliz agora? Era isso o que você queria. - Grunhe, e eu finco minhas unhas em seu peito, sentindo seu pau deslizar com mais força contra o meu - Consegue sentir isso? O quão duro você me deixa.

Ele me quer.

Balanço a cabeça afirmativamente até perder as contas e Louis continua a se mover contra mim, usando uma das mãos para agarrar minha bunda e apertar a carne com tanta força que me faz cair ainda mais contra seu corpo, mas a outra está me impedindo de gemer ou tecer elogios a sua perfeição. Até que eu consigo alcançar sua glande e a acariciar tão levemente que o fez se contorcer em agonia e ele afasta a mão para abaixar a calça liberando seu pau totalmente.

- Hum, você é tão grande e tão gostoso. Eu quero tanto te ter dentro de mim, por favor, por favor. - Digo tudo de uma vez, agarrando as lapelas de seu blazer e gemendo contra sua boca sentindo seu membro sendo esmagado entre nossos estômagos. Louis agarra minha bunda com as duas mão e puxa meu lábio inferior entre os dentes.

- Porque não cala a boca e usa a língua pra algo mais útil, hein?

- Sim, sim, por favor. - Assinto de imediato. Louco para me pôr de joelhos e provar o quão bom eu posso ser com a boca, porém minhas pernas não colaboram e eu simplesmente não consigo me mover, seguro seu pau duro e minhas mão tremem, incapazes de firmar um aperto - Merda.

- Algum problema? - Ele pergunta beijando suavemente minha bochecha.

Minha respiração engata ainda mais ao que eu não consigo realizar o que tanto quero e eu vou ficando cada vez mais impaciente e angustiado, até não conseguir mais respirar direito e sentir falta de ar. Meu resfolegar alto chama a sua atenção.

- Hey, Hazza. Amor, tudo bem? - Louis envolve os braços ao meu redor, me abraçando apertado. Eu não sei o que há de errado, a minha cabeça dói e a minha visão está embaçada - O dia foi intenso demais e você bebeu bem mais do que o prudente. Você só está cansado. Lembra-se o que Bleta disse sobre fortes emoções?

- Não, eu quero você. Quero agora. - Choramingo, tentando rebolar no seu colo e não sendo capaz nem disso.

- Não precisa ser agora, nós temos todo o tempo do mundo. - Louis se apressa em dizer, me apertando com ainda mais força e se deitando no banco, deixando meu corpo encolhido sobre o seu. Ele afasta meus cabelos úmidos e beija minha testa carinhosamente - Nós podemos ficar abraçados e eu te beijarei até que você durma, parece bom pra você?

- Uhum. - É tudo que consigo dizer, me sentindo quente e molhado de suor.

- Pra mim também. - Ele segura minha mão, beijando cada um dos meus dedos com cuidado e eu fecho os olhos, pouco a pouco, sentindo a calmaria se apossando de mim - Tenham bons sonhos, bebês. - O ouço sussurrar deixando um beijo no topo da minha cabeça e eu realmente tenho bons sonhos.

Eu sonho com ele.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro