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10 • | everywhere we go, we're lookin' for the sun


O vento soprava do lado de fora, ecoando pelas frestas das janelas. Juntamente com o ronco suave do motor formando uma harmonia perfeita para me manter no país dos sonhos, onde eu me encontrava todas as manhãs quando me arrastava para fora da cama, entrava em meu uniforme e jogava meu corpo mole e sonolento no banco traseiro do carro. Liam não se importava, ele tinha uma voz bonita e cantarolava o caminho todo, só agravando o meu sério caso de sono infinito e hoje não era diferente. Estávamos em uma tediosa e feia manhã de segunda feira, onde eu estava confortavelmente encolhido no banco usando a mochila como travesseiro até que uma freada brusca me joga para frente, não o suficiente para machucar, mas para me fazer bater a testa no encosto do banco do motorista.

- Harry, você está bem? - Liam dobra o pescoço para poder me ver, os olhos grandes e alarmados.

- Sim. O que houve? - Pergunto esfregando a testa um pouco dolorida e espreitando os olhos pela janela para ver o que está acontecendo. Liam faz o mesmo.

Há um aglomerado de pessoas, os carros ao nosso lado, atrás e na frente também estão estacionados e até os motoristas estão saindo para ver o que se passa. O mais esperado é que seja um acidente, mas as pessoas não parecem preocupadas ou tentando procurar por ajuda, pelo contrário, riem e alguns portam máquinas fotográficas. Um carro de reportagem estaciona atrás de nós e tudo é estranho demais.

- Eu vou fazer um desvio. - Payne anuncia, buzinando e espantando as pessoas, prestes a mudar a rota, quando um grito chama nossa atenção.

- Não! Por favor, é só uma criança! - Uma voz desesperada berra no centro da multidão.

- Não ouse chamar essa cria de satanás de criança! - Diz uma voz mais madura e severa. A multidão começa a gritar em uníssono "queima" e eu sei exatamente do que se trata. Antes que eu mesmo possa me impedir, estou abrindo a porta e correndo entre o aglomerado de corpos, me espremendo entre o espaço escasso para chegar até o meio. Ouço os gritos de Liam por mim, mas nada pode me impedir.

Em Holmes Chapel haviam castigos e execuções públicas, organizadas principalmente pelas famílias em conjunto com as igrejas. Por sorte haviam muitos padres que eram veemente contra esse tipo de prática e se recusavam a participar, mas haviam outros que não partilhavam da ideia e eram verdadeiros monstros, juntamente com outros lideres religiosos que acreditavam fazer o certo. Meus pais jamais deixaram que eu ou Gemma presenciassemos um, pelo bem ou pelo mal, eles sempre quiseram nos proteger e neste momento eu me lamento por não ter levado em consideração as palavras de minha mãe.

"Sempre que houver um episódio desses dobre a esquina e vá para o mais longe possível. Se houver gritos, tape os ouvidos, se houver imagens, feche os olhos, mas nunca, nunca em hipótese alguma chegue perto de uma coisa como aquela, Harry. Você jamais irá se esquecer."

Na época eu acreditava ser exagero, mas adivinhem só, não era. Havia um homem, deveria ter vinte e poucos anos, pele morena, cabelos escuros e um rosto bonito e sereno, ele tinha uma corda no pescoço e estava suspenso no ar por um poste. Seu corpo coberto de sangue e cortes profundos, um destes tão grandes que seus intestinos estavam para fora. Coloquei a mão em frente a boca para evitar vomitar ali mesmo e em seu rosto bonito, gravado nas bochechas as palavras que as pessoas tanto adoravam usar: bichinha na esquerda e viado na direita. Cortes tão profundos que expunham os ossos da mandíbula.

E então eu vi o dono dos gritos, era um garoto de cabelos ruivos que me fazia lembrar de Ed, mas ele não estava sorridente ou de bem com a vida como meu amigo sempre estava. Seu rosto estava pálido e abaixo dos olhos marcados por grosseiros anéis roxos, as roupas rasgadas e os braços em carne viva por uma série de arranhões e até queimaduras, mas o que chamava mais atenção era a sua barriga, maior do que a minha e a forma como a qual ele andava, parecendo sentir dor. Por um instante pensei que ele estivesse grávido, mas ao encontrar um padre com um pequeno embrulho nos braços descobri que ele tinha acabado de dar a luz.

Era a primeira vez que um bebê nascia de um homem e ele era normal, um bebezinho perfeito como qualquer outro. Mas infelizmente eu não parecia ser o único a saber disso.

- Por favor, faça o que quiser comigo, mas não o machuque. - Ele implora, dando mais um passo com dificuldade, uma mulher ali perto o chuta nas costas e ele cai de joelhos.

Movido pelo meu extinto natural - que acreditava ser partilhado por todos os humanos - de ajudar uns ao outros, me faz dar um passo a frente tencionando ajuda-lo, mas Liam me agarra pelo braço e me puxa até que eu volte para o meu lugar.

- Não, você não pode intervir. Eles o considerariam um apoiador e no seu estado não seria difícil conseguir uma condenação, Harry. - Ele alerta, levantando o rosto para onde a cena se desenrola, com os olhos marejados e o maxilar tensionado, mostrando que eu não sou o único que se sente impotente com isso.

- Não o machucar? - O padre diz em zombaria - A sua existência é uma afronta a Deus.

- Os seus atos é que são uma afronta a Deus. - O garoto encontra forças para gritar, lutando para se colocar de pé, embora eu veja a dor em seu rosto.

- Calado, iníquo. - O padre torna a falar, desta vez com mais raiva, assustando o pequeno bebezinho em seu colo que começa a chorar.

- Não grite, você está assustando ele.

- Oh, estou? - Ele tira o cobertor que protegia o bebê do vento frio e o levanta, expondo-o, um garotinho minúsculo com um corpinho avermelhado se contorcendo pelo frio e chorando sem parar, dizem que bebês tão jovens não enxergam os pais, mas mesmo assim ele tem os bracinhos estendidos na direção dele. O chamando e o garoto se arrasta tentando alcança-lo.

- Liam, por favor. - Peço sem saber direito o quê, mas ele não me ouve, seus olhos estão fixos a nossa frente e eu não suporto mais ver aquilo. É cruel demais.

- Essa é a doença que os nazistas deixaram para nós! - Berra, balançando a criança que chora ainda mais forte - Criaram essas aberrações. - Aponta para o rapaz que está sendo agarrado por dois homens enormes, um deles com uma corda na mão - Que colocam no mundo os filhos do demônio. - Levantou o bebê ainda mais alto, que abriu seus olhinhos molhados, parecendo entender tudo, ao encarar a multidão com medo e tristeza. Ele sabia o que ia acontecer, todos sabem o seu destino - Só há uma punição digna para tal pecado...

A voz do padre começa a ficar distante, os rostos distorcidos e o ar escasso. Minha visão vai se apagando gradativamente, assim como meu corpo fica mais difícil de ser sustentado. De repente, tudo o que vejo são borrões, borrões de rostos desconhecidos passando por mim em alta velocidade, ou seria eu que estava rápido demais? Mas como eu faria isso sem nem ao menos estar andando? Olho para cima e é o rosto de Liam que eu vejo, porém o gosto de bile na boca faz com que eu o afaste e corra até a lixeira mais próxima, vomitando até sentir meu corpo inteiro tremer pelos espasmos violentos e minha garganta arder como se ficasse em carne viva como os braços daquele garoto. Caio de joelhos, colando a testa no metal frio, abraçando minha barriga e soluçando ao pensar naquele pobre bebezinho. Ele não teve uma chance. Não teve escapatória, foi condenado em frente aquela maldita multidão que continuava a gritar.

- Malditos, malditos, eu quero que vocês queimem! - Digo, mas infelizmente não sai tão alto quanto eu gostaria.

- Harry. - Liam diz, baixinho, me puxando pelo ombro e eu o encaro, sentindo meus olhos arderem com uma nova chama de determinação.

- Ninguém jamais colocará as mãos no meu bebê, ele não conhecerá esse mundo podre, cheio de pessoas ruins. Eu construirei um mundo perfeito e é lá que ele ficará a vida inteira, sã e salvo.

- Não pode fazer isso. - Fala com a voz branda.

- É claro que posso. - Praticamente rosno, baixando os olhos para meu ventre - Ele é meu!

Liam acaba por refazer o caminho de volta para a mansão e eu me enfio debaixo das cobertas, avisando Charlotte de que não poderei desempenhar minhas tarefas pois não me sinto bem. Ela entende e me deixa dormir tranquilamente por quase o dia todo. Eu oscilo entre dormir e acordar, sempre com a lembrança do que eu vi pela manhã na cabeça. O rangido tímido da porta me faz rolar na cama e me surpreender com Louis batendo sua bengala pelo piso. É muito mais prático quando ele a usa, evita os seus frequentes tropeços.

- Girafinha?

- Estou aqui.

- Certo, agora eu só preciso descobrir onde o aqui fica. - Louis diz com bom humor, alcançando a cama e se deitando comigo, ficando cara a cara - Oi.

- Oi. - Digo baixinho, observando as duas safiras em seus olhos tremulando, acho que nunca me acostumarei com o fato de olhos tão bonitos e expressivos não serem capazes de me ver.

- Liam me disse que você viu algo ruim hoje.

- Foi a primeira vez, meus pais nunca me deixaram ver antes. Eu achava que fosse exagero deles, mas hoje eu descobri que eles estavam...

- Certos. - Completa com um pequeno sorriso - Os pais sempre sabem o que é melhor para os filhos, mas às vezes podem tomar decisões precipitadas.

- O Liam te disse.

- É claro que disse, eu não o pago para isso, mas ele me mantém muito bem informado. Sabe que não pode fazer isso, não é? Não pode isolar essa criança do mundo.

- O mundo não a merece, ele a quer morta. - Respondo firme, crente de que está é a única forma de mantê-la em segurança.

- Nem todo o mundo.

- Eu vi a multidão, em Holmes Chapel eles faziam o mesmo. O mundo inteiro está cheio de ódio e preconceito, eu não a quero no meio disso. - Soluço, sentindo minhas garganta se fechar e uma angústia crescente no peito.

Ele suspira, chegando o corpo para mais perto do meu e deixando que a ponta do nariz tocasse a minha. O que houve ontem ainda era um mistério, nós havíamos nos beijado, mas não demorou para que Clare e Bebe nos encontrássemos e estivéssemos de volta pra casa. Desde então não havíamos nos visto ou falado.

- Sim, existe. Contudo há amor e compreensão. Não pode se esquecer disso, ainda existem pessoas capazes de fazer o bem. - Diz com seu sorriso se alargando ao que passa o nariz no meu, fazendo cócegas e me arrancando uma risada involuntária - Como alguém tão bonitinho pode ter uma risada tão esquisita?

- A minha risada é estranha? - Pergunto, formando um biquinho nos lábios que para a minha surpresa são beijados por Louis, brevemente.

- Parece uma foca sendo estrangulada, é bizarro. - Ele responde rindo e parecendo não se dar conta de que sua boca está colada a minha.

- O que significa isso?

- O quê? - Levanto o rosto para juntar novamente nossas bocas, em um leve encostar de lábios.

- Isso. - Acaricio seu maxilar afilado com a ponta dos dedos, sentindo a barba que começa a crescer pinicando os mesmos.

- Nada. Não precisamos dar título a tudo, eu apenas senti vontade e fiz.

- Parece simples.

- E é. - Ele diz com um sorrisinho perverso, mordiscando meu lábio inferior, enquanto sua mão se infiltrava em minha camisa, desenhando espirais em minha barriga - Não fique triste.

- Porquê? - Sussurro, enfiando o nariz em sua camiseta e aspirando seu perfume gostoso, me deliciando com o seu toque aconchegante.

- Porque me deixa triste também. Nós somos amigos e amigos cuidam um do outro, Harry. E eu prometo que vou cuidar de vocês dois.

- Não faça promessas que não pode cumprir. - Ele enterra o nariz em meus cabelos e sinto seus lábios se movendo contra minha testa ao que ele fala:

- Eu posso e vou cumprir. - Sinto seu sorriso contra a minha pele, acabamos por adormecer pela primeira vez na mesma cama.

Xx

Os garotos do London Oratory School eram muito diferentes dos garotos de Holmes. Com as minhas notas não seria difícil conseguir uma bolsa em Eton, mas eu optei pela Oratory por ser consideravelmente mais perto da casa do Sr. Tomlinson. Além disso, eu alimentava uma vaga, porém ardente, esperança de que por Londres ser uma cidade grande e a capital da Inglaterra as pessoas por aqui seriam mais evoluídas e liberais. Só que é justamente o contrário. Todos aqui são triplamente mais conservadores do que em minha antiga cidade.

Haviam muitos garotos como eu, Luke e Zayn, que transavamos com outros garotos, mas fingiamos ser héteros. Ninguém te dedurava ou ameaçava contar seu segredo, porque estavam no mesmo barco, haviam alguns que nem eram totalmente gays, muitos preferiam não se rotular e simplesmente aproveitar o momento. Sendo assim a discrição de todos os envolvidos era vital e talvez, só talvez, eu pensasse que seria assim também por aqui. Não é.

A maioria é hétero e não do tipo, sou hétero e pronto acabou. Eles são daquele tipo chato que gostam de ficar competindo entre si para ver quem é mais macho, escarram, mijam nos postes, fumam charutos nos intervalos das aulas, bebem conhaque e ficam dizendo que tem o pau maior do que o do outro, mas o pior, sem dúvida, é com as garotas. Nosso colégio é apenas de garotos. Porém, do outro lado da rua fica o Lady Ângela, outro colégio católico dedicado as meninas.

Por meus colegas serem uns porcos nojentos eu acabei por me afastar deles e ficar próximo delas, que aliás eram garotas incríveis que não mereciam as coisas nojentas que eles diziam às suas costas. Cara Delavigne era a mais bonita e popular do Lady Ângela, seu pai queria que ela fosse freira, mas ela estava secretamente em uma banda e pretendia partir em turnê assim que se formasse. Ela havia se tornado uma grande amiga em pouco tempo, assim como as irmãs Kendall e Kylie. Nunca disse nada a elas sobre ser homossexual, mas garotas parecem saber de todas as coisas, então não falávamos disso.

Entretanto, os meninos do Oratory não viam com inocência a nossa amizade. Sempre que me viam perguntavam qual delas eu tinha comido hoje. Acredito que palavras de baixo calão só são aceitáveis durante uma transa na qual ambos gostam disso, em outras circunstâncias é ofensivo e repugnante. Mas como eu não podia dizer isso - criei um certo pavor de me impôr desde que vi aquele episódio de horror em praça pública, eu tinha medo que me descobrissem - então apenas lhes dava um sorrisinho amarelo e dizia que éramos só amigos.

O só amigos não convencia ninguém, aparentemente homens e mulheres não podem ser amigos sem que em algum momento um pule em cima do outro como animais famintos, incapazes de resistir um ao outro. O que é absurdo. Isso se dá a atração, que pode ser muito bem controlada, e não a um instinto selvagem que os obriga a copularem, estamos falando de pessoas e não animais. Mesmo assim os boatos cresciam a meu respeito, o garoto de cabelos cacheados e covinhas que estava seduzindo todas as garotas do lar das freiras, até haviam boatos de que se uma mulher ficasse na mesma sala que eu, em menos de meia hora eu a teria.

Fala sério! No meu antigo colégio levava pelo menos uma semana para que eu conseguisse conquistar alguém.

Qualquer garota perto de mim se tornava automaticamente a minha namorada e isso começou a aborrecer ambos os lados, primeiro as reitoras e freiras do Lady Ângela que proibiram as garotas de se sentarem ao jardim e aos meninos do Oratory que tinham desenvolvido uma espécie de inveja, por aparentemente eu conseguir todas as meninas que eles queriam.

Lance Carter, era o capitão do time de futebol e o maior brutamontes de todo o colégio, todos sabiam de sua paixão antiga por Cara. Menos ela. Alguns garotos afim de sacanear com ele, vieram atrás de mim. Uma roda com mais de sete garotos com o dobro do meu tamanho num amontoado de músculos e cheiro de suor que me fizeram ficar com as pernas bambas e implorando a Deus que tivesse piedade, eles não queriam me matar, só queriam algo de mim.

Ou melhor, algo que somente eu, o Don Juan do London Oratory era capaz de conseguir: A calcinha de Cara Delavigne, como um presente de despedida para Lance que estava de mudança para a Austrália.

Eles fizeram questão de ressaltar o quanto queriam a peça de roupa para o dia seguinte. Contudo chegar até ela era impossível com as portas do Ângela fechadas e nem que eu tivesse coragem ousaria pedir algo assim, embora eu soubesse que eles também estavam à procura de uma prova de que eu realmente tinha estado com aquelas garotas. Eu não queria ser o mulherengo, mas também não queria ser o gay.

Era um posição muito difícil.

O sol razoavelmente morno me mantinha aquecido, deitado na rede em meio ao início do bosque que se encontrava no jardim dos Tomlinson. Era próximo ao estábulo, sendo assim podia ouvir o relinchar dos cavalos, Átila estava barulhento e inquieto, estávamos em um daqueles dias tristes. Onde Louis não acordava. Era como um aviso do que viria a seguir, Bleta era imediatamente chamada, enquanto ele estava preso naquele pequeno coma onde o seu corpo se negava a despertar e enfrentar a dor que sabia estar por vir, era inevitável e quando seus olhos se abriam tudo vinha à tona. Então iniciava a sessão de gritos e a luta constante com Liam e Bebe até que ela o medicasse, num bom dia ele apaga e quando desperta está novinho em folha, nos maus dias, ele não dorme, não descansa, simplesmente fica na cama se contorcendo e praguejando. Algumas vezes eu cometi o erro de me aproximar e sabendo de sua influência sobre mim ele me pedia coisas como pegar mais remédios na maleta de Bebe até cortar sua perna em meio aos delirios.

Minhas pernas estão para fora da rede, balançando no ar. Meus dedos enrolando a gravata e os olhos presos nas folhas secas nas árvores, que com um leve chacoalhar do vento revelam alguns raios de sol. Ele parece mais frio e menos brilhante sem Louis Tomlinson aqui. Ele é o verdadeiro sol que ilumina e aquece esta casa todos os dias. Não faz muito tempo que Babe partiu, acho que daqui a pouco irei fazer uma visita a ele, quem sabe ele possa encontrar uma solução para o meu problema.

Continuo me balançando lentamente, até sentir a sonolência que me aflige nos fins de tarde e eu decido que é hora de entrar, assim que me coloco de pé enxergo, não muito longe dali algo deveras estranho. Uma cadeira preta, com grandes rodas laterais sendo afundadas no jardim e deixando um rastro nada discreto no gramado. Mesmo assim Louis continua a virar as rodas e andar para não sei onde.

Assustado e curioso eu corro até ele, deixando meus pés descalços afundarem nos rastros que as rodas deixaram e sentindo o vento batendo contra meu rosto, jogando meu cabelo para todas as direções possíveis.

- Sr. Tomlinson, o que está fazendo aqui? - Pergunto, soprando alguns cachos para longe dos olhos e encarando Louis, que enfim para de arrastar sua cadeira que claramente é difícil de se mover no terreno e suspira. Ele tem o rosto pálido e abatido e mesmo estando apenas um dia acamado parece mais magro e fraco, as mangas de sua camisa estão arregaçadas e eu consigo enxergar os arroxeados em suas veias revelando que ele tinha sido ainda mais medicado. Hoje deve ser um péssimo dia pra ele.

Louis suspira novamente, apertando os olhos como se o sol estivesse incomodando suas vistas.

- Hora extra na terra. - Responde sem nenhum rastro de humor e eu engulo em seco.

- Estou me referindo ao contexto atual, agora. Pensei que estivesse de repouso hoje.

- Ah, Charlotte me deixou na varanda para que eu tome um pouco de sol. Como se me importasse com as vitaminas, eu não preciso de sol, preciso que me tratem como um homem. Eu cuidei dela, cuidei de todos, cuidei até dessa merda de nação pra agora me tratarem como se eu fosse um recém-nascido, é deprimente como de um dia para o outro você precisa dos outros pra tudo, é um inferno, a pena e compaixão que te cercam. - Diz, desta vez com a voz embargada de raiva e descontentamento.

É tão estranho a forma como eu quero que cuidem de mim e tudo o que Louis mais quer é que o deixem ser independente.

- Eu não sinto pena de você.

- Não, você não. Talvez seja pela sua juventude, mas você é muito diferente deles, Harry. - Maneia a cabeça em minha direção, um sorriso nostálgico nos lábios - Eu só queria poder voltar a ser aquele garoto de antes da guerra, o que corria e brincava, que ninguém dava ordens ou proibições. Eu só queria poder ser livre mais uma vez.

- Pensei que tivesse se sentido assim quando andamos de bicicleta e nadamos. - Retruquei com um muxuxo, me sentindo triste por saber que ele não tinha gostado tanto quanto eu imaginei.

- Sim, foi incrível, mas tudo aquilo foi com a sua ajuda, eu queria poder fazer algo por mim mesmo como... - Ele se interrompe no meio da frase, girando o rosto em direção ao horizonte aberto. Durante o dia os portões dos fundos costumam ficar abertos e coincidentemente são para eles que Louis parece olhar.

- Louis? - Preocupado, me aproximo, tocando em seu ombro.

Ele não tem reação e num piscar de olhos Tomlinson está saltando de sua cadeira. Ele cambaleia e eu penso que irá cair, mas ao invés disso ele corre com agilidade, jardim a fora.

Meus olhos estão quase escapando das órbitas ao que encaro a cadeira vazia e o corpo pequeno e veloz de Louis se afundando na vastidão esverdeada. Isso só pode ser brincadeira.

- O que está fazendo? - Grito em choque, sem saber o que fazer.

- Eu frequentava está casa quando criança, sei que mais a frente fica o Tâmisa.

- Você não pode correr! - Protesto apertando os punhos, agoniado.

Louis vira o rosto para mim, bochechas coradas e olhos radiantes como eu nunca vi antes. Os fios caramelizados de seus cabelos ficam ainda mais claros com a luz do sol refletida neles e enquanto ele corre e sorri tão verdadeiramente feliz eu posso facilmente acreditar que ele é aquele garoto de quinze anos que nunca viu a guerra. Seria bom tê-lo conhecido, tenho certeza de que esse garoto não lamentaria o fato de que não sou uma garota ou me esconderia como se fosse motivo de vergonha, ele seria o tipo de garoto que você pode amar com a certeza de que será amado de volta.

Foi uma pena o universo ter conspirado contra nós, Louis Tomlinson.

- Não coloque amarras em mim você também, girafinha. - Ele grita de volta com sua voz estridente e eu não posso para-lo, seria como cortar as asas de uma borboleta que aprendera a voar. Eu jamais faria isso com alguém, principalmente com ele, então eu corro. Tentando alcança-lo, o que não é difícil por ele ser um pouco lento e ainda mancar e cair bastante. Perdi a conta de quantos tombos ele levou, mas em todos ele caia e levantava sorrindo, determinado a alcançar o seu destino que não demorou a se apresentar em toda a sua vastidão e esplendor, a água cristalina do Tâmisa estava mais a frente, com garças as suas margens, a terra úmida e escura aos nossos pés em contraste com o céu claro e límpido pintado em tons de laranja, rosa e amarelo tendo o sol se pondo no poente com a insinuação de que ele afundava gradativamente para dentro do rio. A ponte de pedra que conectava a cidade vivia repleta de carros passando e buzinando de um lado para o outro, por hora estava vazia e silenciosa, na outra margem podia se ver o outro lado da cidade majestosa de Londres, com sua arquitetura clássica, castelos e palácios antigos se erguendo entre as fábricas e prédios que a cada dia iam se multiplicando. O Big Ben, que sempre foi ao meu ver a maior atração da cidade não parecia tão belo ou interessante em comparação com o quadro perfeito a minha frente, pintado em céu, água, carne e osso, pois sim, Louis era o detalhe principal dessa obra de arte diante dos meus olhos.

Mesmo caminhando com ainda mais dificuldade ele tinha uma de suas mãos metidas dentro do bolso e sorria largo, seus dentinhos brancos e pequenos expostos, enquanto encarava o rio com orgulho como se lhe pertencesse.

- É o paraíso, não? - Concordo com ele, admirando tudo a minha volta - Quando era menino vinha aqui todos os dias. Mas nunca entrei, você deve saber o motivo. - Ele tirou uma moeda do bolso, rodando-a na palma da mão - Minha mãe, Johanna, me disse uma vez que quando era muito pequena ainda ela veio aqui, com a mãe dela. Ela jogou uma moeda e pediu que um dia tivesse uma família bem grande e unida, quando a mãe dela viu aquilo, ficou confusa e perguntou "Mas, Jay, só se faz pedidos em fontes de água." E minha mãe respondeu "No fim é tudo água, que diferença faz onde está guardada? Além disso, esse lugar parece mágico. Com certeza ele é capaz de realizar desejos." - Ficava claro em seu rosto o imenso carinho e respeito que ele nutria pela mãe e isso me fez pensar na minha - Ela voltou aqui para fazer outro pedido, quando meu pai partiu para a primeira guerra. Então, quando eu vinha aqui, sempre agradecia ao Tâmisa por ter nos dado uma família e ter trazido o papai de volta em segurança. - Vejo seus olhos brilharem, mas ele não dá tempo para que as lágrimas ameacem cair e os esfrega, estendendo uma moeda para mim - Não lhe dou garantias, mas sempre funcionou comigo.

- Quer que eu faça um pedido?

- Se houver algo que queira. - Dá de ombros, pegando outra moeda para si, fechando os olhos e em seguida a lançando no rio, provocando leves ondulações na água.

- O que você desejou?

- Um corpo perfeito. Que não me deixe mancar ou não enxergar, um que funcione direito. - Diz, se sentando ao chão e eu acabo por fazer o mesmo, ficando ao seu lado - Não vai fazer um pedido, Harry?

- Eu não sei se é um bom pedido. - Digo, cabisbaixo, desenhando figuras na terra.

- Se está no seu coração é porque é bom. - Insiste, batendo seu ombro no meu em um gesto amigável e eu o encaro com tristeza, porque eu sei que estarei sendo um egoísta do caralho e mereço um novo soco, mas mesmo assim eu digo:

- Eu quero ir pra casa, Lou. - Minha voz sai chorosa demais para alguém que não está chorando, bem, estou prestes, mas não cheguei lá ainda.

- Quer ir pra casa?

- Uhum... E-eu gosto de você e de todos aqui, vocês são demais, mas aqui não é a minha casa, não é o meu lar. Eu preciso dos meus pais, da minha irmã, dos meus amigos e do... Do Zayn. - Agora sim eu estou chorando. Enxugo a bochecha com a manga da camisa e continuo: - Há dois meses atrás eu não podia sair de casa sem companhia e agora eu vejo pessoas assassinadas nas ruas, bebês sendo mortos e armas são apontadas pra mim, eu sei que naquela época você não estava bem, Louis. Eu entendo e eu fico tão feliz por você estar melhor, só que não tem como negar que aquilo foi demais pra mim, tudo na verdade tem sido demais pra mim, o colégio também não facilita e eu tenho uma barriga que não para de crescer e eu tive que virar adulto da noite pro dia, e-eu... - Resfolego, escondendo o rosto entre as mãos e chorando abertamente.

- Você é só uma criança, Harry.

- Eu sou. - Admito o que eu vivia fazendo questão de negar. Às vezes é o certo a se fazer, não é tão bom ou fácil quanto parece crescer e assumir responsabilidades e nesse momento o que eu mais quero é a minha mãe me abraçando e dizendo que tudo ficará bem porque eu sou o bebê dela.

Ela vai me matar quando souber que eu vou ter um bebê. E isso me faz chorar ainda mais forte.

- Me fale desse garoto, o Zayn. - Louis pede, com a voz calma, sem se abalar com a minha choradeira. Abaixo as mãos para olha-lo com os olhos vermelhos e molhados e ele está tranquilo, com os braços apoiados nos joelhos.

- Quê?

- Zayn, o seu namorado.

- Ele não é meu namorado.

- Tanto faz. Me diz como ele é.

Fungo, esfregando a mão no rosto, tentando seca-lo, enquanto sinto uma linha se formando em minha testa conforme eu penso no que dizer, eu nunca falei de Zayn para ninguém e agora teria de dizer ao ser humano mais crítico e antipático do universo, não me parecia uma boa ideia.

- A família dele é refugiada do Paquistão, a guerra os levou a falência e o pai dele tem um bar em Holmes Chapel, é bem pequeno e eles não tem muito dinheiro. - Digo acanhado, esperando por alguma repreensão que obviamente viria já que além de grávido, era de alguém que não tinha onde cair morto.

- Porque eu tenho a impressão de que você está com vergonha por isso? - Louis pergunta, repuxando um lado do lábio e se virando para mim - A falta de dinheiro é um problema pra você?

- Pra mim não.

- Então acha que é pra mim? - Não respondo com palavras, mas sim com um grunhido que para bom entendedor como Louis basta - Uau, eu não sabia que era tão fútil aos seus olhos.

- Eu não te acho fútil, Louis. Mas é que você é tão rico e... - Ele me cala, pressionando o indicador nos lábios, pedindo silêncio.

- Ele é legal?

- Uhum.

- Te trata bem?

- Uhum.

- Ele tem caráter? - Novamente o meu silêncio vem como resposta. É claro que ele tem, não sei porque não consigo dizer isso, minha boca está aberta, mas não sai som algum porque eu não tenho certeza. Quer dizer, eu acredito que ele não matou ou roubou ninguém, mas há uma grande possibilidade dele não querer saber de mim ou desse bebê, isso significaria falta de caráter? Sim? Não? Eu não sei. Louis solta uma longa respiração, antes de se levantar, batendo uma mão na outra, afim de eliminar os resquícios de terra - É isso o que me preocupa.

- Zayn não me daria as costas, é claro que não. Ele me ama. - Digo a mim mesmo, Tomlinson olha por cima do ombro e tem uma expressão indecifrável.

- Guarde a moeda, Harold, você vai voltar para casa.

- Mesmo?

- É claro, o que eu puder fazer para ajudá-lo, envolvendo a sua segurança e quaisquer trâmites legais. Eu cuidarei do que você precisar, mas infelizmente não posso garantir a aceitação da sua família e desse rapaz.

- Louis, eles são minha família. Eu fiquei assustado de início, mas é claro que eles vão me apoiar, eles me amam e vão cuidar de mim. - Fico ao seu lado, mordendo os lábios, com o corpo tremendo de ansiedade por saber que eu voltarei para casa. Eu tentei resistir, contudo é o que eu mais tenho desejado desde que cheguei à Londres.

- Eu espero que sim, querido. - Ele diz sorrindo e entrelaçando nossos dedos - Então já que você está de partida me daria a honra de um último mergulho?

Levanto a sobrancelha, olhando de Louis para o rio e vice-versa. Não muito atraído pela ideia.

- No rio? - Ele balança a cabeça, animado - An, é sujo!

- Isso é um rio, não um esgoto, eles limpam... Eu acho. - Murmurou a última palavra, provavelmente se questionando quanto ao estado do Tâmisa. Ele não me parecia imundo.

- Tem coisas vivas aí dentro.

- Tem uma coisa bem viva dentro de você e nem por isso eu te evito. - Louis rebate me arrancando um furioso revirar de olhos, embora comece a parecer divertido. Um mergulho no rio Tâmisa ao pôr do sol. Poderia render uma boa lembrança ou história que seria contada a esse bebezinho ao pé de uma lareira em uma tarde chuvosa. Porque não?

- Só vamos de uma vez. - Suplico, apertando seus dedos que logo estão me puxando em direção ao rio e ambos mergulhamos juntos. A água está fria e eu me arrepio dos pés a cabeça, Louis volta a superfície me xingando por ter deixado que sua ideia de merda fosse adiante. Ainda assim continuamos a nadar, ele se mostra um grande aluno, mergulhando e tentando abaixar minhas calças de qualquer jeito, até retornar sem sucesso para a superfície - Louis! - Grito de repente, sentindo algo se mover dentro das minhas calças e num primeiro instante acredito que seja ele.

- Que foi? - Pergunta com os olhos arregalados e se afastando.

- Tem alguma coisa se mexendo na minha calça. - Murmuro amedrontado, passando a mão pelas minhas pernas e sentindo seja lá o que for subir e subir até que... - Ah, meu deus! - Nado de volta a costa, gritando, esperneando e abaixando as calças ali mesmo sem me importar, observando um peixinho saltando sobre ela.

- Olha só, o bebê nasceu mais cedo. Eu me enganei quando disse que você teria uma girafinha, era um peixinho mesmo. Que amor! - Ele gargalhou, se deitando na areia quando eu lhe disse do que se tratava.

- Eu não vou sentir sua falta! - Falo emburrado.

- Pois eu morrerei todos os dias sem sua presença.

Xx

A maior merda em ser ansioso é a perda de sono simplesmente porque você se torna tão inquieto que nem seu corpo ou sua mente são capazes de relaxar e com isso você acaba por entrar no meu estado atual, eu costumo chama-lo de modo coruja. Onde eu basicamente deveria estar dormindo como todos os outros seres humanos normais, contudo eu não consigo, daí eu perambulo pela casa, leio um livro, arrumo meu closet, tomo banho fazendo uma mistura de sais apenas pra aumentar a espuma e ver se eu consigo um pingo de paz o que não acontece e eu não tenho ânimo nem para vestir o pijama inteiro, ficando apenas com a calça e me sentando a janela, admirando as luzes brilhantes da cidade que pouco a pouco vão se apagando, restando apenas eu acordado no mundo. Dramático? Imagina.

Suspiro profundamente acreditando por mais uma vez que eu consiga dormir apenas com a força do querer e deslizo para debaixo dos meus lençóis branquinhos e macios. Nos primeiros dez minutos, tudo parece bem. Em vinte, eu começo a sentir calor. Trinta, estou deitando em cima dos lençóis e arrancando a calça. Aos quarenta minutos estou apenas de cueca encarando a parede e me perguntando quantos dias faltam para que eu volte para Holmes Chapel. Faltam onze, eu marquei na cabeceira da cama para não esquecer. Ainda falta muito tempo, tempo demais até que eu possa ver todos novamente, apesar de meu foco maior sem em Zayn. Eu tenho medo de sua reação, mas não posso negar a saudade que sinto dele e tudo o que aconteceu entre nós.

Todos os encontros no depósito e aqueles fora dele, haviam vezes em que eu não conseguia escapar da igreja e eu não me orgulho de dizer que algumas coisas aconteceram aos fundos dela ou quando recebia visitas surpresas durante as madrugadas. Ah, essas sem dúvidas eram as minhas preferidas, quando eu pensava estar sonhando e era realidade, ele realmente estava lá no meu quarto e me tocando tão suavemente que era quase irreal.

Ele tinha a habilidade de me excitar com tão pouco, como o... Louis.

A mera lembrança de Tomlinson no primeiro dia que o vi me leva a mover quadris, bem devagar. Aquele porte autoritário e severo, Zayn costumava parecer bruto e rígido, mas é evidente que Louis é muito mais. Eu posso facilmente imagina-lo dobrando Zayn ou melhor a mim. Talvez os dois pudessem fazer isso comigo, ao mesmo tempo. Sinto ainda mais calor e não vejo alternativa a não ser puxar a cueca um pouco mais para baixo, agora tenho meu pênis livre para se esfregar contra os lençóis, a umidade em meu abdômen revela que estou ficando cada vez mais excitado, mas eu não consigo deixar de visualizar Zayn em um dos ternos caros de Louis, ele ficaria ainda mais lindo, sentado em uma poltrona de couro com um cigarro na mão me chamando de boneca enquanto eu quico sem parar no seu pau e Louis, Louis poderia ver nessa minha fantasia. Ah, mais do que tudo eu gostaria que ele pudesse me ver. Que ele me visse e se excitasse só de olhar para mim, que ele ficasse duro pensando em mim assim como eu fico por ele, gemendo contra os travesseiros e deixando que uma de minhas mãos caia sobre um lado das minhas nádegas como castigo por eu estar sendo um garoto safado e estar me esfregando contra o colchão ao pensar em alguém tão mais velho.

Mas ainda assim tão gostoso.

Esta mesma mão desliza mais para o meio até que eu sinta na ponta do dedo minha entrada contraída, faço uma leve pressão, choramingando. Já faz tanto tempo desde que tive algo dentro de mim e eu preciso tanto, tanto. Merda de líbido em alta! A esfrego com dois dedos, mantendo uma massagem constante na região a sentindo aquecer, o mesmo acontece com meu pau que praticamente ferve com a necessidade que eu estoco contra o colchão. Mordendo o travesseiro para não gemer alto, deixando eventualmente que um ou outro suspiro escape. E eu estou tão perto que até posso visualizar Louis atrás de mim, com seu corpo gostoso e nu prensado as minhas costas, me fodendo com tanta força que eu sei que andar estará fora de questão e mesmo assim eu me impino pra ele e o deixo tomar tudo o que ele quiser, Zayn está a minha frente, me impedindo de ser escandaloso como ele sabe que eu sou e me mantendo, como sempre, muito bem calado, afundando o seu longo pau na minha garganta e agarrando meus cabelos, ditando o ritmo como o mandão que é.

Estou movendo meu corpo a medida que minha ilusão de Louis o faz, a minha boca está aberta, mas respiro com dificuldade por ter a impressão de que ela está ocupada e meus dedos abandonam minha entrada para agarrem com força bunda, puxando a pele e a arranhando sentindo o esguichar do gozo quente contra meu abdômen e a cama.

Já fazia tanto tempo que eu me sinto extasiado com a sensação de enfim ter um orgasmo. Meus olhos estão se revirando e eu continuo a me esfregar ainda insatisfeito até ouvir resmungos e uma conversa vinda do quarto ao lado, o quarto de Louis. Apesar de não muito disposto eu me limpo e embrulho os lençóis os jogando debaixo da cama só pro caso de não voltar ao quarto e Sarah surgir na manhã e sigo até o seu quarto, Louis está na beirada, um braço para fora da cama e o outro embaixo da bochecha. Ele está sonhando.

- Não, é perigoso! É perigoso, tem uma bomba, tem, tem sim! - Ele dizia em meio ao sono, aumentando a voz e ficando nervoso.

Engulo a vergonha de estar a pouco tempo atrás fantasiando com ele e me aproximo, apenas encostando em seu braço e sendo o suficiente para que os seus sensores de ex-coronel venham a tona e ele me agarre pela cintura girando meu corpo até que eu estivesse deitado na cama e ele sentado nos meus quadris segurando meus pulsos acima da minha cabeça.

- Quem está aí? - Pergunta com a voz rouca e exaltada, os cabelos caindo em seu rosto e a lua iluminando parcialmente seu rosto, sendo completada pelo fato dele estar sem camisa são combustíveis para novas fantasias.

- Harry. - Respondo baixinho, sentindo meu membro dando sinal de vida em menos de cinco minutos.

- Garoto, sabe que não deve me acordar. - Suspira soltando meus pulsos para levá-los até os cabelos úmidos de suor e os puxar para trás - Volte para o seu quarto.

- Ou eu posso ficar aqui e nos divertimos um pouco. - Insinuo observando sua pré-ereção que se formava rapidamente bem em cima da minha.

- Sem gracinhas, garoto. - Ele sai de cima de mim, deitando ao meu lado.

- Seria uma boa e memorável última lembrança, não acha? - Proponho em tom inocente, o admirando umidecer os lábios com a ponta da língua e a imaginando em lugares mais úteis.

- Não tenho interesse nesse tipo de memórias com um adolescente.

- Você é tão preconceituoso.

- Eu sou? - Inquiriu com deboche.

- Sim, você diz adolescente como se eu fosse menos do que os outros. Se eu tivesse vinte e um não teria problema.

Louis ri baixinho, deixando um beijo no meu maxilar e assentindo.

- Você é menor de idade, está assustado, carente, grávido, sendo dominado pelos hormônios da gravidez e longe de casa. Fazer qualquer coisa com você seria covardia, Harry.

- Mas você quer. - Provoco, enfiando a cabeça em seu pescoço e gemendo descaradamente pela embriaguez e excitação que seu perfume sempre me traz.

- Haz, não seja um adolescente hormonal, deveria estar ansioso para ver o Zayn, pense no seu namorado. - Ele reluta, sem nunca me afastar.

- Zayn não é meu namorado. Não pode ser porque eu não sou uma garota e ele quer uma. - Murmurei contra seu ombro, plantando um beijo em seu pescoço - Você também quer uma, Lou?

- Uma garota? Não, no momento não. Existem muitas garotas bacanas, mas eu fico feliz que você não seja uma delas Harry.

- Fica feliz? - Pergunto confuso afastando o rosto e Louis aperta a ponta do meu nariz.

- Yep! Veja bem, se você fosse uma garota, não seria o Harry, seria outra pessoa, completamente diferente e o mundo seria um lugar terrível sem Harry Styles.

Deixo escapar a minha risada estranha e ele me lança sua cara de desconfiado.

- O mundo seria exatamente igual.

- Não o meu, ele seria uma merda. Então no meu mundo a sua cabeça cacheada faz toda a diferença. - Reconheço sua mão deslizando por meus cabelos, os dedos se enrolando nas espirais que se formam no topo da minha cabeça - Eu aprendi a gostar de você, não sei como, mas aconteceu. Eu desenvolvi muito carinho e respeito por você, Harry e é por isso que a menor possibilidade de te machucar é impensável para mim.

- Não me machucaria se você fosse devagarinho. - Não resisto em dizer escondendo o rosto em seu peitoral nu e respirando contra a sua pele quente.

- Shhh, você só está dizendo isso porque está cansado e excitado. Todos nós já passamos por isso, em breve você estará em segurança na sua casa. - Ele diz, fazendo um carinho delicioso no meu couro cabeludo.

- Deve ser bom ter o seu lar no centro do mundo.

- Esse lar não é meu. É de um governador que lutou na guerra secessão, um Yankee que fez fortuna e se mudou para a Europa. Minha mãe era a sua arrumadeira e como não tinha com quem me deixar me trazia, ela me mandava ficar quietinho e não importunar o patrão, o que não dava certo, porque sempre que eu vinha dava um jeito de chegar até o Sr. Reed e perguntar sobre os seus tempos de soldado. Ele me ensinava muito sobre tudo, coisas que um garoto pobre jamais teria acesso, como cavalgar, o golfe e o cricket, até mesmo atirar, na época não sabíamos que viria a ser tão útil. Eu tinha um sonho de um dia comprar está casa e ter aqui os melhores anos da minha vida. - Mesmo com todos os apesares em minha mente eu o ouvia com atenção, tentando imaginar um pequeno Louis equilibrando um rifle ou taco de golfe com um velho fuzileiro ao lado - O Sr. Reed morreu aqui aos noventa e seis anos nos braços de sua amada esposa, então eu soube que não havia como superar isso. Esse é o lar dele, eu sou apenas o cara que comprou sua casa.

- Louis... - Murmurei, me apressando em beijar as lágrimas que começaram a cair, molhando suas bochechas e queixo. Deixo meus lábios úmidos se prenderem ao seu em um longo e significativo selinho. Não representando que estamos juntos ou partilhamos um sentimento romântico, não é isso e nunca foi, nós estamos mais para duas pessoas fodidas tentando dar um pouco de apoio um ao outro nessa longa estrada de merda chamada de vida - Você é tão especial.

- Eu sou? - Ele diz dando um sorriso minúsculo e deixando um beijo em minha testa.

- Sim e você, mais do que qualquer um merece ser feliz.

- Não mais do que você.

- Talvez nós dois mereçamos ser felizes. - Digo e ele sorri em concordância - Eu posso dormir com você hoje? Prometo não fazer nada! - Prendo o mindinho no seu, validando minha promessa e ele gargalha da minha infantilidade, deixando que eu me vire e ele me abrace por trás, encaixando a cabeça entre meu ombro e pescoço e abraçando minha cintura. Aproveito para também entrelaçar nossas pernas e mãos, feliz por poder sentir sua pele sem a luva. Somos apenas nós, sem máscaras ou fingimentos.

- Boa noite, girafinha. - Sopra em meu ouvido, beijando o mesmo.

- Boa noite, Lou.

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