Capítulo seis
3457 palavras
Não demorou meia hora para que as três garotas estivessem prontas. Dani passou água nos cabelos compridos e lisos, tirando a farinha facilmente, ao contrário de Fê, que levou uns bons minutos para retirar toda a caneta do rosto. Paty limpou a cozinha, colocando a louça para lavar depois. A crespa colocou a panela com o brigadeiro mal acabado na geladeira, sorrindo ao pensar que teriam doce para comer depois. Antes de saírem, se encararam no espelho do quarto, sorrisos idênticos no rosto. Dani estava incomodada por não ter conseguido amarrar a parte de cima do biquíni direito, já Paty, que sempre se importou bastante em não esquecer nada, no momento se perguntava se tinha colocado um ou dois protetores solares na bolsa, vasculhando embaixo das toalhas. O cheiro do creme impregnava o ar, já que a garota se empenhou um pouco a mais, no intuito de preservar o crespo da maresia. Fê, por sua vez, quase caía ao tentar guardar a canga arco-íris na bolsa de praia.
— Vamos logo minha gente! Não to aguentando nem mais um segundo sem estar sentada na areia ou com a cara enfiada dentro d'água! — Dani saltitou até a porta, animada.
— A carteira está com você Paty?— Fê perguntou, pegando a chave, que ficava pendurada em uma pequena casinha colorida pregada na parede.
— Já sim, chequei umas três vezes, dinheiro é importante né? — Riu baixo, suspirando. — A gente não vai nem tomar café da manhã hoje? É preciso alimento pra sobreviver mais um dia no paraíso!
— Hoje? Sinceramente, não tô no pique de café da manhã… Mas com certeza qualquer dia a gente ainda precisa tomar aqueles cafés de hotel em algum lugar, com mesa de buffet enorme e cheia de coisas, onde dá pra repetir quinhentas vezes! — Dani cruzou os braços, arqueando as sobrancelhas que delineavam seus olhos.
— Então vocês vão ter que me comprar um pão na chapa em algum lugar, a fome já tá batendo forte aqui! — Paty respondeu, colocando as duas mãos na cintura.
Fê riu, girando a chave na fechadura e fazendo um barulho alto. As garotas saíram para o corredor silencioso, onde estalos altos davam a impressão de que fantasmas moravam nos outros apartamentos. Elas chamaram o elevador, Dani sem muita paciência batendo os pés no assoalho, as mãos inquietas. O barulho do elevador soou e Paty, Dani e Fê correram para entrar, enquanto a loira apertava o botão do térreo.
Nenhuma das três tinha paixão por elevadores, mas apenas Dani chegava a se sentir mal dentro deles. Para a morena, a caixa de metal era uma espécie de prisão estranha e quando as portas se fechavam, o coração dela dava um jeito de acelerar como um carro de corrida. Não era claustrofobia, já que lugares fechados não eram o problema. Não entrava bem na mente da morena, um cômodo se mover por andares sendo sustentado por cordas e ainda por cima, poder ficar emperrado entre um andar e outro! Isso nunca acontecera com nenhuma das três, mas Dani pedia aos céus que não acontecesse quando estivesse sozinha. Se precisasse passar por essa experiência, que outras pessoas estivessem com ela. Sempre que as amigas não a acompanhavam, a morena preferia as escadas.
Encostada na parede, a morena observava o número de andares descer devagar, quando sentiu o laço mal feito do biquíni cair, junto com a peça.
— Ai caralho, que poha! — Disse um pouco alto demais, se virando e ficando cara a cara com a parede, lutando para amarrar o nó no pescoço de novo.
— Tá tudo bem nega? — Fê deu um passo para vê-la, os olhos arregalados ao entender a situação.
O elevador fez um barulho que anunciava a parada em um andar, abrindo as portas de metal. O coração de Dani parecia capaz de ganhar a São Silvestre, agora não pelo medo, mas por conta de seu biquíni ter parado na cintura, mostrando tudo o que poderia mostrar. Paty e Fê se entreolharam com um leve desespero e deram um passo para esconder Dani com o próprio corpo. Um garoto, que parecia um pouco mais velho que as três entrou. Provavelmente morava na cidade, vestia um jeans preto e uma camiseta de banda, além de coturnos e uma touca, mostrando apenas as mechas mais rebeldes do cabelo, coisas que dificilmente veriam um turista vestir com o calor tropical do verão.
Enquanto o garoto parecia entretido em trocar a música que estava ouvindo, Fê catou as cordinhas do biquíni, ajustou ao corpo de Dani e fez o nó mais forte que conseguia no tempo de três segundos. Antes mesmo do garoto prestar atenção nas três, elas já haviam se recomposto, a expressão plena e calma.
— Bom dia. — O garoto sorriu, olhando por cima do ombro para elas. Dani reparou que ele tinha a aparência oriental antes de responder com outro "bom dia".
O elevador se abriu no térreo e o garoto praticamente saiu correndo, os passos largos e o olhar focado na portaria, como se estivesse atrasado, enquanto as garotas se perguntavam o que acabara de acontecer ali.
— O que demônios… — Paty engoliu o que ia falar, praticamente sendo atropelada pela própria risada alta, esganiçada e genuína. Contagiou Dani e Fê e as três riram tanto que acabaram escoradas pelas paredes da portaria. Toda a crise de riso durou quase um minuto inteiro, até que Paty conseguisse ar para falar. — O que caralhos acabou de acontecer?!
— O tipo de coisa que só acontece com a gente! — Dani respondeu, limpando as lágrimas do canto dos olhos.
— O tipo de coisa que só acontece com você dona Daniela! Nunca que isso aconteceria comigo! — A loira chacoalhou os cabelos, um sorriso enorme no rosto, ressaltando suas bochechas redondas e as maçãs do rosto proeminentes. — A gente tá perdendo minutos preciosos de praia, debatendo isso na portaria do prédio! Deixa pra lá e vamo logo… — Paty e Dani concordaram.
Rápidas como o garoto do elevador, Paty, Fê e Dani saíram ansiosas pela portaria do prédio, ainda segurando a risada.
— Por favooooorrr! — Paty suplicou no meio da rua, as mãos juntas em frente ao corpo, usando sua melhor cara de cachorro sem dono. — Vocês sempre disseram que me amavam, mas olha só o que vocês tão fazendo comigo!
— Para de implorar no meio da rua desgraça, ta envergonhando nós três! — Dani resmungou, catando a amiga pelo braço para desobstruir a calçada, de onde uma família cheia de crianças encarava as três com ar superior.
Paty cruzou os braços, a mente maquinando novas formas de conseguir o que queria. As três conseguiram caminhar mais alguns passos, antes que Paty colocasse sua última carta na mesa.
— Eu te dei H2O Fê! E você não pode simplesmente parar pra tomar café em alguma padaria, sendo que é a coisa mais simples do mundo e o café da manhã é a refeição mais importante do dia! — A loira encarou Paty, abrindo e fechando a boca como se procurasse algum argumento. Não conseguiu. A expressão de derrota em Fê fez Paty dar pulinhos no meio da rua, sabendo que tinha vencido aquela batalha.
— Dez da manhã da segunda-feira de carnaval, meu aniversário e eu ainda não vi a cara de uma praia…. — Fê resmungou. — Vocês ainda vão me enlouquecer!
— Oxi, não me coloca dentro dessa não, to indo porque amo muito vocês! — Dani mordeu a boca de leve, tirando a pele fina do lábio inferior.
Em menos de cinco minutos, as três estavam embaixo do ar condicionado incrivelmente potente de uma padaria em São Sebastião, sentadas em uma mesa ao lado da janela. Segundo o cardápio, a padaria existia a mais de cinquenta anos. Tinha a aparência de recém reformada, com luminárias modernas no teto, piso de porcelanato e uma bancada em L, longa e em mármore envelhecido. Era um lugar bem bonito e estava cheio de turistas, o que fez com que o fato de estarem de biquíni passasse completamente batido.
Paty tinha pedido um H2O de laranja, um capucchino com espuma e um pão na chapa bem moreninho. Fê e Dani acabaram pedindo cada uma um cappuchino como o de Paty, mesmo que o orgulho as fizessem negar até a morte que estavam com fome, usando a desculpa É só pra te acompanhar.
— Vocês não querem mesmo, nem um pedacinho? — A crespa ofereceu o pão. O cheio de manteiga impregnava o ar na mesa.
— Pela vigésima vez, não! — Fê riu. A garota procurava com um pouquinho de pânico os remédios dentro da bolsa, sabendo que se os tivesse perdido, não tinha a receita para pegar mais em uma farmácia. Com uma expressão de alívio, puxou o frasco cilíndrico e o click clack preencheu seus ouvidos. Fê engoliu rápido, correndo para alcançar Dani e Paty, que já estavam no fim de seus capucchinos, enquanto ela não tinha dado nem ao menos um gole.
O barulho alto do frasco acabou chamando a atenção das pessoas à volta. Isso era comum na vida de Fê, já que tirar os comprimidos do frasco fazia um barulho alto e quem não estava acostumado se sentia tentado a olhar. Um grupo de seis garotos, que deviam ter mais ou menos a idade delas, olharam todos de uma vez, o que fez as bochechas de Dani corarem. Fê encarou um deles por mais ou menos um segundo e meio, guardando o rosto na mente, antes de voltar a encarar o próprio capucchino. Ele tinha cara de surfista, a pele morena queimada de Sol, junto com a marca vermelha de queimadura permanente no nariz sardento e olhos profundamente azuis. Não como os de Dani, azuis cor de safira brilhantes. Mas um azul fosco e escurecido, meio queimado igual a pele dele. Dreads compridos desciam pelas costas do garoto, presos em um rabo de cavalo no topo da cabeça. Ele vestia uma regata e uma bermuda de tactel surrada. O garoto era um estereótipo ambulante e talvez isso tivesse chamado a atenção da loira.
— Mandei mensagem pro Thiago. Ele falou que tá na cidade e não dormiu hoje, ficou num pós festa em algum lugar perto de caraguá ontem. Falei pra ele que a chave do apartamento ficou com o porteiro, pra ele mostrar a identidade e entrar pra dormir um pouco, que a gente ia chegar lá pelas cinco, seis horas da tarde. — Paty anunciou baixinho, chamando a atenção das amigas e bloqueando o celular.
— Pelo menos tá vivo, deve tar com uma puta ressaca. — Dani comentou, apoiando a cabeça na mão e tomando mais um gole.
— Deus me livre alguma coisa acontecer com ele, me sentiria culpada. Espero que esteja bem. — Fê resmungou, fazendo uma careta e espremendo os lábios.
— É foda… — Paty suspirou, soltando o ar enquanto comia o último bocado do pão, batendo as mãos para soltar os farelos presos nos dedos. — Vambora negada?
— Vambora. — Fê engoliu de uma vez seu capucchino, arrastando a cadeira. Ela reparou, ressabiada, que o grupo de seis garotos levantou na mesma hora que as três.
Paty , Dani e Fê caminharam em direção ao caixa, Fê parando um momento em frente a banca, para encarar um trident e decidir se comprava ou não. A garota levou um susto quando sentiu uma mão estranha e bronzeada envolver seu braço, dando um pulo no lugar e sentindo o coração acelerar no mesmo momento. Um arrepio deixou seus pelos em pé.
— Oi, posso saber teu nome? — Fê teve que levantar um pouco o queixo para encarar o garoto, o mesmo dos dreads, encontrando um sorriso de dentes tortos que fazia os olhos azuis desaparecerem por causa das bochechas.
— Primeiro você pode soltar meu braço, obrigada. — Disse, puxando o corpo um passo para trás. O garoto desmanchou o sorriso em uma cara de preocupação.
— Poh, desculpa. — Pediu, fazendo um sinal que a loira não reconheceu, mas abrindo novamente aquele sorriso de dentes tortos, que em qualquer outro rosto seria considerado estranho, mas parecia bonito no dele. — Gustavo, prazer, mas pode me chamar de Cobra.
— Fernanda, prazer. — A loira retribuiu um meio sorriso.
— Fê! — Ouviu a voz de Paty chamar e sem pensar duas vezes, catou um trident de menta da gôndola e se virou, murmurando um tchau baixo antes de caminhar a passos largos para encontrar as amigas.
— Pegou o número dele? — Dani se escorou no ombro da amiga, com dificuldade por causa da altura, murmurando perto do ouvido da loira.
— Não, nem conheço o muleke. — Respondeu Fê, um tanto indignada.
— Você ao menos sabe o nome dele? — Continuou a morena, dessa vez tomando o tom de indignação para si.
— Só por que ele fez questão de se apresentar, chama Gustavo, apelido Cobra. Não vou dar ficha técnica por que você tá vendo a cara do garoto. — Riu baixinho. A ficha técnica consistia em nome, idade, endereço, descrição e o que mais conseguissem saber sobre a pessoa, quando alguma delas se interessava por alguém que as outras não conheciam.
— Ele é bonito, de um jeito meio alternativo. — Paty comentou, sorrindo para a moça do caixa, que entregava o troco com cara de quem gostaria de estar em casa.
As três saíram para o bafo quente do dia, vendo o calor subir em ondas do asfalto e espremendo os olhos. Dani pegou seu óculos de Sol na bolsa. Fê aproveitou a deixa para continuar.
— Ele é só um ser aleatório que a gente achou na padaria. Não tem no que investir.
Realmente, não tinha nada melhor do que cheiro de maresia, areia branca e fofa e um bom Sol para melhorar o astral de qualquer dia. Paty, Fê e Dani, quase que ao mesmo tempo, deram um suspiro, inalando o característico cheiro de sal.
— Finalmente, praia meninas! — Fê se espreguiçou, jogando os braços para o céu.
Dani demorou um segundo para tirar os chinelos, enfiando os pés na areia com felicidade no olhar, segurando o calçado com dois dedos. A areia estava quente, mas não escaldante. As três garotas caminharam para perto das ondas arrebentando devagar, aproveitando a brisa leve. Paty parou de caminhar, procurando a esteira dentro da bolsa. A crespa puxou a esteira de palha com detalhes verde claro e Dani se adiantou para ajudar a estender. Fê tirou a canga arco-íris da bolsa, fazendo esforço para estender com o vento. Por fim, as três se sentaram, deixando a bolsa de praia encostada na esteira.
— Viu, nem demorou tanto assim, ainda não é nem meio dia, a gente pode ficar até o pôr do sol se quiser! — Paty disse, abrindo a playlist no celular e colocando Coisa Boa da Gloria Groove, não muito alto, apenas para dar trilha sonora ao dia de praia.
— Não sei se aguento ficar tanto tempo, mas a gente pode tentar, vamo. — Dani disse, checando se continuava tudo bem com o biquíni.
— A gente devia ter passado protetor antes de sair de casa. — Fê comentou. — Mas né, vocês estavam mais preocupadas em me fazer um bolo. — A loira recebeu dois olhares que poderiam assassinar alguém e começou a rir, uma risada gostosa. Fê se pegou cantarolando a música, antes de completar: — Não estou reclamando não, eu queria um bolo, mesmo que desse errado, mas já to meio vermelha de Sol.
— Você tem a pele muito branquinha Fê, fica vermelha muito rápido. Vem cá. — Dani se adiantou, pegando o frasco de protetor da bolsa e se arrastando para sentar atrás da amiga.
— Bateu os quinze anos e já começou a pensar igual nossos pais, né nega? — Paty riu, encarando Fê e passando o protetor em si mesma.
— Eles tão certos em falar que a gente tem que passar protetor em casa, mas ninguém aqui tem paciência pra isso. — Fê respondeu.
As três ficaram alguns minutos ali, alisando as costas umas das outras, conversando banalidades sobre o colégio, enquanto a playlist mudava sem parar.
— Eu tô doida pra dar um mergulho! — Fê anunciou, olhando para as amigas em busca de apoio e companhia. Nenhuma das duas fez menção de se levantar. Fê fingiu uma cara de tristeza e se ergueu em um salto. — Vocês são foda ein, puta companheirismo. Vou nadar, tchauzinho.
Ela caminhou pela pequena faixa de areia até a arrebentação das ondas. A loira sentia o coração, que quase sempre estava acelerado, bater em um ritmo calmo que poucas vezes tinha a sorte de experimentar. Fê suspeitava, que talvez aquela viagem tenha sido uma recomendação do seu médico, que sempre ressaltava o quanto água salgada, iodo e praia em geral melhoraria a instabilidade do coração da adolescente. Não se importava se realmente fosse. Estar ali, com suas melhores amigas era a sensação mais incrível do mundo.
A loira parou perto d'água, esperando que uma onda mais comprida cobrisse seus pés com a maré, naquele momento baixa. A onde veio, chegando até seus tornozelos e ela observou os dedos gordinhos se encherem de água e areia. Aproveitando que o mar não estava nem frio, nem quente, da temperatura certa para aliviar o calor, Fê entrou mais fundo, saindo da arrebentação. Com um mergulho, a garota se jogou, quebrando uma onda. De primeira, Fê só sentiu a água mais gelada no fundo, longe do Sol, mas se acostumou rápido.
A loira ficou ali, boiando e escapando das ondas maiores. Observou as pessoas indo e vindo a sua volta, alguns surfistas adiantados tentando encontrar uma onda boa em meio ao mar muito calmo, ótimo para banhistas.
— Deve ser destino isso, acabar te encontrando de novo. — Fê deixou de boiar, franzindo as sobrancelhas. Acabou encontrando Gustavo, codinome Cobra, encarando a loira com seus olhar gélidos. Ficou desconfortável ao perceber que o garoto vasculhava seu corpo com os olhos embaixo d'água, flutuando em cima de uma prancha e confirmando ainda mais o estereótipo de sua aparência.
— Não acredito em destino, acho que você está me seguindo. — Fê respondeu, passando as mãos por cima d'água. O garoto parecia não esperar aquela resposta. — Gustavo certo?
— Cobra. Quase ninguém me chama de Gustavo mais, é estranho. — Riu.
— Hilário. — Revirou os olhos.
— Pessoal de São Paulo é assim mesmo, sem senso de humor?
— Quem disse que eu sou de São Paulo? — Fê encarou Cobra, olhando para cima com a expressão indiferente.
— Muito branquinha, passou protetor pra entrar no mar… De São Sebastião você não é mesmo. — Cobra abriu o mesmo sorriso de dentes tortos, cheio de sarcasmo. — Não é comum ver gente com esse corpo que more a beira mar também…
— Você é um tipo de stalker ou o que? — Debochou junto, medindo ele de cima a baixo. Ele havia tirado a regata e Fê constatou que seu corpo era atlético.
— Sou só uma pessoa que te achou bonita. Isso é crime ou algo assim? — Cobra se aproximou um pouco mais.
Fê ficou quieta por um segundo, pesando o que responder para o garoto inconveniente, tão próximo a ela. A prancha flutuava quase encostando na loira.
— Não julgue pessoas assim de cara. — Não conseguiu pensar em algo melhor para dizer, suspirando.
— Preciso te conhecer um pouco mais pra não julgar então. — Fê quase conseguia ver para onde aquela conversa iria, cansada antes mesmo de saber qual carta Cobra tinha na manga. — Vai rolar um luau na praia do ancoradouro, um monte de gente, hoje umas oito horas… Aparece lá, leva suas amigas também, tem um amigo meu que tá interessado na que tem o cabelão crespo…
— Uma pena, ela é lésbica. — Fê fez questão de cortar o garoto, sem muita paciência.
— Ah, uma pena mesmo. Mas aparece por lá, de verdade, vai ser bom ver você de novo, falou? — A loira concordou devagar com a cabeça, revirando novamente os olhos discretamente. Começou a caminhar dentro d'água, se distanciando de Cobra e com um sorriso sádico no rosto, respondeu baixinho:
— Acredite, se você me ver de novo vai ser um evento…
Capítulo novinhooo!! Nossa, esse ficou ENOOORMEE e na verdade, é o primeiro em que realmente começa o plot desse livro. Me digam, vocês gostam desse estilo de escrita, com vários detalhes, mostrando pequenos momentos da amizade das meninas? Eu adoro escrever assim, queria o feedback de vocês agora!
Cobra, Cobra... Esse garoto brotou do chão não foi? kkkkk Ou do mar talvez, depende muito kkkkk O que acham dele meus milhos pra pipoca? Não vou dar muito spoiler, mas ele é alguém importante para onde vou levar esse livro! E a marra de Fê em relação a ele, tem um fundo de razão ou é apenas medo do desconhecido?
Não se esqueçam de atirar uma bomba na estrelinha, mesmo que o carnaval tenha passado essa história está só começando! E por favor, deixem sempre um comentário no capítulo, por que a gente esta com mais de 100 visualizações (OBRIGADA MESMO, NÃO IMAGINAVA CRESCER ASSIM TÃO RÁPIDO!), mas tem capítulo sem nenhum comentário. Fantasminhas, apareçam, vou adorar saber quem vocês são!!!
Até a próxima, beijinhos!
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