13 capitulo
Feliz dias das mães para quem? Para a nossa nova mamãe da fanfic 😍😍😍
Camila point of views
"Positivo"
Positivo era o que mostrava naqueles dois testes de gravidez em minhas mãos. Por um momento, eu senti que poderia desmaiar pelos sentimentos que me atingiram como dois socos, um no rosto e o outro no estômago. Eu não conseguia me mover, minha cabeça estava rodando, eu conseguia sentir meus pulmões implorando por oxigênio mas eu não conseguia puxar o ar. Eu só conseguia encarar aqueles dois pequenos testes de gravidez em minhas mãos e me apoiar na pequena pia de mármore para não ir de encontro ao chão.
Meus joelhos estavam bambos, como se não tivessem forças para suportar o peso do meu corpo, minhas mãos tremiam como se eu estivesse tendo um terremoto por dentro e por fim, a fixa cai.
Eu estava grávida.
Não grávida de uma pessoa qualquer.
Grávida de Lauren Jauregui, a mulher cujo estava a mais de dois mil quilômetros de distância de mim. A mesma mulher que havia partido a duas semanas me deixando sozinha depois de ter feito eu me apaixonar perdidamente, claro, eu não a julgo pois não esperava que ela fosse largar sua vida, seu trabalho em São Paulo para morar no interior do Ceará, em uma cidade minúscula apenas para ficar em meus braços e fazendo juras de amor eterno. Eu sei que fui apenas um caso de verão em sua vida mas agora eu estava com algo crescendo dentro do meu ventre, algo do seu sangue que estava crescendo dentro de mim.
Merda, eu estou fodida.
Desespero, medo e insegurança. Essas eram as coisas que eu conseguia sentir crescendo em meu peito a cada segundo que eu passava olhando aqueles testes. Esses sentimentos começam a me sufocar assim que me lembro dos meus pais e como eles iriam reagir.
Quando menos percebo, lágrimas grossas rolavam por minhas bochechas e iam de encontro a pia de mármore. Subo meu olhar para o espelho a minha frente e me vejo, vejo por meus olhos uma Camila amedrontada e desesperada.
Aperto meus olhos na tentativa de acordar e aquilo ser apenas um pesadelo de mal gosto criado pela minha própria cabeça mas ao abrir os olhos, me dou conta que aquilo não era um sonho terrível, e sim, uma terrível realidade que eu tinha me metido.
Eu estava grávida.
Meu olhar cai sobre minha barriga e solto os testes de gravidez dentro da pia, levo minha mão até minha barriga e a toco, assim que a palma de minha mão encosta na pele da minha barriga, meu choro se torna ainda mais desesperado e silencioso.
Eu ia ser mãe. Merda, merda, merda.
Lauren provavelmente iria ter sua vida destruída caso eu contasse isso a ela. Ela tinha uma brilhante carreira como empresária pela frente e eu não poderia destruir isso.
Meus joelhos me traem e preciso me ajoelhar no chão para não correr o risco de cair. Apoio minha mão que antes me deixava em pé no piso do banheiro e me automaticamente, meu corpo começa a se encolher como um animal indefeso reage ao sentir medo.
Nesse momento, eu queria sumir, cavar um buraco fundo o suficiente para eu me enfiar nele e ninguém me achar até que tudo isso passe.
A frase: "meus pais vão surtar" martelava na minha cabeça. Era a única frase que se mantinha inteira em minha mente.
Durante o meu choro, sinto uma náusea forte o suficiente para fazer meu corpo reagir e eu correr para perto do vazo sanitário, vomitar tudo o que eu comi na última hora.
Eu não sabia se me concentrava para tentar parar de vomitar ou chorava. No fim, acabou por eu estar sentada ao lado do vazo sanitário chorando enquanto me esticava para dar descarga ou vomitaria novamente, apenas por sentir aquele cheiro insuportável.
- Camila, seu pai quer usar o banheiro. - a voz de minha mãe acompanhada com várias batidas leves na porta me trazem de volta.
- Já estou saindo. - forço para que minha voz não entregue a crise de choro que eu estava tendo.
Obrigo meu corpo a reagir e ir até a pia, lavar meu rosto e escovar os dentes. Assim eu faço, mas antes eu coloco os testes de gravidez no bolso da minha calça.
Pego minha blusa que estava jogada no chão e a visto, trato de fazê-la esconder os testes que estavam em meu bolso. Dou uma última olhada no espelho e saio do banheiro coçando meu nariz e olhos.
- Minha rinite atacou. - falo passando por meu pai que estava parado perto da porta e forço um espirro.
- Seu remédio está lá na cozinha. - ele me olha com pena e acaricia meu braço antes de entrar no banheiro.
Assim que a porta se fecha, eu corro para meu quarto, me sento na cama e tiro os testes, abro uma das gavetas da mesa da cabeceira e os coloco no fundo da gaveta escondendo-os com os diversos papéis que tinham ali fechando a gaveta em seguida.
Me deito na cama e coloco minhas mãos sobre meu rosto, as aperto como se aquilo fosse fazer aqueles sentimentos que faziam meu peito doer sumirem.
Novamente, o choro forma um nó em minha garganta e mordo meu lábio para tentar o segurar. A essa altura, minha garganta doía e minha respiração estava lenta por saber que, caso ela aumentasse, eu voltaria a ter uma crise de choro.
Eu sentia palpitações em meu peito. A imagem dos testes positivos não saíam de minha cabeça.
Meu celular vibrando sobre a cama chama atenção minha atenção e me tira daqueles pensamentos torturadores. Pego o aparelho e vejo algumas mensagens de Lauren, a maioria dizendo que sentia a minha falta e estava ansiosa para a vídeo chamada dessa noite por ter algo para me mostrar. Não respondo nada, apenas visualizo e bloqueio a tela do celular tomando a decisão que não contaria para ela.
Fico na cama até que chega a noite e meus pais me chamam para jantar. O jantar como sempre é repleto de risadas e brincadeiras entre meu pai e minha irmã, minha mãe havia feito a minha comida favorita mas eu não estava com fome, eu só queria chorar.
- Você não comeu quase nada. - minha mãe diz me olhando ao ver que eu estava me levantando da mesa com o prato quase que intocado, mesmo eu tendo colocado pouca coisa.
- Estou sem fome. - me limito a dizer fazendo a mesa adquirir um clima estranho e deixo meu prato na pia sabendo que hoje era dia do meu pai lavar a louça - Boa noite.- digo me retirando da cozinha e indo em direção ao meu quarto.
Me jogo na cama e me cubro, mesmo sentindo calor. Ali, sabendo que ninguém iria me incomodar, eu me permito soltar todo o choro que eu estava segurando a tarde toda.
Perto das onze da noite, meu celular volta a vibrar e vejo a foto de Lauren brilhando na tela do meu celular, eu recuso a ligação e em seguida vejo mensagens perguntando se tinha acontecido algo e o porque eu não ter atendido. Eu apenas respondo que não queria conversar por não estar com cabeça para aquilo e um clima pesado se instala na conversa pois ela estava feliz, já eu, estava um poço de energias negativas.
Conhecendo Lauren da forma que eu conhecia, sabia que ela iria respeitar o meu espaço mas no dia seguinte ela iria me encher de perguntas daquela forma preocupada que ela tinha querendo saber se eu estava bem ou se tinha acontecido algo.
Depois de horas chorando em silêncio com medo de chamar a atenção de minha irmã, eu acabo dormindo mesmo sentindo minha cabeça latejando, meus olhos doendo e com meu nariz entupido.
Na manhã seguinte, eu acordo sentindo dor de cabeça e com meu rosto inchado revelando o meu choro da noite passada. Agradeço a Deus, por meu pai ter dito que minha rinite estava atacada e isso me poupou perguntas invasivas de minha mãe e minha irmã ao me verem sair do quarto — mesmo que depois do meio dia — apenas para ir ao banheiro e me forçar a comer algo.
Como esperado, ao pegar meu celular que estava com a bateria quase zerada, havia cinco mensagem de Lauren. Uma me desejando bom dia, a segunda perguntando se eu tinha melhorado, a terceira perguntando se o problema havia sido algo que ela fez que não me agradou, na quarta foi falando que estava ali por mim e na última, foi um áudio dizendo que estava animada por ter conseguido um cliente para a empresa por seu pai ter lhe dado uma chance.
Novamente, eu dei apenas duas respostas curtas. Uma a parabenizando pelo feito e outra dizendo que eu não estava com vontade de conversar.
Mesmo contra minha vontade, meu pai me leva para a sua barraca de peixes que ficava próxima a praia para que eu o ajude a vender porém assim que coloquei os pés naquela barraca, o cheiro de peixe chegou ao meu nariz, eu tive que sair correndo para vomitar a pouca coisa que havia comido.
Essa merda de vômito estava definitivamente, acabando comigo. Foi ai que eu percebi que precisava me alimentar bem, já que tinha um bebê crescendo e se desenvolvendo dentro do meu útero que dependia exclusivamente de mim para o seu desenvolvimento e eu ficar sem comer bem, não ajudava em nada, só pioraria a minha situação pelos vômitos frequentes que eu infelizmente, estava tendo.
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