12 capítulo
No dia seguinte, Lauren prepara um café da manhã para Camila e a obriga comer ele todo, horas mais tarde ela se obriga a se despedir de Camila para ir ao aeroporto, mesmo contra sua vontade. Ela deu uma carona para Camila até a casa de sua amiga, Mali e partiu para o aeroporto.
Naquela mesma tarde, Camila foi para sua casa mais calada que o normal, isso não passou despercebido por seus pais que a questionaram se havia acontecido algo. Ela se limitou a dizer que estava enjoada e com dor de cabeça, realmente não era mentira, ela estava se sentindo enjoada e com uma dor de cabeça fraca.
Entre náuseas, vômitos e dores de cabeça, uma semana se passou até chegar domingo, o dia na qual seus pais a obrigavam ir a igreja. Camila não se sentia disposta para ir a igreja, ela não estava conseguindo dormir muito bem na última semana por se sentir incomodada por seus seios estarem sensíveis.
Camila estava parada na frente do espelho encarando sua cintura. Ela toma a cabeça para o lado diversas vezes sentindo a calça que usava mais apertada.
- O que foi? - Maria pergunta entrando no quarto e vê Camila parada na frente do espelho.
- Eu acho que preciso entrar em uma dieta. - olha para sua irmã.
- Por que?
- Eu engordei, minha calça e meu sutiã estão mais apertados. - faz careta e sua irmã encara o seu tronco.
- Realmente, você está mais gordinha. - afirma com a cabeça - Deve ser o tanto de gordura que você anda comendo. - diz em um falso tom implicante arrancando uma risada de Camila.
- Pode ser. - afirma com a cabeça pegando sua blusa que estava sobre a escrivaninha perto do espelho a vestindo em seguida.
- Meninas, estão prontas? - Solange pergunta parada na frente do quarto as duas irmãs.
- Sim. - Camila diz desanimada tirando seu cabelo de dentro da blusa que tinha acabado de vestir.
Solange não diz nada, apenas afirma com a cabeça e vai atrás de seu marido que terminava de colocar o terno. Menos de meia hora depois, elas estavam na igreja.
Durante a reunião, Camila sente vontade de chorar diversas vezes por estar sentindo dores na sua lombar e estar cansada. Ela acreditava que o motivo dessa semana estar sendo tão ruim era por Lauren não estar ali, mesmo elas conversando todos os dias por vídeo chamada ou ligação.
- Mãe, eu não estou passando muito bem. - Camila diz se inclinando para ficar com a boca próxima do ouvido de Solange que estava sentada ao seu lado.
- O que você tem? - pergunta prontamente.
- Minhas costas estão doendo. - murmura.
- Você deve ter sentado de mal jeito, arruma a postura que melhora. - Camila suspira e afirma com a cabeça se sentando ereta.
Seus olhos param sobre o pastor que dizia o sermão de domingo e morde o lábio tentar se controlar e segurar o choro que estava parado em sua garganta.
- Vou beber água. - murmura se levantando, coloca a bíblia onde estava sentada e se apressa para sair do salão e entrar no salão ao lado onde ficava os bebedouros e os banheiros.
Ela caminha rapidamente para o bebedouro, pega um copo de plástico e enche o mesmo bebendo lentamente.
- Você está bem? - Mali pergunta ao sair do banheiro e ver Camila bebendo água com uma cara nada boa.
- Sim. - se limita a dizer para voltar a beber a água.
Mais uma semana se passou e as mudanças de humor de Camila pioraram ainda mais. Agora ela passava boa parte dos dias na casa de Mali já que a mulher havia pego férias e poderia passar um tempo com sua amiga que estava sentindo falta da empresária.
- Essa merda... - Camila murmura dando uns pulinhos - Não quer entrar! - fala irritada com a calça jeans que não estava entrando - Que merda, puta que pariu. - desisti tirando a calça e a calça em cima da cama e seus lábios começam a tremer anunciando um choro que iria chegar.
Camila leva suas mãos até seu rosto e um choro irritado sai de sua boca deixando Mali com um enorme ponto de interrogação no rosto por ter presenciado a mudança de humor repentina de Camila.
A segundos atrás ela estava animada por elas estarem indo para um boteco com alguns conhecidos e do nada, ela começou a chorar depois do acontecimento com a calça.
- Camila, você tá bem? - Mali pergunta confusa e Camila nega com a cabeça.
- Eu quero a Lauren. - sua voz sai chorosa e ao falar o nome da mulher, seu choro fica ainda mais alto e Mali se levanta, envolve Camila em um abraço, mesmo ainda confusa.
- Camila, não precisa surtar assim. A calça pode ter encolhido... Eu posso ter errado na hora de lavar. - tenta acalmar a amiga que chorava compulsivamente em seu ombro.
- A questão não é essa! Desde a semana passada eu vi que eu comecei a engordar, a merda dessa calça entrava até semana passada! - soluça e Mali afaga seus cabelos.
Vários e vários minutos de choro, Camila finalmente se acalma e sai do abraço enxugando o rosto com as mãos.
- Você disse que engordou, não é? - Mali finalmente pergunta.
- Uhum.
- Você vem sentindo enjôos e dores no corpo ultimamente, certo? - continua a perguntar fazendo Camila ir assentindo com a cabeça - Camila, sua menstruação está atrasada?
Camila paralisa assim que ela junta todos os sintomas e prende a respiração. Seu coração começa a bater mais rápido e seus lábios ficam entreabertos encarando Mali.
- Vocês transaram sem camisinha? - questiona por fim e Camila solta uma risada nervosa.
- Sempre nos protegemos, Mali. Eu não estou grávida, isso é TPM. - nega com a cabeça olhando em volta procurando sua seu short, um dos únicos que não a fazia ter uma crise de choro por não estar apertado ou não entrar.
- Você sabe como a Ester engravidou? - Mali pergunta.
- Claro, transando com o Lucas. - fala como se fosse óbvio vestindo o short. Pega seu celular para ver as horas e para se certificar que não estava atrasada para ir ao boteco com Mali.
- Eles sempre se protegiam mas um dia o Lucas teve a brilhante idéia de abrir a camisinha com os dentes e furou. - Mali conta a história que a própria Ester tinha a contado.
No mesmo instante, as memórias de Lauren rasgando o pacote de camisinha com os dentes algumas vezes chegam a sua cabeça, seu celular escorrega da própria mão indo em direção ao chão. Camila rapidamente olha para Mali.
- Camila, não me diz que alguma vez ela abriu a camisinha com os dentes. - Mali pergunta elevando sua voz.
Camila apenas engole seco e aperta seu maxilar, sentindo uma corrente de nervosismo e desespero percorrer suas veias. Suas mãos começam a tremer e Mali percebe.
- Ah, meu Deus. - Mali leva as mãos até seu rosto e o esfrega em nervosismo - Camila, você precisa fazer o teste de gravidez.
- Não, eu não estou grávida. - nega com a cabeça com um sorriso nervoso no rosto. Ela se abaixa pegando seu celular, se certifica que não trincou a tela e o coloca no bolso do short - Mali, não vai dar para eu ir no boteco. Diga ao pessoal que eu não estava disposta. - diz calçando seus chinelos e anda até a porta.
Mali se apressa e segura seu braço a impedindo de sair dali.
- Mali, eu não estou grávida! - fala puxando seu braço antes mesmo que Mali diga algo.
Quando menos percebe, ela estava saindo da casa da amiga sem escutar mais nenhuma palavra de Mali.
- Eu, grávida. - Camila murmura com um tom de deboche - Até parece... - revira os olhos atravessando a sua e ao ver uma farmácia do outro lado da rua, ela para de andar por uns instantes e coloca sua mão sobre sua barriga - Será? - morde o lábio e pega seu celular.
Camila se senta encosta na parede de uma lanchonete e entra no google pelo celular, começa a pesquisar alguns sintomas de início de gravidez e engole seco vendo que tinha a maioria. Ela tira a capinha de seu celular para ver se tinha dinheiro e volta a olhar para a farmácia.
Ela atravessa a sua como um furacão, entra na farmácia e começa a procurar os testes de gravidez. Sua mão tremia e ela conseguia sentir o suor aparecer em sua testa pelo tamanho nervosismo que ela sentia.
Ao ver diversos testes diferentes em uma prateleira, ela franzi o cenho e aperta os lábios.
Camila fica os encarando por um certo tempo sem saber qual pegar. Por fim, ela pega dois dos quais ela era acostumada a ver na internet, vai até o balcão e coloca sobre o mesmo.
- Deu quinze reais. - o homem diz e Camila estica uma nota de dez e outra de cinco. O farmacêutico sorri gentilmente ao pegar as notas e colocar os testes dentro de uma sacola.
- Obrigada. - Camila murmura movida pelo nervosismo e sai da mesma forma que entrou na farmácia.
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